Inflação semanal sobe em 4 das 7 capitais pesquisadas, diz FGV
O Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S) apresentou acréscimo nas taxas de variação de quatro das sete capitais pesquisadas na quadrissemana encerrada em 15 de março, segundo informou a Fundação Getúlio Vargas (FGV) nesta quarta-feira.
A taxa de inflação geral atingiu 0,93%, 0,05 ponto percentual acima da taxa da semana anterior.
Brasília (de 0,40% para 0,44%),
Recife (0,74% para 0,79%),
Rio de Janeiro (1,14% para 1,30%)
e São Paulo (0,81% para 0,87%) tiveram acréscimo nas taxas de variação da inflação semanal.
Já as taxas de Porto Alegre (1,37% para 1,36%),
Salvador (0,42% para 0,34%)
e Belo Horizonte (0,85% para 0,81%) registraram decréscimo.
C O P O M - A V A L I A Ç Õ E S :
A avaliação de alguns economistas, é de que o objetivo do governo deve ser o centro da meta e que seria menos custoso para a economia agir "de forma preventiva".
"Há consenso no mercado de que os juros precisam subir.
A questão é quando. E se a questão é essa, por que esperar?
Por que correr o risco de a situação se deteriorar?", questiona o economista-chefe da Máxima Asset, Elson Teles, que prevê uma alta de 0,5 ponto percentual nesta quarta.
Manutenção dos juros
O principal argumento é de que o aumento da inflação verificado no início do ano seria apenas sazonal, ligado por exemplo ao reajuste das mensalidades e à alta de alguns alimentos. A inflação, portanto, seria apenas "pontual", o que descartaria a necessidade de uma nova elevação dos juros.
A avaliação da consultoria Tendências, que aposta na manutenção da Selic, é de que haverá uma "acomodação" da economia brasileira nos próximos meses.
"Esperamos um bom crescimento do PIB, mas não vemos esse vigor se mantendo ao longo do ano", diz o economista Bernardo Wijuniski. Para ele, a retirada dos estímulos fiscais, que impulsionaram o consumo no ano passado, vai permitir uma recuperação "mais gradual
Implicações políticas da decisão
Com a proximidade das eleições presidenciais, a decisão sobre os juros ganha uma relevância política ainda maior. No Palácio do Planalto, as opiniões estão divididas, segundo um assessor. Parte da equipe do presidente Luiz Inácio Lula da Silva defende que ainda não há embasamento técnico suficiente para uma alta da Selic nesta semana.
Além disso, aumentar a Selic no momento atual seria "delicado", em função das discussões sobre alianças e anúncios de candidatura. Um outro grupo, porém, prefere um "pequeno aumento" de 0,25 ponto percentual para já. Nesse caso, o argumento é de que a decisão diminuiria as expectativas de inflação, sem grande impacto eleitoral.
Consequências de juros mais altos
O aumento dos juros é um dos principais instrumentos para o controle da inflação, mas tem seus efeitos colaterais. A taxa básica de juros da economia, a Selic, funciona como uma referência para todo o sistema de crédito no País. Com isso, se a Selic sobe, a tendência é de que os bancos acompanhem esse movimento, cobrando mais caro pelo crédito oferecido a seus clientes.
Mesmo com a Selic a 8,75% ao ano, a menor da história brasileira, ainda assim o país tem a taxa de juros reais (descontada a inflação) mais alta do mundo. Além disso, quanto mais altos são os juros, maiores são as chances de real se valorizar em relação ao dólar, o que prejudica principalmente os grandes exportadores.
Trajetória dos juros em outros países
Durante a fase mais aguda da crise financeira global, a partir do final de 2008, diversas economias, entre ricas e emergentes, entraram em um processo de corte de juros como forma de estimular o consumo. Alguns países, no entanto, já entraram em uma fase de franca recuperação e passaram a se preocupar mais com o fantasma da inflação do que com as consequências da crise.
Entre os países do G20, o primeiro a adotar o aperto monetário no período pós-turbulência foi a Austrália. O processo começou em setembro passado e taxa do país atualmente é de 4% ao ano. Em dezembro foi a vez de Israel e Noruega anunciarem a elevação dos juros. De acordo com a previsão de analistas, países como Índia e Malásia devem seguir o mesmo caminho ainda esse ano.
Já as principais economias ricas ainda sofrem com os efeitos da crise continuam preocupadas em estimular seu consumo interno. Na terça-feira, o banco central americano anunciou que as taxas de juros nos Estados Unidos continuarão baixas "por um longo período", até que existam "claras evidências" de uma recuperação econômica.
A taxa de juros americana é de 0,25% ao ano.
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O Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S) apresentou acréscimo nas taxas de variação de quatro das sete capitais pesquisadas na quadrissemana encerrada em 15 de março, segundo informou a Fundação Getúlio Vargas (FGV) nesta quarta-feira.
A taxa de inflação geral atingiu 0,93%, 0,05 ponto percentual acima da taxa da semana anterior.
Brasília (de 0,40% para 0,44%),
Recife (0,74% para 0,79%),
Rio de Janeiro (1,14% para 1,30%)
e São Paulo (0,81% para 0,87%) tiveram acréscimo nas taxas de variação da inflação semanal.
Já as taxas de Porto Alegre (1,37% para 1,36%),
Salvador (0,42% para 0,34%)
e Belo Horizonte (0,85% para 0,81%) registraram decréscimo.
C O P O M - A V A L I A Ç Õ E S :
A avaliação de alguns economistas, é de que o objetivo do governo deve ser o centro da meta e que seria menos custoso para a economia agir "de forma preventiva".
"Há consenso no mercado de que os juros precisam subir.
A questão é quando. E se a questão é essa, por que esperar?
Por que correr o risco de a situação se deteriorar?", questiona o economista-chefe da Máxima Asset, Elson Teles, que prevê uma alta de 0,5 ponto percentual nesta quarta.
Manutenção dos juros
O principal argumento é de que o aumento da inflação verificado no início do ano seria apenas sazonal, ligado por exemplo ao reajuste das mensalidades e à alta de alguns alimentos. A inflação, portanto, seria apenas "pontual", o que descartaria a necessidade de uma nova elevação dos juros.
A avaliação da consultoria Tendências, que aposta na manutenção da Selic, é de que haverá uma "acomodação" da economia brasileira nos próximos meses.
"Esperamos um bom crescimento do PIB, mas não vemos esse vigor se mantendo ao longo do ano", diz o economista Bernardo Wijuniski. Para ele, a retirada dos estímulos fiscais, que impulsionaram o consumo no ano passado, vai permitir uma recuperação "mais gradual
Implicações políticas da decisão
Com a proximidade das eleições presidenciais, a decisão sobre os juros ganha uma relevância política ainda maior. No Palácio do Planalto, as opiniões estão divididas, segundo um assessor. Parte da equipe do presidente Luiz Inácio Lula da Silva defende que ainda não há embasamento técnico suficiente para uma alta da Selic nesta semana.
Além disso, aumentar a Selic no momento atual seria "delicado", em função das discussões sobre alianças e anúncios de candidatura. Um outro grupo, porém, prefere um "pequeno aumento" de 0,25 ponto percentual para já. Nesse caso, o argumento é de que a decisão diminuiria as expectativas de inflação, sem grande impacto eleitoral.
Consequências de juros mais altos
O aumento dos juros é um dos principais instrumentos para o controle da inflação, mas tem seus efeitos colaterais. A taxa básica de juros da economia, a Selic, funciona como uma referência para todo o sistema de crédito no País. Com isso, se a Selic sobe, a tendência é de que os bancos acompanhem esse movimento, cobrando mais caro pelo crédito oferecido a seus clientes.
Mesmo com a Selic a 8,75% ao ano, a menor da história brasileira, ainda assim o país tem a taxa de juros reais (descontada a inflação) mais alta do mundo. Além disso, quanto mais altos são os juros, maiores são as chances de real se valorizar em relação ao dólar, o que prejudica principalmente os grandes exportadores.
Trajetória dos juros em outros países
Durante a fase mais aguda da crise financeira global, a partir do final de 2008, diversas economias, entre ricas e emergentes, entraram em um processo de corte de juros como forma de estimular o consumo. Alguns países, no entanto, já entraram em uma fase de franca recuperação e passaram a se preocupar mais com o fantasma da inflação do que com as consequências da crise.
Entre os países do G20, o primeiro a adotar o aperto monetário no período pós-turbulência foi a Austrália. O processo começou em setembro passado e taxa do país atualmente é de 4% ao ano. Em dezembro foi a vez de Israel e Noruega anunciarem a elevação dos juros. De acordo com a previsão de analistas, países como Índia e Malásia devem seguir o mesmo caminho ainda esse ano.
Já as principais economias ricas ainda sofrem com os efeitos da crise continuam preocupadas em estimular seu consumo interno. Na terça-feira, o banco central americano anunciou que as taxas de juros nos Estados Unidos continuarão baixas "por um longo período", até que existam "claras evidências" de uma recuperação econômica.
A taxa de juros americana é de 0,25% ao ano.
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