"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

junho 17, 2011

Conselho rejeita pela 2a vez novo plano da Petrobras

O conselho de administração da Petrobras decidiu não aprovar, pela segunda vez, a proposta da diretoria da estatal para o plano de investimentos do período de 2011 a 2015, pedindo mais estudos sobre o pacote, confirmou a Petrobras em comunicado, após fontes terem adiantado à Reuters a negativa para o plano.

A proposta apresentada nesta sexta-feira foi uma revisão do plano original mostrado ao conselho em 13 de maio, que havia sido rejeitado.

Fontes dentro da petroleira haviam informado à Reuters durante a semana que a nova proposta do plano de investimentos iria priorizar a geração de caixa.

O novo plano seguiria o desejo de muitos acionistas de não elevar investimentos em refinarias, focando mais os recursos na exploração e desenvolvimento das novas descobertas.

"Deve levar mais de uma semana para ajustar tudo", disse uma fonte sobre os novas alterações propostas, sem dar detalhes.

Na primeira vez que rejeitou o plano, o conselho pediu para que a diretoria cortasse o volume de investimentos, que se aproximava dos 250 bilhões de dólares, para algo próximo aos 224 bilhões de dólares projetados no plano anterior, de 2010 a 2014.

Para o analista Lucas Brendler, da Geração Futuro, a notícia é positiva para a Petrobras porque mostra que está havendo cautela por parte dos dirigentes da companhia.

"Provavelmente não se adequou ao que eles (conselho) querem e é positivo para a empresa, porque mostra que estão tendo cautela, afinal, é muito dinheiro envolvido. Não demora muito sai", disse.

As ações da empresa fecharam em queda de 0,2 por cento nesta sexta-feira na Bovespa, enquanto o índice principal da bolsa registrou pequena alta de 0,29 por cento.

(Reuters) - (Por Denise Luna)

MÃEZONAS, MEGERAS E MULHERZINHAS.

Existe um "jeito feminino" de governar?

Tão duras como o mais duro dos homens, Margaret Tatcher, Golda Meir e Indira Gandhi provaram que só existem bons ou maus governantes, só homens e mulheres honestos e competentes, ou não.

Mas preparem-se para novas empulhações.

Assim como qualquer crítica a Lula era rebatida como preconceito contra um operário nordestino, qualquer contestação à presidente e às suas ministras agora será desqualificada como machismo, o truque barato que Marta Suplicy usa quando está em desvantagem no debate.

O que diria Lady Tatcher ouvindo a doce ministra Ideli dizer que até as mulheres políticas têm um lado mãezona ?
Parlamentares, ministros e burocratas que tremem diante de Dilma conhecem bem o seu lado mãezona, alguns até choram com as suas broncas maternais.

Hoje é constrangedor lembrar de Lula vendendo Dilma ao eleitorado como quem ia cuidar do povo brasileiro como uma mãe, assim como cuidou maternalmente do PAC. Mãe era o Lula, pelo menos para os políticos, empresários e banqueiros.

Apesar do possível fracasso das opções de Dilma para substituir Palocci, foi delicioso ver a macharia partidária gemendo de impotência, arrancando os cabelos implantados e babando de frustração - sem poder fazer nada a não ser resmungar, bem baixinho, e entubar.

Não é todo dia que se vê uma presidente enfrentar as elites dos atuais partido-gang-empresas e ignorar os supostos sócios do poder para impor as suas decisões pessoais, sem um macho para encará-la.
Assim como burrice e ladroagem, autoritarismo e covardia não têm gênero, só graus.

Embora Shakespeare diga que os infernos não conhecem fúria maior do que uma mulher rejeitada, passada a fúria, talvez para elas seja mais fácil perdoar do que para eles.

É o que sugere o depoimento de Dilma sobre os 80 anos de Fernando Henrique, em que reconheceu, com grandeza, elegância e justiça, todos os seus méritos e conquistas, deixando Lula de saia justa, porque ele sempre os negou com a fúria e obsessão de uma mulher rejeitada, ao mesmo tempo em que se apossava de suas conquistas, como as mulherzinhas rancorosas e vingativas.

Nelson Motta

DEPOI$ DE PREGAR "TRAN$PARÊNCIA" NO FUTEBOL, FIFA E COI COMEMORAM "PROJETO" QUE AFROUXA FI$CALIZAÇÃO..


Duas semanas depois de o presidente da Fifa, Joseph Blatter, defender maior transparência no futebol como prioridade de seu novo mandato à frente da entidade, a aprovação do texto básico do Regime Diferenciado de Contratações (RDC) na Câmara dos Deputados, quarta-feira, foi festejada por cartolas da federação, em Zurique.

Na prática, o RDC, que flexibiliza licitações e contratações posteriores (chamadas de aditivos) na execução de obras para o Mundial-14 e a Olimpíada-16, dá plenos poderes para Fifa e COI (Comitê Olímpico Internacional) inflarem orçamentos de projetos e desconsiderarem os limites impostos pela Lei de Licitações.

A entidade vinha pressionando o governo brasileiro e a CBF por maior rapidez nas obras. Ao Estado, dirigentes da Fifa admitiram que a exigência era por uma fórmula que acelerasse a construção de estádios e infraestrutura. O texto básico aprovado em Brasília era exatamente o que o órgão pretendia.

Porém, diante da notícia que praticamente não existirá controle sobre os gastos no evento, a Fifa evitou críticas. Num comunicado assinado por sua assessoria de imprensa, a Fifa evitou criticar o RDC e suas implicações.

"Entenda que a Fifa não está em posição para comentar a decisão tomada pelas autoridades brasileiras. A Fifa respeita a soberania de cada país", diz um trecho.

A federação recorreu à mesma justificativa dada frequentemente pelo COI ao ser indagada sobre até onde não influiria na soberania das sedes de seus eventos - uma das exigências da Fifa para a Copa do Mundo ser realizada no Brasil foi a isenção de uma série de tributos, aprovada por uma comissão da Câmara anteontem e que ainda deverá ser analisada em Plenário e, depois, pelo Senado.

"As exigências com relação às garantias financeiras foram feitas ainda durante a etapa de candidatura, e aceitas pelo país candidato (Brasil) na ocasião."

Na verdade, o Estado questionara a Fifa especificamente sobre a isenção de impostos, mas a pergunta ficou sem resposta.

É a alegação oficial do comitê olímpico quando consultado sobre cláusulas contratuais leoninas ou danosas para as cidades-sede de seus Jogos, caso do Rio de Janeiro em 2016.

"Quando o processo de candidatura começou, a Fifa pediu garantias governamentais que são similares aos demais eventos esportivos no mundo", prosseguiu a Fifa na nota oficial.

"Essas garantias são documentos legais que governam e ratificam as garantias logísticas, operacional e de infraestrutura dado por um governo de um país que sedia o evento. Eles são procedimentos padrões e essenciais na organização de qualquer competição do tamanho da Copa do Mundo", finalizou.

Método chinês.
Nos últimos anos, apenas o regime autoritário da China seguiu o modelo adotado no Brasil de tornar sigiloso o orçamento das obras para a construção de estádios para eventos esportivos como a Copa ou a Olimpíada (os chineses organizaram os Jogos de 2008).


Um levantamento feito pelo Estado mostrou que nenhum dos demais eventos pelo mundo desde 2000 adotou o modelo brasileiro de flexibilizar as leis de licitação pública, ainda por cima, tornar sigiloso o volume de gastos e alterações posteriores nas contratações de obras.

Entre as Copas do Mundo,
França-98,

Coreia do Sul/Japão-2002,
Alemanha-2006
e África do Sul-2010
colocaram à disposição de sua população, de forma detalhada, o andamento dos gastos, em alguns casos com atualização em tempo real.


No caso sul-africano, o próprio governo admitiu que as contas estouraram em sete vezes.

As Olimpíadas de Sidney-2000,
Atenas-2004
e Londres-2012
também optaram por colocar na internet seus orçamentos e cada um dos gastos.


O único caso que rompe com essa tradição foi justamente Pequim, em 2008.

Mais : FIFA/COI - Poderão inflar orçamentos..

Jamil Chade O Estado de S. Paulo

ARRECADAÇÃO DESACELERA.


As ações adotadas pelo Banco Central desde o fim do ano passado para restringir o consumo e a inflação resfriaram o ritmo da atividade econômica e já começaram a impactar o recolhimento de impostos pela União.

A arrecadação federal registrou queda real (descontada a inflação) de 16,39% em maio ante ao mês anterior, totalizando R$ 71,5 bilhões.


O resultado acendeu a luz amarela no governo, que terá mais trabalho para cumprir o restante da meta de superavit primário (economia para o pagamento de juros da dívida) se não cortar despesas.

Nos quatro primeiros meses do ano, metade do compromisso foi alcançado com base nas volumosas quantias recebidas pelos cofres do Fisco e não pela redução de despesas.


O desempenho no ano confirmou a desaceleração.
Entre janeiro e maio, a arrecadação total foi de R$ 382,9 bilhões, com alta de 11,3% sobre igual período de 2010.
Até abril, o avanço era de 12,10%.


De acordo com o secretário da Receita Federal, Carlos Alberto Barreto, a tendência é de que o ritmo de expansão das receitas diminua até encerrar o ano com elevação de cerca de 10%.

Vera Batista Correio Braziliense