"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

maio 04, 2012

PAU QUE NASCE TORTO... O PARLAPATÃO "DOTÔ ONORIS CALZA" O FILHO... DO BRASIL E A "EDUCAÇÃO"

Eles criam lá suas mistificações e não esperam, certamente, contar com a anuência de todos, não é? Podem até querê-la e ter ganas de cassar e caçar quem ousa divergir, mas sabem que não terão o que pretendem.
Não enquanto o país for uma democracia.

Títulos de “Doutor honoris causa”, agora, se concedem às baciadas.
Nesta sexta, em cerimônia no teatro João Caetano, no Rio, Luiz Inácio Lula da Silva (claro!) foi agraciado com a prebenda acadêmica por todas as universidades públicas do Rio: Uerj (Universidade Estadual do Rio de Janeiro),
Unirio (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro),
UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro),
UFF (Universidade Federal Fluminense)
e UFRRJ (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro).
Chegará o dia em que será preciso fazer a cerimônia num estádio.

Na presença do ex-ministro da Educação Fernando Haddad e do atual, Aloizio Mercadante, Lula lançou ao vento números escandalosamente mentirosos.
E foi muito aplaudido.

Disse ter criado 14 novas universidades federais.
É cascata! Não chegou à metade disso.
O resto é divisão de instituições que já existiam ou elevação de status — de faculdade ou campus avançado para universidade.

EVIDÊNCIA DA MENTIRA:
em 2010, as universidades públicas brasileiras formaram 24 mil estudantes a menos do que em 2004!!!
Mas ainda não era a maior mentira.

Segundo informa a Folha, o homem disse ter elevado o número de universitários do país de 6 milhões para 12 milhões. O homem etá no “mundo de Lula”.
Haddad ouvia tudo caladinho — e certamente não vai corrigir a batatada, embora seu ministério tenha divulgado o Censo Universitário no fim de 2011.
Os números são outros.

Em 2001, havia 3 milhões de estudantes matriculados nas universidades do país; no fim de 2010, eram 6,37 milhões — quase a metade do que Lula alardeou. Atenção! 14,7% desse total (quase um milhão de alunos) estão matriculados na modalidade “ensino à distância”


Com raras exceções, esse troço virou, no Brasil, um caça-níqueis ainda mais vantajoso do que instituições de ensino meia-bomba que vendem suas vagas para o ProUni. Não passa de picaretagem! Mas sigamos.

A meta do Plano Nacional de Educação, estabelecida em 2000, era chegar a 2010 com 33% dos jovens de 18 a 24 anos na universidade.
Segundo o Censo, o governo do Apedeuta ficou bem longe disso:
apenas 17,4%. Como?

Petistas não acreditam em mim?
Faz sentido. Então acreditem nos números postos no portal do MEC, com foto de Fernando Haddad e tudo (aqui)
.

Como os petistas adoram brincar de arranca-rabo de classes, demonstro pra eles que, se quiser, sou imbatível nesse quesito0—- só que contra as mentiras que eles contam.Lá no Censo, assinadinho pelo senhor Fernando Haddad, consta que as matriculas em cursos noturnos em 2001 representavam 56,1% do total; em 2010, 63,5%. Certo!

Nas universidades federais, estudam à noite apenas 30% dos estudantes; nas privadas, 71,8%. Hipótese bastante plausível:
pobres estudam em universidade privadas; os ricos, nas federais. Bingo!

O problema do tal ProUni não é a existência do programa em si, é evidente, mas a qualidade do que está sendo oferecido aos pobres com dinheiro público.
Mas esse é outro departamento.

Que fique aqui o registro:
os números que Lula exibiu, sob aplausos comovidos, eram falsos como nota de R$ 3.
A imprensa sabe disso?
Acho que sim!

O Censo Universitário, feito pela gestão Haddad, não está disponível apenas para este criado de vocês, não é?

CARUNCHO NA POUPANÇA

A partir de hoje, o pequeno poupador passa a receber menos pelas parcas economias que guarda nos bancos. Ontem, o governo apresentou a redução dos ganhos das cadernetas como sendo necessária para a diminuição dos juros.

Caberá, agora, entregar o que prometeu:
taxas civilizadas.


Dilma Rousseff aproveitou a gordura que sua cruzada retórica contra os bancos está lhe rendendo para investir no bolso dos poupadores. Argumenta que, em troca, levará o país a ter juros reais na casa de 2% ao ano.

É bom que consiga cumprir a palavra.


A tunga na poupança foi vendida pelo governo como a retirada do último empecilho para a derrubada dos juros. Mas, de concreto, ainda somos os vice-campeões mundiais na modalidade usura.

Nossas taxas só perdem para as russas.
Nada mudou, ainda.


A partir de agora, os depósitos realizados pelos poupadores nas cadernetas passarão a ter rendimento menor do que o atual sempre que a Selic ficar igual ou abaixo de 8,5% ao ano. Quando isso ocorrer, a remuneração da poupança será de 70% da taxa básica de juros mais TR.

Ou seja, pela mudança anunciada ontem pela equipe econômica de Dilma, o pequeno investidor da caderneta será brindado sempre com o menor rendimento.

Como se vê, um baita negócio para o poupador, não?


Banqueiros, empresários e políticos aliados aplaudiram.
Obviamente porque nenhum deles, possivelmente, tem dinheiro guardado na poupança. Mas quem entende de finanças pessoais não tem dúvida:
o poupador perdeu, e muito.

Segundo
O Estado de S.Paulo, o rendimento da poupança cairá dos atuais 6,53% para cerca de 5,95% ao ano.

"Caso o juro real chegue a 2%, como é o objetivo declarado de Dilma, o rendimento da poupança para os novos depósitos ficará cerca de 18% menor do que o previsto hoje", calculou a Folha de S.Paulo.

Quanto mais a inflação se distanciar da meta fixada pelo governo, maior será a perda da poupança.


"O investidor da poupança saiu perdendo", atesta Rafael Paschoarelli, professor da FEA/USP. "A medida, infelizmente, vem para piorar o rendimento da poupança", completa Fábio Colombo, administrador de investimentos - ambos ouvidos por O Globo..

O jornal fez simulações que quantificam as perdas em moeda sonante. Com as novas regras, um poupador que guardar R$ 10 mil na caderneta terá R$ 10.582,91 ao fim de um ano, considerando uma Selic de 8,5%. Pelas regras antigas, teria R$ 10.616,78.

Isso significa que ele perderá R$ 33,87.


À medida que a taxa básica cair, a diferença entre a rentabilidade antiga da poupança e a da nova se ampliará, sempre em prejuízo do pequeno poupador.
Com uma taxa de 8,25%, por exemplo, a perda de rendimento da caderneta, para a mesma aplicação de R$ 10 mil, sobe para R$ 50,81 ao fim de um ano.


Quem conhece de finanças também tem outra convicção:
o cenário mais provável é que os bancos lucrarão com a tunga na poupança. Isso porque, a partir de agora, terão dinheiro mais barato para emprestar na forma de crédito imobiliário - 65% dos depósitos em caderneta são direcionados, por lei, a financiamentos habitacionais.

E continuarão cobrando por isso tão caro quanto cobram hoje.


Haverá também, do lado de quem toma financiamento, o risco de descasamento entre o valor das parcelas e a capacidade de pagamento. A alteração na regra de remuneração das cadernetas também pode modificar a forma de definição dos juros da casa própria e as prestações podem até subir.

Os mutuários que se cuidem.


Tudo considerado, fica o recado de que o governo terá de tombar os juros de qualquer jeito. Primeiro, porque assumiu, implicitamente, este compromisso ontem, ao tentar justificar a redução da remuneração das cadernetas de poupança.

Segundo, porque, de fato, a economia está necessitando disso.


A debilidade do setor produtivo tem ficado cada vez mais evidente, como comprovado pela nova queda na indústria, divulgada ontem: 3% no trimestre. O comércio exterior também perde força:
teve em abril o pior resultado para o mês desde 2002, isto é, em dez anos. Como consequência, estão desabando as expectativas em torno do crescimento da economia brasileira.


Todos, sem exceção, somos a favor de juros mais baixos.
A bola da queda das taxas está com o governo, que começou cortando-a na cabeça do pequeno poupador.

Não é possível que os que sempre ganharam continuem com seus privilégios. Mas, por ora, eles permanecem intocados pela gestão petista.


Fonte: Instituto Teotônio Vilela
A Tunga na poupança

DEU NO ECONOMIST : CPI promete espalhar mais sujeira do que o normal

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito para investigar as relações do contraventor Carlinhos Cachoeira com políticos e empresários promete espalhar mais sujeira do que o normal.

É o que diz
artigo na edição desta sexta-feira da revista britânica The Economist. Segundo a revista, escândalos são comuns em Brasília, mas a CPI do Cachoeira coloca políticos de vários partidos na berlinda.

A CPI poderá convocar qualquer pessoa para depor como testemunha, além de ter acesso a dados bancários, fiscais e telegônicos sigilosos, ressalta a revista.

A reportagem diz ainda que, até agora, os custos políticos parecem recair sobre a oposição ao governo de centro-esquerda de Dilma Rousseff. Mas ressalta que as revelações não são necessariamente um presente à presidente.

Apesar de a linha dura que ela assumiu contra a corrupção dar-lhe uma reserva de credibilidade com o público, os inquéritos parlamentares são altamente imprevisíveis.

Ainda de acordo com a Economist, os assessores de Dilma estão particularmente preocupados com Luiz Antonio Pagot, ex-diretor do Dnit, que foi exonerado após denúncias de corrupção.

Um ano após a sua demissão, Pagot diz agora que foi forçado a sair por causa de negociata de Carlinhos Cachoeira com a empreiteira Delta Construção, que tem vários contratos com o governo federal.

"Mesmo que Rousseff saia politicamente ilesa, a investigação provavelmente irá atrapalhar alguns de seus planos", diz o artigo, citando os projetos para a Copa de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, por causa do envolvimento da construtora Delta.

"Quanto mais a podridão na política brasileira é exposta, menor o número de políticos nos quais os brasileiros sentem que podem confiar", conclui a revista.

O Globo

A POLÍTICA ROTO X ESFARRAPADO.


Na esteira da crise política causada pelas relações suspeitas entre o bicheiro Carlos Cachoeira e figuras públicas como parlamentares e governadores, o deputado Anthony Garotinho (PR-RJ)emplacou uma série de denúncias contra o atual governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB).

Em seu blog pessoal, Garotinho começou a publicar diariamente fotos e vídeos de 2009 que supostamente provam a ligação pessoal entre Cabral e Fernando Cavendish, diretor afastado da Delta Construções.
A empresa é apontada pela Polícia Federal como participante do esquema irregular de Cachoeira e é alvo da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista do Congresso.


Ontem, Garotinho divulgou novas fotos em que Cabral e sua mulher, Adriana Ancelmo, divertem-se em uma viagem ao Principado de Mônaco ao lado de Cavendish e Jordana Kfouri, mulher do empresário que morreu no acidente de helicóptero que também vitimou a nora do governador no ano passado.

O parlamentar ainda tornou público um vídeo em que os dois casais comemoram, em Paris, o aniversário de Adriana e a eleição do prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB).


A acusação mais grave, no entanto, o deputado fez no plenário da Câmara. Garotinho afirmou ter uma gravação na qual um diretor da Delta, falando em nome de Cavendish, conversa com um dos chefes do jogo do bicho carioca sobre um acordo feito com Sérgio Cabral.

“Foi acertado com o governador, por meio do Fernando, da Delta, que 30% do mercado do jogo no Rio é de Carlinhos (Cachoeira). Vocês vão ter que abrir”, teria dito o emissário de Cavendish, segundo Garotinho.

O bicheiro do Rio teria respondido:
“Não vou abrir coisa nenhuma! Nós temos um acordo, mandamos todo mês um dinheiro lá para o Palácio (Guanabara, sede do governo do Rio)”.


Segundo o parlamentar, o representante da Delta teria encerrado o diálogo prometendo que a recusa custaria caro ao bicheiro. Semanas depois, afirmou o deputado, uma operação da Polícia Civil do Rio prendeu suspeitos de integrar a cúpula do jogo do bicho no Rio de Janeiro.

A operação de fato ocorreu entre dezembro do ano passado e janeiro deste ano, quando o patrono da escola de samba Beija-Flor, Anísio Abraão David, foi detido.


Apesar de ter dado alguns detalhes do diálogo, Anthony Garotinho disse “não ser leviano” ao ponto de publicar a gravação sem ter certeza de sua veracidade. Ele afirmou ter enviado um emissário ao presídio em que o bicheiro carioca está para checar se a conversa de fato ocorreu.

“Se a fita que tenho em minhas mãos for autêntica, não haverá nada mais perverso que mandar prender bicheiros de um estado para botar um de outro”, comentou Garotinho, que trabalha para eleger a filha Clarissa como vice-prefeita do Rio de Janeiro, na chapa que deve ser comandada por Rodrigo Maia (DEM).

Eduardo Paes, pré-candidato à reeleição apoiado por Sérgio Cabral, está à frente das pesquisas. Por meio de assessoria de imprensa, Cabral disse ao Correio que “não comentará leviandades”.(sic)

ADRIANA CAITANO Correio Braziliense

As chances de ser uma CPI verdadeira


Consideradas um instrumento da minoria, as comissões parlamentares de inquérito, demonstra a já longa experiência brasileira no ramo, costumam ser instaladas sob controle cerrado da maioria. Se as rédeas palacianas serão sempre firmes, vai depender das revelações.

Munição de alto poder de destruição na luta político-partidária, CPI tanto pode dar contribuições efetivas a aperfeiçoamentos para evitar os problemas que justificaram sua criação, como corre o risco de nada fazer, paralisada pelos interesses do governo.

A CPI do Cachoeira, cujo plano de trabalho para os 180 dias de funcionamento foi apresentado quarta-feira, precisará esquivar-se de muitos interesses para poder de fato ser uma radiografia fiel, e identificar os respectivos responsáveis, do avanço do grupo do bicheiro Carlinhos Cachoeira em delinquências de colarinho branco para muito além das fronteiras do estado de Goiás.

O crucial é que a comissão aproveite o vasto material levantado por operações da PF em torno do grupo do Cachoeira, para mapear a infiltração do crime organizado nos poderes da República. A CPI precisa aproveitar a vantagem de pouco ou nada ter de investigar, pois tudo parece já ter sido levantado.

Ela começa com os interesses de varejo de sempre. Há tentativas de acerto de contas pessoais de políticos com veículos de imprensa, pressões sobre a mídia profissional por motivos ideológicos, brigas políticas regionais, oposição em choque com situação em ano eleitoral etc.

O fato de a base parlamentar do governo ser fluída, mudar de consistência em função da agenda do momento, pode ajudar a CPI a ir adiante no levantamento das articulações de Cachoeira, ajudado, entre outros, pelo seu representante VIP em Brasília, o senador Demóstenes Torres, ex-DEM.


O relator da comissão, Odair Cunha (PT-MG), já não conseguiu teleguiar a agenda de trabalho. Se dependesse dele, seria tratada apenas a atuação de Cachoeira no Centro-Oeste. Dessa forma, poderia ficar de fora um tema importante: a forma de a empreiteira Delta, ligada ao bicheiro, agir dentro do PAC, no qual é a maior dona de contratos. Ou era até surgir o escândalo.

A área de atuação do grupo goiano é muito ampla, demonstram os constantes vazamentos de grampos legais feitos pela PF. Tudo gira em torno de negócios de interesse do bicheiro. Há de manobras para a aprovação do jogo à disputa de concorrências públicas, até mesmo com o encaminhamento de demandas junto ao Poder Judiciário e MP. Os subterrâneos financeiros da política parecem estar presentes o tempo todo.

A CPI do Cachoeira reúne ingredientes que a tornam, em potencial, a mais abrangente de todas as já realizadas. A dos Anões jogou luz nos esquemas no Congresso de manipulação do Orçamento; a do PC/Collor serviu para fundamentar o histórico impeachment do atual senador com assento na CPI; e duas outras (Mensalão/Correios) ajudaram a embasar o encaminhamento do processo do mensalão ao STF pelo MP, o maior esquema de corrupção de compra de apoio parlamentar, efetuado pelo PT, de que se tem notícia.

Caso a CPI escape da armadilha de ser apenas instrumento de guerra política, há chance de dar grande impulso à faxina na vida pública. A Lei da Ficha Limpa terá sido apenas o início.

O Globo