"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

novembro 01, 2012

É DO P artido T orpe ? ENTÃO É CANALHA, CAFAJESTE, MENSALEIRO... Condenado, Delúbio diz viver em uma época de subversão de valores


Condenado por corrupção ativa e formação de quadrilha no processo do mensalão, o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares publicou, nesta quinta-feira, em seu blog, um artigo sobre as eleições municipais. Intitulado "O recado das urnas", o texto afirma que "a manipulação midiática" não foi suficiente para atrapalhar a vitória do Partido dos Trabalhadores no pleito municipal. 

Referindo-se ao mensalão e comportando-se como uma vítima, ele disse que os fatos ligados ao escândalo foram "distorcidos". Na atual visão de Delúbio, o escândalo não virou "piada de salão", como dissera anteriormente, mas sim uma "repetição de mentiras relativas à Ação Penal 470 ".

Ao Sustentar a tese de que foi injustamente condenado, mesmo tendo sido comprovada a sua participação no esquema de compra de apoio político no Congresso Nacional, Delúbio afirmou viver em "uma época de subversão de valores".

"Jamais uma eleição foi tão disputada por todas as forças políticas envolvidas, nem o eleitorado tão bombardeado pela manipulação midiática, a distorção dos fatos e uma autêntica operação de guerra montada na tentativa (vã, por sinal) de derrotar o Partido dos Trabalhadores e os seus candidatos", diz trecho do artigo.

Sobre o uso do escândalo do mensalão feito pela oposição durante a campanha, Delúbio diz que os seus adversários políticos apostaram "na despolitização de nosso eleitorado e numa suposta ignorância de uma massa que seria desinformada, ignorante e que não saberia interpretar os fatos e nem desconfiar do jogo sujo da manipulação da notícia pela mídia partidarizada".

"A vitória das forças democráticas e progressistas, representadas pelo PT e pelos partidos da base aliada, foi evidente e incontestável, em mais de 70% das prefeituras municipais em disputa".

Ao exaltar a campanha de Fernado Haddad, prefeito eleito de São Paulo, Delúbio acusou o tucano José Serra de participar de uma "cruzada reacionária, denuncista, preconceituosa e falso-moralista".

Servidores públicos federais podem ficar sem reajuste em 2013

Sem um acordo prévio com o governo federal, as diversas categorias dos servidores públicos federais não terão reajustes salariais em 2013.

Segundo o relator-geral do Projeto de Lei do Orçamento da União, senador Romero Jucá (PMDB-RR), na proposta que se desenha no Congresso e com despesas previstas menores que as deste ano, "é difícil conseguir espaço para reajustes salariais dos servidores".

O senador lembrou que, neste ano, as despesas orçamentárias foram fixadas em R$ 28 bilhões. Na proposta trabalhada para 2013, as mesmas expectativas de gastos caíram para R$ 22 bilhões.

A previsão para 2013 fixa os gastos com pessoal em R$ 226 bilhões, dos quais R$ 162,9 bilhões em despesas do Executivo, R$ 23,9 bilhões, do Legislativo, R$ 16,9 bilhões, de contribuição patronais e R$ 11,1 bilhões, de reserva de contingência.

O relator disse que as emendas de iniciativa popular foram retiradas do projeto. Segundo ele, não houve, da parte do governo, interesse em executá-las e, por isso, não se justifica mantê-las. "Como eram emendas que destinavam recursos a intervenções na área da saúde, o governo entendeu que as necessidades locais já seriam supridas pela programação comum dos órgãos federais", explicou Jucá.

Para compensar, o senador propôs que, dos R$ 15 milhões a que cada parlamentar terá direito em emendas individuais, R$ 2 milhões sejam aplicados em ações e serviços públicos de saúde.

O parecer preliminar do relator-geral prevê, ainda, o recuo da dívida líquida para 32% do Produto Interno Bruto (PIB), em 2013. Até julho deste ano, a dívida estava em 34,9% do PIB.

Agência Brasil

Balança comercial tem menor saldo para meses de outubro desde 2009

O superávit da balança comercial brasileira em outubro totalizou US$ 1,662 bilhão, segundo dados divulgados nesta quinta-feira, 1, pelo Ministério da Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

O resultado ficou 29,5% menor do que o verificado no mesmo mês de 2011, e foi o pior para meses de outubro desde de 2009, quando a balança registrou saldo positivo de US$ 1, 308 bilhão.

As exportações somaram US$ 21,766 bilhões no mês passado, com média diária de US$ 989,4 milhões. Já as importações atingiram US$ 20,104 bilhões, com média diária de US$ 903,8 milhões.

De acordo com o MDIC, pela média diária as exportações registraram queda de 10,6% em outubro na comparação com o mesmo mês do ano passado e as importações recuaram 7,6% na mesma base de comparação. Na avaliação de Tatiana Prazeres, secretária de Comércio Exterior do MDIC, a crise internacional se prolonga e ainda se faz sentir no comércio exterior brasileiro.

A secretária ponderou, porém, que essa queda se dá diante de um patamar bastante elevado das vendas nacionais, que foi o ano de 2011. "A crise afeta o comércio exterior, no Brasil, principalmente por conta da queda de preços de produtos que o Brasil é bastante competitivo", disse, citando como exemplo produtos básicos.

O saldo da balança na 4ª semana do mês ficou positivo em US$ 441 milhões. O resultado é fruto de exportações de US$ 5,002 bilhões e de importações no valor de US$ 4,561 bilhões. A média diária das exportações, nessa semana, foi de US$ 1 bilhão, enquanto a das importações foi de US$ 912 milhões.

O MDIC informou também que na quinta semana do mês passado, que contou com apenas três dias úteis (29 a 31), a balança comercial registrou um déficit de US$ 88 milhões. Nesse período, as vendas brasileiras somaram US$ 2,580 bilhões, enquanto as compras de produtos do exterior totalizaram US$ 2,668 bilhões.

No acumulado do ano até outubro, o saldo da balança comercial está positivo em US$ 17,386 bilhões. O resultado é explicado pela diferença entre US$ 202,362 bilhões exportados nos primeiros 10 meses do ano e US$ 184,976 bilhões importados em igual período.

A média diárias das vendas no ano até o mês passado foi de US$ 959 milhões, o que representa uma queda de 5,5% na comparação com o mesmo período de 2011. Já a média diária das importações passou de US$ 893,4 milhões para US$ 876,7 milhões nessa base de comparação, o que significa uma queda de 1,9%.

O Nordeste à míngua

O Nordeste impôs ao PT uma derrota acachapante nestas eleições.

A região mostrou, em primeiro lugar, que não aceita tutela de quem quer que se arvore líder de sua população. Mas exprimiu, igualmente, repúdio a um governo que não vem dando a merecida atenção aos nordestinos.

Tanto Lula quanto Dilma Rousseff foram eleitos com votações acachapantes no Nordeste:
 tiveram 61% e 70% dos votos, respectivamente, nas eleições de 2006 e 2010. Em campanha, o PT prometeu a redenção da região, por meio de obras há muito aguardadas pela população. Mas, depois de uma década de governo petista, nada, rigorosamente nada, foi concluído.

A lista de promessas é robusta e, se tivesse sido concretizada, poderia ter contribuído para que a região diminuísse expressivamente o hiato que ainda a separa do restante do país - o Nordeste tem quase 28% da população brasileira, mas participa com pouco mais de 13% do PIB. Inclui refinarias, 
melhoria da malha rodoviária, em especial a BR-101, 
a conclusão da ferrovia Transnordestina 
e, principalmente, a transposição das águas do rio São Francisco.

Nesta semana, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou levantamento em que mostra que, de uma lista de 83 projetos prioritários para o Nordeste, somente 25% estão em andamento. Um extenso rol de obras continua na gaveta ou avançam a passos de cágado, como é mais notável no caso das ferrovias e dos portos.

Isso torna as condições logísticas da região muito prejudicadas, impedindo maior expansão da economia local. Enquanto a carteira de obra classificadas como prioritárias na região atinge R$ 25,8 bilhões, os gastos com transportes no Nordeste somam a R$ 30 bilhões. "Os investimentos nos projetos de infraestrutura teriam retorno em pouco mais de quatro anos", avalia o Valor Econômico.

O exemplo mais gritante da incúria do governo federal em relação ao Nordeste continua a ser a transposição das águas do Velho Chico. A obra foi apresentada no governo de Luiz Inácio Lula da Silva como a salvação do semiárido, assolado por frequentes estiagens e indesejáveis faltas d'água. Prometida para 2010, não deve ficar pronta sequer na gestão Dilma, sobrando para 2020.

Lançada como uma das vedetes do hoje esquecido PAC, em janeiro de 2007, a transposição deveria assegurar oferta de água a cerca de 400 municípios dos estados de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte. Mas oito dos 16 lotes que compõem a obra estão hoje paralisados - muitos a cargo da Construtora Delta, blindada pelo governo petista e sua base aliada na CPI do Cachoeira - e somente um foi concluído:
o chamado canal de aproximação do eixo norte, em Cabrobó (PE).

Mas, mesmo já inaugurado, este trecho não leva água alguma para as famílias do semiárido, conforme mostrou o (Correio Braziliense) há um mês:
"Ninguém foi beneficiado pelo canal com pouco mais de dois quilômetros porque, até hoje, uma estação de bombeamento e uma ponte não estão prontas." A ponte sequer começou a ser construída e a estação só deve ser finalizada no fim de 2014.

A transposição envolve obras numa extensão de 713 quilômetros de canais. Orçada inicialmente em R$ 4,5 bilhões, já praticamente dobrou de valor, mas continua longe da conclusão. Sobram denúncias de sobrepreços, superfaturamento e desvio de recursos públicos. A Controladoria Geral da União também já apontou deficiências graves nos projetos básico e executivo das obras e falhas de fiscalização por parte do Ministério da Integração Nacional.

Enquanto isso, o semiárido nordestino agoniza com a falta d'água e a perspectiva de um verão rigorosíssimo. A estiagem já atinge 80% de Pernambuco e 90% da produção agrícola de Ceará e Piauí está comprometida. O Jornal do Commercio mostra hoje em manchete que 2012 já é o ano mais seco na região desde 1985.

Alterar as condições climáticas é algo que escapa à intervenção humana. Mas ações que poderiam reduzir as agruras que o sol inclemente impõe ao Nordeste poderiam muito bem ser desenvolvidas pelo poder público. 

A região exige e merece mais atenção do governo federal, e não apenas promessas vãs e compromissos nunca honrados.

Fonte: Instituto Teotônio Vilela
O Nordeste à míngua

Engana que a gente paga ! "Notícia é tudo aquilo que alguém não quer ver publicado; o resto é propaganda." "o governo mente e a gente não acredita ou deixa pra lá."

Coisa de 200 anos atrás, jornalistas do "Times" de Londres já utilizavam um critério original para saber o que deviam ou não apurar e publicar.

"Notícia, diziam, é tudo aquilo que alguém não quer ver publicado; o resto é propaganda."

Desse ponto de vista, tudo que o governo fala, em qualquer país, deve ser entendido como propaganda e marketing. Claro, não é mesmo? Os governantes só falam aquilo que gostariam de ver publicado com o devido destaque.

No Brasil de hoje, isso faz muito sentido. Os governos, em todos os níveis, carregam na propaganda, em volume e conteúdo. Reparem, por exemplo, nos anúncios do Banco do Brasil e da Caixa.

Tem financiamento barato para todo mundo, quem toma empréstimo está felicíssimo porque comprou seu carro ou abriu seu negócio, todos prosperam e por isso riem o tempo todo. Um espetáculo:
não tem inadimplência,
os juros são baratíssimos.

Parece que só os mais bobos, ou desconfiados, não correm lá para pegar dinheiro fácil.

Pode-se dizer que aqueles bancos estão no mercado, disputando clientes com as outras instituições. Mas não é bem assim. A propaganda dos bancos federais, assim como da Petrobras, outras estatais e de ministérios, não oferece propriamente um produto. Seu principal propósito é passar uma imagem positiva do país e, sobretudo, das ações do governo.

Regra do jogo, pode-se argumentar.
Trata-se de propaganda paga, o governo, como qualquer outro anunciante, diz o que quer e ninguém é obrigado a acreditar.

Sabemos que não é bem assim.
Nem precisa argumentar muito.
É intuitivo.

Trata-se de dinheiro público, mesmo no caso dos bancos comerciais, como BB e Caixa. Eles não funcionam como os privados. Recebem dinheiro do governo, já foram resgatados com injeções de capital público mais de uma vez e todo mundo sabe que não vão quebrar porque o governo, ou seja, o contribuinte, estará lá para cobrir eventuais buracos.

Necessariamente, portanto, deveriam agir de modo diferente, como instituições públicas, e estas, como todo governo, têm compromisso com a informação correta.

O que nos leva ao outro lado da história.
Hoje em dia, entende-se que mesmo empresas privadas têm compromisso com o público. Propaganda enganosa não pode ser tolerada.
Claro, é difícil definir e apurar a tentativa de ludibriar o consumidor, mas é outro problema, de regulação.

E, se isso vale para empresas privadas, por que não se aplica ao governo, suas empresas e suas repartições? Na verdade, a propaganda enganosa pública é mais grave, porque o governo tem também a obrigação de informar e, assim, orientar a sociedade.

Isso é especialmente importante no caso da política econômica. O governo, ator decisivo em qualquer economia, precisa dizer claramente o que vai fazer, prestar contas regularmente sobre o que está fazendo, dar as regras do jogo, mostrar como vê o andamento da situação e esclarecer o cenário com o qual trabalha.

Há rituais definidos para isso, aqui no Brasil e em toda parte. Os ministérios da área econômica e o Banco Central divulgam regularmente suas mensagens. Assim, em qualquer país organizado, os agentes econômicos, ao planejar e agir, consideram os cenários do governo para crescimento, inflação, arrecadação, gastos orçamentários etc.

Por isso, quando o nosso Ministério da Fazenda sustenta que o país crescerá 4,5%, quando todo mundo já viu que não vai dar, isto é, sim, um tipo de propaganda enganosa. Idem quando o Banco Central diz que cumpriu a meta de inflação quando o índice bateu em 6,5%, dois pontos acima.

Há mesmo uma confusão, que parece deliberada, entre meta, centro da meta e margem de tolerância.

Resultado:
ficamos sem saber se o objetivo de fato é uma inflação de 4,5% (a meta ou o centro) ou qualquer coisa abaixo de 6,5% (o teto da margem de tolerância) ou até mais do que isso, como ocorreu recentemente.

Do mesmo modo, é uma informação enganosa quando o governo jura que vai cumprir a meta de superávit primário sem truques. Nestes casos, a informação do governo causa menos danos porque todo mundo já sabe que o cenário oficial não vai se realizar. Vale para todos os anúncios do setor público, federal, estadual e municipal, que simplesmente afirmam que tudo vai maravilhosamente bem.

Mas isso desmoraliza a informação pública e cria o ambiente, negativo, de que é assim mesmo:
o governo mente e a gente não acredita ou deixa pra lá.
Só que nós, cidadãos e contribuintes, fazemos o papel de trouxas.
Nós pagamos pela farsa.

Carlos Alberto Sardenberg/O Globo
Engana que a gente paga

MAIS DOMINAÇÃO? EM REPÚBLICA DE TORPES... Nova tentativa de limitação do MP

É hora, nesta fase final de ano, de mutirões nos poderes Legislativo e Executivo. Nos governos e no Congresso, corre-se para aprovar medidas que dependem do calendário fiscal - geralmente, gastos - e aproveita-se o quórum nas Casas legislativas a fim de se desengavetar algum projeto polêmico.


Em um desses casos, tentou-se ontem, sem êxito, colocar em pauta de comissão especial a proposta de Emenda Constitucional n° 37, destinada a cassar o poder de investigação do Ministério Público, deixando-o como monopólio das polícias. É sugestivo que seus adversários a chamem de "PEC da impunidade". Não por coincidência, o autor do projeto, deputado Lourival Mendes (PTdoB-MA), é delegado.


Há um grande choque de lobbies no Congresso. Na tentativa de chegar a um meio termo, o relator da proposta, deputado Fábio Trad (PMDB-MS), incluiu no seu parecer duas exceções em que o MP poderia atuar em investigações: em crimes contra a administração pública (corrupção) e naqueles cometidos por organizações criminosas. Não equaciona bem a questão.

Há uma cerrada discussão sobre as prerrogativas dadas ao Ministério Público pela Constituição de 88, pela qual promotores e procuradores ganharam importante espaço institucional para atuar como representantes da sociedade, sem subordinação aos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. 

O debate está, também, na pauta do Supremo Tribunal Federal, em que tramita o julgamento do processo movido pelo ex-prefeito de Ipanema (MG), Jairo de Souza Coelho, para sustar sua condenação por crime de responsabilidade. Por ter sido investigado pelo MP, Coelho quer a anulação da pena.

O ainda ministro Cezar Peluso, relator do caso, deu razão ao ex-prefeito, mas votaram contra Gilmar Mendes, Celso de Mello, Joaquim Barbosa e Ayres Britto, os dois primeiros, porém, na linha do relator da PEC: 
entendem que o MP não pode investigar qualquer crime. O julgamento foi suspenso por um pedido de vista de Luiz Fux.

A depender do desfecho deste processo, muitos inquéritos podem vir a ser anulados, e isto num país em que a impunidade é eficaz mola propulsora da criminalidade.

Durante todo este tempo em que o MP patrocinou investigações, o saldo é bem positivo. Há desvios, mas que podem ser coibidos por um Conselho Nacional do Ministério Público (CNJ do MP) mais atuante.

A competência técnica do Ministério Público pode ser medida pela qualidade da denúncia encaminhada pela Procuradoria-Geral da República contra os mensaleiros. Além disso, não convém conceder qualquer monopólio de investigação às polícias. 

Tanto quanto o MP, elas são organismos de Estado, mas, como parte do Poder Executivo, têm excessiva proximidade de governos, e podem cair na tentação de ser mais fiéis a eles do que à Constituição.

O Globo

SEM "MARQUETINGUE" ! NO brasil maravilha dos FARSANTES( AQUELE DO ESTICA/ENCOLHE) E NÃO SAI DO LUGAR : Produção industrial cai 1% em setembro, mostra o IBGE. Foi o pior desempenho desde janeiro. No ano, indústria encolheu 3,5%

A produção industrial brasileira interrompeu uma sequência de três meses de crescimento ao diminuir 1% em setembro, na comparação com agosto, informou pesquisa do IBGE divulgada nesta quinta-feira. 

É o pior resultado desde janeiro, quando o setor encolheu 1,8%. Na comparação com setembro do ano passado, a queda na produção foi ainda maior, de 3,8% o pior desempenho desde junho, cuja contração foi de 5,6% na comparação com o mesmo mês de 2011. No ano, a indústria já diminuiu 3,5%; nos últimos 12 meses, a queda acumulada é de 3,1%.

A diminuição ocorrida na indústria foi duas vezes maior do que se previa. De acordo com pesquisa da agência de notícias Reuters junto a 35 analistas do mercado financeiro, esperava-se que o recuo fosse 0,5% na passagem de agosto para setembro

André Macedo, gerente da pesquisa do IBGE, afirma que o resultado negativo contrasta com os três meses consecutivos de alta que havia antes. Ele afirmou, contudo, que parte da magnitude da queda de 1% na produção industrial do mês pode ser causada por um efeito calendário, pois em setembro foram apenas 19 dias úteis, contra 23 em agosto e 21 em setembro do ano passado:

A comparação da produção industrial de setembro sobre agosto (queda de 1%) leva em conta um ajuste sazonal, mas é possível que, com uma diferença tão grande, de quatro dias úteis a menos, pode não ter sido tão bem captada no ajuste. 

E na comparação com setembro do ano passado também, a queda contra o mesmo mês do ano anterior, 3,8%, seria de apenas 1,4% se fizéssemos um ajuste sazonal nesta comparação, algo que nunca fazemos. Mas o fato é que tivemos um setembro com menor ritmo da produção industrial.

Segmento de máquinas e equipamentos recua 4,8%

Quase todas as categorias de uso registraram queda na produção em setembro: bens duráveis com queda de 1,4%, bens intermediários com redução de 1,1%, bens de capital com queda de 0,6% e bens de consumo com queda de 0,1%. A única exceção ficou com os bens semiduráveis e não-duráveis, que registraram estabilidade.

Entre os ramos industriais, 16 dos 27 analisados encolheram. 
Chamou atenção a queda na produção do setor de máquinas e equipamentos, que foi de 4,8%. Foi a segunda contração seguida do segmento, que acumula recuo de 8,5% desde agosto. Esse ramo é acompanhado de perto pelos analistas porque costuma indicar o comportamento da economia no futuro: 
se os empresários estão comprando mais máquinas hoje, significa que estão investindo para produzir mais amanhã.

Outras contribuições negativas vieram da categoria da produção de outros produtos químicos (-3,2%), 
alimentos (-1,9%), 
perfumaria, sabões e produtos de limpeza (-10,0%), 
fumo (-11,7%) que devolveu parte do forte crescimento, de 35,6%, verificado em agosto indústrias extrativas (-1,6%), 
veículos (-0,7%) 
e mobiliário (-5,3%).

A diminuição na produção de veículos em setembro contrasta com a alta de 9,2% acumulada entre junho e agosto. Mas o segmento foi prejudicado pela fabricação de carros, que teve queda. Os caminhões, por outro lado, tiveram alta. Apesar de não indicar os números internos deste segmento, André Macedo afirma que esta relação entre carros e caminhões era inversa nos outros meses ou seja, carros aumentando a produção e caminhões puxando o setor para baixo.

Entre os ramos que ampliaram a produção e ajudaram a evitar queda maior na indústria, estão o farmacêutico (aumento de 6,0%) e de outros equipamentos de transporte (4,4%).

Endividamento e antecipação de compra

O gerente da pesquisa afirmou que há outros fatores que explicam a queda, como o aumento do endividamento das famílias e uma eventual antecipação de compras, em parte porque, em tese, a redução do IPI para automóveis acabaria na virada de agosto para setembro, depois prorrogado para o final de outubro e agora, para dezembro. 

Ele acredita também que parte da redução pode ser justificada pela alta base de comparação, já que em agosto, por exemplo, a produção industrial havia registrado alta de 1,7%.

Macedo acredita, contudo, que parte desta queda da produção industrial pode ter aproveitado a alta das vendas para ajustar os seus estoques, o que poderia significar um bom momento no setor industrial no último trimestre. macedo disse que, historicamente, os meses de agosto, setembro e outubro são de picos da produção industrial por causa das encomendas de natal, mas disse que isso não é absoluto e que não se pode dizer que este mês está atípico, pois no ano passado também houve queda da produção industrial em setembro e porque, neste ano, a alteração do IPI para alguns segmentos pode ter alterado a dinâmica tradicional do setor industrial.

O Globo

FALA, VALÉRIO ! TREMEI DÉSPOTA FRUSTRADO, CACHACEIRO PARLAPATÃO II

Empresário condenado como o operador do mensalão, Marcos Valério Fernandes de Souza prestou depoimento ao Ministério Público Federal no fim de setembro. Espontaneamente, marcou uma audiência com o procurador-geral da República, Roberto Gurgel. Fez relatos novos e afirmou que, se for incluído no programa de proteção à testemunha – o que o livraria da cadeia -, poderá dar mais detalhes das acusações.

Dias depois do novo depoimento, Valério formalizou o pedido para sua inclusão no programa de testemunhas enviando um fax ao Supremo Tribunal Federal. O depoimento é mantido sob sigilo. Segundo investigadores, há menção ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao ex-ministro Antonio Palocci e a outras remessas de recursos para o exterior além da julgada pelo Supremo no mensalão – o tribunal analisou o caso do dinheiro enviado a Duda Mendonça em Miami e acabou absolvendo o publicitário.

Ainda no recente depoimento à Procuradoria, Valério disse já ter sido ameaçado de morte e falou sobre um assunto com o qual parecia não ter intimidade: o assassinato em 2002 do então prefeito de Santo André, Celso Daniel.

A “troca” proposta pelo empresário mineiro, se concretizada, poderá livrá-lo da prisão porque as testemunhas incluídas no programa de proteção acabam mudando de nome e passam a viver em local sigiloso tentando ter uma vida normal. No caso da condenação do mensalão, Valério será punido com regime fechado de detenção. A pena ultrapassou 40 anos – o tempo da punição ainda poderá sofrer alterações no processo de dosimetria. O empresário ainda responde a pelo menos outras dez ações criminais, entre elas a do mensalão mineiro.

Estadão