"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

junho 23, 2010

BRASIL : A FOME AINDA ATINGE 35% BRASILEIROS.

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A fome zero ainda não é realidade no País, embora o acesso das famílias brasileiras à comida tenha aumentado significativamente em sete anos.

Ainda que 35,5% das famílias vivam em situação de "insuficiência da quantidade de alimentos consumidos", segundo a POF 2008/2009, o porcentual é bem inferior ao apurado na pesquisa anterior, referente ao período 2002/2003, quando os alimentos eram insuficientes para 46,7% das famílias consultadas.

No Norte, mais de 50% das famílias ainda não comem o que necessitam.

Segundo o levantamento, houve redução da fome em todas as regiões brasileiras.
Os destaques ficaram com o Sudeste - onde os alimentos eram insuficientes para 43,4% das famílias em 2003, enquanto em 2009 essa situação baixou para 29,4% e o Norte (de 63,9% para 51,5%).

Apesar de comerem mais, as famílias brasileiras ainda não conseguem escolher sempre os alimentos consumidos, também mostra a pesquisa.

Apenas 35,2% delas consomem sempre os alimentos "do tipo preferido", enquanto 52% nem sempre conseguem comer o que querem.

Outras 12,9% das famílias "raramente" consomem o tipo preferido de comida.

Leia também :

Programas de transferência são 18,5% da renda

Jacqueline Farid, da Agência Estado

DÉFICIT/ INDÚSTRIA TRIPLICA E CHEGA A US$ 18 BI .

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Sergio Lamucci, de São Paulo Valor Econômico -

O déficit comercial da indústria de transformação triplicou nos primeiros cinco meses do ano e alcançou US$ 18,8 bilhões.


O resultado, quando comparado aos indicadores industriais, sugere uma forte importação para complementar a oferta interna - e não substituí-la, na maioria dos casos, por enquanto.

A importação da indústria aumentou 55% de janeiro a maio, em relação a igual período do ano passado, e a exportação cresceu 22% na mesma comparação, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio.

Impulsionada pelo mercado interno aquecido, foi principalmente a importação de insumos que fez o déficit comercial da indústria sair de US$ 5,6 bilhões no ano passado para os quase US$ 19 bilhões nos cinco primeiros meses de 2010.

O segmento metalúrgico foi o que apresentou maior deterioração, deixando um superávit de US$ 1,8 bilhão até maio de 2009 para um déficit de US$ 5,3 bilhões neste ano.

O uso da capacidade instalada no segmento passou de 71,3% em maio do ano passado para 87,7% no mesmo mês deste ano, indicando que o déficit não veio acompanhado de uma perda de produção.

As importações - que incluem aço, alumínio e ferro, entre outros insumos - saltaram de US$ 3,1 bilhões para US$ 10,8 bilhões.

O ritmo de crescimento das importações em 2010 impressiona.

De janeiro a maio, o volume importado (de todos os bens e por todos os setores) aumentou 41,5% em relação ao mesmo período de 2009.


"Esse crescimento é resultado da soma explosiva de demanda forte e dólar barato, que no Brasil bate mais forte nas importações que nas exportações", diz o economista André Sacconato, da Tendências Consultoria Integrada.

Para ele, as importações de bens intermediários e bens de capital são um sinal positivo, por sinalizar aumento da produção futura das empresas.

UMA CONTA QUE NÃO FECHA.

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Agencia o Globo/Patrícia Duarte O Globo

A crise europeia acertou em cheio a entrada de Investimento Estrangeiro Direto (IED), voltados para o setor produtivo, no Brasil.

O Banco Central (BC) anunciou ontem a revisão de sua projeção para o ingresso desses recursos em 2010, que caiu 15,56%, de US$ 45 bilhões para US$ 38 bilhões.

Os dados oficiais revelam que, nos cinco primeiros meses deste ano, recuaram especialmente os desembolsos originados na Holanda por onde passam muitas aplicações europeias antes do aporte no país e na Espanha.

A nova estimativa para o fluxo de recursos produtivos, apesar de maior que o volume do ano passado (US$ 25,949 bilhões), não será suficiente para bancar todo o déficit em transações correntes neste ano, que deve ficar em US$ 49 bilhões, segundo o BC.

O rombo externo somente será coberto com a ajuda dos capitais estrangeiros voltados para ações e títulos de renda fixa no país, um fluxo mais volátil e que costuma ser de curto prazo, cujo superávit estimado é de US$ 35 bilhões.

Maio teve pior déficit externo desde 2001

Em maio, as transações correntes do país fecharam com déficit de US$ 2,020 bilhões, o pior resultado para o mês desde 2001, quando ficou em US$ 2,186 bilhões.

O mau desempenho veio sobretudo das remessas de lucros e dividendos, que somaram US$ 2,880 bilhões no período. Em junho, até ontem, já somavam US$ 1,724 bilhão.

O RISCO DO CAPITAL VOLÁTIL.

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Fabio Graner O Estado de S. Paulo
A fotografia dos cinco primeiros meses do ano e as projeções do Banco Central para 2010 confirmam o cenário de piora na condição das contas externas, com aumento na dependência de capitais que podem sair a qualquer momento.

Apesar de a trajetória não estar sendo a desejável para a economia brasileira, ainda não há razões para se temer uma crise de balanço de pagamentos a médio prazo, como nos anos 80 e 90.
Afinal, o Brasil está protegido por reservas de mais de US$ 250 bilhões.

De janeiro a maio deste ano, o déficit na conta corrente do balanço de pagamentos foi de US$ 18,75 bilhões ? 2,35% do PIB. No mesmo período, os investimentos estrangeiros diretos (IED) somaram US$ 11,41 bilhões, ou 1,43% do PIB.

A diferença entre os dólares que saíram pela conta corrente e os que entraram pelo IED este ano foi de US$ 7,34 bilhões, quase 1% do PIB.

Coube aos investimentos estrangeiros em ações e renda fixa e aos empréstimos realizados por financiadores externos o papel de cobrir esse buraco.

E o fizeram com folga, permitindo que o Banco Central comprasse até maio US$ 12,7 bilhões.

O problema é que esse tipo de recurso que hoje está ajudando o Brasil a fechar suas contas externas pode se tornar escasso.

Se a crise na Europa, por exemplo, se agravar, os investidores internacionais podem levar seu dinheiro para os títulos do Tesouro americano.

Outra situação que poderia reverter a trajetória desses recursos é uma alta de juros nas principais economias.

Por ora, isso parece distante, mas o tempo passa, as crises também e, em algum momento, o mundo desenvolvido terá de trazer seus juros a um nível mais realista.

E, dependendo de como isso ocorrer, o fluxo de capitais para países emergentes pode ter uma reversão significativa.