"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

novembro 04, 2010

POR R$1,99 : ESTATAIS R$107BI/INV. 612 CARGOS/SAL. DE R$20 MIL ETC..POBRE BRASIL!

Empresas federais são o objeto de cobiça dos aliados de Dilma Rousseff.

Para 2011, estatais têm uma previsão de R$ 107 bilhões em investimentos e participação em obras de grande visibilidade.

Ao menos 612 postos em cargos executivos poderão ser preenchidos por apadrinhados.
Muitos salários passam de R$ 20 mil.

Mais do que um assento em um dos prédios da Esplanada dos Ministérios, são as estatais federais o principal alvo dos políticos da base que dará sustentação ao governo de Dilma Rousseff.

Com os cofres abarrotados e obras vistosas que poderão render uma penca de votos, as empresas lideram o rateio nas listas de cargos preparadas pelos partidos com destaque para o PT e o PMDB, certos de que sairão como grandes vencedores no processo de barganha.

Pela proposta orçamentária de 2011, em análise no Congresso, as companhias deverão investir R$ 107,5 bilhões valor sem precedentes para um único ano e 13,3% superior ao total a ser desembolsado em 2010 (R$ 94,9 bilhões).

O apetite dos políticos envolve 73 empresas controladas diretamente pela União.

Quando incluídas as subsidiárias das estatais, esse número sobe para 102.

Como, em média, as companhias têm seis cargos executivos, pelo menos 612 postos poderão ser preenchidos por apadrinhados dos partidos que apoiam Dilma.

Os salários não são de se jogar fora:
passam, na maioria dos casos, de R$ 20 mil por mês quase o dobro do pago a ministros de Estado (R$ 10.748).

É impressionante como a grande maioria das pessoas só comenta sobre a divisão dos ministérios entre os políticos.

Mas é nas empresas estatais que eles fazem a festa.

É nelas que estão os grandes salários e os bônus, diz um técnico do Ministério do Planejamento.

As joias mais cobiçadas são a Petrobras,
a Eletrobras,
os Correios,
o Banco do Brasil,
a Infraero e a Caixa Econômica Federal, que, juntas, respondem por mais de 95% dos investimentos estatais.

Mas há, também, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que se transformou em uma máquina de liberar dinheiro, e o Banco do Nordeste (BNB) e o Banco da Amazônia (Basa), que dão imensa visibilidade a políticos onde lhes interessa em suas bases de votação.

Pode esperar:
veremos uma guerra fratricida pelas estatais.

Vale-tudo

Na Petrobras, se prevalecer o pedido do governador reeleito da Bahia pelo PT, Jaques Wagner, o atual presidente, José Sergio Gabrielli, permanecerá no posto pelos próximos dois anos.

No Banco do Brasil, onde a presidência e as nove vices estão à disposição de Dilma para entrar no tabuleiro político, todos os atuais ocupantes desses cargos dão como encerradas as missões em 31 de dezembro próximo.

Os peemedebistas também almejam a presidência da Caixa, hoje entregue à petista Maria Fernanda Ramos Coelho.

O nome mais cotado para sucedê-la é o de Moreira Franco, que, em abril deste ano, deixou uma das vice-presidências do banco para trabalhar no programa do PMDB entregue a Dilma.

Mas Moreira acha que merece mais: o Ministério das Cidades, responsável pelas obras de habitação e saneamento contidas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Para o comando do Banco do Nordeste (BNB) deve ir um indicado dos irmãos Ciro e Cid Gomes.

As diretorias do Basa devem ser preenchidas por afilhados do senador Alfredo Nascimento (PR), ex-ministro dos Transportes, e de Vanessa Grazziotin (PCdoB), eleita senadora pelo Amazonas.

Cofres cheios

Companhias terão 13,3% a mais para investir no ano que vem (Em R$ bilhões)
Petrobras - 91,2

Eletrobras - 8,2

Infraero - 2,2

Banco do Brasil - 2,2

Caixa - 0,9

Outras - 2,8

Fonte: Proposta de Orçamento em análise no Congresso

Vicente Nunes Correio Braziliense

EMPREENDER NO BRASIL : A DIFICULDADE ROTINEIRA SEMPRE CRESCENTE.

Ficou ainda mais difícil fazer negócios no Brasil.

O relatório Doing Business 2011, divulgado pelo Banco Mundial na quarta-feira, mostra que o País ficou ainda mais hostil às empresas aqui instaladas:
o Brasil caiu da 124.ª posição no ano passado para 127.ª este ano, após ajustes na metodologia, entre 183 países.

O relatório analisa uma série de fatores que facilitam ou complicam a vida das empresas nos países:abertura de empresa, alvarás de construção, registro de propriedade, acesso a crédito, proteção a investidores, pagamento de impostos, facilidade para importação e exportação, cumprimento de contratos e fechamento de empresa.

Os países com melhor colocação foram Cingapura, em primeiro lugar, seguida de Hong Kong,

Nova Zelândia,

Grã-Bretanha e Estados Unidos.

Os piores são Guiné, em 179.º,

Eritreia,

Burundi,

República Centro-Africana e , por último, o Chade, em 183.º.

O Brasil piorou em quase todas as categorias.

No item tempo para pagar impostos, o País é o campeão mundial da burocracia – no Brasil, são necessárias 2.600 horas para se pagar taxas, somando tempo para reunir comprovantes, procedimentos, e outros.

Como comparação, em países como Emirados Árabes, são consumidas só 12 horas por ano.

Para abrir uma empresa no Brasil, são necessários 15 procedimentos.

No Canadá e na Nova Zelândia, para comparar, basta um procedimento para abrir seu negócio.

Enquanto no Brasil são necessários 120 dias para abrir a empresa, na Nova Zelândia basta um dia.

Também para se conseguir um alvará de construção, o Brasil bate recordes negativos – são necessários 411 dias.

O Haiti é o lanterninha -–1.179 dias – para ter autorização para construir alguma coisa. Em Cingapura, são 25 dias.

A burocracia brasileira exige 14 procedimentos para se registrar uma propriedade.

Na Geórgia, Noruega, e Portugal, é possível registrar uma propriedade com apenas um procedimento.

O Brasil tem um dos maiores custos para exportação – US$ 1.790 por contêiner.

Na América Latina, só perde da Venezuela, onde o custo é de US$ 2.590 por contêiner.

Na Malásia, por exemplo, o custo é de US$ 450 e, no Chile, US$ 745 – tudo isso prejudica a competitividade das exportações brasileiras.

Patrícia Campos Mello, de O Estado de S. Paulo