"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

setembro 06, 2010

"A MARIA - MOLE MORAL" DO BRASIL

Click na imagem e assista o vídeo de outra entrevista na coluna do Augusto Nunes
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O Brasil está mergulhado hoje em "uma espécie de maria-mole moral".

O escândalo das seguidas quebras de sigilo fiscal na Receita Federal e o modo como esta conduziu o assunto "é um sinal a mais desse fenômeno", afirma o jurista Carlos Ari Sundfeld, da Escola de Direito de São Paulo, da FGV, e da Sundfeld Advogados, em São Paulo.

A maria-mole cresce quando o próprio ministro da Fazenda, Guido Mantega, informa, com certa naturalidade, que "não foi só o sigilo de algumas pessoas com vinculações partidárias que foi quebrado. Foi um número muito maior".

O jurista vai direto ao ponto:
a administração pública, no Brasil, não conseguiu criar instrumentos de blindagem contra times, ou bandos, que buscam espaço e poder político.

Como dar um fim a esses abusos e devolver a segurança aos cidadãos?

Poderia ser criada, diz ele, "uma espécie de CNJ da Receita" - a exemplo do Conselho Nacional de Justiça, "que tem tido sucesso em implantar processos adequados no Judiciário".

Essa fragilidade dos controles, que expõe a cidadania a todo tipo de riscos, vem de longe.

"O fato é que, na passagem da ditadura militar para a democracia, não conseguimos introduzir a liberdade como uma agenda fundamental do País, como foi feito com a estabilização econômica e o combate à pobreza."

Mas instituir novos controles não basta, adverte.

É preciso que os líderes políticos "introduzam, ou reintroduzam, uma régua moral para sinalizar os limites".

Coisa que "até no regime militar aconteceu, quando Ernesto Geisel deixou claro, aos grupos radicais deixados soltos por Médici, que havia limites à sua atuação".

É exagero dizer que, no atual momento, até o Judiciário às vezes parece acuado?

Não só o Poder Judiciário.
A Justiça Eleitoral também.
O Ministério Público não tem coragem de bulir com o presidente.

Estamos vivendo um período em que o Judiciário e o Ministério Público se encolheram, diante do presidente da República.
E por que isso acontece?

Porque um avanço da parte dessas instituições tem sempre um custo político. Quando alguém age, precisa sentir que existe apoio.

Se ele não é percebido, a tendência é conter um pouco a ação. E com isso não se dizem as coisas que levariam o presidente a refletir sobre seu papel.

Continua :
'O País precisa de uma régua moral'

O QUE SERÁ DELES SE A "COISA" NÃO FOR ELEITA?

A VERDADEIRA AÇÃO ENTRE AMIGOS

No Brasil, uma nova maneira de governar foi criada.

Em Brasília, há passe livre para os egressos dos movimentos sindicais, principalmente se forem ligados ao PT.

Para essas pessoas parece que as portas são mais largas e os caminhos menos sinuosos.

Criou-se na capital federal a casta dos integrantes da República sindical brasileira. "Nunca antes na historia desse País" tantos ex-dirigentes sindicais ocuparam postos chaves no destino da Nação Brasileira.

É sobre essas pessoas, o que faziam e o que estão fazendo agora que nós iremos falar.

Continua :

A HORA E A VEZ DE FERREIRA GULLAR


FAZ MUITOS ANOS já que não pertenço a nenhum partido político, muito embora me preocupe todo o tempo com os problemas do país e, na medida do possível, procure contribuir para o entendimento do que ocorre.

Em função disso, formulo opiniões sobre os políticos e os partidos, buscando sempre examinar os fatos com objetividade.

Minha história com o PT é indicativa desse esforço por ver as coisas objetivamente.
(...)
Lembro-me do entusiasmo de Mário Pedrosa por Lula, em quem via o renascer da luta proletária, paixão de sua juventude.

Durante a campanha pela Frente Ampla, numa reunião no Teatro Casa Grande, pela primeira vez pude ver e ouvir Lula discursar.

Não gostei muito do tom raivoso do seu discurso e, especialmente, por ter acusado "essa gente de Ipanema" de dar força à ditadura militar, quando os organizadores daquela manifestação -como grande parte da intelectualidade que lutava contra o regime militar- ou moravam em Ipanema ou frequentavam sua praia e seus bares.

Pouco depois, o torneiro mecânico do ABC passou a namorar uma jovem senhora da alta burguesia carioca.

Não foi isso, porém, que me fez mudar de opinião sobre o PT, mas o que veio depois: negar-se a assinar a Constituição de 1988, opor-se ferozmente a todos os governos que se seguiram ao fim da ditadura -o de Sarney, o de Collor, o de Itamar, o de FHC.

Os poucos petistas que votaram pela eleição de Tancredo foram punidos. Erundina, por ter aceito o convite de Itamar para integrar seu ministério, foi expulsa.

Durante o governo FHC, a coisa se tornou ainda pior: Lula denunciou o Plano Real como uma mera jogada eleitoreira e orientou seu partido para votar contra todas as propostas que introduziam importantes mudanças na vida do país.

Os petistas votaram contra a Lei de Responsabilidade Fiscal e, ao perderem no Congresso, entraram com uma ação no Supremo a fim de anulá-la. As privatizações foram satanizadas, inclusive a da Telefônica, graças à qual hoje todo cidadão brasileiro possui telefone.

E tudo isso em nome de um esquerdismo vazio e ultrapassado, já que programa de governo o PT nunca teve.

Ao chegar à presidência da República, Lula adotou os programas contra os quais batalhara anos a fio.

Não obstante, para espanto meu e de muita gente, conquistou enorme popularidade e, agora, ameaça eleger para governar o país uma senhora, até bem pouco desconhecida de todos, que nada realizou ao longo de sua obscura carreira política.

No polo oposto da disputa está José Serra, homem público, de todos conhecido por seu desempenho ao longo das décadas e por capacidade realizadora comprovada.

Enquanto ele apresenta ao eleitor uma ampla lista de realizações indiscutivelmente importantes, no plano da educação, da saúde, da ampliação dos direitos do trabalhador e da cidadania, Dilma nada tem a mostrar, uma vez que sua candidatura é tão simplesmente uma invenção do presidente Lula, que a tirou da cartola, como ilusionista de circo que sabe muito bem enganar a plateia.

A possibilidade da eleição dela é bastante preocupante, porque seria a vitória da demagogia e da farsa sobre a competência e a dedicação à coisa pública.
(...)
O povo nem sempre acerta.
Por duas vezes, o Brasil elegeu presidentes surgidos do nada -Jânio e Collor.
O resultado foi desastroso.
Acha que vale a pena correr de novo esse risco?

Ferreira Gulla
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Original/Íntegra :
Blog do Angelo da C.I.A:

FALÊNCIAS DECRETADAS CRESCERAM 18,9% ANTE JULHO

O número de empresas que tiveram falência decretada cresceu 18,9% em agosto, na relação com julho, de acordo com o Indicador Serasa Experian de Falências e Recuperações divulgado nesta segunda-feira, 6.

Ao todo, houve 63 decretos em agosto, sendo 55 de micro e pequenas empresas, cinco de médias empresas e três de grandes empresas.

Quanto às falências requeridas, o indicador Serasa também mostrou elevação.

Em agosto, foram 186 pedidos de falência, 5,1% a mais que em julho.

Destes, 119 foram requeridos por micro e pequenas empresas, 46 por médias, e 21 por grandes empresas.

As elevações verificadas na comparação mensal - tanto nas falências decretadas como nos pedidos de falência -, se devem à desaceleração econômica no segundo trimestre e ao impacto da elevação dos juros no capital de giro, segundo análise dos economistas da Serasa Experian.

Já na relação de agosto de 2010 sobre agosto de 2009, as falências decretadas e requeridas apresentaram queda. Houve uma diminuição de 4,5% no número de decretos, e de 11,4% no de requerimentos.

Em agosto de 2009, apesar do País já ter saído da crise econômica internacional, os indicadores de insolvência ainda eram elevados, o que justifica a queda verificada, apontam os economistas.

A perspectiva é de que as falências oscilem mensalmente, refletindo o ritmo da atividade econômica.

Os economistas da Serasa Experian acreditam, ainda, que se confirmada a expectativa de um bom final de ano para o comércio e a indústria, deve haver uma maior redução na insolvência dos negócios.

Agência Estado

BALANÇA COMERCIAL TEM SUPERÁVIT ACUMULADO 42% MENOR QUE EM 2009.

A balança comercial brasileira acumula superávit de US$ 11,822 bilhões no ano, até a primeira semana de setembro (1 a 5).

Segundo dados divulgados nesta segunda-feira, 6, pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), o saldo é 41,9% inferior aos US$ 20,351 bilhões registrados em igual período de 2009, segundo dados do MDIC.

A corrente de comércio (soma das exportações e importações) atingiu US$ 245,602 bilhões no acumulado do ano, valor 35,7% superior ao verificado no mesmo período do ano passado (US$ 180,993 bilhões).

As exportações somam US$ 128,712 bilhões, com média diária de US$ 757,1 milhões, o que representa um aumento de 27,9% ante a média registrada no mesmo período de 2009 (US$ 592,2 milhões).

As importações totalizam US$ 116,890 bilhões, com média diária de US$ 687,6 milhões, aumento de 45,5% em relação à média verificada em igual período do ano passado (US$ 472,5 milhões).

Primeira semana de setembro

A balança comercial brasileira registrou um superávit de US$ 138 milhões na primeira semana de setembro (1 a 5).

Em três dias úteis, as exportações somaram US$ 2,616 bilhões, com média diária de US$ 872 milhões, o que representa um aumento de 32,1% ante a média apurada em setembro do ano passado (US$ 660,1 milhões) e uma queda de 0,3% ante agosto passado (US$ 874,4 milhões).

As importações totalizaram US$ 2,478 bilhões, com média diária de US$ 826 milhões, um incremento de 38,2% ante setembro de 2009 (US$ 597,8 milhões) e de 8,2% em relação a agosto passado (US$ 763,5 milhões).

Sandra Manfrini, da Agência Estado

A IDÉIA E INVENÇÃO CRIADA NAS RODADAS DE BEBIDAS FORTES RESULTOU NA "COISA" UM PRODUTO COM DESTRAMBELHO QUE PRECISA DE VIGILÂNCIA TOTAL

Vejam esta foto de ontem, de Lula Marques, publicada na Folha.

dilma-com-dutra

Como vocês vêem, a candidata petista está concedendo uma entrevista coletiva, e o guarda-costas é o presidente do PT, José Eduardo Dutra.

Reveza na tarefa com outro segurança, José Eduardo Cardozo. Às vezes, os dois dão plantão no mesmo dia.

Alguém pode me explicar o que isso significa? Por que Dilma precisa ter sempre um homem na vigilância?

O que não tenho claro é se os Eduardos vigiam a candidata ou os jornalistas.

A situação, a gente percebe na TV, é sempre um tanto constrangedora: onde pôr as mãos, para onde olhar, reage às respostas ou faz cara de múmia?

Sei que os petistas podem dizer que sua fórmula é eficiente.

Mas isso não me impede de observar que a candidata parece tutelada até quando diz “boa tarde”.

Por Reinaldo Azevedo

Guarda-Costas

03 DE OUTUBRO ESTAREMOS NA BIFURCAÇÃO E OS RUMOS SERÃO : ÉTICA/LIBERDADE(NOVO) - OU BANDIDAGEM/AUTORITARISMO(MESMO). CHEGA DE PORRES, NÉ NÃO?

Mais Estado em sua vida

(...)
O que se viu no transe da ditadura foi o germinar de duas tendências opostas: liberdade versus autoritarismo.

Os democratas, como Tancredo Neves e Ulysses Guimarães, entre outros, partiram para luta contra a ditadura, mas sempre apontando para o horizonte de um regime aberto.
Outros, como Dilma Rousseff e Franklin Martins, partiram para a clandestinidade.
Passaram-se muitos anos. A guerrilha foi substituída pelos ensinamentos de Gramsci, pela força do marketing político e pela manipulação populista das massas desvalidas.

Mas a alma continua a mesma: autoritária. A hipótese de que caminhamos para uma aventura antidemocrática não se apoia apenas na intuição e na experiência da História.

Ela está gritando na força inequívoca dos fatos. Vamos lá, caro leitor.

Em discurso, ao lado do presidente Lula, o ministro Franklin Martins criticou a imprensa e disse que os jornais e as emissoras de TV vão perder o controle sobre as notícias levadas à opinião pública.

Eles participaram do lançamento da TVT, do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.

Franklin disse que o canal ajudará a internet a quebrar o poder dos "aquários", jargão que identifica a chefia das redações dos grandes jornais.

"Isso é uma revolução e incomoda muita gente que ficava no Olimpo. Mas é irreversível, e está apenas começando."

O inimigo é claro e declarado: a imprensa independente.

A mesma que combateu a ditadura militar e que se opõe, e se oporá sempre, aos novos ímpetos autoritários que se vislumbram no horizonte pós-eleitoral.
O projeto de controle das comunicações e das liberdades públicas não é uma possibilidade.
É uma estratégia em clara implantação.

O respeitado especialista Ethevaldo Siqueira, em artigo no jornal O Estado de S. Paulo, fez uma impressionante radiografia do avanço controlador.

"O PT não quer simplesmente continuar, mas se prepara para aprofundar o aparelhamento do Estado na área das comunicações. Ao longo de quase oito anos, o partido ocupou quase todos os espaços de poder na área de comunicações", diz Siqueira.
(...)
A tomada das comunicações, clara, aberta e despudorada, é mais um capítulo, mas não encerra os procedimentos previstos no manual de instruções antidemocrático.

Assistimos, atônitos, à transformação de instituições da República em autênticas estruturas de coordenação de ações criminosas.
(...)
Por incrível que pareça, Eduardo Jorge só teve acesso às investigações da Receita graças a uma decisão judicial.

E aí ficou muito claro que as quebras de sigilo não foram fatos isolados, mas parte de um esquema.

Com a bomba no colo, o governo partiu para um gesto teatral: a entrevista concedida às pressas pelo chefe da Receita Federal.
Foi patética.
Tudo não teria passado de um esquema de propina na delegacia da Receita em Mauá.

É a versão atualizada do caso dos aloprados.
A explicação da Receita, embora carregada de nonsense, só ocorreu por uma razão: a pressão incontornável da verdade informativa.

É isso que incomoda.

É isso que se quer controlar.

Algemada a imprensa, sucumbe a liberdade e morre a cidadania. Controle das comunicações, cerco à imprensa independente, aparelhamento das instituições.

Delírio persecutório?
Não.
Fatos. Só fatos. É sombrio o horizonte da democracia brasileira.

Agora, com a economia turbinada, tudo é festa e a capacidade crítica se esvai.

Mas um país com imprensa ameaçada, oposição esfacelada, instituições aparelhadas, comunicação controlada e sob o efeito de um crescente populismo assistencialista é tudo menos uma democracia.

Escarmentemos no exemplo venezuelano.

Cabe-nos resistir, como no passado, com as armas do profissionalismo, da ética inegociável e da defesa da liberdade.

A democracia pode cambalear, mas sempre prevalece.

Íntegra :

Ameaças à democracia

Carlos Alberto di Franco - O Estado de S.Paulo

DOUTOR EM COMUNICAÇÃO, É PROFESSOR DE ÉTICA E DIRETOR DO MASTER EM JORNALISMO E-MAIL: DIFRANCO@IICS.ORG.BR