"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

março 28, 2011

CONSTRUÇÃO CIVIL(INCC-M) FICA MAIS CARA.

O Índice Nacional de Custo da Construção - Mercado (INCC-M), medido pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV), atingiu 0,44%, em março, resultado maior do que o de fevereiro (0,39%).

Desde o começo do ano, o índice acumula alta de 1,21% e, nos últimos 12 meses, de 7,45%.
O INCC é um dos subcomponentes do Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M).


As taxas subiram em índices superiores aos do mês anterior em quatro das sete capitais onde a pesquisa é realizada:
Salvador, com 0,62% ante 0,41%; Brasília, com 0,15% ante 0,04%; Belo Horizonte, com 0,54% ante 0,31%; e Porto Alegre, com 1,02% ante 0,24%.
Nas demais, as correções ocorreram com variações menores:
São Paulo, com 0,34% ante 0,46%; Rio de Janeiro, com 0,35% ante 0,42%; e Recife com 0,33% ante 0,92%.


A taxa do setor da mão de obra aumentou na média em mais do que o dobro (de 0,12% para 0,27%) e acumula em 12 meses alta de 9,36%. Esse crescimento foi influenciado, principalmente, pelos reajustes salariais concedidos em duas localidades, Salvador e Porto Alegre.

Na capital gaúcha, os profissionais receberam adicionais previstos no acordo coletivo da categoria, que elevaram os ganhos na média em 1,30%. Na capital baiana, as correções tiveram variação média de 0,56%.

No segmento materiais, equipamentos e serviços, o índice perdeu força, passando de 0,65% para 0,60%. Nos últimos 12 meses, a variação alcançou 5,72%. O que mais tem encarecido são as instalações elétricas, embora tenham apresentado percentual menor do que em fevereiro (de 2,56% para 1,30%).
Desde o começo do ano, esses serviços acumulam um aumento de 5,89% e, nos últimos 12 meses, de 18,29%.

Agência Brasil

AINDA EM MÁS COMPANHIAS

Após oito anos de manifestações de amizade e alianças firmadas com alguns dos principais facínoras do mundo, o Brasil surpreendeu ao votar na ONU a favor de investigar o Irã por suspeita de violação de direitos humanos. Ainda não se trata de uma guinada completa na nossa política externa, mas pode ser um bom começo. A lista de más companhias a serem evitadas pela nossa diplomacia é caudalosa.

A votação no Conselho de Direitos Humanos da ONU ocorreu na última quinta-feira. Foi a primeira vez que o Brasil deliberou contra o Irã desde 2003. Desde então, foram sete abstenções em votações sobre o país de Mahmoud Ahmadinejad no órgão da Assembleia Geral da ONU - uma delas em novembro do ano passado, quando foram propostas punições ao Irã por apedrejamentos e enforcamentos em praça pública e o Brasil calou-se.

O país de Ahmadinejad - além de condenar à morte por apedrejamento uma mãe de família como Sakineh Ashtiani, por suposto adultério - persegue oposicionistas, jornalistas, dissidentes, homossexuais e qualquer um que se arrisque a discordar de seus líderes totalitários. Para o PT, até pouco tempo atrás, o que ocorria por lá era como briga entre "flamenguistas e vascaínos", na memorável definição de Lula.

De acordo com o voto brasileiro na ONU na semana passada, "o Brasil acredita que todos os países, sem exceção, têm desafios a serem superados na área de direitos humanos e espera que os principais copatrocinadores dessa iniciativa [o envio de um relator especial ao Irã] apliquem os mesmos padrões a outros possíveis casos de não cooperação com o sistema de direitos humanos das Nações Unidas". Espera-se que o Brasil pratique o que prediz.

É prematuro dizer que a atitude de agora contra o Irã seja um rompimento com a diplomacia posta em prática pelo governo anterior. "Por ora o que se vê é uma mudança nas ênfases e nos procedimentos tendo em vista a retomada de valores essenciais em regimes de liberdade. A volta, digamos assim, à normalidade", escreveu Dora Kramer. Mas a chancelaria brasileira tem no voto proferido na ONU na semana passada uma boa carta de intenções para seguir adiante no bom caminho. Terá trabalho pela frente.

A lista de más amizades costuradas ao longo do governo de Lula é de fazer inveja à mítica Legião do Mal - os inimigos criados pela DC Comics para rivalizar com os super-heróis da Liga da Justiça. Para começar, basta lembrar que o líbio Muamar Kadafi foi chamado de "amigo e irmão" pelo presidente Lula, para quem tudo o que era atribuído ao ditador ora em desgraça não passava de "invenção da mídia".

Mas resolver a questão líbia é só o mais óbvio. Dilma também precisa, por exemplo, cortar as ligações de amizade do Brasil com o presidente da Guiné Equatorial, Obiang Nguema Mbasogo, há 32 anos no poder. O presidente Lula visitou-o em julho do ano passado sem se importar com a alcunha dada ao país de Mbasogo: "Auschwitz da África". Precisa dizer mais?

Outro ditador oficialmente nosso companheiro, o sudanês Omar Al-Bashir, foi condenado pela Corte Penal Internacional por crimes de guerra pela morte de 300 mil pessoas. O Brasil nunca aceitou recriminá-lo nos foros globais. Mas, em 2006, conseguiu que o país africano abrisse as portas para negócios da Petrobras por lá. Vale lembrar o mantra de Celso Amorim: "Business is business".

A nova diplomacia brasileira ainda deve desculpas, também, aos dissidentes políticos de Cuba, comparados por Lula a traficantes do PCC. Já com relação à Venezuela, hoje atolada num total desabastecimento que obriga a população a economizar de água a energia, as artes de Hugo Chávez finalmente poderão receber um "chega" ou deixarem de ser consideradas "parte da democracia". O Brasil mantém, ainda, ótimas relações com países não democráticos como Uzbequistão, Gabão, Camarões, entre outros, numa lista que, com o PT, só fez crescer.

O basta ao Irã foi apenas a primeira e tímida medida para encerrar uma grande lambança na nossa chancelaria que ainda está para ser redimida. Se realmente quer retomar o caminho do respeito e do compromisso com os direitos humanos - tradição secular do Itamaraty só abandonada pela diplomacia companheira de Celso Amorim e Marco Aurélio Garcia - o Brasil ainda precisa fazer muito. Se assim optar por agir, merecerá justificados aplausos - aqui e lá fora.

Fonte: ITV

ANGRA : ÁREA NUCLEAR MUDA DE COMANDO.


Reunião hoje na Esplanada deve selar demissão do presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear. Correio mostrou ausência de autorização definitiva em Angra 2 e importação milionária de urânio devido à burocracia estatal

Depois das revelações de que a usina nuclear Angra 2 funciona sem autorização definitiva e de que o Brasil precisa importar urânio por causa de uma licença travada, como o Correio publicou com exclusividade na semana passada, o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) dá como certa a demissão do presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), Odair Dias Gonçalves, responsável direto pela concessão das duas licenças.

A repercussão da informação sobre a inexistência de uma licença definitiva para Angra 2, num momento em que o programa nuclear brasileiro já está em xeque por causa da tragédia radioativa no Japão, provocou desconforto e insatisfação no MCT.

A mais nova usina nuclear brasileira funciona há dez anos — desde o início de suas atividades — com prorrogações sucessivas da autorização de operação inicial.
Cabe à Cnen emitir a autorização de operação permanente, o que não ocorreu até agora.


Jogo de empurra
A situação de dependência da importação de urânio foi tratada em outra esfera. O Correio apurou que o fato de o Brasil passar a depender da compra do minério, mesmo tendo uma das maiores reservas no mundo, foi informado à presidente Dilma Rousseff.

A informação chegou no fim de janeiro, num pequeno relatório sobre assuntos da Presidência a que Dilma tem acesso diariamente. Pelo menos desde 2006 o país conseguia ser autossuficiente na extração de urânio, obtido na mina de Caetités (BA).
As 400 toneladas necessárias ao funcionamento de Angra 1 e Angra 2 eram extraídas e enriquecidas em outros países, quando então retornavam ao Brasil em forma de combustível.


No ano passado, essa situação mudou.
Por causa de uma licença travada na Cnen e do não cumprimento das exigências pelas Indústrias Nucleares Brasileiras (INB), estatal responsável pelo combustível nuclear, passou a ser necessária a importação de 220 toneladas de urânio, a um custo de R$ 40 milhões.


Os presidentes da Cnen, Odair Dias, e da INB, Alfredo Tranjan Filho, atribuem um ao outro a paralisação do processo da licença.



As denúncias do Correio:
17 de março

A retomada do licenciamento da construção da usina Angra 3 foi feita sem cumprimento a uma norma sobre acidentes severos estabelecida pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Os projetos de Angra 1 e Angra 2, da década de 1970, também desrespeitam a norma.

22 de março
Por causa de uma licença travada na Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), o Brasil precisa gastar R$ 40 milhões com importação de urânio, necessário para abastecer Angra 1 e 2. Até 2009, o país era autossuficiente na extração do mineral.

23 de março
A usina Angra 2 opera há dez anos sem uma licença definitiva. Até hoje, a Cnen só emitiu a autorização de operação inicial. Falta a autorização de operação permanente. Segundo a Cnen, a licença não foi emitida por culpa do Ministério Público Federal, que não deu por encerrado um termo de ajustamento de conduta (TAC) firmado para a construção da usina.

24 de março
A 4ª Câmara de Coordenação e Revisão da Procuradoria-Geral da República (PGR) confirma o descumprimento de diversas cláusulas do TAC, como a exigência de planos básicos ambientais e de monitoramento dos efluentes líquidos e da água do mar.

27 de março
A Cnen ainda não sabe o que fazer com 578,6 toneladas de combustível usado e 7,4 mil tambores abarrotados de rejeito radioativo resultante do funcionamento de Angra 1 e 2. O lixo atômico está armazenado em espaços próximos do esgotamento físico. Cronograma para depósitos definitivos, sob responsabilidade da Cnen, precisou ser prorrogado.

Correio Brasiliense

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