"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

novembro 26, 2012

É GOVERNO DO P artido T orpe? "ANTONCES" ! MENSALÃO/MENSALINHO/REPÚBLICA CANALHA/MARACUTAIAS/MUTRETAS/FRAUDES/CORRUPÇÃO... OU : Sujeira para todo lado



Seria exagero dizer que corrupção é exclusividade do PT. I
nfelizmente, ela se manifesta, em diferentes proporções, em qualquer governo. Mas o que realmente chama atenção e assombra é como, nas gestões petistas, as falcatruas acontecem perto, muito perto, dos mais estrelados gabinetes, inclusive o presidencial.

Aconteceu de novo na sexta-feira, quando a Polícia Federal prendeu seis pessoas e indiciou mais 12, acusadas de fraudar pareceres em pelo menos sete órgãos federais. Entre os indiciados está a chefe de gabinete do escritório da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Novoa de Noronha, e o segundo na hierarquia da Advocacia-Geral da União, José Weber Holanda Alves. Entre os presos, estão dois diretores de agências reguladoras.

Rosemary é a peça mais vistosa de mais esta rede de corrupção instalada no coração do poder petista. Ocupa o cargo desde 2003, nomeada por Lula, a quem também sempre acompanhava em viagens presidenciais e para quem marcava frenéticas reuniões com empresários. Antes disso, durante 12 anos esteve ao lado de José Dirceu. Agora, ela vai responder por corrupção ativa - quem sabe, com o desenrolar das investigações, não venha a fazer companhia a Dirceu na cadeia?

Quando os policiais chegaram ao apartamento de Rosemary, na região central de São Paulo, às 6h de sexta-feira, a primeira providência dela foi ligar para Dirceu e pedir-lhe socorro, conforme revelou a Folha de S.Paulo ontem. O PT está em pânico com o que a mulher que mantém estreitas ligações com a alta cúpula do partido dos mensaleiros pode vir a revelar. É preciso ouvi-la.

"Rosemary é conhecida por sua instabilidade emocional. Ela chora a todo instante. Em alguns momentos, chega a fazer ameaças - conforme os relatos - dizendo que não vai perder tudo sozinha e que não verá sua vida ser destruída sem fazer nada. 'Não vou cair sozinha', avisou", informa hoje O Estado de S.Paulo. Há muito a ser desnudado.

Hoje O Globo mostra ligações entre o esquema revelado na sexta-feira e o mensalão. Um dos envolvidos, Paulo Rodrigues Vieira, diretor da Agência Nacional de Águas (ANA), preso na sexta-feira e apontado pela PF como o chefe da quadrilha, mantinha intensa troca de telefonemas com o deputado Valdemar Costa Neto, recém-condenado pelo STF por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Foram pelo menos 1.179 ligações.

Paulo Vieira chegou ao cargo depois de uma manobra espúria no Senado. Seu nome foi rejeitado pelos senadores em duas votações, mas, numa iniciativa inédita, foi novamente levado à apreciação do plenário, com as bênçãos de Lula. Em abril de 2010, Vieira finalmente recebeu aval para instalar-se na ANA e tocar de lá sua rede de negócios escusos.

Mas a agência das águas não é o único órgão regulador envolvido nas maracutaias: Rubens Vieira, irmão de Paulo e diretor da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), também foi preso pela PF, sob acusação de também criar dificuldades para vender facilidades. Registre-se que lá, em novembro de 2010, Rosemary conseguiu emplacar sua filha, Mirelle, como assessora da diretoria de Infraestrutura, conforme O Globo.

Reconheça-se que Dilma Rousseff agiu certo ao exonerar e afastar, já no sábado, os envolvidos na rede de escândalos. Mas não deixa de ser reprovável que, antes de decidir o que fazer com Rosemary, a presidente tenha primeiro "consultado" Lula, que teria "resistido" à ideia da demissão, informou a Veja Online.

"Não se explicou, claro, por que então a presidente manteve Rosemary no cargo por dois anos e permitiu que os cúmplices dela dirigissem e dilapidassem as agências reguladoras. Nada se falou, também, sobre Dilma ter transformado o gabinete paulistano no bunker de onde avaliou as eleições municipais na companhia de Lula e de cardeais do PT", comenta Melchiades Filho hoje na Folha

O que parece claro é que, atuando muito próximo das quatro paredes presidenciais de onde de urdiu o mensalão, gente como Rosemary, os irmãos Vieira e o segundo homem na hierarquia da AGU - que há apenas 11 dias tinha sido nomeado por Dilma para um órgão que irá movimentar bilhões de reais do fundo de previdência complementar dos servidores públicos, como mostra hoje o Correio Braziliense - tenham se sentido à vontade para também se locupletar. Eles são apenas os mais novos nomes de uma lista que tem Erenice Guerra, Valdomiro Diniz e muitos outros. 

São o novo episódio de uma série que no ano passado levou sete ministros a serem defenestrados sob suspeita de corrupção. 
São mais um capítulo do assalto que o PT perpetra ao Estado. 
Quando o mau exemplo vem de cima, a sujeira se espalha para todo lado.

Fonte: Instituto Teotônio Vilela
Sujeira para todo lado

CANTA GALERA ! QUE COM A NADA E COISA NENHUMA O brasil NÃO VAI ANDAR : 'Crescimento potencial caiu no governo Dilma'

A economista Silvia Matos, coordenadora técnica do Boletim Macro do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas no Rio (Ibre/FGV), afirma que o crescimento potencial do País caiu em relação ao governo Lula, especialmente no segundo mandato. 
O crescimento potencial mede quanto uma economia pode crescer sem provocar desequilíbrios, como a alta da inflação. Para Silvia, o excesso de intervencionismo do governo depois da grande crise global provavelmente explica a perda de eficiência da economia que, em sua visão, compromete a capacidade de crescimento do País. 

O que explica a desaceleração da economia brasileira? 

A desaceleração este ano vem com uma provável queda da produtividade total dos fatores, que é o termo que os economistas usam para designar a eficiência da economia. O crescimento esperado nos três primeiros anos do governo Dilma é quase a metade do que foi no período do Lula. Não só é um crescimento baixo, mas um crescimento de pior qualidade. 

O potencial de crescimento da economia brasileira caiu?

Diferentes metodologias apontam na mesma direção: crescimento menor e de pior qualidade, que se reflete em menor potencial. Uma dessas estimativas coloca o potencial em 3,8% durante o primeiro governo Lula, e em praticamente 4% no segundo mandato. No governo Dilma, incluindo projeções para 2013, seria 3,16%, mas podemos dizer que é algo entre 3% e 3,5% - certamente menos que 4%. Em boa parte do governo Lula, a taxa de desemprego foi caindo. Usamos a mão de obra disponível para um crescimento maior. Esse fator perdeu força a partir de 2007 e 2008. A população em idade de trabalhar está crescendo em ritmo mais lento. A contribuição da mão de obra disponível caiu muito.

E a produtividade? 

O grande mérito do governo Lula foi manter a estabilidade e promover reformas num primeiro momento. O crescimento anual da produtividade foi em torno de 2% no segundo mandato. Foi uma fase em que se investiu mais, se acumulou mais capital, e ele foi mais bem usado, o que se reflete no nível de ocupação da capacidade instalada. Hoje, para crescermos mais, teríamos de investir muito mais, porque o crescimento não pode vir do fator trabalho. O crescimento da produtividade nos três primeiros anos do governo Dilma, incluindo nossa projeção para 2013, é de apenas 0,35% ao ano. Investe-se pouco, não tem como tirar o crescimento do fator trabalho e não estamos conseguindo ganhos de produtividade. 

O investimento pode crescer? 

Devemos ter investimento negativo este ano. O investimento está relacionado à eficiência da economia, que é medida pela produtividade. Como ela está caindo, isso deve afugentar o investimento. Existe uma correlação importante entre investimento em infraestrutura e produtividade. Nos últimos anos, houve queda do investimento público em infraestrutura.

Isso não reflete a crise global? 

Há o fator externo, mas outros países latino-americanos estão num bom momento. Os investimentos do Chile chegaram a 28% do PIB. Colômbia e México são países que estão mantendo um crescimento satisfatório.

Por que nossa eficiência cai?

O intervencionismo e o que eu chamo de "microgerenciamento" por parte do governo podem estar influenciando nisso. Quando medimos a produtividade, há um fator cíclico. Ela cresce mais em anos em que o PIB cresce mais, como 2010, e cai quando o PIB se contrai, como em 2009. Mas se tomamos a tendência da produtividade, ela indica essa queda nos últimos anos. A partir da crise, começaram a ser tomadas medidas pontuais para incentivar e privilegiar setores escolhidos. Depois da crise houve um enorme aumento dos repasses do Tesouro para o BNDES. A reação do governo à crise foi a de aumentar a interferência nos mercados, de uma forma talvez meio caótica, instável, com mudanças de regras, que pode ter tido efeitos colaterais de perda de eficiência econômica.

Foi a política anticíclica? 

Sim, mas em vez de aumentar os investimentos, a política anticíclica foi muito mais na base de ampliar gastos correntes. Foi uma política meio keynesiana, mas do lado errado.

O pacote de barateamento da energia é intervencionismo? 

A presidente Dilma comprou a ideia correta de que temos de ser eficientes. Mas, no caso do pacote elétrico, o governo quer controlar o preço e a quantidade. Ele quer o menor preço, mas também quer que a quantidade seja ótima. Há ineficiência nesse setor. Todos os serviços de utilidade pública no Brasil são caros. Mas não se consegue essa mudança de maneira tão brusca. O efeito colateral é prejudicar o mercado.

Como a sra. definiria a atual política econômica?

Estamos um pouco no meio do caminho, às vezes dando a impressão de que queremos caminhar um pouquinho mais para o lado da Argentina. Então a gente fica nessa zona nebulosa, querendo algum tipo de capitalismo de Estado, que pode acabar afugentando ainda mais o investimento.

/ F.D./O Estado de S. Paulo

A POLÍCIA FEDERAL QUE QUEREMOS E QUE O BRASIL PRECISA : PF faz operação com 67 indiciados em cinco estados e no DF


A Polícia Federal realiza nesta segunda-feira operação em cinco estados e no Distrito Federal para desarticular duas organizações criminosas uma especializada na venda de informações sigilosas e outra voltada à prática de crimes contra o sistema financeiro nacional. 
Segundo a PF, 67 pessoas serão indiciadas. Foram cumpridos 33 mandados de prisão e 87 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Goiás, Pará, Pernambuco, Rio e Distrito Federal. Outras 34 pessoas foram levadas para prestar depoimento e depois foram liberadas.

Na operação, iniciada na madrugada desta segunda-feira, policiais federais recolheram computadores e documentos na residência de Marco Polo Del Nero, que é vice-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), presidente da Federação Paulista de Futebol e membro do Comitê Executivo da Fifa. Del Nero foi conduzido até a sede da PF para prestar depoimento.

Em nota publicada no site da Federação, Del Nero afirmou foi surpreendido pela operação da PF e que as buscas não estão relacionadas à sua atividade na entidade e ou a seu escritório de advocacia, no qual é sócio do deputado federal Vicente Cândido (PT-SP) .

Segundo nota divulgada pela PF, a investigação começou em setembro de 2009, durante apurações sobre o suicídio de um policial federal na cidade de Campinas, que apontou a possível utilização de informações sigilosas, obtidas em operações policiais, para extorquir políticos, suspeitos de envolvimento em fraudes em licitações.

A PF informou que as duas organizações atuavam em paralelo e de modo independente. O elo entre elas era uma das pessoas investigadas, que atuava com os dois grupos criminosos.

Uma das quadrilhas operava uma rede de espionagem ilegal, composta por vendedores de informações sigilosas que se apresentam como detetives particulares, e por seus fornecedores, pessoas com acesso aos bancos de dados sigilosos, como funcionários de empresas de telefonia, bancos e servidores públicos. Entre as vítimas há políticos, desembargadores, uma emissora de televisão e um banco.

A segunda quadrilha era especializada em remessa de dinheiro ao exterior por meio de atividades de câmbio sem autorização do Banco Central.

Os investigados responderão pelos crimes de divulgação de segredo, 
corrupção ativa, 
corrupção passiva, 
violação de sigilo funcional, 
realizar interceptação telefônica clandestina, 
quebra de sigilo bancário, 
formação de quadrilha, 
realização de atividade de câmbio sem autorização do Banco Central do Brasil, evasão de divisa 
e lavagem de dinheiro, com penas de 1 a 12 anos de prisão.

A PF batizou a ação de Operação Durkheim, intelectual francês, um dos pais fundadores da sociologia, que escreveu o livro O Suicídio, em alusão aos fatos que deram início à operação.

Del Nero é um dos convidados a comparecer nesta segunda-feira ao Soccerex, uma feira de negócios do futebol, que acontece no Rio. No site da Federação Paulista de Futebol, ele divulgou a seguinte nota:

Marco Polo Del Nero, presidente da Federação Paulista de Futebol, esclarece que foi surpreendido em uma operação da Polícia Federal durante esta madrugada em sua residência, em busca de documentos não relacionados à sua atividade na entidade e de seu escritório de advocacia.

Conhecido advogado criminalista, Marco Polo Del Nero prestou depoimento regulamentar na Polícia Federal sendo liberado em seguida. O teor do depoimento segue em sigilo de Justiça.
O Globo

"força dos fatos" : PCC - fatos e marketing




O problema da segurança pública no Brasil é gravíssimo. 
E São Paulo está no olho do furacão. 
 
Chamadas nos telejornais e manchetes de capa transmitem crescente percepção de impotência. Assiste-se a um autêntico "toque de recolher" não necessariamente imposto pelo crime organizado, mas pelo pânico psicológico. 
 
A maior cidade do País está, aparentemente, submetida às estratégias criminosas de uma entidade mítica: 
o Primeiro Comando da Capital (PCC). 
 
O lead corresponde à verdade dos fatos? 
O jornalismo deve ser um exercício racional. 
É preciso ultrapassar a aparência dos fatos, mesmo quando contêm forte carga emocional, e mergulhar na análise objetiva dos dados. 
Não farei um comentário político, mas um esforço de compreensão factual.

A criminalidade aumentou nos últimos meses, é um fato indiscutível. Em outubro houve 149 assassinatos, quase o dobro dos 78 no mesmo mês de 2011. Mas não basta fazer o registro do recrudescimento da violência. É preciso analisar as causas que romperam uma trajetória bem-sucedida de combate aos homicídios na cidade.

É um fato, não uma opinião, que o Estado de São Paulo, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, apresentou uma das mais baixas taxas de crimes violentos letais intencionais (CVLI) do País em 2011 -10,8 por 100 mil habitantes. O indicador CVLI contempla homicídio doloso, latrocínio e lesão corporal que resulte em morte.
 
O índice geral do Brasil é de 23,6 por 100 mil. 
Mas vamos aos índices dos demais Estados: 
em Alagoas esse indicador alcança 76,3, 
no Espírito Santo vai a 45,6, 
em Pernambuco chega a 38,1, 
Sergipe tem 33,9, 
na Bahia atinge 33,2 e no Rio de Janeiro, 25,8.

O segundo semestre deste ano, no entanto, apresentou uma quebra na trajetória de queda nos homicídios. Mesmo assim, o Estado de São Paulo tende a fechar o ano com 10,77 mortos por 100 mil habitantes.

Na capital paulista, o índice deve chegar a 11,3 por 100 mil. Isso significa, como bem lembrou o jornalista Reinaldo Azevedo em artigo publicado na revista Veja, que, "no ano em que São Paulo foi mostrado na televisão como um teatro de guerra urbana, o Estado ainda figurará nas estatísticas confiáveis como o mais seguro do Brasil".

O recrudescimento da violência, dramático e assustador, apresenta um ângulo pouco destacado nas informações superficiais: os criminosos estão reagindo ao duro combate da polícia ao tráfico de drogas. É um fato. Muitos traficantes estão sendo presos e é impressionante a quantidade de droga apreendida.

E é isso que explica a escalada da criminalidade, sobretudo a morte de policiais. Mesmo assim, é preciso fazer a leitura correta dos números.

Do início do ano até agora uma centena de policiais foram mortos. Investigações policiais encontraram indícios de execuções em 40% desses casos. Mas teve PM assassinado porque assediou a mulher de traficante, PMs mortos em latrocínios e PMs envolvidos com a máfia dos caça-níqueis que foram assassinados por seus comparsas. 

Não se pode, portanto, creditar ao PCC uma matança generalizada de policiais, transmitindo à sociedade uma falsa percepção de domínio da facção criminosa e de descontrole do Estado no combate ao crime.

A crise da segurança pública, em São Paulo e no Brasil, não começou ontem. O PT está no timão do Brasil há exatos dez anos. Para o leitor menos habituado ao jogo político, chega a ser patético que o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, responsável maior pelas condições em que os presos cumprem suas penas, diga em público que preferia morrer caso fosse condenado a muitos anos de prisão.

Vamos aos fatos. 
Classificados por Cardozo como "medievais", os presídios brasileiros receberam menos de 1% do valor de investimento previsto na Lei Orçamentária Anual de 2012. Portanto, o horror do ministro deve ser debitado na conta do governo federal.

A recuperação social de presos também foi alvo de críticas do ministro Cardozo. Mas o programa que visa à reintegração dos egressos não foge à regra dos baixos investimentos. Dos R$ 7,9 milhões destinados a ações de apoio a projetos de reintegração social do preso - internado e egresso - somente R$ 351 mil foram aplicados.

Quer dizer, a situação carcerária explosiva, clima propício para ações desencadeadas do quartel-general do crime organizado, é o resultado direto da incompetência crônica dos governos. E o PT, partido do ministro Cardozo e do governo federal, não pode deletar dois quinquênios de vistoso exercício do poder e tentar transferir o ônus para o bode expiatório habitual: a "herança maldita". O argumento já não cola.

E o que dizer da sistemática entrada de armas e de drogas no território nacional? O Brasil é o segundo maior consumidor de cocaína do mundo. E, infelizmente, o campeão no consumo de crack. Além disso, somos importante corredor de distribuição de entorpecentes para o resto do mundo. Armas sofisticadas e grande quantidade de drogas entram, diariamente, no espaço brasileiro. As polícias estaduais estão enxugando gelo.

Nossas fronteiras são avenidas abertas ao livre trânsito do crime organizado. O governo federal, responsável pelo controle das fronteiras, tem feito pouco, muito pouco. Sem uma operação conjunta das Forças Armadas e da Polícia Federal, apoiadas em modernos sistemas de inteligência, aramos no mar.

A crise da segurança pública é grave. Mas não pode ser usada como ferramenta do marketing político. O PT joga em São Paulo, em 2014, uma cartada decisiva na busca da hegemonia política no Brasil. O governo do Estado está perdendo a batalha da comunicação.

É preciso que o governador Geraldo Alckmin assuma, pessoal e diretamente, a interlocução com a sociedade. Caso contrário, a versão e o marketing político acabarão por desfigurar a força dos fatos.

 Carlos Alberto Di Franco O Estado de S. Paulo

POBRE BRASIL II ! brasil maravilha DE CANALHICES ESTRUTURADAS : País tem pior crescimento desde Collor

A presidente Dilma Rousseff deverá encerrar os dois primeiros anos de seu mandato com a segunda pior média de crescimento da história recente do Brasil, só perdendo para o período Collor. No biênio 2011-2012, o crescimento médio anual do Produto Interno Bruto (PIB) do País deverá ser da ordem de 2,1%, considerando uma expansão de 1,52% prevista para este ano pela mediana do mercado financeiro na pesquisa do Boletim Focus, do Banco Central (BC).

Nos dois primeiros anos do primeiro e do segundo mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, essa média foi de, respectivamente, 3,4% e 5,6%, e nos de Fernando Henrique Cardoso, de 3,2% e 2,3%. Já no de Fernando Collor de Mello, ficou em 0,25%.

Economistas alertam para o risco de 2013 piorar o prognóstico para o governo, caso não mude o foco da política de crescimento - hoje baseada no aumento do consumo - passando a incentivar mais o investimento e melhorar a produtividade.

"Esses resultados ruins não serão salvos com políticas pontuais, como a desoneração do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) dos automóveis, que ajudou muito o resultado do terceiro trimestre, que esperamos ser de 0,9% na margem (comparação com o anterior)", afirma Sérgio Vale, economista-chefe da MB Associados. "Mesmo com um quarto trimestre ainda melhor (1,1%), o resultado será de 1,3% no ano", ressalta.

Na sexta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) vai divulgar os números do PIB referentes ao terceiro trimestre. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, prevê crescimento de 1,2% na comparação com o segundo trimestre.

Para o ex-diretor do Banco Central, Carlos Thadeu de Freitas, hoje presidente da Confederação Nacional do Comércio (CNC), a economia não deslancha mais por problema de oferta do que de demanda. Ele argumenta que tanto a demanda não está fraca que a inflação está acima do centro da meta, de 4,5%.

"Precisamos de uma mini-agenda de crescimento que comece por desindexar o salário mínimo", defende. A proposta é polêmica e enfrenta forte resistência dos sindicatos, mas ele argumenta que é preciso baixar o custo unitário do trabalho no Brasil, "que está muito alto".

"Esse custo é pressionado para cima pela política do salário mínimo, que todo ano tem um aumento real de valor", diz o presidente da CNC.

As medidas tomadas recentemente pelo governo ainda não tiveram impacto no aumento da produtividade das empresas, diz o empresário José Ricardo Roriz Coelho, diretor do departamento de Competitividade e Tecnologia da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

"O governo, em algumas coisas, andou numa velocidade que chegou a impressionar", afirma Roriz Coelho. "Só que a queda da Selic (a taxa básica de juros da economia), por exemplo, ainda não pegou o spread bancário e as empresas continuam pagando taxas de 30% ao ano", cita.

O empresário reconhece que a queda da taxa de juros, a melhora do câmbio e a desoneração da folha de pagamentos de 40 setores industriais vão ter impacto positivo no futuro. "Mas isso não acontece de uma hora para a outra, sem contar que pegou as empresas descapitalizadas, sem capacidade de investir e numa situação em que a produtividade está muito baixa."

Para ele, se o atual modelo de crescimento não mudar "o mais rápido possível" para um modelo baseado em investimento, em 2013 vai ocorrer o mesmo que hoje. "O consumo cresce, mas quem captura o aumento do poder de compra do brasileiro são os produtos importados."

Sérgio Vale, da MB, vai além. "Em 2013, junto à continuidade de falta de reformas, e com a tendência de o governo interferir ainda mais nas decisões privadas, fica difícil imaginar uma recuperação significativa."
(...)

POBRE BRASIL ! REPÚBLICA CARCOMIDA E ASSENHOREADA PELOS TORPES : Grupo que fraudava pareceres técnicos fez 1,1 mil ligações para PR

A Polícia Federal identificou 1.169 telefonemas de um dos redutos da organização criminosa que fraudava pareces técnicos para um telefone do Partido da República (PR), no período entre 15 de junho de 2010 e 4 de abril de 2011. A PF também interceptou contatos diretos entre o diretor de Hidrologia da Agência Nacional de Águas (ANA), Paulo Rodrigues Vieira - apontado como chefe da quadrilha - e o deputado Valdemar da Costa Neto, secretário-geral do PR, condenado pelo Supremo Tribunal Federal por corrupção passiva no julgamento do mensalão.

Os telefonemas partiram de um número cadastrado em nome de um restaurante da Alameda Joaquim Eugênio de Lima, em São Paulo, que tem como sócio o empresário Marcelo Rodrigues Vieira, irmão de Paulo. Os dois e um terceiro irmão, Rubens, diretor de Infraestrutura da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), são alvos da Operação Porto Seguro.

Em um organograma sobre os grampos a PF cita o Nippon Japanese Restaurantes-Yatai e o PR. O restaurante seria usado como base do grupo para corromper servidores públicos em troca de laudos forjados que atendiam interesses empresariais.

A PF apurou que numa mesa do Yatai o auditor do TCU Cyonil da Cunha Borges de Farias Junior recebeu R$ 100 mil para fazer um parecer "sob encomenda"- depois, ele se arrependeu, devolveu o dinheiro e denunciou o caso.

Foram interceptados 10 mil e-mails entre integrantes do esquema. A PF pegou ainda escutas nas quais Costa Neto é citado. Isso levou a procuradora da República Suzana Fairbanks a requerer à Justiça Federal, em junho, a separação desses diálogos dos autos da Operação Porto Seguro "para posterior encaminhamento a quem possua atribuição funcional para tal".

Suzana reforça sua preocupação em destacar as menções a detentores de prerrogativa de foro e menciona cinco situações que justificam a medida, quatro delas apontando nominalmente Costa Neto. Áudios de 24 e 28 de maio pegaram conversas da secretária do deputado com o escritório do empresário Carlos César Floriano, que atua na área portuária e sexta-feira foi indiciado pela PF. O criminalista Alberto Zacharias Toron, defensor de Floriano, esclareceu que o empresário não foi preso, mas conduzido para depor. "Floriano não tem participação alguma em atos ilícitos", disse Toron.

A procuradora assinala telefonemas entre Paulo Vieira e Costa Neto. A 28 de maio Vieira pede "a indicação de um vereador de Santos para assinatura de representação junto ao TCU, sendo-lhe indicado Odair Gonzalez". É citado áudio de 5 de junho "entre Tereza, secretária do ministro Pedro Britto (ex-ministro dos Portos) e Daniele, secretária de Floriano, quanto a pedido de patrocínio de evento a ocorrer no setor portuário em 2013".

Por meio da assessoria do PR, Costa Neto informou que "é amigo e mantém relações próximas com Paulo Vieira há muitos anos". Alega é um parlamentar muito bem votado em Cruzeiro (SP) e Paulo é dono de uma faculdade da cidade. "São relações normais, absolutamente cordeais, amistosas, mas destituídas de qualquer envolvimento institucional ou que se refira a gestão pública." 

 COLABOROU LUÍSA MELO, ESPECIAL PARA O ESTADO