"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

novembro 12, 2012

E NO brasil marvilha dos FARSANTES VAI SE CONFIRMANDO : NEURÔNIO SOLITÁRIO/NADA E COISA NENHUMA/FRAUDE/MAMULENGA/FANTOCHE/GATO POR LEBRE......O fiasco da gerente

A presidente Dilma Rousseff caminha para concluir seu segundo ano de mandato sem passar nem perto de cumprir o principal objetivo a que se comprometeu quando eleita: 
dar uma gestão mais eficiente ao país. 
Seu fiasco se mede num crescimento econômico medíocre e numa máquina pública permanentemente emperrada.

O Brasil fechará este ano protagonizando o papel de país com a segunda menor expansão do PIB na América Latina, superando apenas o crítico Paraguai. Resta claro que nossos problemas vão muito além da desaceleração global que afeta a todos. Se crescemos menos que os demais, é porque temos nossas próprias deficiências.

Tanto o Palácio do Planalto quanto o Ministério da Fazenda gostam de repetir que as dificuldades devem-se a fatores externos. Mas o maior preço que o país paga hoje é por desastradas decisões internas - como as que travam os investimentos no setor de energia - e pela já quase anedótica incapacidade do governo de bem gerir o dinheiro do contribuinte.

A realidade é que a gestão petista - seja a atual, seja a anterior - não exibe a menor competência para investir os recursos que retira da sociedade na forma de impostos. O PT é bom de saliva e de gasto supérfluo, mas péssimo de investimento, incapaz de plantar as sementes que florescerão no amanhã.

No segundo ano da gestão Dilma e no décimo da administração petista, a execução orçamentária continua baixíssima. A despeito de o país depender cada vez mais da melhoria das condições de infraestrutura e logística, o governo não consegue realizar os investimentos públicos e, para piorar, ainda atrapalha o empreendedor privado.

Dos R$ 102,3 bilhões disponíveis no Orçamento Geral da União para investimentos neste ano, somente 44% foram aplicados até setembro, ou seja, R$ 45 bilhões, segundo (O Globo). É assustador, mas o que já era ruim ficou pior: o valor aplicado neste ano é proporcionalmente menor do que em 2011, quando nesta altura do ano estávamos em 47%.

Do valor investido até setembro, a maior parte - R$ 30 bilhões - refere-se a restos a pagar, despesas de anos anteriores que estão sendo agora quitadas. Ou seja, do montante efetivamente reservado para 2012, a gestão Dilma só conseguiu gastar cerca de R$ 15 bilhões, ou 14,5% do aprovado pelo Congresso.

Ministérios como o da Integração Nacional e o de Transportes só executaram um terço do Orçamento, o que ajuda a explicar o fracasso das ações de enfrentamento à seca no Nordeste e a penúria da nossa infraestrutura. Os resultados seriam bem piores não fosse o cômputo dos subsídios do Minha Casa, Minha Vida como investimentos.

Saltam daí pelo menos duas conclusões. A primeira é que, de fato, os governos do PT não sabem transformar em realidade as prioridades expressas no papel. A segunda é que o governo atual não consegue sequer ter suas próprias prioridades, já que vive de honrar compromissos anteriormente assumidos.
 "Não tendo até agora encaixado uma bola, ela [Dilma] corre risco de ficar carimbada como a presidente que não produz e não deixa produzir", analisa Melchiades Filho na (Folha de S.Paulo).

Há, atualmente, uma sensação geral de desalento com o futuro próximo do Brasil. Depois do pau na máquina que Lula deu na economia em 2010 para embalar o país num clima de falsa euforia e forjar um ambiente favorável para a eleição de sua sucessora, o ritmo geral em voga atualmente é decadente. O ambiente de negócios no Brasil não está favorável.

Na média, a gestão Dilma terminará seus três primeiros anos com crescimento de 2,4%, estima José Roberto Mendonça de Barros em entrevista (a'O Estado de S.Paulo). Especialista em analisar o lado real da economia, ele vê a mão peluda do Estado se metendo onde não deve e atrapalhando quem quer produzir e investir.

"O desmonte do investimento é o que mais me preocupa, porque o investimento de hoje é o crescimento da economia amanhã. (...) É o avião que fica parado na pista, os 65 apagões, a falta de gasolina que começa a pipocar e vai piorar, a queda na qualidade da telefonia. No curto prazo, tudo gera perda de eficiência na economia e reduz investimentos", resume ele.

Na outra ponta, de janeiro a setembro a torneira das despesas de custeio jorrou dinheiro: elas cresceram 8,1% acima da expansão nominal do PIB em comparação com igual período do ano passado, segundo dados divulgados pelo Tesouro Nacional.

Diante de um cenário tão negativo, cabe questionar: onde está a "capacidade de planejamento" que a presidente da República tanto alardeia possuir? Cadê a gestora eficiente que ao longo de anos foi vendida pelo marketing petista ao Brasil? 
A constatação imediata é de que até Tiririca aprendeu a ser deputado, mas Dilma Rousseff está longe de se tornar a boa gerente que se apregoava. Pior do que está fica.

Fonte: Instituto Teotônio Vilela
O fiasco da gerente

OCIOSIDADE FEDERAL : MPF pede retirada da frase Deus seja louvado das cédulas de reais


O Ministério Público Federal pediu à Justiça a retirada da frase Deus louvado das cédulas de reais. 

Na ação, movida pela Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão em São Paulo, o procurador regional dos direitos do cidadão Jefferson Aparecido Dias argumenta que a inscrição fere o princípio do estado laico, além de excluir minorias já que promove uma religião em detrimento de outras.

A ação sugere prazo de 120 dias para que a União passe a produzir as cédulas sem a inscrição e pede multa simbólica de R$ 1,00 por dia de descumprimento.

 Segundo Jefferson Dias, não existe lei autorizando a inclusão da expressão religiosa nas cédulas brasileiras. Não se pode admitir que a inclusão de qualquer frase nas cédulas brasileiras se dê por ato discricionário, seja do presidente da República, seja do ministro da Fazenda afirmou, em comunicado do MPF. 

Mesmo a Lei 4.595/64, ao atribuir ao Conselho Monetário Nacional a competência para determinar as características gerais das cédulas e das moedas não o autorizou a manifestar predileção por esta ou aquela religião completou. 

O procurador defende que o fato de os cristãos serem maioria no Brasil não justifica a continuidade das violações aos direitos fundamentais dos brasileiros" que não acreditam em Deus. 

Imaginemos a cédula de real com as seguintes expressões: Alá seja louvado, Buda seja louvado, Salve Oxossi, Salve Lord Ganesha, Deus Não existe. Com certeza haveria agitação na sociedade brasileira em razão do constrangimento sofrido pelos cidadãos crentes em Deus, diz um trecho da ação. 

O Globo 

ZÉ CASSADO : é condenado a regime fechado de prisão por chefiar mensalão

 
O Supremo Tribunal Federal (STF) condenou nesta segunda-feira o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu a 10 anos e 10 meses de detenção o que significa que o dirigente petista terá que cumprir regime fechado de prisão. 

Além da cadeia, Dirceu terá que pagar multa R$ 742 mil, relativa a 280 dias/multa, pelos crimes de formação de quadrilha e corrupção ativa.

O acusado era detentor de uma das mais importantes funções da República. Ele conspurcou a função e tomou decisões chave para sucesso do empreendimento criminoso. A gravidade da prática delituosa foi elevadíssima. Com efeito, a prática se estendeu entre 2003, e 2005. concluiu Barbosa.

O plenário deu início hoje ao processo para fixar as penas dos réus do núcleo político do mensalão - entre eles, Dirceu. 

Mas o começo da leitura do voto do relator Joaquim Barbosa que apreciou a condenação por formação de quadrilha provocou a ira do revisor Ricardo Lewandowski, que se disse surpreendido com a atitude do ministro. A princípio, seriam votados, após as definições relativas ao núcleo publicitário, os cálculos realtivos ao núcleo financeiro mas o relator inverteu a ordem antes estabelecida para os votos.

Toda hora V. Excia. vem com uma surpresa! V. Excia. está surpreendendo a todos. O advogado do réu não está aqui! Vim de São Paulo, saindo de uma bvanca de mestrado, se eu soubesse... exasperou-se Lewandowski, que não poderia votar nesta dosimetria, já que absolveu o réu pelo crime.

Não interessa de onde V. Excia. veio rebateu Barbosa. Surpresa é sua lentidão ao proferir seu voto.

O revisor então deixou o plenário. Enquanto o presidente do STF, Ayres Britto, tentava restabeleceer a ordem, Barbosa continuava:

Tá vendo? Ele está a fim de obstruir mesmo!

Em seguida, núcleo financeiro

Em seguida, a expectativa é que seja examinada a situação do núcleo financeiro - ou seja, a cúpula do Banco Rural. Três sessões do calendário do julgamento do mensalão serão tomadas por outros assuntos até o fim deste mês, o que poderá levar o julgamento até 2013. O feriado desta quinta-feira, a posse de Joaquim Barbosa na presidência da Corte e a chegada do ministro Teori Zavascki à Corte ocuparão essas sessões.

Esta semana, o STF dedica duas sessões ao mensalão: hoje e quarta-feira a última com a participação de Ayres Britto, que completa 70 anos no domingo e se aposentará. O julgamento só será retomado no dia 19, sob o comando provisório de Barbosa, também relator do processo. O mesmo deve ocorrer nos dias 21 e 22, quando Barbosa toma posse como presidente do STF. Para esse dia, não está prevista sessão de julgamento.

Na última semana de novembro, também estão agendadas só duas sessões para o mensalão; no dia 29, Zavascki assume como ministro. Os ministros ainda precisam definir as penas de 22 dos 25 condenados. O STF entra em recesso em 20 de dezembro e só volta em fevereiro de 2013.

O Globo

O BUFÃO ILUSIONISTA E A SUA ETERNA DEPENDÊNCIA DA EXPECTATIVA x REALIDADE : Mantega prevê crescimento de 4% em 2013

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, garantiu há pouco que o país crescerá acima dos 4% no próximo ano, com um avanço nos investimentos entre 8% e 10%.

Para isso, diz Mantega, o governo está tomando um conjunto de medidas de estímulo à economia, com redução de custos e aumento de crédito.

- Estamos tomando todo esse conjunto de medidas para que, no ano que vem, provoquem esse crescimento acima de 4% - garantiu Mantega.Dentre as medidas adotadas, Mantega destacou a do custo financeiro, como a redução de tributos, estimulando o investimento.

- O investimento é o que fica mais reticente nos momentos de crise, então temos que tornar atraente fazer investimentos no Brasil. E os investidores tem uma acolhida no Brasil, onde tem uma situação sólida e uma boa rentabilidade. Não há grandes alternativas de investimentos rentáveis no mundo, que continua complicado e com crise. A União Europeia não vai se recuperar tão cedo e os Estados Unidos Estão andando de lado.

Então, o Brasil é uma excelente alternativa de investimento para os brasileiros e para os estrangeiros - afirmou Mantega. Mantega frisou ainda que o Banco Central (BC) tem autonomia para decidir sobre a taxa de juros (a Selic) sem qualquer interferência do governo.

- Isso (taxa de juros) é uma decisão que o Banco Central toma a cada mês na reunião do Copom. Ninguém consegue adivinhar com antecedência o que vai acontecer - afirmou Mantega.Mas o ministro deu a entender que o BC deverá manter a trajetória de estabilidade ou queda dos juros uma vez que a inflação está controlada.

- Acho que o Brasil não precisa mais ter aquelas taxas de juros de antigamente, o que não significa que, se houver algum repique inflacionário, o Banco Central estará atuando - afirmou Mantega. O Ministro participou há pouco da entrega do Prêmio Naval de Qualidade e Sustentabilidade, oferecido pelo Sindicato da Indústria Naval (Sinaval) no Rio.

O Globo

(ELE)wandowski : AÍ, QUE ÓÓÓÓDIOOOOOO ! Revisor deixa plenário após mudança na ordem de cálculo das penas


O Supremo Tribunal Federal (STF) deu início nesta segunda-feira ao processo para fixar as penas dos réus do núcleo político do mensalão - entre eles, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu. Mas o início da leitura do voto do relator Joaquim Barbosa provocou a ira do revisor Ricardo Lewandowski, que se disse surpreendido com a atitude do ministro.

 A princípio, seriam votados, após as definições relativas ao núcleo publicitário, os cálculos realtivos ao núcleo financeiro mas o relator inverteu a ordem antes estabelecida para os votos.

Toda hora V. Excia. vem com uma surpresa! V. Excia. está surpreendendo a todos. O advogado do réu não está aqui! Vim de São Paulo, saindo de uma bvanca de mestrado, se eu soubesse... exasperou-se Lewandowski.

Não interessa de onde V. Excia. veio rebateu Barbosa. Surpresa é sua lentidão ao proferir seu voto.

O revisor então deixou o plenário. Enquanto o presidente do STF, Ayres Britto, tentava restabeleceer a ordem, Barbosa continuava:

Tá vendo? Ele está a fim de obstruir mesmo!

Em seguida, na sessão de hoje, a expectativa é que seja examinada a situação do núcleo financeiro - ou seja, a cúpula do Banco Rural. Três sessões do calendário do julgamento do mensalão serão tomadas por outros assuntos até o fim deste mês, o que poderá levar o julgamento até 2013.

O feriado desta quinta-feira, a posse de Joaquim Barbosa na presidência da Corte e a chegada do ministro Teori Zavascki à Corte ocuparão essas sessões.

Esta semana, o STF dedica duas sessões ao mensalão: hoje e quarta-feira a última com a participação de Ayres Britto, que completa 70 anos no domingo e se aposentará. O julgamento só será retomado no dia 19, sob o comando provisório de Barbosa, também relator do processo.

O mesmo deve ocorrer nos dias 21 e 22, quando Barbosa toma posse como presidente do STF. Para esse dia, não está prevista sessão de julgamento.

Na última semana de novembro, também estão agendadas só duas sessões para o mensalão; no dia 29, Zavascki assume como ministro. Os ministros ainda precisam definir as penas de 22 dos 25 condenados. O STF entra em recesso em 20 de dezembro e só volta em fevereiro de 2013.

FALSO MORALISMO ! VELHACO E HIPÓCRITA : Dirceu contra a corrupção

 
Em discurso na Câmara (16/10/2001), o deputado paulista do PT José Dirceu combateu, sem apartes, a corrupção no Congresso, em especial no Senado. Tal pronunciamento foi-me dado por um colega da Câmara, que me enviou, agora, as notas taquigráficas do discurso.

Dirceu iniciou pela cassação do senador Luiz Estevão, devido ao contrato irregular de obras no Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo, de R$ 468 milhões. Tratou da renúncia dos senadores Antonio Carlos Magalhães e José Roberto Arruda, por violarem o segredo da votação dessa matéria e, depois, contou, como disse, a novela do senador Jader Barbalho.

"Tais senadores" — disse Dirceu — "violaram os preceitos éticos. É o fim de uma era, de uma forma de fazer da elite política. Esta vem comandando a coalizão que governa o Brasil nos últimos 20 anos."

"Como foi possível eleger Luiz Estevão? O PMDB ignorava quem era ele? Há quantos anos Jader Barbalho enriquece ilicitamente? É a primeira vez que ACM faz o que fez no Senado ou o Brasil ignora o que ele fez na Bahia? O senador Arruda já havia sido denunciado no primeiro governo Roriz e eram graves as acusações."

"Qual é o retrato do Senado, hoje? A incrível eleição de Ramez Tebet, para presidi-lo, mas sem fazê-lo funcionar, apesar dos protestos da oposição, que exige obediência ao regimento interno do Congresso Nacional. A Câmara, a Voz do Povo, é que precisa de mais poder."

"O problema está nos partidos e nas elites políticas, que convivem com a corrupção. O sistema precisa de reforma política institucional. Os eleitores e a cidadania devem pressionar neste sentido e derrotar, em 2002, a coalizão conservadora (PSDB, PFL e PMDB), que governa desde 1985. A decadência dos costumes políticos aumentou a corrupção e a impunidade, ambas de responsabilidade da maioria conservadora."

E termina: 
"A nova maioria de partidos da oposição (2001) garante a reforma política institucional. Os candidatos devem comprometer-se com a democracia, a ética e contra a corrupção".

Para o ex-ministro Mangabeira Unger, "o mensalão foi o maior escândalo da História do Brasil". Em 2007, ele pediu o impeachment de Lula. 
Mas, disso, deputado José Dirceu, só o chefão é responsável.

Rubem Azevedo Lima Correio Braziliense

brasil maravilha dos FARSANTES SEGUE "MUDANDO" COM GERENTONA FAJUTA II : Ganho real dos trabalhadores é o menor em 13 meses

O índice de reajuste salarial negociado pelos trabalhadores em outubro foi o menor registrado desde setembro de 2011. A média de aumentos reais voltou a cair depois de um primeiro semestre aquecido, com o mercado de trabalho apertado. De acordo com levantamento exclusivo do Valor, o ganho real médio registrado em outubro ficou em 1,46%. 

Em junho, esse índice tinha chegado a 2,45%. A inflação comeu parte dos reajustes salariais, mas a crise internacional e a incerteza do empresário brasileiro enfraqueceram os sindicatos em negociação.

No trimestre encerrado em setembro, os índices de reajuste voltaram para o patamar abaixo de 2%. O início do ano foi marcado por uma forte aceleração dos ganhos reais, puxados pelo aumento real de 7,5% do salário mínimo e pelo recuo da inflação. O indicador de preços, no entanto, voltou a trabalhar contra o ganho real dos trabalhadores. 

Os salários, deflacionados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), cedem à medida que o INPC avança.

Quem viu isso nitidamente foram os metalúrgicos filiados à Força Sindical no Estado de São Paulo, com data-base em novembro. A categoria tende a seguir em sua pauta de reivindicações o reajuste negociado pelos metalúrgicos da CUT, com data-base em setembro. Neste ano, os cutistas têm negociado um reajuste de 8% diretamente com as empresas, o que garante ganho real de 2,48%, já que, à sua data-base, o INPC acumulado em 12 meses estava em 5,39%.

No entanto, esse mesmo reajuste de 8%, que já foi fechado pela maior parte dos metalúrgicos da Força em São Paulo, garante um ganho real muito menor, de 1,90%, já que, à sua data-base, o INPC em 12 meses acumulou alta de 5,99%.

O índice médio registrado no terceiro trimestre, de 1,81%, é idêntico ao registrado no quarto trimestre de 2011, quando a inflação começou a ceder e garantir ganhos reais maiores para os trabalhadores, e mais forte que a média do terceiro trimestre do ano passado, que ficou em 0,86%. Naquele período, o INPC em 12 meses chegou a bater 7,39% em agosto. 

No entanto, ele já reflete uma nítida perda de fôlego, uma vez que chegou a 3,31% no primeiro trimestre deste ano e 2,32% no segundo. Ao todo, foram analisadas 545 convenções coletivas registradas no Ministério do Trabalho e Emprego.
Clique na imagem e veja gráfico : "Inflação come salários".
"O ganho real deve continuar caindo. Isso é perceptível inclusive na negociação das grandes categorias que já fecharam acordo neste ano", diz José Silvestre, coordenador de relações sindicais do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). 

Ele se refere não somente aos metalúrgicos da Força, como aos bancários (ganho real de 2% negociado à data-base em setembro) e aos trabalhadores da indústria química, que, com data-base em novembro, devem aceitar um reajuste salarial de 7,8% - o que representa ganho real de 1,71%.

A Federação do Comércio do Estado de São Paulo está negociando uma proposta de até 7% de reajuste, feita pelo setor patronal, o que garantiria 1,53% de aumento real. Essa negociação representa 460 mil trabalhadores no Estado.

Para Fabio Romão, economista da LCA Consultores, as incertezas quanto ao desempenho da economia neste ano e o receio das empresas em perder mão de obra qualificada pressionaram o mercado de trabalho e deram poder de barganha aos trabalhadores. 
Mas esse quadro se inverteu. 

"O empresário que reteve mão de obra está vendo que o volume de contratação está mais fraco e que as incertezas quanto à atividade se prolongaram. Isso pode mitigar o ganho real", afirma.

Os bancários, que somam mais de 500 mil no país, garantiram 2% de ganho real neste ano, após nove dias de greve. Em 2011, a greve durou 21 dias e o ganho real foi menor, de 1,5%. Carlos Cordeiro, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), explica que, no ano passado, havia uma preocupação com a injeção de recursos na economia. 

"O aumento real do salário poderia alimentar a inflação, que já estava alta." A média de ganho real em setembro, data-base dos bancários, ficou em 1,51%.

Apesar de ainda altos, os índices negociados por essas grandes categorias está abaixo daqueles registrados no primeiro semestre. O robusto reajuste do mínimo em janeiro fez com que a média de ganho real negociada no mês chegasse a 3,65%. "A inflação cresce e há um impacto direto no reajuste do trabalhador", diz Silvestre. 

Ainda assim, ele acredita que a média de ganhos reais em 2012 seja a maior da série histórica calculada pelo Dieese, iniciada em 1996. Balanço do Dieese apontou aumento real médio de 2,23% no primeiro semestre deste ano.

Segundo o coordenador do Dieese, que acompanha as mesas de negociação entre trabalhadores e empresários, o setor patronal trouxe para o debate no segundo semestre os efeitos da crise e a maior incerteza quanto ao crescimento do país. 

"As expectativas de avanço da economia murcharam paulatinamente ao longo do ano. Em períodos de maior dificuldade, os trabalhadores negociam outros benefícios, como plano de saúde e abono salarial", afirma.

É o que os metalúrgicos de São Paulo têm feito, de acordo com o presidente do sindicato, Miguel Torres, cuja base tem 470 mil trabalhadores. Filiados à Força, eles negociaram um ganho real menor que o dos cutistas, mas correram atrás de outros benefícios. Torres cita o casa da fábrica de motores MWM, que vai pagar um abono de R$ 1.296 a todos os seus 2 mil funcionários. 

"Sentimos durante todo o ano o desaquecimento da indústria. Empresas procuraram o sindicato para negociar a redução da jornada e dos salários. Há caso de empresa que aceitou pagar os 8% de reajuste e já procurou a Força para dizer que está com dificuldade de cumprir o acordo", diz.

Fabio Ramos, economista da Quest Investimentos, acredita que a aceleração da atividade prevista para 2013 deve pressionar novamente os ganhos reais, com um crescimento mais forte da ocupação e redução do desemprego, o que deve pressionar alguns grupos da inflação, como o de serviços. 

Mas, segundo ele, as intervenções setoriais feitas pelo governo, principalmente na indústria, controlarão esse avanço. No entanto, Romão, da LCA, espera que o ganho real médio dos salários seja menor em 2013 e fique em 2,7% nas seis principais regiões metropolitanas do país, ante projeção de alta de 3,9% para 2012. 

Ele atribui essa desaceleração a um avanço real mais modesto do salário mínimo - de 2,7% em 2013, ante 7,5% em 2012 -, à inflação média mais estável, que não deve ceder 1 ponto percentual como houve na passagem de 2011 para 2012, e ao crescimento moderado da ocupação em um cenário de atividade mais forte.

Carlos Giffoni | De São Paulo Valor Econômico

E o brasil maravilha dos FARSANTES SEGUE "MUDANDO" COM GERENTONA FAJUTA : Com economia fraca, indústria adia planos de expansão

 
Investimentos também estão em marcha lenta no setor privado

Sem saber de onde virá o crescimento da economia, que deverá avançar só 1,5% este ano, os empresários ficam com um pé atrás e protelam investimentos. Para o economista Renato da Fonseca, gerente-executivo de Pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), a esperada retomada da indústria no terceiro trimestre, em função das encomendas de fim de ano, não veio.

Com queda na produção em setembro e capacidade ociosa nas fábricas, os empresários só deverão começar a investir a partir de março de 2013, quando começarão a sentir os efeitos positivos dos cortes nas tarifas de energia elétrica e o impacto da ampliação da desoneração da folha, em janeiro.

- Para este ano, a conta já está fechada - disse Fonseca.

Termômetro da atividade, o setor de máquinas e equipamentos, viu a utilização de sua capacidade instalada cair de 85% para 75%. Mario Bernardini, assessor econômico da associação que representa o segmento, a Abimaq, disse que o ramo deverá fechar este ano com recuo de 2% a 3%.

- O país que investe pouco está comprometendo seu futuro. O governo não conseguiu gastar por problemas de projeto, de gestão, passando por problemas de insegurança jurídica e, principalmente, devido às "limpezas" feitas no Ministério dos Transportes.

"não tem como piorar"

Sérgio Leme, presidente da Dedini Indústria de Bases, do segmento de bens de capital, disse que adiou um investimento de R$ 80 milhões para ampliar a fábrica e permitir a produção de energia elétrica e outro de mais de R$ 60 milhões para melhoria de competitividade.

Devido aos investimentos represados no setor sucroalcooleiro, para o qual a Dedini é voltada, a empresa está operando com metade de sua capacidade de produção desde meados deste ano. Normalmente, o uso da capacidade gira em torno de 80%. Leme disse, no entanto, estar mais otimista com relação a 2013.

- O setor já sofreu muito e não tem como piorar.

Luiz Tarquinio Sardinha Ferro, presidente da indústria de fundição Tupy, disse que 2012 foi um ano de demanda menor, sobretudo devido ao contexto econômico e à queda na venda de veículos comerciais. Para o ano que vem, ele espera uma melhora "discreta". 

(Cristiane Bonfanti, Geralda Doca e Danilo Fariello)
O Globo