"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

junho 01, 2011

"SOMO TUDO PALACIANO"

Com o devido respeito, mas nessa era petista, quando misturamos o pior do mercado com o mais desonesto estatismo, o caso Palocci ultrapassa a trivial suspeita de enriquecimento indébito. Ele contempla aspectos típicos do lulopetismo, bem como o passado do suspeito, mas vai adiante.

Mais uma vez ele nos põe diante de nós mesmos, já que todos somos palocianos ou palacianos e temos a certeza de que, uma vez na panelinha, a "ética da condescendência" que sustenta o nosso espírito ainda patronal-escravocrata salva qualquer um do inferno.

Mesmo quando se fala errado e relativiza-se o moralismo da língua culta, vendendo (eis o que conta) milhares de livros ao Ministério da Educação. A questão, entretanto, é que esse aumento patrimonial comicamente extraordinário abre uma porta sequer ventilada pela teoria política nacional.

Refiro-me ao fato de que, no Brasil, o Estado não é um instrumento da burguesia, como manda o velho Marx. É, isso sim, um veículo de enriquecimento e de aristocratização de seus funcionários, na razão direta de sua importância dentro das suas burocracias.

Basta tabular o aumento patrimonial dos seus membros situando o quanto possuíam e quanto eles amealharam depois que cumpriram os tremendos sacrifícios de fazer parte do poder para verificar o triunfo da mendacidade com o povo, pelo povo, e para cada um de deles!

Na relação até hoje mal estudada entre o Estado (com suas leis)
e a sociedade (com seus costumes e tradições), esses casos revelam algo típico da tal América-Latina:
o fato de que o Estado é hierarquicamente superior à sociedade.

Ele traz à tona o mito segundo o qual, quando Deus nos inventou, Ele primeiro fez o Estado (com seus caudilhos, ministros, secretários, puxa-sacos e toda a malta que estamos fartos de conhecer),
e depois fez uma desprezível sociedade com a sua miscigenação, os seus burgueses, sua abjeta classe média e a massa de miseráveis com escolas (mas sem professores respeitados e bem pagos);
com hospitais (mas sem médicos);
com delegacias (mas com policiais bandidos)
e com essa esquerda autocomplacente que inventou a bolsa-ditadura, que anistia destruidores da floresta e que ama o atraso.

Quando surge a suspeita de um enriquecimento ridiculamente excepcional, como esse de Antonio Palocci - imagine, leitor, você em quatro anos ter mais 19 apartamentos, mesmo pequenos como o seu! -, batemos de frente com um aspecto pouco visto.

Refiro-me ao fato de tanto a direita quanto o centro e a esquerda serem todos viciados em Estado!
A estadofilia, estadomania e estadolatria é o cerne do nosso republicanismo, é ele - supomos! - que vai corrigir a sociedade.
Por isso é centralizador, autoritário e perdulário.
Ele usa leis para não mudar costumes.

Num país do tamanho do Brasil é impossível não desperdiçar recursos com a centralização. É impossível controlar de Brasília o que se passa no cu de judas! Mais:
nada melhor para a ladroagem, para o tráfico de influência e para o furto cínico dos dinheiros do povo do que essa concepção de um Estado autista, com razões que só ele conhece.

Um órgão engessado em si mesmo e avesso ao mercado e a qualquer tipo de controle, competição ou competência.
Tudo isso que o lulopetismo endossou por ignorância e/ou malandragem, mas que ainda goza de um inigualável prestígio junto da nossa opinião pública dita mais esclarecida que tem horror ao mercado.

Por quê?
Porque esse é o resultado da operação de um Estado feito de parentes e amigos que eram de sangue e hoje - eis a contribuição petista - são ideológicos.
Um Estado autocomplacente e referido, como mostra esse vergonhoso governo de coalizão que serve primeiro e si próprio, depois a si mesmo e, em terceiro e último lugar, aos seus adoradores.

Jamais lhe passa pela sua cachola, cheia de prêmios a serem distribuídos aos seus compadres, servir à sociedade que o sustenta.
Numa estadolatria, há alergia a competição e a seguir o básico das repúblicas: atribuir responsabilidade.

Daí o "eu não sabia", pois todos concordam com o descalabro, mas nada acontece. Como punir o ministro?
Como sair de um viés aristocrático que foi justamente a matriz social dos republicanos que queriam ser presidentes, fiscais do consumo, embaixadores, ministros do Supremo e senadores?

As mensagens não passam nessas redes administrativas em contradição cujos agentes sabem que enriquecer fácil significa criar dificuldade para vender facilidade. Algo simples de fazer nas sucessivas aristocracias que têm usado o liberalismo político como um disfarce para assaltar o Brasil.

Em outras palavras:
o governo dá para seus filhos; nós, os trabalhadores assalariados que não temos cláusulas secretas com quem nos paga, como é o caso do Palocci, pagamos a conta!

Será que ninguém sacou a burrice de aplicar marxismo burguês a um Brasil tocado a escravidão? Um país com uma burguesia contra máquinas e toda ela apadrinhada por si mesma?

Eu fico com vergonha ao ler como a nossa burguesia é reacionária quando sei que a modernização política do Brasil foi feita por um avô fujão, por um filho mau-caráter e por um neto que não sabia o que acontecia em sua volta.

A partir das repúblicas de 89, contam-se nos dedos os administradores e políticos que não multiplicaram por 20, 200 ou 2.000 seus patrimônios graças ao controle de um pedaço do Estado!

Palocci é juvenil perto dos outros que, se citados, tomariam todo o espaço de um jornal. Aguardo suas explicações que serão normas de ouro para o enriquecimento blitzkrieg.
Roberto DaMatta O Globo

O MÉDICO E O CONSULTOR : "Briguei sete anos com o Banco Itaú por causa de uma questão do Paraná e só agora descobri que o consultor era o Palocci"

A ofensiva do PMDB, com o aumento da pressão por mudanças na articulação política do governo, levou líderes petistas a já admitirem a substituição do ministro de Relações Institucionais, Luiz Sérgio, do PT.

Trata-se de uma ação preventiva do PT, uma vez que os peemedebistas, agora fortalecidos pela crise Palocci, podem reivindicar o posto com o qual sempre sonharam.

Em outra ponta, o esforço pela reaproximação entre o governo e o PMDB conseguiu barrar, pelo menos por enquanto, o aumento da dissidência no partido em favor da criação da CPI para investigar o aumento do patrimônio do ministro-chefe da Casa Civil.

Dos oito senadores peemedebistas do chamado grupo independente que avaliavam a conveniência de assinar o requerimento da CPI, apenas Roberto Requião (PMDB-PR) decidiu ontem dar seu aval para a investigação.

- É inexplicável essa consultoria de um médico a bancos. Eu mesmo briguei sete anos com o Banco Itaú por causa de uma questão do Paraná e só agora descobri que o consultor do banco era o Palocci. Não tem cabimento - justificou Requião.

Ele comunicou sua decisão no jantar promovido anteontem pelo vice-presidente Michel Temer, no Palácio do Jaburu, com a bancada de senadores do PMDB. Hoje, o mesmo grupo tem almoço marcado com Dilma Rousseff no Palácio da Alvorada, quando os problemas da coordenação política do governo serão abordados, se a presidente abrir espaço para esse debate.

G-8 decide esperar novas explicações de Palocci

Quanto à proposta da oposição de criar uma CPI para investigar as suspeitas sobre as atividades de Palocci como consultor, os senadores peemedebistas do grupo independente, o chamado G-8, decidiram esperar as novas explicações do ministro cobradas pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel.

Nos bastidores, porém, a avaliação quase unânime da bancada do PMDB é que Palocci não conseguirá se sustentar no cargo.

- O governo vai ter que trocar o fusível para não queimar a instalação toda - advertiu um deles.

No jantar, os senadores aproveitaram também para tratar de um pleito concreto a ser levado a Dilma hoje:
a redução dos juros das dívidas dos estados, reivindicação já feita por vários governadores, inclusive os do PT.

Adriana Vasconcelos, Maria Lima e Isabel Braga O Globo

FRENÉTICA E EXTRAORDINÁRIA : IBGE, PRODUÇÃO INDUSTRIAL RECUOU 2,1% EM RELAÇÃO A MARÇO, MAIOR QUEDA DESDE 12/2008


A inflação, os juros em alta e as medidas adotadas pelo governo para restringir o crédito derrubaram a atividade econômica em abril.

Prevendo vendas menores, a indústria reduziu significativamente a fabricação de itens mais caros, como automóveis e eletrodomésticos.

Os empresários preveem que, com o poder aquisitivo corroído pela alta dos preços e temendo se endividar, o brasileiro vai pôr o pé no freio nas compras.
“O resultado pior guarda relação com o encarecimento do crédito.
A diminuição no rendimento do brasileiro, em razão do aumento na inflação de alimentos, explica a queda na produção de bens duráveis”, analisou o economista do IBGE André Macedo.
Para ele, o avanço das importações também desanimou o empresariado.

Expectativa

No caso dos bens duráveis, a queda chegou a 10,1% em relação a março.
A produção de veículos caiu 2,8% e a de máquinas e equipamentos, 5,4%.
Nessa conta inclui eletrodomésticos, como geladeiras e fogões.

Os outros segmentos da atividade também tiveram resultado ruim:
bens intermediários caíram 0,6%;
bens de capital, 2,9%;
e bens semi e não duráveis, 1,5%.

O tamanho do recuo surpreendeu.
A expectativa do mercado variava entre queda de 0,2% e alta de 0,7%, com elevação de 0,3% na média.

Outro dado divulgado ontem confirma a piora na expectativa dos empresários para o consumo no país. Apurado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), o Índice de Confiança da Indústria (ICI) recuou 1,2% em maio ante abril.

No mês passado, o índice caiu 1,1% em comparação com março.
Esta foi a quinta queda seguida do indicador, que acumula retração de 4% este ano até maio.

Mariana Mainenti Correio Braziliense

CÂMARA FEDERAL : BONDE DA ALEGRIA MULTIPLICA LISTA DE APADRINHADOS.

A Câmara achou a saída para resolver a guerra dos partidos por uma fatia maior de vagas de livre preenchimento para abrigarem afilhados políticos.

Um projeto de resolução aprovado na semana passada pela Mesa Diretora inventa 57 postos para distribuir entre as legendas e consegue a façanha de não reduzir os Cargos de Natureza Especial (CNEs) nem das lideranças que encolheram na última eleição.

Para isso, vai extinguir a norma interna que estabeleceu relação direta entre os tamanhos das bancadas e a quantidade de servidores de confiança. Na justificativa da proposta, o comando da Câmara afirma que, após as eleições de 2010 e o início da nova legislatura se constatou “deficiência no número de assessores políticos à disposição da Casa e de seus titulares”.

Hoje, as excelências têm disponíveis 1.168 cargos de confiança, que geram despesa anual de R$ 95 milhões aos cofres públicos.

A justificativa apresentada pela Mesa Diretora resume as pressões que o presidente tem sofrido desde que foi eleito e a dificuldade de cumprir a promessa de campanha de aumentar o número de cargos para as legendas que cresceram sem reduzir as vagas comissionadas dos partidos que encolheram, como determina a Resolução nº 01/2007, que está sendo descumprida e prestes a sumir de vez.

Na semana passada, Maia propôs um jeitinho para tentar não desagradar a ninguém. A ideia consiste em criar cargos comissionados para alguns e diminuir o número de funções entregues a servidores efetivos.

Desse modo, a quantidade total de cargos disponíveis e divulgados parece resultado da adequação do novo tamanho das bancadas.

Na prática, contudo, o parlamento faz de conta que tirou da legenda que encolheu e deu à que cresceu e aumenta o número de apadrinhados — o que mais importa aos parlamentares — para todos.

A proposta vai representar um “incremento financeiro” de R$ 3,6 milhões, para o qual não há orçamento previsto este ano. A saída para fechar a conta foi propor a extinção — pelo menos por ora — de vagas disponíveis aos setores técnicos da administração e cortar funções comissionadas que eram concedidas a funcionários de carreira.

Nos bastidores, a ideia é que no próximo ano as novas vagas sejam incorporadas ao orçamento e as funções extintas voltem a existir.
Barganha

O problema encontrado pela Mesa Diretora é que nenhum partido se dispunha a perder cargos de confiança. Nessa situação estavam, por exemplo, DEM e PMDB, cujas bancadas diminuíram e, assim, deveriam perder cargos comissionados de forma proporcional.

O projeto de resolução defendido pelo comando da Câmara prevê que essas legendas reduzam em 10 o número total de funcionários, mas aumentem milagrosamente as vagas de CNEs. O DEM, por exemplo, tem atualmente 71 vagas. Vai passar a 76, em vez de abrir mão de 17, como pregava a norma em vigor. O PMDB, por sua vez, acumula 89 CNEs e deveria abrir mão de 23. Não apenas vai garantir o que já tem como ganhará quatro vagas. O PT garante 15 novos cargos de livre nomeação e chega a 104.

Ainda mais satisfeitos estão partidos como o PDT, que ganha 16 postos em vez de apenas nove; PTB, que recebe 22 cargos; e PP, que vai ganhar 20 CNEs.

No tabuleiro onde ninguém quer perder, faltou consenso quando o assunto foi seguir orientações e cumprir a norma editada em 2007.

O texto estabelece proporcionalidade entre cargos e o resultado das urnas. Sobraram, na verdade, pressões cobrando do novo presidente o jeitinho prometido durante a campanha.

Por meio da assessoria, Marco Maia, informou que a proposta ainda não foi a plenário porque está sendo construído um acordo para evitar que alguns partidos percam mais assessores que outros.

Izabelle Torres/CB

FRENÉTICA E EXTRAORDINÁRIA : GASTOU R$ 78,5 bi EM JUROS E R$ 13,4 bi EM INVESTIMENTO.



O governo de Dilma Rousseff gastou R$ 78,5 bilhões com juros da dívida pública entre janeiro e abril, quantia quase seis vezes maior do que os R$ 13,4 bilhões liberados, no mesmo período, como investimentos.

A comparação só não é pior, porque, nos desembolsos para obras, o Tesouro Nacional contabilizou R$ 12,7 bilhões de restos a pagardébitos contraídos em anos anteriores, mas só pagos agora.

Tal distorção tem sido um dos principais motivos de descontentamento de empresários e políticos da base aliada. Para eles, em vez de favorecer empreendimentos vitais para o crescimento sustentado do país, como estradas e aeroportos, o governo está tendo de pagar a fatura da gastança empreendida nos últimos dois anos do governo Lula.

Naquele período, a dívida aumentou e a inflação saiu do controle, exigindo a elevação da taxa básica de juros (Selic), que corrige boa parte do endividamento federal.

Em relação aos primeiros quatro meses do ano, as despesas com a dívida aumentaram 30%. E a conta foi tão salgada que, mesmo o setor público (governo central, estados, municípios e estatais) tendo poupando R$ 57,3 bilhões entre janeiro e abril para o pagamento dos juros, ainda faltou dinheiro para zerar a fatura.

O resultado foi um rombo de R$ 21,3 bilhões, o chamado deficit nominal, correspondente a 1,69% do Produto Interno Bruto (PIB). Apesar desses números nada animadores, o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel, comemorou.

Registramos o segundo melhor superavit primário da série histórica do BC, iniciada em 2001. A economia feita em quatro meses corresponde a 49% da meta total do governo, de R$ 117,9 bilhões”, afirmou.

Ele admitiu, porém, que o aumento dos gastos com juros deveu-se ao estoque maior da dívida, à alta da Selic e à subida da inflação.

Desconfianças

Na opinião do estrategista-chefe do Banco WestLB, Roberto Padovani, não fosse a farra fiscal dos últimos dois anos, as contas públicas não estariam tão ruins e o governo teria maior capacidade para investir em obras que reduziriam os gargalos que atravancam o aumento da produção e estimulam a inflação.

O excessivo gasto com juros é resultado de uma política fiscal de má qualidade nos últimos anos. Se o governo quiser reduzir as despesas com a dívida, terá que melhorar as medidas de ajuste fiscal. Não adianta trancar os cofres temporariamente, prejudicando os investimentos”, disse.

O economista-chefe do Banco ABC Brasil, Luís Otávio de Souza Leal, endossou essa visão. “Reduzir investimentos e aumentar os juros têm sido a política recente do governo. Resta saber se esse quadro continuará ou haverá um ajuste fiscal consistente, sem apoio apenas no aumento de impostos”, ressaltou .
“Por enquanto, o que importa para o governo é manter o superavit primário a qualquer custo”, completou.

O problema é que os juros vão continuar aumentando — na próxima semana, devem subir mais 0,25 ponto percentual, para 12,25% ao ano. Dos R$ 78,5 bilhões pagos aos detentores de títulos públicos, R$ 37 bilhões foram para a parcela dos débitos corrigidos pela Selic.

Rosana Hessel Correio Braziliense

Investimentos do FGTS na Petrobras e na Vale e aplicações na poupança perderam para a elevação dos preços


Os investimentos mais conhecidos pelos brasileiros, a Bolsa de Valores e a poupança, levaram uma surra da inflação nos primeiros cinco meses deste ano.

Frente a essas duas modalidades, a carestia foi imbatível. Com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulando 3,7% até maio, quem colocou o dinheiro na poupança, cujo rendimento foi de 3,34% no período, ficou no prejuízo. Na bolsa, a perda foi maior ainda. O Ibovespa, principal indicador do mercado brasileiro, amargou prejuízo de 2,29% em maio e de 6,76% no ano.

Ficaram também no vermelho, neste primeiro semestre, os fundos de renda variável ligados ao Ibovespa (prejuízo de 2,88% em maio e de 5,40% no ano) e o ouro (-0,88% e -3,90%). Quem investiu o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) na Petrobras e na Vale, aplicações avaliadas por especialistas como excelentes, amargou os piores prejuízos.

No caso da petrolífera, a perda ficou em 5,60% no mês e 10,12% no ano. Na mineradora, a rentabilidade foi negativa em 3,28% em maio e em 8,36% no acumulado de 2011.

A culpa do desempenho ruim das duas gigantes do mercado de commodities (produtos básicos com preço internacional), explicam analistas, está na ingerência política sofrida por elas neste início de ano, o que abalou a credibilidade de ambas. Na Vale, o governo derrubou Roger Agnelli da cadeira da Presidência para colocar alguém mais alinhado com o Palácio do Planalto. Na Petrobras, por força de determinação, os preços das altas do petróleo não foram repassadas aos consumidores e a estatal amargou prejuízo bilionário.

Diferentemente da Bolsa de Valores de São Paulo, em Nova York, o índice Dow Jones caiu 1,88% no mês. Mas, no ano, ele registra alta de 8,57%. Para Márcio Cardoso, diretor da Título Corretora de Valores, a bolsa paulista está perdendo porque os investidores estão menos otimistas em relação ao Brasil.

No caso dos brasileiros, há uma certa instabilidade devido a turbulências políticas e à inflação elevada.Os estrangeiros se preocupam com a crise na Grécia e com a sua repercussão no mundo”, explicou Cardoso.

Victor Martins Correio Braziliense

ATESTADO DE INCOMPETÊNCIA : A VOLTA DA "MÃE DO PAC" E NA PRESIDÊNCIA ...???? ISSO TÁ FEDENDO À CACHAÇA. POBRE BRASIL, SEM MÃE E REFÉM DO FILHO...

Dilma e Lula, o sombra

A "mãe do PAC" voltará às raízes e tomará para si a coordenação dos trabalhos para a Copa de 2014. Na reunião com governadores e prefeitos das cidades-sedes do Mundial, ficou decidido que a presidente Dilma Rousseff fará, a cada três meses, uma reunião com todos os envolvidos na realização do evento.

No encontro, segundo o ministro do Esporte, Orlando Silva, ficou constatado que é necessário acelerar os preparativos. Para isso, destacou, é importante que todos trabalhem em conjunto.

- Não vamos competir. Vamos nos ajudar.
O debate das dificuldades nas obras não deve ser utilizado politicamente.
Daí a importância de fazermos balanços sistemáticos e mostrarmos que esse conjunto de dirigentes está fazendo um esforço comum para apresentar um bom resultado à sociedade. Não há motivo para dizer que as obras não vão sair, que não ficarão prontas a tempo. Vamos trabalhar juntos e fazer as obras - afirmou a presidente.(?)


Na reunião, Dilma avisou a governadores e prefeitos que as obras que não tiverem saído do papel até dezembro deste ano serão canceladas. Ela frisou que o governo também está preocupado com a mobilidade urbana. Há dois PACs para essa finalidade, sendo um exclusivo para a Copa, que, por isso mesmo, os projetos nele incluídos têm liberação de recursos mais fácil.

Se até dezembro deste ano os projetos que estão no PAC Mobilidade Copa não tiverem início, as obras passarão para o PAC comum e, com isso, deixarão de ser prioridade.

Orlando Silva disse que, apesar dos problemas nas obras de algumas cidades - como São Paulo e Natal -, o governo não pensa em pedir à Fifa que reduza o número de sedes da Copa.

(Chico de Gois e Luiza Damé)O GLOBO