"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

março 04, 2013

O TEMPO É O SENHOR DA RAZÃO ! AQUI NUNCA ENGANARAM OS FARSANTES E FALSÁRIOS : Agiotas do otimismo



Basta olhar para os gráficos que retratam a evolução cadente do PIB nacional nos últimos anos para constatar:
ao contrário da maioria dos demais países, até hoje o Brasil não conseguiu se recuperar do tsunami da crise mundial de 2009.

Lá se vão quase cinco anos em que afundamos, noves fora o espasmo de crescimento do ano eleitoral, obtido à custa do crepitar da fogueira do gasto público e do crédito farto.

Quem vai nos tirar deste atoleiro?

Desde 2008, o crescimento acumulado pelo país é de 11%, o que dá uma média anual de 2,7%. Neste ritmo, nossa renda per capita - que teve crescimento zero em 2012 - levará quase 40 anos para dobrar. 
Tomando-se apenas o biênio perdido da gestão Dilma Rousseff, a média cai a 1,8%, a pior para um início de mandato desde o quase imbatível Fernando Collor de Mello.

Mas não são apenas os dados agregados que amedrontam; os componentes do PIB explicitam uma situação ainda mais preocupante. 
Somos hoje uma economia dependente do consumo, ancorada na prestação de serviços de baixa complexidade, exportadora de matérias-primas, com uma indústria em petição de miséria e investimentos paralisados graças ao intervencionismo do governo.

No domingo, O Estado de S.Paulo mostrou, com base em estudo do Iedi, que, desde 2008, o setor de serviços foi único a sobreviver à tormenta econômica brasileira. Em contrapartida, neste período a indústria da transformação caiu quase 6% - passando a responder por apenas um naquinho do PIB, na pior situação em décadas - e a agropecuária ficou praticamente estagnada.

Quem mais tem sofrido, porém, são os investimentos:
em 2012 caíram 4%.

Se eles não acontecem, os motores do crescimento não se reativam.

O estudo do Iedi mostra que a alta acumulada deste quesito desde 2008 é de apenas 6%, enquanto o consumo escalou quase 29%.

O mercado brasileiro acaba tendo que ser suprido por produtos estrangeiros: nestes quatro anos, as importações subiram quase 35% e as exportações, só 6%, ainda de acordo com o Iedi.

Mais:
apenas o déficit da balança de serviços mais que dobrou e chegou a US$ 41 bilhões no ano passado, informa O Globo hoje.
Que não restem dúvidas:
a gestão petista está provando de seu próprio veneno.

A postura intervencionista, aguçada na gestão Dilma, instaurou a desconfiança entre os empresários e os novos negócios estão à míngua, com baixas chances de reversão até o fim deste ano.

Quem é responsável por este desgoverno?

Desde que foi apresentada à nação como "mãe do PAC", Dilma Rousseff vem sendo cantada em prosa e verso como gestora das mais eficientes. Olhemos para o Brasil destes últimos dois anos e reflitamos:
o que a presidente fez de bom ao país até agora?
Em que ela comprovou sua proverbial sapiência de gestora?

Dilma gastou metade de seu mandato refazendo o que fizera, desdizendo o que dissera, decidindo para depois voltar atrás. Tomou atitudes intempestivas e temerárias, como a revisão atabalhoada dos contratos de energia elétrica, ao mesmo tempo em que afundou de vez nossa maior empresa, a Petrobras.

Sob seu governo, os investimentos só contribuíram com 2% do crescimento do PIB, de acordo com cálculos da MB Associados publicados hoje pelo Valor Econômico.

Este dado não deixa margens para dúvidas:
a "mãe do PAC", a gestora implacável, é uma madrasta megera de um filho cada vez mais renegado.

A única esperança concreta de melhoria que se avista são as concessões em setores de infraestrutura. Ou seja, a chance de recuperação da economia repousa naquilo que o PT sempre repudiou, mas, finalmente, resolveu abraçar depois de anos de relutância e sectarismo.

Conclusão:
aquilo que pode dar certo, os petistas não sabem e não gostam de fazer.

A gestão Dilma desperdiçou estes dois últimos anos tentando convencer os brasileiros de que tudo ia bem. Baseou seu comportamento em previsões tão favoráveis quanto irrealistas.

Perdeu tempo precioso.
Enquanto outras nações aproveitaram para sacodir a poeira da crise e voltar a crescer, agiu como agiota do otimismo.
Deu no que deu.

Fonte: Instituto Teotônio Vilela
Agiotas do otimismo

MODUS OPERANDI ! NUNCA NA "istóriadeztepaiz" UMA CARTILHA DE DE(s)CÊNIO TEM TANTAS PÁGINAS ANEXAS/AVULSAS II : O Menu de Truques Contábeis. OU : CAIXA DE PANDORA .

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Na última terça-feira dia 26 de fevereiro, a pedido da associação dos funcionários do IPEA, dei uma palestra para explicar para funcionários de fundos de pensão de algumas empresas estatais quais são os truques contábeis feitos pelo governo federal.

Na semana passada havia dado uma palestra sobre o mesmo tempo mas não consegui explicar muito bem. Dessa vez acho que consegui de forma bem didática fazer uma tipologia dos cinco truques contábeis que poderíamos chamar de contabilidade criativa.


Esses cinco truques contábeis são os seguintes:

(1) emitir novas dívidas para emprestar para bancos públicos e, simultaneamente, recolher dividendos desses bancos (inclusive dividendos antecipados). 
Se um banco público precisa de recursos, o correto seria o governo deixar a instituição reter os dividendos que seriam distribuidos e, assim, reduzir as emissões de dívida.
(2) O segundo truque contábil é vender receitas futuras (dividendos) de outras estatais para o BNDES e, assim, o Tesouro transforma uma receita que entraria no futuro em receita primária hoje. 
Isso foi feito, em 2009 e 2010, com créditos (dividendos) a receber da Eletrobrás e agora será feito com a receita futura de Itaipu.


(3) O terceiro truque contábil foi um dos maiores absurdos recentes que envolveu BNDES e Petrobras. 
Originalmente, a operação aprovada no Congresso Nacional, em 2010, permitiu ao governo ceder 5 bilhões de barris de petróleo (que estão lá no fundo do mar) por R$ 74,8 bilhões à Petrobras que pagaria ao governo com ações da companhia. 
Mas alguém “esperto” resolveu emitir R$ 25 bilhões em novas dívidas para mandar para o BNDES que, em conjunto com o Fundo Soberano, compraram R$ 32 bilhões de ações da Petrobras que pagou parte dos 5 bilhões de barris de petróleo ao Tesouro não com ações, mas com esse dinheiro.

Assim, uma operação que deveria ser neutra do ponto de vista fiscal, troca de barris de petróleo por ações, acabou gerando uma receita primária de R$ 32 bilhões (1% do PIB). 
A pessoa que bolou essa operação vai pleitear em breve uma menção especial no livro Guinness World Record de “maior cara de pau do mundo”.

(4) O quarto truque contábil é a tentativa de redefinir o conceito de primário. 
Resultado primário é receita primária menos despesa primária. Mas desde 2008 tem essa idea esquisita de descontar despesas do PAC e agora está em estudo descontar parte das desonerações. 
Truque, truque e mais truques!!!!

(5) O quinto truque contábil é postergar o pagamento de despesas que dão origem a uma montanha de restos a pagar. 
Os cálculos que fiz mostram que, por baixo, pelo menos R$ 40 bilhões dos restos a pagar não podem ser cancelados: 
(a) R$ 13,6 bilhões do Minha Casa Minha Vida, 
(b) R$ 6,3 bilhões dos subsídios orçamentários do programa de sustentação do investimento (PSI); 
(c) R$ 14 bilhões da saúde que precisa ser executado para cumprir com o mínimo constitucional; 
(d) R$ 2,6 bilhões do FGTS que não foi pago no ano passado; 
e (e) mais uns R$ 2,2 bilhões de equalização de juros do crédito agrícola.

Ou seja, se o governo terminasse hoje, ele deixaria de presente para o próximo presidente perto de 1% do PIB de despesa ainda não contabilizada na despesa primária . E a propósito, isso não entra na estatística da dívida pois “restos a pagar” é dívida flutuante – não é contabilizado como dívida bruta ou líquida. Isso entra no meu menu da contabilidade criativa.

Abaixo descrevo as várias fases da despesa pública. Quando termina o ano (linha pontilhada) e o dinheiro que está empenhado não foi liquidado, isso dá origem a um resto a pagar não processado. Se o recurso empenhado foi liquidado, mas não pago, temos um resto a pagar processado.


Será que ficou claro para todo mundo agora o menu de opções que podemos chamar de contabilidade criativa? Tentei ser o mais didático possível e espero ter conseguido explicar.

Original/ìntegra :
O Menu de Truques Contábeis
 por mansueto

MODUS OPERANDI ! NUNCA NA "istóriadeztepaiz" UMA CARTILHA DE DE(s)CÊNIO TEM TANTAS PÁGINAS ANEXAS/AVULSAS : Estados mais endividados

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A agência classificação de risco Fitch Ratings afirma que os estados brasileiros estão “muito endividados” e se eles contraírem novas dívidas poderão “ameaçar seus perfis financeiros, a menos que canalizadas para investimentos”.

No estudo “Retomada do Crédito a Subnacionais no Brasil”, a empresa avalia que os estados já comprometem parte importante de suas receitas com o pagamento de juros e “os critérios adotados pelo governo federal para autorizar novas dívidas não são transparentes”.

A Fitch defende que a aprovação de novos empréstimos deve ser pública assim que a autorização é concedida. No ano passado, o governo autorizou a alta do endividamento de 21 estados em mais R$ 58,3 bilhões.
“Necessidades significativas de investimentos, que ultrapassam a capacidade de financiamento própria dos estados e que não possam ser atendidas por investidores privados, moverão a dívida dos subnacionais brasileiros nos próximos anos”, comenta o texto.
A agência classifica, por exemplo, o Estado de São Paulo como “altamente endividado” e aponta que o governo paulista poderia aumentar o nível de sua dívida em 6,6%, ou R$ 11,9 bilhões.

De acordo com a companhia, outras unidades do Nordeste que tiveram autorização para elevar dívida são muito dependentes de repasses da União como fonte de receita.

Na avaliação da Fitch, há um limite de crédito junto aos órgãos ligados ao governo federal, como BNDES, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil, que “estão perto do teto”.


Segundo a empresa, a saída serão os estrangeiros. 
No ano passado, os bancos privados estrangeiros em operação no país desembolsaram US$ 2,5 bilhões para três estados, que usaram os recursos para amortizar parte da dívida com o governo federal.
Correio