"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

maio 29, 2012

REVELADA A CLASSE ALTA DO brasil maravilha. AQUELA QUE COME CARNE DE PESCOÇO E QUER ARROTAR PICANHA.

Cerca de 54% da população brasileira forma a chamada classe média atualmente, o que representa a maior classe social do país. Segundo a Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), pertencem a esse extrato social famílias com renda per capita entre R$ 300 e R$ 1.000.

A definição foi aprovada nesta terça-feira após reunião do ministro da SAE, Moreira Franco, e o subsecretário de Ações Estratégicas da pasta, Ricardo Paes de Barros, com comissão de especialistas para avaliação dos critérios de identificação deste novo segmento da população.

Segundo a secretaria, em 2009 essa classe representava 34% da população e, com a tendência de crescimento, hoje ela representa mais da metade dos brasileiros.

Dentro dela, foram definidos três subgrupos: a baixa classe média, com renda familiar per capita entre R$ 300 e R$ 440; a média, com renda familiar per capita de R$ R$440 a R$ 640; e a alta classe média, cuja renda familiar per capita fica entre R$ 640 e R$ 1.020.

De acordo com o trabalho, a renda familiar per capita da classe baixa vai até R$ 300 e a da alta, de R$ 1.020 em diante. Na classe alta, também foram definidos dois grupos: um com renda familiar per capita entre R$ 1.020 e R$ 2.480 e outro, que tem acima de R$ 2.480.
Íntegra
Maria Paula Autran/ Folha

brasil 100/200/300%... - MERCEDES- BENZ : Pela primeira vez em sua história de mais de 50 anos no Brasil vai suspender 1,5 mil contratos de trabalho no ABC Paulista

A Mercedes-Benz anunciou nesta terça-feira que vai suspender por até cinco meses o contrato de trabalho de 1,5 mil funcionários na fábrica em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista.

A montadora usa o mecanismo, conhecido como "lay off", pela primeira vez em sua história de mais de 50 anos no Brasil.

Desde fevereiro, a empresa negociava com o sindicato local uma alternativa para adequar sua produção à queda observada no mercado de caminhões nos cinco primeiros meses do ano.

A iniciativa, adotada em 1999 pela Ford no ABC, foi anunciada por representantes da montadora e do sindicato dos metalúrgicos como uma saída para evitar o corte de um contingente excedente estimado em 1,5 mil trabalhadores. A suspensão começa a valer no dia 18 de junho e vai até 17 de novembro.

O mecanismo, previsto na legislação trabalhista, não afeta o período de aquisição de férias, 13º salário e outros direitos do trabalhador, incluindo reajustes salariais e plano de saúde. Mas tanto o FGTS quanto o INSS não serão recolhidos enquanto o lay-off estiver em vigor.

O salário será bancado, em parte, por recursos do Fundo de Amparo do Trabalhador (FAT), que vão responder por R$ 1,16 mil do total recebido. O restante será pago pela Mercedes-Benz. Não há redução de salários dentro do programa.

Na média, cada trabalhador da montadora recebe em torno de R$ 2,8 mil, já excluído da conta o recolhimento de FGTS e INSS.
A Mercedes informou que vai definir nos próximos dias os profissionais envolvidos na medida.

O Globo

E NO brasil DE DOIS PASSOS PRA FRENTE E UM PRA TRÁS E 100/200/300%"PREPARADO" ... OGX DO EIKE DESACELERA PRODUÇÃO DE PRETRÓLEO : "Estamos produzindo com a injeção de água e precisamos equilibrar isso"

A produção de petróleo da OGX, empresa do empresário Eike Batista, deverá atingir entre 40 mil e 50 mil barris diários no segundo trimestre de 2013, disse o presidente da companhia, Paulo Mendonça.

A empresa esperava chegar a esse patamar ainda em 2012, com quatro poços em fase de extração no complexo de Waimea, na Bacia de Campos. Mas a OGX optou por reduzir o volume na fase de Teste de Longa Duração (TLD), como é chamado o início da produção de um poço.

Estamos produzindo com a injeção de água e precisamos equilibrar isso. Se injetarmos água demais, vamos entregar o reservatório depletado. Estamos testando, mas com a produção atual, de 8,5 mil barris em cada poço, estabilizou disse o presidente da OGX.

A empresa deu início à produção do seu primeiro óleo, em Waimea, no dia 31 de janeiro deste ano. Nos testes, a produção teve diferentes níveis de vazão, entre 10 mil e 18 mil barris por dia, para o avaliar o comportamento do reservatório. Atualmente existem dois poços abertos, e a produção média está em 17 mil barris/dia.

Com o início da extração no segundo poço, no início do mês, a produção chegou a subir de 11,5 mil barris de petróleo para 23 mil barris/dia (ao todo), disse ele.

Mendoça informou ainda que um terceiro poço em Waimea começará a produzir no segundo semestre de 2012. Isso fará com que a produção atinja entre 30 mil e 40 mil barris/dia até o final do ano. Um quarto poço virá somente em 2013, e aí a produção pode variar entre 40 mil e 50 mil barris/dia.

Parte do complexo de Waimea tem volume recuperável de 110 milhões de barris segundo o Plano de Desenvolvimento apresentado à Agência Nacional do Petróleo (ANP), mas pode chegar a 150 milhões, segundo Mendonça.

A estimativa para todo o complexo de Waimea (que envolve outros campos) permanece entre 500 e 900 milhões de barris. A declaração de 110 milhões de barris abrange apenas uma parte do campo, Waimea Pequena, batizada de Tubarão Azul, onde opera a plataforma FPSO OSX-1. Acreditava-se inicialmente que Waimea era um único campo, mas recentemente a OGX dividiu o complexo em vários reservatórios.

Segundo o presidente da companhia, essa divisão foi necessária porque descobriu-se que existem vários tipos de óleo, com diferentes graus API (22 e 24 graus) e que funcionam com diferentes pressões.

O Globo

Memória :
Camuflados

Gurgel encaminha ao MPD-DF representação contra Lula

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, encaminhou nesta terça-feira ao Ministério Público Federal do Distrito Federal a representação criminal contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, apresentada pelos partidos de oposição. Segundo Gurgel, como Lula não tem mais foro privilegiado, não cabe à PGR analisar o caso.

Na segunda-feira, líderes do PSDB, DEM, PSOL e PPS representaram contra o ex-presidente, acusando-o de praticar os crimes de tráfico de influência, coação no curso do processo penal e corrupção ativa pela suspeita de ter feito pressão junto ao ministro Gilmar Mendes para que o Supremo Tribunal Federal (STF) adiasse o julgamento do escândalo do mensalão.

Segundo reportagem publicada no último final de semana, o ex-presidente teria oferecido proteção na CPI do Cachoeira ao ministro em troca de adiamento do julgamento do mensalão na Corte.

Lula divulgou nota na segunda-feira dizendo-se indignado e negando o teor do diálogo com o ministro do Supremo. Admitiu, porém, ter se encontrado com o ministro no escritório de Nelson Jobim. Nesta terça-feira, Gilmar Mendes voltou a falar do assunto e acusou o ex-presidente de centralizar a divulgação de informações falsas sobre ele.

O Globo

GILMAR MENDES : “Vamos parar de futrica. Não preciso ficar extorquindo van para obter dinheiro. O que é isso? Um pouco mais de respeito”,


O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes afirmou nesta terça-feira que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seria a “central de divulgação” de intrigas contra ele e que a tentativa de envolver seu nome no esquema do empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, tem como objetivo “constranger o tribunal” para “melar o julgamento do mensalão”.

O objetivo [de ligar seu nome ao de Cachoeira] era melar o julgamento do mensalão. Dizer que o Judiciário está envolvido em uma rede de corrupção. Era isso. Tentaram fazer isso com o Gurgel e estão tentando fazer isso agora”, afirmou o ministro, fazendo referência às críticas recebidas pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, por ter segurado investigação, em 2009, sobre a relação entre Cachoeira e o senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO).

Nesta terça-feira, Gilmar Mendes diz que desde sempre defendeu a realização do julgamento do mensalão ainda este semestre.
“Não era para efeito de condenação. Todos vocês conhecem as minhas posições em matéria penal. Eu tenho combatido aqui o populismo judicial e o populismo penal”.


Mas por que eu defendo o julgamento? Porque nós vamos ficar desmoralizados se não o fizermos. Vão sair dois experientes juízes, que participaram do julgamento anterior, virão dois novos, que virão contaminados por uma onda de suspicácia. Por isso, o tribunal tem que julgar neste semestre e por isso essa pressão para que o tribunal não julgue”, completou.

Visivelmente irritado e com o tom de voz alterado, Mendes diz que foi alvo de “gângsteres”, “chantagistas” e “bandidos”, que estavam “vazando” informações sobre um encontro que teve com Demóstenes, em Berlim, e que a viagem teria acontecido após Cachoeira disponibilizar um avião ao senador.

Não viajei em jatinho coisa nenhuma. Vamos parar com fofoca. A gente está lidando com gângsteres. Vamos deixar claro: estamos lidando com bandidos que ficam plantando essas informações”, disse o ministro, que apresentou notas e cópias de suas passagens aéreas emitidas na TAM pelo Supremo Tribunal Federal.

Questionado se o ex-presidente Lula estaria entre os tais bandidos e gângsters, Mendes apenas respondeu que ele está “sobreonerado” com a tarefa de adiar o julgamento do mensalão.

“Estão exigindo dele uma tarefa de Sísifo [trabalho que se renova incessantemente]“, disse. Ele não disse quem seriam “eles” a exigir a tarefa.

Segundo o ministro, ele não precisa de “fundo sindical, nem dinheiro de empresa” para viajar. Mendes citou que apenas um livro seu, o “Curso de Direito Constitucional”, vendeu mais de 80 mil cópias desde 2007 e que com o dinheiro poderia dar “algumas voltas ao mundo”.

“Vamos parar de futrica. Não preciso ficar extorquindo van para obter dinheiro. O que é isso? Um pouco mais de respeito”, afirmou.

Íntegra :
Felipe Seligman Folha

PÂO&CIRCO R$1,99 SEM "MARQUETINGUE" : brasil maravilha CAINDO NA REAL : Brasil deve cair para 7a. economia

Com dólar em alta, país perderá uma posição no ranking mundial

O dólar alto deve fazer o Brasil voltar uma casa no ranking das maiores economias do planeta. Cálculos da agência de classificação de risco Austin Rating, a partir de dados do Fundo Monetário Internacional (FMI), apontam que o país pode cair da atual sexta posição no mundo para a sétima.

É o efeito da valorização da moeda americana - que no ano já subiu mais de 6% - sobre o Produto Interno Bruto (PIB, soma de bens e produtos produzidos) do país. Pelo levantamento, o PIB perderia cerca de US$ 100 bilhões com a desvalorização do real, saindo de US$ 2,45 trilhões para US$ 2,34 trilhões.

As novas projeções não mexem com as primeiras cinco posições no ranking, ocupadas por Estados Unidos, China, Japão, Alemanha e França. O Brasil troca de lugar com o Reino Unido, que reassume a sexta posição com o dólar valorizado aqui. O retrato segue mais uma vez inalterado, com Itália, Rússia e Canadá fechando o quadro das dez maiores economias.

- É uma mudança que ocorre somente por causa do câmbio. Não é por causa de perda de fôlego ou freio no crescimento. É uma mudança que tende a ser momentânea e não traz dúvidas sobre, por exemplo, a capacidade de o país honrar seus pagamentos em dólar.

O país volta para uma posição que já ocupava antes. Não se trata de uma alteração brusca - disse o economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini.

O dólar num patamar mais elevado tornou o PIB brasileiro mais real, acrescentou José Eustáquio Vieira, economista do Ipea. Em sua avaliação, os números brasileiros eram "artificiais" em decorrência de um câmbio distorcido.

- O câmbio, sem dúvida, estava muito apreciado. Porém, se o câmbio passar dos R$ 2,10, o país deixa de ter uma taxa de câmbio competitiva para ter uma taxa que prejudica o crescimento econômico.

Professora do Instituto de Economia da Unicamp, Simone Deos diz não ver impacto significativo de um possível rebaixamento do Brasil no ranking dos maiores PIBs mundiais.

- Pode-se até argumentar que isso pode ter alguma influência sobre o comportamento dos agentes econômicos, tanto do governo quanto da iniciativa privada, mas em um momento de instabilidade, como o que o mundo vive, é apenas um efeito estatístico.

Para ela, os possíveis efeitos do câmbio depreciado - aumento dos valores em reais das exportações e redução das importações devido ao custo mais elevado - no PIB só devem aparecer quando a cotação se estabilizar.

- O que estamos vendo é um momento de grande volatilidade - afirma ela, acrescentando que estes efeitos dependeriam de outros fatores, como o nível de atividade da indústria e os preços das commodities .

Efeitos benéficos ainda estão por vir

Na avaliação de Fernando Montero, economista da Convenção Corretora, esse retrato é pouco representativo. Funciona mais, segundo ele, como um marketing político dos países.

- Em 1999, quando o Brasil acabava de sair do câmbio fixo e a Argentina ainda estava na conversibilidade, o PIB argentino ficou quase superior ao brasileiro.

Já o professor Fernando de Holanda, da Fundação Getulio Vargas, diz que comparar os PIBs dos países é uma metodologia inadequada.

- É possível tornar um país rico, apenas apreciando o câmbio.
É um indicador inadequado.


Para Gilberto Braga, professor do Ibmec-RJ, os efeitos positivos da alta do dólar não estão sendo sentidos devido ao fraco desempenho da indústria. Já os aumentos dos preços de insumos importados poderão provocar pressão sobre a inflação.

- O Brasil está sofrendo os malefícios da alta do dólar sem desfrutar dos benefícios - avaliou o economista que projeta alta de 2,6% no PIB deste ano. - Os preços dos combustíveis, por exemplo, que afetam os custos de logística, estão sendo subsidiados pelo governo.

É uma bomba-relógio que vai estourar.


O economista do Banco Fator, José Francisco Gonçalves, afirma que já trabalhava com dólar a R$ 1,90, portanto não precisou mudar suas previsões para o PIB - que, segundo ele, deverá crescer 2,7%.

Gonçalves diz que os efeitos da alta são potencialmente positivos, mas dependem da evolução da economia chinesa e dos desdobramentos da situação na Europa.

Fabiana Ribeiro O Globo

QUANDO A REPÚBLICA É DE TORPE$... O PAÍ$ VIRA UM BALAIO DE GATO$ : Barraco na Bove$pa

Uma desavença pessoal entre Edemir Pinto, presidente da Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBovespa), e Fernando Heller, sócio-diretor da TOV Corretora, transformou o mercado financeiro em palco de um bate-boca e de disputas judiciais raramente vistos no meio empresarial.

A briga tornou a bolsa alvo de desconfiança dos investidores, que acompanham atentamente a confusão. Ontem, a disputa ganhou mais um capítulo, quando a Associação de Acionistas da BM&FBovespa, um grupo aliado de Heller, protagonizou uma marcha movida a samba em frente à sede da companhia, em São Paulo.

O desafeto de Edemir o acusa de "promiscuidade com os órgãos reguladores", a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e a BSM, a entidade de autossupervisão da BM&FBovespa. Eles afirmam que a bolsa repassou à BSM irregularmente R$ 92 milhões no ano passado.

Mas, segundo um técnico da instituição, o dinheiro já pertencia à BSM e integra um fundo com o qual são ressarcidos investidores que tiveram perdas com falhas de corretoras.

Outra acusação diz respeito a uma sentença judicial em primeira instância que condena a BM&FBovespa, o ex-banqueiro Salvatore Cacciola, o Banco do Brasil e ex-diretores do Banco Central a restituir R$ 24 bilhões aos cofres públicos.

O processo é referente à operação de salvamento dos bancos Marka e FonteCidam, em 1999, que teria beneficiado os citados na sentença.

O grupo de Heller acusa a bolsa de ter escondido a informação dos acionistas antes da assembleia geral de março. A BM&FBovespa garante que a informação já constava do prospecto da abertura de capital da bolsa, ocorrido em 2007.

A disputa entre Edemir e Heller é antiga e começou antes da fusão da Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F) com a Bovespa. As duas entidades funcionavam como condomínios e, para ter direito a operar no mercado, era necessário possuir um título de sócio. O dono da TOV afirma que, na época, já operava pela Bovespa, mas queria entrar na BM&F.

Ele conta que Edemir, após intermediar a venda de um título, negou a autorização, alegando que a TOV não era qualificada. A briga foi parar na Justiça. Com a fusão, as questões de qualificação foram ignoradas e a corretora, como outras que também não atendiam às condições, puderam entrar no mercado.

"Isso foi um crime, eles não poderiam ter negado a autorização", disse Heller ao Correio.
"É preciso passar tudo a limpo", afirmou Antônio Rago, vice-presidente da Associação de Acionistas.

A TOV tenta ainda, com essas queixas, reverter decisões da CVM e da BSM contra a corretora, que segundo dados das duas entidades, está entre as 10 que mais sofrem reclamações de investidores.

"É preciso passar tudo a limpo"

Antônio Rago,
vice-presidente da Associação de Acionistas da BM&FBovespa

VICTOR MARTINS Correio Braziliense

SINAIS DE RETROCESSO ! É brasil "PÃO&CIRCO"R$1,99 DA "CARINHOSA(MENTE) ENGANADORA.

Voltamos aos tempos de pacotes econômicos semanais.
Precisamos ficar atentos diariamente ao "Jornal Nacional", pois pode surgir nova medida estatal que muda as regras do jogo, cedendo privilégios a uns e punindo outros.

O governo parece mais perdido que cego em tiroteio.


Para quem tem apenas um martelo, tudo parece prego.
Este governo só sabe estimular consumo e crédito, nada mais. Não podemos menosprezar o fator ideológico da equipe econômica. São nacional-desenvolvimentistas, com orgulho.

Acreditam no governo como locomotiva do progresso nacional, e costumam desprezar os riscos inflacionários.


Quando os dados da economia apontam arrefecimento, lá vem o governo com a solução: nova rodada de estímulos para expandir o consumo via crédito.
Ocorre que o modelo não é sustentável e apresenta claros sinais de esgotamento.

As famílias já estão muito endividadas, consumindo quase um quarto da renda com o serviço da dívida. Há evidentes limites para mais alavancagem.


Os investidores ficam receosos para aumentar investimentos. A insegurança cresce quando o governo adota postura errática, partindo para medidas arbitrárias. Além disso, faz mais sentido "investir" no lobby em Brasília, quando a canetada do governo decide os rumos do setor e escolhe os campeões nacionais na marra.

Por que investir em eficiência quando o BNDES empresta dinheiro com juros abaixo da inflação? Muito melhor conquistar os políticos e cair nas graças do banco estatal, que já recebeu cerca de R$ 300 bilhões do Tesouro para tal finalidade.

Aprovar reformas estruturais e cortar seriamente os gastos públicos, para aumentar a poupança doméstica e permitir um crescimento sustentável, dá muito trabalho. É mais fácil reduzir as taxas de juros no grito, torcendo para a inflação não sair do controle.

O próprio Banco Central conta com a "ajuda" externa, uma vez que a crise europeia e a desaceleração chinesa pressionam os preços das commodities para baixo, aliviando em parte a inflação.


Só que o Brasil continua em pleno emprego, com massa salarial em alta, e inflação de serviços rodando em patamares preocupantes. Ninguém no mercado financeiro acredita que há autonomia no BC, que se mostra cada vez mais politizado.

Como resultado, as estimativas de inflação seguem desancoradas, mesmo com o "pibinho" crescendo abaixo de 3% ao ano.


Entre medidas desesperadas, o governo reforça o protecionismo comercial, intervém no câmbio nas duas direções (é preciso agradar à Fiesp, mas sem destruir a "Bolsa Miami" da classe média), reduz o IPI de setores específicos e força os bancos a conceder mais crédito, mesmo com a inadimplência em alta.

Agora a presidente Dilma quer mexer até no lucro das montadoras.
Não tem como dar certo.


O índice de ações das empresas brasileiras, medido pelo Ibovespa, acusa o golpe e acumula queda de quase 15% em 12 meses. Ele está no mesmo patamar de meados de 2007, sendo que a inflação no período passa de 30%.

Os estrangeiros parecem cansados do modelo brasileiro também, e sacam seus recursos do país. O dólar passou de R$ 2 e o BC precisou intervir.


O fato é que esta equipe econômica nunca foi realmente testada em ambiente adverso. Na crise de 2008 isso quase aconteceu, mas, à época, ainda havia espaço para simplesmente inundar os mercados com estímulo ao consumo, único instrumento que este governo conhece.

Assim foi feito, e a inflação bateu no topo da elevada meta.


Isso não é mais viável agora. Se o governo seguir nesta trajetória, ele vai fomentar uma bolha de crédito que inevitavelmente irá estourar, produzindo efeitos nefastos na economia. Sem maiores investimentos privados e liberdade econômica, o Brasil corre o risco de cair em uma armadilha de crescimento pífio com inflação elevada.

É o que os economistas chamam de estagflação.


Resta saber se, no pânico, o governo vai apelar ainda mais para marretadas artificiais, como fez a vizinha Argentina, que até mexeu no cálculo oficial da inflação para tentar enganar o mercado.

A alternativa correta seria soltar as amarras criadas pelo governo, cortar os gastos públicos e deixar o mercado funcionar. Mas como esperar isso deste governo, com forte viés ideológico?

O PT, na oposição, foi contra todas as principais reformas que modernizaram o país, tais como o Plano Real, a Lei de Responsabilidade Fiscal, as privatizações e as metas de superávit primário e de inflação, com autonomia do BC.

A dúvida é se agora, no poder, o partido vai destruir estas conquistas.
Espera-se que não.
Mas os sinais de retrocesso saltam aos olhos de todos.

Rodrigo Constantino O Globo
Sinais de retrocesso