"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

abril 15, 2011

ERA UMA VEZ : CRESCIMENTO CHINÊS/BRASIL/NEYMAR/INFLAÇÃO E UM BCO.CENTRAL TORCEDOR.


Era uma vez
um país que tentou durante décadas ter um crescimento "chinês"; era uma vez um país que em dois ou três anos tornou-se o "queridinho do mundo", o lugar onde todos precisam estar e onde todos querem estar. Era uma vez o país que sempre foi um "país do futuro" e agora virou a bola da vez!!

Somos hoje, para o mundo, uma espécie de Neymar. Estão todos encantados, deslumbrados e contando com os lucros da grande revelação das últimas temporadas.

Crescemos 7,5% em 2010 e nada é capaz de nos segurar! O Brasil, assim como Neymar, está com o futuro em suas próprias mãos; assim como Neymar, ficou proibido de ouvir críticas ou ter seus defeitos apontados; assim como Neymar, precisamos fazer a coisa certa para aproveitar o momento e darmos certo; mas para quem cuida do futuro de Neymar e do Brasil parece que isso é apenas questão de tempo.

O primeiro grande erro do governo Dilma foi achar que não precisava mais de um Banco Central de respeito. Um ministro mais ou menos resolve; afinal, quem faz o gol somos nós mesmos.

Grande erro!! Similar ao do Santos, que já demitiu alguns técnicos, que não fizeram o que Neymar queria.

Desde a confirmação da saída de Meirelles do Banco Central e da permanência de Mantega na Fazenda, o relatório Focus apontou semana sim, semana também sim, uma expectativa maior de inflação e menor de crescimento para 2011 e 2012.

Seria isso implicância?
Seria isso "medo de dar certo"?
Seria isso pressão do mercado financeiro porque quer ganhar dinheiro sem fazer nada?
É o que afirma o governo e o nosso ministro.

Cerca de quinze dias atrás, o relatório de inflação veio tão bonzinho, tão certo do que está acontecendo e do que está sendo feito que se chegou a pensar que o país inteiro está parado ou parando, que nada sobe ou vai subir.
Dias depois foi divulgado o maior IPCA no primeiro trimestre desde 2003 (quando o câmbio estava acima de R$ 3,50).

Alguém deve estar errado.
Talvez seja o relatório Focus desta semana, no qual o TOP 5 já aponta o estouro da meta de inflação para 2011.

Voltando a torcida... como é bom ver o Neymar jogar.
Como é bom torcer por ele.
Torcer é um verbo que só deveria ser permitido para a sociedade, já que nós estamos, na imensa maioria das vezes, fora do centro das decisões.

Por isso, torcemos por um time de futebol, torcemos pelo fim das tragédias, torcemos para que o metrô um dia chegue aos lugares certos e torcemos para que o Neymar deixe todas as máscaras de lado e ganhe a Copa de 2014 para a gente.

Estranho é quando você se dá conta de que o ministro está torcendo para que o câmbio suba e o Banco Central torcendo para que a inflação caia.
Já diria algum filósofo:
"Se é preciso torcer para que algo dê certo é porque talvez isso já esteja errado".

O Banco Central está errado desde o ano passado:
- Ficou torcendo para que o mundo desacelerasse. E e isso não ocorreu.
- Errou quando não subiu os juros ao final de 2010, quando as eleições já haviam sido definidas.
- Errou quando tomou as medidas macroprudenciais "tarde demais" para a inflação que já existia e quando acreditou que elas seriam suficientemente "duras" para segurar a inflação e as expectativas.
- Errou se em algum momento acreditou que valeria a pena trocar um pouco mais de inflação por um crescimento maior.
E errou ao deixar-nos acreditar que deixaria isso ocorrer.

Dilma erra a não exigir dos responsáveis um discurso duro contra a inflação. É preciso amainar as expectativas, que hoje são, talvez, as grandes inimigas da inflação.

O Santos trocou de técnico.
Trouxe alguém com mais gabarito, com mais experiência, com um discurso mais duro e com um perfil de que não irá passar a mão na cabeça de Neymar quando este estiver errado.

Dilma deveria fazer o mesmo.
Só assim teremos certeza de que devemos torcer apenas pelo futebol, porque a inflação, o câmbio, os gastos públicos e as demais variáveis que fazem um país dar certo - não por uma temporada, mas por várias temporadas - estarão em boas mãos. Sendo que em ambos os exemplos, boas mãos é igual a bons técnicos e não bons torcedores.

Luiz Gustavo Medina é sócio da M2 Investimentos

"PARA O BRASIL SEGUIR MUDANDO" : IND. DE ALTA E MÉDIA TECNOLOGIA TEM PIOR DÉFICIT EM 22 ANOS.

Entre janeiro e março, a balança comercial da indústria de alta e média-alta tecnologia, onde estão concentrados os setores intensivos em capital e inovação, atravessou o pior primeiro trimestre em 22 anos.

Nos primeiros três meses deste ano, esses segmentos registraram déficit de US$ 17,7 bilhões, mais de US$ 5 bilhões superior ao de igual período do ano passado e o dobro do registrado nos primeiros três meses de 2008 e 2009.


Já a indústria de baixa tecnologia
, que fabrica, por exemplo, calçados, vestuário e alimentos, aumentou seu superávit comercial de US$ 7,7 bilhões, registrados no primeiro trimestre de 2010, para US$ 8,5 bilhões no mesmo período deste ano.


O crescimento do saldo não foi suficiente, porém, para evitar um rombo de US$ 10 bilhões no saldo comercial total da indústria de transformação.


Nem a abertura comercial promovida por Fernando Collor, a valorização do câmbio durante o governo Fernando Henrique Cardoso ou o surgimento da China como provedor em grande escala de bens manufaturados ao longo do governo de Luiz Inácio Lula da Silva foram capazes de gerar, isoladamente, um rombo tão grande quanto o registrado nos primeiros três meses do governo Dilma Rousseff.


Autor de um estudo sobre a balança comercial da indústria de transformação por conteúdo tecnológico, Rogério Cezar de Souza, economista-chefe do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), avalia que a indústria brasileira vive um momento decisivo.

"Os segmentos de média-alta e alta tecnologia são os que mais sofrem com o câmbio, os juros e os tributos altos, porque são por eles que passam as inovações mais aprimoradas. Se ele está com problemas, como está hoje, o país vai sofrer no futuro", diz Souza.

João Villaverde | De São Paulo Valor Econômico

MUITA COISA ERRADA : MUNDO COR-DE-ROSA DA CAMPANHA DA FRENÉTICA NÃO EXISTE NA REALIDADE..


O PT tem gastado muita saliva - e bilionária verba publicitária pública - para vender aos brasileiros a ideia de que está construindo um país de sonhos.
Na campanha eleitoral do ano passado, o mundo cor-de-rosa cintilou dia após dia nos programas de TV da candidata Dilma Rousseff.
Demorou pouco para que toda esta fantasia desbotasse.

Ninguém se esquecerá dos grandiosos eventos para divulgar o Minha Casa Minha Vida. Das festas para comemorar as conquistas da Copa de 2014 e das Olimpíadas de 2016. Todos também se lembrarão das caravanas para visitar canteiros e inaugurar pedras fundamentais de obras do PAC protagonizadas por Lula e uma penca de ministros. Quase nada disso existe no mundo real.

Comecemos pelas obras da Copa, objeto de estudo oficial divulgado ontem pelo Ipea. Lá está dito que 9 dos 13 aeroportos das cidades brasileiras que vão sediar os jogos em 2014 não estarão prontos a tempo para o evento. É o caso de Manaus, Fortaleza, Brasília, Guarulhos, Salvador, Campinas, Cuiabá, Confins (Belo Horizonte) e Porto Alegre.

Quando (e se) estiverem terminadas, as intervenções já não serão suficientes para dar conforto aos passageiros.
Chegarão já ultrapassadas.
Não se diga, porém, que não houve tempo hábil para as autoridades agirem:
o Brasil foi escolhido sede da Copa em outubro de 2007, mas desde então a situação só piorou.

Nos dois últimos anos, aponta o Ipea, passamos a ter 14 dos 20 principais terminais operando em condição crítica, ou seja, acima da capacidade.
Até então, eram "apenas" 11. Nenhum aeroporto melhorou e o governo do PT nada fez, a despeito da escalada de uso de transporte aéreo no país verificada nos anos recentes.

O governo federal anunciou nesta semana que chamará governadores e prefeitos das cidades-sede às falas para cobrar-lhes agilidade nas obras.
Antes disso, a presidente da República - que chefiou a Casa Civil por quase cinco anos e deveria ser, portanto, responsável pelo bom andamento dos trabalhos - deveria olhar para o próprio umbigo.

Somente 44% da verba autorizada para a Infraero entre 2003 e 2010 foi aplicada. Nos últimos oito anos, a média de investimentos da estatal nos nossos aeroportos foi de R$ 430,3 milhões.
Isso significa que, para fazer frente aos R$ 5,6 bilhões necessários à preparação para a Copa, terá de triplicar o ritmo nos próximos três anos.
Alguém crê nisso?

Passemos agora ao PAC, em estado de virtual paralisia.
Mostra hoje O Estado de S.Paulo que, dos R$ 40,1 bilhões de gastos autorizados para o programa neste ano, apenas R$ 102 milhões (0,25%) foram pagos até agora. São, portanto, mais de cem dias sem nada fazer - até por isso mesmo, o PAC tem sido convenientemente esquecido pelo atual governo...

Ações propaladas como carros-chefes do PAC durante a campanha eleitoral de Dilma até hoje não avançaram um centímetro.
É o caso, para citar apenas algumas, das 500 Unidades de Pronto Atendimento (UPA), das unidades básicas de saúde, dos postos de polícia comunitária.

Tem mais coisa parada por aí.
A Folha de S.Paulo mostra o castelo de areia que tem se revelado o Minha Casa Minha Vida.
O programa do governo federal completou dois anos sem entregar nenhum imóvel às famílias de São Paulo com renda até três salários mínimos.
Estão previstas 40 mil unidades na cidade, mas somente 3 mil estão sendo construídas.

A situação não é específica da capital paulista.
Neste ano, nenhum contrato para famílias que recebem até três salários mínimos foi assinado pela Caixa em todo o Brasil, mostrou o Estadão em fins de março.
O governo admite o problema e informa que o programa só deverá ser retomado em julho.

Não espanta que, diante de tanta incapacidade para "cumprir todas as metas estabelecidas, com planejamento, metas claras e muito trabalho", como Dilma prometeu na campanha eleitoral, o governo do PT esteja apelando a chicanas jurídicas, como revela O Globo hoje.

No projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2012, que enviará hoje ao Congresso, o governo deve estipular "regras mais flexíveis" para a realização das obras da Copa e das Olimpíadas.
Segundo interlocutores da área econômica ouvidos pelo jornal, pretende-se agilizar processos de licitação "como (se) faz em situações de emergência".

Driblar a fiscalização, calar críticos e dar margem a imensos desperdícios de recursos públicos é algo recorrente nas administrações do PT.
Em 2010, o governo Lula já havia modificado regras para desimpedir certo tipo de obras.
Nem assim conseguiu realizá-las.

Se continuar nesta toada, vai ser preciso torrar muita verba de publicidade para esconder que tem muita coisa errada acontecendo por aí.

Fonte: ITV

COM ANOS DE ATRASO, BRASIL COMEÇA PRODUZIR CHIPS.


O início da produção do primeiro chip brasileiro está marcado, finalmente, para 2012, algo que pelos planos originais deveria ter ocorrido em agosto de 2007. O fabricante será o Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec), como parte de um projeto que completa dez anos desde a doação dos primeiros equipamentos pela Motorola.

Nesse período, recebeu investimentos de R$ 500 milhões.
A instituição havia sido constituída como associação civil sem fins lucrativos e em 2008 foi transformada em estatal para receber um fluxo estável de recursos, mas continuou sofrendo com sucessivos atrasos no cronograma.

Cylon Gonçalves, da Ceitec:
"Encerramos a novela da construção da fábrica"

Contratado em agosto de 2010 para presidir o Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec), o físico Cylon Gonçalves da Silva começa a destravar a implantação do embrião da indústria nacional de semicondutores.

Conhecedor dos meandros da administração pública, o executivo impôs uma nova dinâmica ao trabalho da estatal e adotou uma visão estratégica mais aberta à interação com o mercado. Agora, ele prepara para 2012 a entrada do primeiro chip brasileiro em linha de produção, algo que pelos planos originais deveria ter ocorrido em agosto de 2007.

O projeto do Ceitec completa dez anos desde a doação dos primeiros equipamentos pela Motorola. Nesse período recebeu investimentos de R$ 500 milhões, a maior parte do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT).

A instituição havia sido constituída como associação civil sem fins lucrativos e em 2008 foi transformada em estatal vinculada ao MCT para receber um fluxo estável de recursos, mas ainda assim continuou sofrendo com sucessivos atrasos no cronograma.

Pelo calendário original, as instalações deveriam estar concluídas em abril de 2007 e com os atrasos o início da produção foi adiado duas vezes em 2008, uma em 2009 e agora passou para 2012.

As obras terminaram dia 29 de fevereiro e até 15 de junho será concluído o processo de "aceitação": a verificação da conformidade entre o prédio e o projeto. Até 31 de maio será encerrada a reforma dos equipamentos doados pela Motorola e até 30 de setembro, o comissionamento das ferramentas para o início da transferência de tecnologia de fabricação pela alemã XFab, em 1º de outubro.
Essa etapa será concluída em 18 meses e a produção começará neste ano, em caráter experimental.

A precisão do calendário não é gratuita.
Desde que assumiu o cargo, Cylon passou a estabelecer "datas fatais" para cada etapa de trabalho, para melhorar o planejamento das compras que precisam de licitação pública.
Para os casos mais simples, adotou o pregão eletrônico, que reduz de 90 para nove dias, em média, o processo de aquisição, além de garantir uma economia de cerca de 20% em relação aos preços de mercado.

(...)
Cylon foi contratado não só por sua experiência científica, mas também por ter passado pelo setor público, onde acumulou conhecimento. Ele sucedeu o alemão Eduard Weichselbaumer, que havia assumido em 2009 e deixou o cargo em função dos entraves burocráticos que encontrou.

Cylon adotou a estratégia de desenvolver, fazer protótipos e fabricar chips apenas para clientes corporativos, e não mais produtos acabados com circuitos integrados, como estava previsto no projeto do chip para um brinco de rastreabilidade bovina:
"Vamos reduzir o risco comercial e tecnológico da empresa. Se fôssemos fazer produtos completos, teríamos que abrir canais de distribuição e perderíamos o foco."


A tecnologia da XFab permite a fabricação de circuitos com 600 nanômetros de dimensão. É o caso do "chip do boi", que opera em baixa frequência de 134,2 quilohertz e será o primeiro a entrar em linha de produção em versão aprimorada, que permite a regravação de dados.
"É uma tecnologia usada em todo o mundo, mas há certas demandas para as quais seguiremos contratando fabricantes no exterior", diz.


Segundo o executivo, o plano é que o Ceitec se especialize no segmento de identificação por radiofrequência (RFID na sigla em inglês), mas pode trabalhar com outras aplicações, como o chip que desenvolve para comunicação em banda larga sem fio WiMax. Ontem, o centro anunciou a conclusão do projeto de mais dois circuitos, um para identificação eletrônica de produtos e outro para o programa de identificação veicular do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran).

Esses chips usam a tecnologia de 180 nanômetros, operam em ultra-alta frequência (UHF) de 915 megahertz (MHz) e foram enviados ao exterior para que seja feito o protótipo. Até o fim maio, será concluído o desenvolvimento de um circuito para rastreamento de produtos perecíveis, com tecnologia de 350 nanômetros e operação em alta frequência (13,56 MHz).

A partir de agora, segundo Cylon, até o trabalho de pesquisa, desenvolvimento e projeto poderá, em alguns casos, ser feito em parceria com universidades, instituições de pesquisas e empresas. O executivo conta com uma equipe de 129 pessoas e deverá contratar mais 112 até o fim de 2012.

Sérgio Bueno | De Porto Alegre e Jefferson Bernardes/Valor

ONDA DE OPORTUNISMO

O Congresso Nacional tem se transformado em uma usina de fanfarronismo cada vez mais competente e menos convincente para boa parte da sociedade brasileira que não acredita em histórias da carochinha.

A reboque da tragédia de Realengo, parlamentares mais experientes no uso dos holofotes logo se anteciparam e propuseram novo plebiscito do desarmamento, isso sem ter nem sequer conseguido fechar a CPI do Tráfico de Armas, de 2005.

Dois anos de depoimentos e gastos vultosos de verba pública serviram, apenas, passados seis anos do início dos trabalhos, para a apresentação de 18 projetos que disciplinariam o comércio e o uso de armas de fogo no país, e investigariam organizações criminosas, mas nenhum deles, até o fim de 2010, havia sido aprovado.

Agora, enquanto as manchas de sangue de 12 inocentes ainda estão grudadas na memória do brasileiro, o Senado e a Câmara dos Deputados dão-se as mãos em mais um espetáculo de pura gabolice, para não dizer esperteza ou cinismo, e defendem novas regras para o desarmamento, em vez de se preocuparem em lutar por mais segurança —setor que, assim como o da saúde, é um dos calcanhares de aquiles da nação.

Não se trata aqui de ser contra ou a favor do desarmamento, mas de se tentar analisar a situação a partir da realidade do país.

Nos Estados Unidos, onde existe um arsenal de 240 milhões de armas nas mãos de civis, numa população de cerca de 304 milhões de habitantes, mata-se com arma de fogo cinco vezes menos do que no Brasil — a proporção é de quatro mortes por 100 mil habitantes lá, contra 20 assassinatos por 100 mil aqui.

Levando-se em conta que cerca de 17 milhões de brasileiros (contra 240 milhões nos EUA) estão nas ruas de arma em punho ou as guardam em casa, percebe-se que algo nas políticas de segurança anda errado. Muito errado.

O que se pretende mostrar com esses números é que há muita demagogia e oportunismo no grito em favor de um novo plebiscito, enquanto as autoridades do Executivo e do Judiciário e os representantes do povo brasileiro no Congresso cruzam os braços em relação a fazer algo de concreto e duradouro em defesa da sociedade.

Será que o Congresso teme o novo e receia lutar contra antigas instituições, como dizia Maquiavel?

A mídia, por seu lado, peca com a ausência de um espírito crítico mais contundente e por massacrar a população com imagens do assassino de Realengo.
É de se indagar:
será que essa estratégia não poderia influenciar a reedição da tragédia?

carlostavares.df@dabr.com.br

PETROBRAS NEGOCIA NOVO EMPRÉSTIMO COM BANCO CHINÊS.

Banco chinês, que já destinou US$14 bi ao Brasil, discute valor com estatal

O presidente do Banco de Desenvolvimento da China (CDB, da sigla em inglês), Chen Yuan, disse ontem que a instituição está negociando novo empréstimo para a Petrobras nos moldes do financiamento de US$10 bilhões que a empresa recebeu dos chineses em 2009.

Anteontem, Chen se encontrou com o presidente da estatal, José Sergio Gabrielli, e o diretor Financeiro e de Relações com Investidores da empresa, Almir Barbassa, em Sanya, onde ocorreu a encontro de cúpula dos líderes dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

Ontem, após o encerramento da reunião, Chen confirmou a operação numa entrevista coletiva para a imprensa chinesa:

- Os dois lados expressaram intenção e interesse em dar continuidade à cooperação entre as duas instituições.

Chen disse que a Petrobras e o banco agora discutem o valor e detalhes do financiamento. O presidente disse que o CDB já emprestou mais de US$14 bilhões a empresas brasileiras, sendo US$10 bilhões à Petrobras.

Em 2009, durante a segunda missão do ex-presidente Lula à China, a Petrobras fechou contrato de financiamento com o banco chinês cujos recursos estão sendo usados no plano de investimentos até 2013.

Agência o globo