"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

maio 09, 2012

Deputado Miro Teixeira tenta impedir a venda da Delta para a J&F

O deputado federal Miro Teixeira (PDT-RJ) pediu ao Ministério Público Federal (MPF) providências na Justiça para impedir a venda da Delta Construções para a J&F Participações, holding que controla a empresa de alimentos JBS, a de higiene e limpeza Flora, a de papel e celulose Eldorado Brasil e o banco Original.

O objetivo, segundo o parlamentar, é garantir que em caso de condenação dos dirigentes da Delta por corrupção, a população brasileira possa ser restituída de eventuais desvios.

"Se a Delta fez transações com empresas fantasmas, se envolveu-se em negócios escusos, como é que a solução é vendê-la? Eles metem o dinheiro no bolso?", questiona o parlamentar, acrescentando que o cancelamento do negócio seria uma medida "assecuratória".

No pedido apresentado hoje à Procuradoria-Geral da República, Teixeira pede atuação do MPF para evitar a venda ou até anulá-la, se já estiver concretizada. Pede, ainda, que sejam arrolados, de forma cautelar, todos os bens da empreiteira e tornados indisponíveis, para permitir eventual recuperação de ativos.

O objetivo, cita o documento, é evitar "essencialmente que bandidos encontrem no crime uma atividade lucrativa e vantajosa".

Fábio Fabrini, da Agência Estado

Conselho de Ética abre processo contra Protógenes por falta de decoro



O Conselho de Ética da Câmara abriu, nesta quarta-feira, 9, processo preliminar contra o deputado Protógenes Queiroz (PCdoB-SP) por falta de decoro parlamentar.

O pedido de cassação, apresentado pelo PSDB, aponta relações suspeitas mantidas por Protógenes e o araponga Idalberto Matias Araújo, conhecido por Dadá, preso na operação Monte Carlo da Polícia Federal.

Dadá é acusado de ser um dos operadores da organização comandada pelo empresário do jogo, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

O presidente do conselho, José Carlos Araújo (PSD-BA), indicará até a próxima semana um relator para o processo entre os três conselheiros sorteados nesta quarta: Amaury Teixeira (PT-BA), Jorge Corte Real (PTB-PE) e Onyx Lorenzoni (DEM-RS). Caberá ao relator indicar ao conselho se deverá ou não abrir processo de cassação contra Protógenes.

O ex-delegado é o primeiro alvo do Conselho. Apesar de responderem a inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) por ligações com Cachoeira, os deputados Carlos Leréia (PSDB-GO) e Sandes Júnior (PP-GO) ainda não são investigados no órgão porque o PSOL encaminhou o pedido contra ambos à Mesa e ainda está sob análise da Corregedoria.

No pedido de abertura de processo, o PSDB afirma que o deputado mantém uma relação de cumplicidade com o operador do grupo de Cachoeira e orientou o depoimento de Dadá em inquérito da Polícia Federal, no qual é alvo, para assegurar impunidade ao araponga.

O pedido do PSDB tem como ponto de partida reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, do dia 10 do mês passado, em que são publicados diálogos gravados pela PF durante a operação Monte Carlo.

As conversas foram gravadas em março e agosto do ano passado. Dadá esteve a serviço de Protógenes na Operação Satiagraha, que resultou na prisão do banqueiro Daniel Dantas. A corregedoria da PF abriu investigação para apurar suposto desvio no comando da operação, de 2008, que tratou de corrupção e lavagem de dinheiro.

"As circunstâncias deixam evidente que o representado (Protógenes) não só mantinha relações próximas e pessoais com o araponga, como também orientou seu depoimento na Polícia Federal", diz o texto da representação ao Conselho de Ética. Além disso, o PSDB argumenta que o parlamentar mentiu em público ao negar suas relações pessoais com Dadá.

"Tem-se um parlamentar flagrado em contatos espúrios com integrante do submundo do crime", afirma o documento. "Ao ocupante do cargo público não lhe é dado o direito de conviver com o crime e de auxiliar prováveis criminosos".

Outro argumento apresentado no documento é que Protógenes, de acordo com os diálogos, tinha "consciência do caráter antiético" de sua conduta, tanto que evitava ser visto na companhia de Dadá, escolhendo locais de encontro longe da visibilidade pública.

"O teor das conversas publicadas revelam a existência de interesses comuns entre ambos e a clara intenção de auxiliar um investigado, e provável criminoso, a escapar à aplicação da lei", diz o documento. Protógenes esteve na reunião do Conselho na qual foi tratada do processo preliminar.

Ele considera que o pedido de abertura de processo disciplinar não deve sequer ser admitido pelo colegiado.

"A reportagem é falsa, mentirosa, porque omite que os diálogos não correspondem à relação de Cachoeira", disse. Para ele, o PSDB foi induzido ao erro pela mídia ao tomar a iniciativa da representação. Protógenes fez referência ao depoimento do delegado Raul Alexandre Marques na CPI do Cachoeira, na terça-feira.

O deputado afirmou que o delegado disse a verdade e que não houve constrangimentos.

"Ele, apenas de ofício, registrou o fato em razão de vários nomes estarem sendo ventilados", disse Protógenes. A reunião da CPI foi secreta e Protógenes não quis revelar o que o delegado havia dito aos parlamentares.

O deputado disse ainda que já recebeu manifestação de apoio de Onix Lorenzoni e do deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), integrantes da CPI. Segundo Protógenes, os deputados se disseram indignados diante das notícias que estavam sendo publicadas a seu respeito.

Denise Madueño, da Agência Estado

Gurgel: Tem gente 'morrendo de medo' do julgamento do mensalão

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, rebateu nesta quarta-feira a afirmação do delegado da Polícia Federal Raul Alexandre Marques, em depoimento na terça-feira à CPI do Cachoeira. Marques disse que a Operação Vegas ficou inconclusa porque ele não deu prosseguimento às investigações.

Segundo o procurador, normalmente as críticas à sua atuação vem de parlamentares que estão morrendo de medo do julgamento do mensalão. Mais cedo, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que Gurgel terá cinco horas para acusar os 38 réus no julgamento do mensalão.

- O que nós temos são críticas de pessoas que estão morrendo de medo do julgamento do mensalão. São pessoas que aparentemente estão muito pouco preocupadas com as denúncias em si mesmas, com os fatos, com os desvios de recursos e com a corrupção. Ficam preocupadas com a opção que o procurador-geral, como titular da ação penal, tomou em 2009, opção essa altamente bem-sucedida.

Não fosse essa opção, nós não teríamos Monte Carlo, nós não teríamos todos esses fatos que acabaram vindo à tona. Há um desvio de foco que eu classificaria como, no mínimo, curioso afirmou Gurgel nesta quarta, em intervalo de sessão do Supremo Tribunal Federal (STF).


No depoimento, o delegado disse que a investigação foi engavetada por Gurgel. O procurador recebeu o relatório da Vegas em 15 de setembro de 2009 e nada fez. Gurgel só pediu abertura de inquérito contra o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) no STF em 27 de março deste ano, cinco dias depois de O GLOBO revelar o conteúdo das ligações entre o senador e Cachoeira.

O delegado disse que o relatório da Vegas foi enviado ao procurador-geral, a quem caberia encaminhá-lo ao STF. O documento foi entregue à subprocuradora-geral Cláudia Sampaio em 15 de setembro de 2009.

Um mês depois, ela, mulher de Gurgel, chamou o delegado e disse que a investigação não tinha indícios suficientes para abrir inquérito contra parlamentares. A partir daí, o caso seria arquivado ou devolvido à Justiça Federal de Goiás, de onde se originou, para reinício da apuração.

´Há uma tentativa de imobilizar o procurador-geral´

O procurador afirmou que não deve se preocupar com o andamento das investigações conduzidas pela CPI do Cachoeira. Ele afirmou ainda que as acusações de que ele teria se omitido podem ser uma forma de prejudicar sua atuação, no processo de Cachoeira e também no julgamento do mensalão.

- Eu não posso ficar me preocupando com o que acontece a cada momento, a cada segundo na comissão. Eu tenho que me preocupar em levar adiante a investigação. O que parece haver é uma tentativa de imobilizar o procurador-geral da República para que ele não possa atuar como deve, seja no caso que envolve o senador Demóstenes e todos os seus desdobramentos, seja preparando-se para o julgamento do mensalão disse.

- Esse é o atentado mais grave que já tivemos à democracia brasileira. É compreensível que algumas pessoas que são ligadas a mensaleiros tenham essas posturas de querer atacar o procurador-geral e querer também atacar ministros do Supremo, com aquela afirmação falsa de que eu estaria investigando quatro ministros do Supremo Tribunal Federal - continuou Gurgel.

Gurgel disse entender que surjam críticas, e que é normal que seu trabalho desagrade a alguns.

- A minha preocupação é de continuar trabalhando, de continuar investigando, de levantar o véu e revelar cada vez mais fatos que estão submetidos também à comissão parlamentar, mas que parece mais preocupada com outros aspectos, parece mais preocupada com o julgamento do mensalão.

Questionado se acredita que algum réu do mensalão está coordenando os ataques a ele, ele afirmou que há protetores de réus como mentores dessas críticas.

- Eu apenas menciono isso:
há pessoas que foram alvo da atuação do Ministério Público e ficam querendo retaliar, é natural isso. E há outras pessoas que têm notórias ligações com pessoas que são réus no mensalão.


Por fim, ele defendeu que o sigilo dos documentos do inquérito do Cachoeira seja mantido, pois há escutas, defendeu o procurador.

- Agora, não há duvidas de que esse é um dos casos de vazamentos mais escandalosos que temos na história. Nós sempre temos vazamentos nesse tipo de coisa, mas nesse realmente chegamos a um absurdo. Pedi ao diretor-geral da Polícia Federal que fosse instaurado inquérito para que se apure.

É preciso que se pare com essa coisa no país de achar que o sigilo é para inglês ver, que é uma coisa formal que consta da lei e que não é observada. A quebra de sigilo nesse caso foi talvez uma das mais escandalosas de que eu tenha tido notícia.

O Globo

EM TEMPO DE CPMI, MENSALÃO E AFINS...Comissão aprova reajuste de salário de ministros do STF , R$ 32.147,90, retroativo a 1º de janeiro deste ano.

O projeto de aumento salarial dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) avançou nesta quarta-feira, 9, na Câmara com a aprovação da proposta na Comissão do Trabalho.

Os deputados analisaram dois projetos enviados pelo Supremo, em 2010 e em 2011, e fixaram o valor do salário em R$ 32.147,90, retroativo a 1º de janeiro deste ano.

Um dos projetos originais previa o salário de R$ 30.675,48, para vigorar a partir de 1º de janeiro de 2011, e o outro mais um reajuste de 4,8%. O salário fixado aprovado significa um aumento de 20,29% aos atuais vencimentos de R$ 26.723,13.


Na carona do aumento dos ministros do Supremo, o procurador-geral da República também teve a aprovação de projeto reajustando seu salário para o mesmo valor na Comissão do Trabalho. Os reajustes têm efeito cascata em todos os salários do Judiciário e do Ministério Público.

Nos projetos originais enviados à Câmara em 2010, com a previsão de reajuste para R$ 30.675,48, o então ministro do Supremo, Cezar Peluso, e o procurador-geral, Roberto Gurgel, informavam que o impacto do aumento aos cofres públicos seria de R$ 2,022 milhões, no caso dos ministros do Supremo, de R$ 446,764 milhões no âmbito do Poder Judiciário da União, e outros R$ 173,384 milhões referentes ao Ministério Público da União.

Os gastos adicionais somam cerca de R$ 622 milhões por ano.
Os substitutivos aprovados pela comissão não informam o impacto do reajuste de 20,29%.


O governo não impediu a votação do projeto.
"Tem orçamento previsto para isso", disse o vice-líder do governo, Luciano Castro (PR-RR). Ele foi o relator e deu parecer favorável ao projeto de reajuste salarial para o Ministério Público.

Tanto Castro quanto o relator dos projetos de reajuste salarial do Supremo, deputado Roberto Santiago (PSD-SP), consideraram defasada a remuneração dos ministros e dos integrantes do Ministério Público.

Eles argumentaram que os valores atuais são de janeiro de 2009, quando houve o último reajuste salarial.


A presidente Dilma Rousseff e o ex-ministro do Supremo Cezar Peluso entraram em conflito no ano passado por causa do aumento salarial dos ministros e dos servidores do Judiciário.

A presidente Dilma não quis incluir os recursos no Orçamento Geral da União de 2012 para esse fim.


Estadão

MP solicita a Cabral ( O ESTROINA ) informações sobre suas viagens ao exterior


O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) informou nesta quarta-feira que o Procurador-Geral de Justiça, Cláudio Lopes, solicitou na terça-feira ao governador Sérgio Cabral informações sobre suas viagens ao exterior.

O GLOBO mostrou nesta quarta-feira o governo do peemedebista aumentou em 294% os gastos da administração estadual com diárias no exterior desde 2007.
Naquele ano, foram pagos R$ 663 mil para esse tipo de despesa contra R$ 3,2 milhões em 2011 aumento nominal de 391%. Atualizando valores pela inflação, o aumento fica em 294%.

O Procurador-Geral aguarda as respostas para serem analisadas pela Assessoria da Chefia Institucional.

Cabral vem sendo questionado por suas viagens após divulgação, no blog do deputado federal e ex-governador Anthony Garotinho (PR), de imagens suas e de secretários estaduais em jantares e festas em que estava presente o dono da Delta Construções, Fernando Cavendish, que é amigo de Cabral e tem contratos com o estado.

De acordo com o governo, Sérgio Cabral fez 37 viagem ao exterior em missão oficial desde 2007. Vinte e uma dessas missões tiveram como destino a França. Paris, a capital francesa, recebeu o governador cinco vezes neste período.

Pelo menos quatro deputados estaduais Marcelo Freixo (PSOL),
Luiz Paulo (PSDB),
Clarissa Garotinho (PR)
e Paulo Ramos (PDT) formalizaram na mesa diretora da casa requerimentos em que pedem informações sobre estas viagens.
Nenhum deles, no entanto, recebeu resposta.


Pezão defende Cabral:
'O Sérgio tem de viajar'


Após audiência na comissão de Viação e Transportes da Câmara nesta quarta-feira, para discutir os gargalos das rodovias no Rio, o vice-governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, saiu em defesa do governador Sérgio Cabral.

O vice defendeu seu superior na questão dos gastos com viagens ao exterior, em sua amizade com o dono da empreiteira Delta e sobre sua possível ida a CPI do Cachoeira.


- O Sérgio tem que viajar. Será que sentado no Rio, rezando, ia conseguir isso? (trazer investimentos ao estado). Se ficar sentado no Rio, não consegue atrair investimento. É o trabalho dele e eu fico segurando a parte administrativa disse, após audiência na Comissão de Viação e Transportes na Câmara, para discutir os gargalos das rodovias no Rio.

O vice-governador também defendeu Cabral sobre suas relações de amizade com o ex-presidente da empreiteira Delta, empresa mencionada em investigação da Polícia Federal sobre o contraventor Carlinhos Cachoeira.
Diversas fotos foram divulgadas de viagens de Cabral com Fernando Cavendish.


- Não há nenhuma reação nas ruas, vejo o povo muito solidário a ele afirmou Pezão, que disse que as obras da empreiteira no estado estão caminhando bem, sem irregularidades:
- As obras que a Delta tem estão andando normalmente. A obra do Arco Metropolitano, do saneamento de São Gonçalo, a Delta continua funcionando normalmente. Estamos 30 dias avançados no Maracanão, em 20 de maio com 50% e vamos entregar a obra no prazo.

Por fim, o vice ainda afirmou que, caso Cabral seja convidado a depor na CPI do Cachoeira, para explicar sua relação com Cavendish, irá, mas que não há razão para que ele preste esclarecimentos.

- Não há motivo. Trazer uma pessoa à CPI porque é amigo, porque apareceu numa foto de um jantar, é um absurdo. Ele nunca negou a amizade disse.

O Globo

E NO brasil maravilha...Preços administrados já pressionam IPCA - taxa de água e esgoto, gás de botijão, energia elétrica residencial, ônibus urbano, táxi, metrô, etc.

Em abril, ficaram mais caros
taxa de água e esgoto,

gás de botijão,
energia elétrica residencial,
ônibus urbano,
táxi,
metrô,
emplacamento e licenças,
óleo diesel,
produtos farmacêuticos,
plano de saúde e telefone fixo.

Três desses itens apareceram entre os principais impactos no IPCA do mês:
remédios,
plano de saúde
e energia elétrica.

"Os serviços monitorados, apesar de terem aumentado muito em abril, na taxa acumulada no ano e em 12 meses ainda estão abaixo do índice geral (IPCA). Isso significa que os serviços estão pressionando mais a inflação", afirmou Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de Índices de Preços do IBGE.

No ano, a alta acumulada nos preços dos serviços é de 1,39% e, em 12 meses, de 3,13%. No IPCA, a alta acumulada no ano é de 1,87% e, em 12 meses, de 5,10%.


No entanto, a inflação de maio terá forte impacto de reajustes de monitorados, como táxi, energia elétrica e tarifa de água e esgoto.
"Maio, pelos reajustes que já foram concedidos, é um mês que vai se caracterizar por aumentos de administrados", disse Eulina.


Os impactos esperados para a próxima leitura do IPCA são dos reajustes de táxi no Rio de Janeiro, de 6,8% na bandeira e 6,2% no quilômetro rodado, a partir de 4 de abril;
de 3,17%, em média, no táxi em Porto Alegre a partir de 30 de abril;
de 5,3% na tarifa de energia elétrica de uma das empresas que operam em Porto Alegre a partir de 19 de abril;
de 3,7% na energia elétrica em Belo Horizonte a partir de 8 de abril;
de 5,4% na energia elétrica no Recife a partir de 29 de abril;
de 6,5% na energia elétrica em Salvador em 22 de abril;
de 5,4% na taxa de água e esgoto em Belo Horizonte em 13 de maio;
de 12% na água e esgoto em Fortaleza em 30 de abril;
de 12,9% na água e esgoto em Salvador em 1º de maio;
e de 5,3% na água e esgoto em Goiânia em 1º de maio.


"Maio vai concentrar mais reajustes de administrados do que abril", confirmou Eulina. "Todos esses itens, especialmente energia elétrica e taxa de água e esgoto são muito importantes nas despesas das famílias."

DANIELA AMORIM/Estadão

Inflação oficial acelera : IPCA triplica para 0,64% no mês, maior taxa desde abril de 2011.

A inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA), acelerou um pouco mais do que o previsto em abril, com alta de 0,64% no mês, segundo dados divulgados nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A taxa triplicou em relação ao avanço de 0,21% registrado em março. Foi o maior índice mensal desde abril de 2011 (0,77%).

Desse jeito, o IPCA acumulado no ano chegou a 1,87%, ainda abaixo da taxa de 3,23% do mesmo período de 2011. Mesmo o índice acumulado nos últimos 12 meses até abril desacelerou, para 5,10%, depois de marcar 5,24% em março.

Economistas esperavam, na mediana das previsões coletadas pelo Banco Central, um avanço de 0,58% em abril, segundo o último boletim Focus divulgado na segunda-feira passada. Para maio, a expectativa é que o IPCA desacelere a 0,47%

O Globo

TUDO QUE TEM ORIGEM DA REPÚBLICA TORPE É : Bonitinho e ordinário


Ninguém gosta de pedágio, mas a maioria prefere pagar para trafegar por estradas seguras do que correr risco nas rodovias da morte que existem no país.

O problema é quando, mesmo pagando, a condição das vias continua tão ruim quanto antes. É o que está acontecendo com os trechos concedidos pelo governo petista à exploração privada.

Em outubro de 2007, o governo Lula levou 2,6 mil quilômetros de sete rodovias a leilão. Saiu baratinho:
a disputa foi vencida à época por empresas que se dispuseram a cobrar pedágios de menos de R$ 1. Para os motoristas e usuários, parecia um negócio da China de tão bom.

Mas está se mostrando tão enganoso quanto a duvidosa qualidade das quinquilharias que vêm do outro lado do mundo.

Passados quatro anos da assinatura dos contratos, poucas melhorias podem ser notadas nos trechos concedidos pela gestão passada. Agora, um relatório da Controladoria Geral da União (CGU) dá tons oficiais ao que já podia ser constatado a olho nu:
os investimentos que deveriam ter sido feitos simplesmente não aconteceram.

O levantamento analisa apenas os trabalhos iniciais das concessionárias, isto é, as obras consideradas emergenciais. Pelas regras, estas intervenções têm de ser realizadas nos seis primeiros meses do contrato para melhorar as condições de tráfego e segurança na estrada.

Sem elas, as empresas não poderiam sequer começar a cobrar pedágio.

Mas nem o que seria cosmético foi feito.
Seis das sete rodovias então concedidas não cumpriram plenamente as obrigações contratuais. A CGU apontou uma lista de 38 problemas, desde buracos no asfalto, desníveis nos acostamentos, falta de iluminação em passarelas a deficiências no sistema de drenagem.

"O atendimento parcial dos parâmetros de desempenho evidencia condições indesejadas, de segurança e de trafegabilidade, das estruturas físicas da rodovia após a execução das obras e serviços previstos na fase dos trabalhos iniciais, prejudicando os usuários da rodovia", avaliam os técnicos da CGU, segundo informou o Valor Econômico em sua edição de ontem.

Os problemas se fizeram notar nas seguintes rodovias:
Fernão Dias (BR-381),
Régis Bittencourt (BR-116),
Transbrasiliana (BR-153),
Rodovia do Aço (BR-393),
Autopista Fluminense (BR-101)
e Autopista Planalto Sul (BR-116, entre Curitiba e Florianópolis).
Apenas a Autopista Litoral Sul (BR-101 e BR-376) cumpriu os requisitos iniciais mínimos.

É de estranhar o fato de a CGU só se manifestar agora, passados quatro anos. Mas, mesmo com tanto atraso, não dá para considerar que Inês é morta. Se o que o órgão federal aponta é verdade, e quem trafega por estas estradas sabe que é, os motoristas foram lesados, pagando pedágio por um serviço que não estava à altura do que os contratos de concessão preconizam.

Caberia, pois, até ressarcimento.

Segundo o jornal, os pedágios na Régis Bittencourt foram liberados sem que a OHL tenha sanado 51% das falhas apontadas no pavimento. No trecho paulista da Transbrasiliana, a BR Vias pôde começar a faturar sua tarifa baratinha sem ter consertado 75% dos elementos de drenagem.

Vê-se quão ordinária foi a atitude das empresas e, principalmente, do órgão regulador, que autorizou a cobrança.

Mas os motoristas não foram logrados apenas nas obras iniciais. Também as melhorias que deveriam estar sendo realizadas ao longo dos contratos - estas, sim, estruturais e ainda mais imprescindíveis - não estão sendo respeitadas.

Em outra reportagem, o Valor cita auditoria do Tribunal de Contas da União na Autopista Litoral Sul (BR-101 e BR-376) apontando atraso e má qualidade nas obras feitas, além de cobranças indevidas de pedágio.

Não são poucos os exemplos de rodovias que deveriam ter sido recuperadas, mas receberam apenas maquiagens.
O modelo de concessões rodoviárias a preço de banana, que o PT alardeou como um sucesso, é, na realidade, um engodo.

A gestão passada entregou bens públicos à exploração privada sem sequer exigir em troca a garantia de prestação de bons serviços.
Se há privatização nefasta, esta, sim, é uma delas.

Fonte: Instituto Teotônio Vilela
BONITINHO E ORDINÁRIO

OPOSIÇÃO TENTA NOMEAÇÃO DE COLLOR O " NORMAL" .


Os integrantes da CPI do Cachoeira avançam nas negociações para a definição de quem será o vice-presidente da comissão. A base aliada quer manter sob seu controle o cargo, cujo ocupante será responsável pela condução das sessões na ausência do presidente do colegiado, Vital do Rego (PMDB-PB).

Integrantes da oposição já dão como certo que o vice-presidente será governista, mas começam a se articular para tentar evitar que seja nomeado o senador Fernando Collor (PTB-AL).

Collor, que já foi alvo de uma CPI e sofreu um impeachment quando foi presidente da República, tem atuado de acordo com os interesses do PT na CPI do Cachoeira: ataca alas da imprensa e a Procuradoria-Geral da República.

A CPI foi criada para investigar o suposto esquema ilegal de jogos de azar chefiado pelo empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, e suas conexões com agentes públicos e privados.

O discurso de parlamentares petistas e de que a definição do vice-presidente deve ser uma escolha pessoal de Vital do Rego e, por isso, o partido apoiara qualquer que seja a sua opção. Outro nome cotado é o do senador Vicentinho Alves (PR-TO). Por enquanto, contudo, o senador tem dito que não pretende assumir tal responsabilidade.

Ele justifica que está envolvido com outras atribuições no Senado, como a presidência da subcomissão que discute um novo marco regulatório para a aviação civil.

Para evitar que Collor assuma a vice-presidência da CPI, o PSOL sugerirá que a função seja assumida por um deputado, mesmo que do PMDB ou PT.

Valor Econômico

TORPES NO PODER RESULTA EM : "ENTIDADE" COLLOR/PT SURREALISMO & CIA.

Para fazer o que deseja a nova entidade Collor-PT, inimaginável há 20 anos, mas produzida agora em todos os seus contornos, à luz do dia, na CPI do Cachoeira, o inquérito implodiria antes mesmo do começo dos trabalhos.

A entidade quer "pegar" o procurador-geral da República, Roberto Gurgel; a imprensa - a começar da revista "Veja" - e aproveitar a oportunidade para retomar com vigor a proposta de controle da mídia; e o PSDB, na figura do governador de Goiás, Marconi Perillo.

Tudo com muito sigilo, o que é contradição evidente, mas Collor certamente quer evitar o que os seus acusaram o PT de fazer com ele na CPI do PC, quando passava à imprensa e ao Ministério Público as informações que ali transitavam.

Para o que tentar escapar desse roteiro, com texto e modo de operação prontos, em que a agressividade de Collor seja bem explorada pelo PT para substituí-lo em algumas ações, a ordem é atropelar.

Tanto o presidente da CPI, Vital do Rêgo (PMDB-PB), quanto o relator, Odair Cunha (PT-RS), dificilmente, por querer ou precisão, agirão fora do jugo da entidade.

Quanto mais não seja, por intimidação.

A oposição já tem um código de conduta na CPI
Mas a oposição, numérica e politicamente fragilizada, não se considera aniquilada já de saída e prefere esperar ter os dados que lhe permitam definir se dá para participar da investigação ou não. Por enquanto, não quer desistir.

Numa reunião ocorrida esta semana, os senadores Alvaro Dias (PSDB), Jarbas Vasconcelos (PMDB) e Randolfe Rodrigues (PSOL), debateram essa situação que se configurou na CPI, e o assunto que emergiu da conversa tem clareza objetiva.
A CPI, constataram, pode realmente ficar incontrolável.

Primeiro, é uma comissão que começa seus trabalhos ao contrário das outras, de início tomando conhecimento de inquéritos já feitos e já vazados para a imprensa. Há inquéritos concluídos e outros, não.

Antes, as CPIs apresentavam sugestões de providências ao Congresso, ao Ministério Público e à Polícia Federal. Agora, a PF mandou o inquérito pronto à CPI.

Diante dessa inversão, a oposição acredita que um bom projeto de ação seria trabalhar em duas vertentes. Uma, para tentar saber a extensão do poder do Cachoeira, suas ligações com autoridades federais e estaduais, a pouco esclarecida mistura de suas atividades com as da empreiteira Delta, a relação com governadores.

Outra, abrir a caixa preta da Delta.
Se isto não for feito, de nada adiantará a tarefa da CPI, vez que as informações já foram prestadas à polícia nas duas operações investigadas.

Embora a Delta seja, as investigações concluídas mostram, uma expressão ponderável do PAC e de vários governos de Estado e grandes cidades, a oposição não quer, segundo diz, usar métodos do PT quando o partido era oposição.

Sabem todos que há muitos outros governos envolvidos com a empreiteira além dos de Goiás, Distrito Federal e Rio, mas ponderam que, no momento em que houver transparência nos dados da empresa, será possível verificar que ela, em alguns lugares, não teve uma presença irregular, e em outros, ou até mesmo na maioria, agiu de maneira nefasta.

O que é mais coerente com o que apontam as gravações de conversas divulgadas até agora.

A oposição se diz decidida a fugir do protesto juvenil, não quer de maneira alguma aproveitar a CPI para atingir a presidente Dilma ou o governo. Por isso defende que a Delta seja investigada não apenas com relação ao PAC, mas nas suas demais ações Brasil afora.

Isto significa, e a oposição defende, a convocação dos governadores dos três Estados que se relacionaram com a empreiteira, segundo as transcrições dos grampos da polícia, sejam filiados ao PSDB, ao PT e ao PMDB (como é notório).

Nenhum desses partidos pode resistir à chamada a seus governadores, segundo crê a oposição.

Os três têm que ser convocados, se possível juntos, para evitar que um compareça e os demais consigam licença para a ausência.

A presença do senador Fernando Collor, o que, convenhamos, já dá uma aura de surrealismo a qualquer CPI; sua associação com o PT, que lhe resgatou a cidadania política, vez que a eleitoral tinha obtido sozinho, para transformar a comissão em campo de guerra contra os inimigos comuns, e a ação intimidatória que sua conduta exerce sobre o presidente - agressividade que empalideceu Vital do Rêgo várias vezes como já havia tirado a cor de Pedro Simon em plenário - transforma aquilo em um teatro. Do absurdo.

Tanto que ainda há, na CPI e ao mesmo tempo nos autos da PF, o ex-delegado Protógenes Queiroz (PCdoB), autor da célebre Operação Satiagraha, supostamente para prender e tirar do mercado o "banqueiro bandido" Daniel Dantas, mas que cometeu tamanhas irregularidades que acabou se afastando léguas da Justiça enquanto se aproximava a passos largos de um mandato.

Teatro sendo, vai ser muito difícil a oposição fazer o que articula nos bastidores.

A visão negativa tem lógica, e a decisão de dar caráter sigiloso ao primeiro depoimento, ontem, é prova disso. Mas, adverte-se, está tudo muito no começo.

A oposição, com algumas de suas condutas comuns a um grupo de representantes de partidos governistas, está disposta, para não ser aniquilada de início ou ver implodida a CPI, a reunir-se, debater os assuntos, juntar-se, fazer um trabalho que está definindo como "objetivo, racional, cuidadoso".

Com isso acredita poder criar pelo menos algum constrangimento, não custa experimentar, à entidade Collor-PT, para conseguir realizar alguma investigação sobre a Cachoeira-Delta.

Acha cedo, porém, para avaliar o que vai apurar, se vai se sair bem ou mal.
Dar em nada ou dar em tudo.
Em três semanas será possível observar o desdobramento disso e concluir se o trabalho é válido.
Na CPI da corrupção, Collor e PT, agressivos, querem transferir à imprensa a condição de ré.

Já Dilma Rousseff declarou guerra aos bancos privados em tom acima de uma relação polida. Corre o risco de uma inspeção nos bancos oficiais mostrar que ela não tem exemplos a dar nas instituições do governo.

Prepara-se para a Rio+20 incendiando a disputa de interesses, enquanto ameaça com veto total o trabalho do Parlamento.
O ar em Brasília está carregado.

Rosângela Bittar Valor Econômico