"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

maio 03, 2010

SALDO COMERCIAL O MENOR DESDE 2002.

O superávit comercial brasileiro caiu 65,3 por cento em abril na comparação com o mesmo período do ano passado, refletindo a demanda doméstica aquecida e o câmbio favorável às compras no exterior, informou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior nesta segunda-feira.

No mês, tanto as exportações quanto as importações foram recordes para o período, mas as importações cresceram em ritmo superior, o que achatou o saldo.

O superávit foi de 1,283 bilhão de dólares em abril, o menor para o mês desde 2002 (481 milhões de dólares). O saldo resultou de exportações de 15,161 bilhões de dólares e importações de 13,878 bilhões de dólares.

No mesmo período do ano passado, a balança havia sido superavitária em 3,693 bilhões de dólares.

Na comparação anual pela média diária, as exportações tiveram alta de 23 por cento e as importações, de 60,8 por cento.

"O crescimento das importações reflete a retomada da demanda, e o câmbio também ajuda", afirmou o secretário de Comércio Exterior, Welber Barral, a jornalistas.

Ele destacou estar "preocupado" com a aceleração das compras de bens de consumo. No mês, a alta foi de 50 por cento pela média diária na comparação com abril de 2009, influenciada por uma elevação de 71,4 por cento de produtos duráveis, como eletrônicos e carros.

No mesmo período, as importações de bens de capital (máquinas e equipamentos) aumentaram 18,9 por cento e a de insumos, 65,1 por cento.

O reajuste dos preços do minério de ferro não justificou, ainda, uma elevação da meta de exportações do ministério, mantida em 168 bilhões de dólares.

QUADRIMESTRE

Com o resultado de abril, o superávit acumulado no ano somou 2,175 bilhões de dólares, ante 6,681 bilhões de dólares no mesmo período de 2009.

As exportações totalizaram 54,390 bilhões de dólares e as importações, 52,215 bilhões de dólares —ambos os valores foram recordes para o período.

Pela média diária, o saldo no ano ficou em 26,9 milhões de dólares, 67,4 por cento abaixo do observado no mesmo período do ano passado.

Na mesma comparação, as importações aumentaram 41,8 por cento, para 644,6 milhões de dólares pela média diária, e as exportações cresceram 25 por cento, para 671,5 milhões de dólares.

Analistas consultados pela Reuters previam saldo positivo de 1,1 bilhão de dólares para abril, segundo mediana de 11 respostas que variaram de 880 milhões a 1,6 bilhão de dólares.

(Com reportagem adicional de Paula Laier)

Íntegra : Saldo comercial é o menor para abril desde 2002

SCORPÉNE -R$ 6.790 bi- INÍCIO 27/5.

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O primeiro dos quatro submarinos Scorpéne, de tecnologia francesa, comprados em 2008 pelo Brasil, começa a ser construído no dia 27 de maio. A cerimônia de corte das chapas destinadas à proa será realizada às 10h, no estaleiro DCNS, em Cherbourg. O relógio digital que marca a contagem para a entrega do navio, no segundo semestre de 2016, será ativado na mesma ocasião.

Os outros três submarinos do tipo S-Br sairão, até 2021, do novo estaleiro que a Marinha está construindo em Itaguaí, no litoral sul do Rio.

O recebimento do modelo movido a energia nuclear, o SN-Br, está definido: será em janeiro de 2022, com chances de ser adiantado um pouco, para novembro de 2021.

Porto de Itaguaí - Expansão

Plano de expansão do Porto de Itaguaí.
(Foto Ministério dos Transportes-acesse-)

INTERNET SOB CENSURA?

O governo ofereceu um regabofe à cúpula do judiciário, ninguém sabe qual foi o "cardápio".
Já no dia após a "confraternização" o ebrioso aparece em público mais determinado que nunca no engajamento da campanha da sua "criatura", passando por cima das legislações eleitorais sem nenhum constrangimento e principalmente até mesmo sem no mínimo uma advertência, vai chegar a hora da oposição, então, veremos como será "o mesmo tratamento" nas interpretações da legislação, ver pra crer.

No seu curto mandato à frente do Ministério da Justiça, Barreto quer que a PF concentre suas forças na inve (Isto é)stigação de crimes eleitorais

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IMPARCIAL
Barreto garante que o governo e a oposição terão
o mesmo tratamento nas eleições

No dia em que deixou a presidência do Tribunal Superior Eleitoral, o ministro Ayres Britto abordou o ministro da Justiça, Luiz Paulo Teles Barreto, e lhe deu um conselho: “Este é um ano eleitoral e seu ministério terá muito trabalho.

Sabe o que eu faço contra o stress? Vinte minutos de meditação. Faça o mesmo”, disse Britto.

Barreto pediu detalhes da terapia. Mas até agora, diante das pressões que sofre no cargo, não conseguiu adotar a técnica por mais de dez minutos.

O ANO ELEITORAL E AS OBRAS

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Correio Braziliense -

Período pré-eleitoral parece ser terreno fértil à semeadura de grandes obras, algumas necessárias, outras beirando à megalomania.

Fica sempre a interrogação:
por que não foram executadas desde o início da administração? O governo Lula não foge à regra.

Os exemplos são variados, mas vale analisar com mais precisão dois deles, pela dimensão, importância econômica e polêmica. O primeiro é o trem-bala Rio-São Paulo, projeto que há 14 anos percorre a Esplanada dos Ministérios.

No governo petista, o lançamento do edital para a obra chegou a ser previsto para maio de 2006.

Época de pré-campanha para a reeleição do presidente, o potencial eleitoral do empreendimento era incontestável:
atenderia a um público que representa 20% da população brasileira, coisa de 36 milhões de pessoas.

Passadas as eleições, o projeto entrou em banho-maria.

O novo projeto foi apresentado ao TCU no fim do ano passado. Agora, o governo tem pressa. Quer lançar o edital até junho. Se tudo der certo, a obra começa a seis meses do fim do mandato.

Também merece análise a Ferrovia Transnordestina, de importância inquestionável. Projetada desde o Império, beneficiará quatro estados, interligando os portos de Suape (PE) e Pecém (CE). Após anos de estudos, o governo Lula a iniciou em junho de 2006.

Por coincidência, às vésperas do início da campanha eleitoral.

Começou com o trecho Missão Velha (CE)-Salgueiro (PE), de apenas 96km num trajeto de 1.728km.

Iniciado o segundo mandato de Lula, foi um pouco esquecida. Em junho do ano passado, três anos após o início, o primeiro trecho ainda não estava concluído.

Dos investimentos previstos, R$ 5,4 bilhões, só haviam sido empregados R$ 259 milhões — cerca de 4,7%. Ainda assim, prometia-se entregar a obra em 2010. Mas ninguém pode negar que o governo iniciou este ano em ritmo acelerado. Mais dois trechos estão em execução: Salgueiro-Trindade (PE) e Eliseu Martins (PI)-Trindade.

Só que agora o governo admite que esses segmentos estarão concluídos no fim de 2011.

Quanto à data de término da ferrovia, seria razoável imaginar 2014. Pura coincidência.

OS 10 ANOS DA LRF E A UNIÃO

Considerada um marco nas finanças públicas do país, a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) completa dez anos amanhã contabilizando conquistas expressivas no controle e na transparência das contas dos estados e municípios.

Mas, em relação à União, mostrou-se incapaz de brecar a escalada de gastos que ameaça o equilíbrio fiscal.

Em 1999, o superávit dos estados e municípios correspondia a 0,20% do Produto Interno Bruto (PIB).

Já na União, o superávit correspondia a 2,13% do PIB em 1999 e alcançou 2,75% em 2004, mas, a partir de 2007, com a disposição do governo de elevar os gastos do Orçamento, vem sendo desidratado, ano após ano, pelo aumento das despesas.

Em 2009, atingiu o patamar mais baixo da década, ficando em 1,35% do PIB.

Em vez de pagar dívida, portanto, a opção da União tem sido expandir gastos. Entre 1999 e 2009, as despesas federais com pessoal, investimento e custeio da máquina aumentaram R$ 349,308 bilhões, passando de 14,5% para 16,5% do PIB.

Brecha favorece aumento do custeio

A ausência de um dispositivo para conter os gastos de custeio é considerada por especialistas a maior de todas as falhas da LRF.

Essa brecha favoreceu a gastança promovida pelo governo federal, principalmente no segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Há poucos dias, o Tesouro Nacional editou a Medida Provisória (MP) 487, concedendo uma ampla anistia — justificada pelos efeitos excepcionais da crise global — aos estados que em 2009 não conseguiram cumprir as metas de superávit primário e exigências do ajuste fiscal imposto pelos contratos de renegociação das dívidas.

— A anistia aos estados é fruto da pressão política. Fere o espírito da lei e a seriedade da política fiscal. É um precedente muito negativo e fragiliza as contas públicas — afirma Piancastelli.

— Não era a hora de dar anistia.

Abriu uma porteira, afrouxando a disciplina fiscal. O argumento de ano atípico tem objetivo eleitoral — aposta.

O economista José Roberto Afonso, um dos pais da LRF, observa que um regime fiscal que se propõe responsável nunca será uma obra acabada.

Assim, defende que a lei seja aperfeiçoada, mas enfatiza o seu papel inquestionável na construção de um novo regime fiscal e no trato das contas públicas.

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O DÉFICIT PÚBLICO MARÇO/10


Valor Econômico

O déficit fiscal do setor público consolidado em março, no valor de R$ 216 milhões, foi o pior resultado para o mês na série histórica apurada pelo Banco Central desde dezembro de 2001. O desempenho mensal ruim afetou o acumulado no primeiro trimestre, superavitário em R$ 16,8 bilhões, equivalente a 2,11% do PIB, mas também o pior da série.

O chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, reiterou que a pressão mais forte foi o pagamento de sentenças judiciais no valor de R$ 6,8 bilhões. Isso afetou o resultado do governo central (União, BC e Previdência), deficitário em R$ 3,912 bilhões em março. Os governos regionais garantiram superávit primário de R$ 3,342 bilhões, enquanto as empresas estatais, sem a Petrobras, fizeram economia de R$ 475 milhões.

Além do peso dos precatórios, Lopes destacou como um dos pontos que contribuíram para o superávit primário menor no trimestre o aumento dos investimentos em R$ 5,1 bilhões, o equivalente a 116% de expansão em relação ao primeiro trimestre de 2009.

Os gastos com custeio, principalmente pelo reajuste de 9,68% do salário mínimo, contribuíram para piorar as contas. Essas despesas cresceram R$ 8,9 bilhões no trimestre, em relação a igual período do ano passado. No acumulado em 12 meses até março, o superávit ficou em R$ 62,5 bilhões, equivalente a 1,94% do PIB, para meta de 3,3% do PIB este ano. Segundo Lopes, há boas chances do governo ter resultados melhores em abril e maio, por conta de indicativos de aumento nas receitas. Ele ponderou que 2009 foi atípico pelas receitas mais fracas dada a crise.

"Até agora, estamos longe da meta. Mas, a partir das possibilidade de arrecadação melhor, há uma boa expectativa de cumprimento da meta em 2010. É preciso esperar os próximos meses para uma análise mais criteriosa", disse Lopes.

De acordo o departamento de estudos econômicos do Bradesco, tem chamado a atenção o crescimento acentuado da dívida bruta, que passou de 56,3% do PIB em dezembro de 2008 para 63% do PIB no fim do ano passado. Parte disse, ressalta o banco, se deve principalmente ao aumento das operações compromissadas, por conta da redução do depósito compulsório no fim de 2008 e aos empréstimos concedidos ao BNDES.

Em março, já houve redução da dívida bruta para 60,4% do PIB, justamente pela recomposição de parte das alíquotas do compulsório bancário, dentro da estratégia do BC de retirada dos estímulos dados durante a crise. Com isso, as operações compromissadas recuaram algo em torno de 2,2% do PIB no mês, para 13,4% do PIB. Já a dívida líquida deve recuar para 42% do PIB no mês de abril, segundo estimativa do BC, vindo de 42,4% em março, beneficiado pelo aumento sazonal na arrecadação de impostos no período.

A CRISE DO JORNALISMO

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Leitores não se contentam em só ler, querem participar, querem escrever! Aquela velha idéia dos profissionais de mídia produzirem para a massa simplesmente ler já era.

Hoje, também escrevemos (massa), na maioria com até mais credibilidade, alguns então, chegam a ser mais especializados do que aqueles que passam quatro anos dentro de uma universidade aprendendo, e algumas vezes não apreendendo, a escrever.
Abaixo uma transcrição de uma opinião sobre o modo de fazer o jornalismo :

Recentemente, Juan Luis Cebrián, fundador do “El País”, foi entrevistado por Laura Greenhalgh, editora-executiva do jornal “O Estado de S. Paulo”.

A entrevista, saborosa e inteligente, foi uma sincera reflexão sobre avanços e recuos do nosso ofício. A crise que fustiga nossa atividade é flagrada na radiografia do escritor.
Está em jogo o modo de fazer jornalismo. Cebrián intui a gravidade do momento. “A internet é um fenômeno de desintermediação”, diz ele.

“E que futuro aguarda os meios de comunicação, assim como os partidos políticos e os sindicatos, num mundo desintermediado?”

Só nos resta uma saída: produzir informação de alta qualidade técnica e ética.

Ou fazemos jornalismo de verdade ou seremos descartados por um leitorado cada vez mais fascinado pelo aparente autocontrole da informação na plataforma virtual.

Existe, sim, uma grave crise no modo de fazer jornalismo.


Reproduzimos, frequentemente, o politicamente correto.

Não apuramos. Não confrontamos informações de impacto com fontes independentes.

Ficamos reféns de grupos que pretendem controlar a agenda pública. Mas o jornalismo de qualidade não pode ficar refém de ninguém: nem da Igreja, nem dos políticos, nem do movimento gay, nem dos ambientalistas, nem dos governos.

Devemos, sim, ficar reféns da verdade.

CARLOS ALBERTO DI FRANCO é diretor do Master em Jornalismo.