"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

agosto 31, 2014

PRECISAMOS É DE UM BRASIL REAL ! brasil maravilha - HOJE REFÉM DA EXPECTATIVA X REALIDADE COM O (P) artido de (T) orpes AMANHÃ APRISIONADO À INTENÇÕES X REALIDADE DO (P) artido (S) em (B) ase? OU MARINA E AS MUDANÇAS

É razoável supor que a significativa reviravolta na campanha eleitoral provocada pela trágica e imprevisível morte de Eduardo Campos e sua substituição por Marina Silva seja o resultado da maior identificação da nova candidata do PSB à Presidência com o desejo de mudança claramente captado por todas as pesquisas de opinião realizadas a partir das manifestações populares de junho de 2013.

Não se trata aqui, contudo, de investigar as razões pelas quais Marina Silva foi capaz de, desde logo, multiplicar por três as intenções de voto que indicavam a candidatura de Campos fora do segundo turno, colocando-se agora, ela própria, na condição de favorita numa votação final, seja qual for seu oponente. O que importa é procurar entender até que ponto esse fenômeno eleitoral, se vier a se confirmar, será realmente capaz de mudar o futuro do País.
Marina Silva se apresenta como alternativa à polarização PT-PSDB que há duas décadas domina o cenário político nacional e tenta se credenciar para esse desafio com uma proposta de mudança que se consubstanciaria numa "nova política" capaz de elevar o padrão ético e de eficácia na gestão da coisa pública. 

Não é pouca coisa e é impossível de imaginar que algum cidadão bem-intencionado possa se opor a tão elevado propósito, mesmo que ainda não se conheça sua tradução num programa de governo claramente definido. Resta saber de que condições objetivas a candidata do PSB disporá para enfrentar o nada fácil desafio de transpor para o plano da realidade aquilo que fica tão bem no das intenções.

A implantação bem-sucedida de qualquer programa de governo e sua instrumentalização no aparato governamental - especialmente de um plano que se propõe a desenraizar práticas nefastas consagradas através dos tempos - exigem dois pré-requisitos essenciais:
apoio político em seu sentido mais amplo e a existência de quadros técnicos competentes e comprometidos com a excelência da gestão pública.

Um chefe de governo recém-eleito conta, por definição, com o apoio político da maioria da sociedade. Mas, na democracia representativa, para a efetivação de mudanças é indispensável também o apoio político dos representantes do povo e dos Estados que compõem o Poder Legislativo. Não é por outra razão que, quando não tem disposição, competência e coragem para contrariar interesses estabelecidos, o "presidencialismo de coalizão", que é o que temos, torna o Poder Executivo refém do fisiologismo.
O apoio proativo de uma sociedade dotada de informação e discernimento é geralmente suficiente para induzir à correção dos desvios de rota do poder público. As manifestações de junho do ano passado demonstram o potencial dessa prática. Mas a "voz das ruas" nem sempre está disponível, até porque o cidadão, por mais politizado que seja, tem de atender a outras prioridades em seu cotidiano. Somente uma conjugação especial e imponderável de circunstâncias ou de situações-limite de instabilidade social são capazes de "colocar o povo nas ruas" para fazer mudanças. E isso raramente ocorre sem danos irreparáveis à democracia.

Por outro lado, um programa ambicioso de mudanças como o que Marina Silva anuncia depende fortemente da existência de quadros técnicos suficientes e competentes para implementá-lo. Não é, certamente, no âmbito apenas dos partidos que a apoiam que ela encontrará todo o elenco de profissionais à altura do desafio de fazer o governo funcionar. Menos mal que, sabedora dessa carência e aparentemente disposta a substituir o atual compadrio desmedido pela meritocracia, Marina tem acenado com a intenção de recrutar profissionais competentes onde quer que estejam, independentemente de filiação partidária.


Cravar com sucesso no Planalto a bandeira de uma genuína "nova política" é desafio que, além dos pré-requisitos do apoio político e técnico, exige também extraordinária capacidade de articulação e conciliação, de estabelecer o exato ponto de equilíbrio na delicada tarefa de adequar meios a fins - de governar, enfim. 
A dificuldade para o exercício da conciliação talvez seja a maior vulnerabilidade de Marina Silva. A primeira mudança essencial de que necessita o País, afinal, é o fim da divisão do Brasil entre "nós e eles".

O Estado de S.Paulo

agosto 29, 2014

DÁ-LHE(AO CACHACEIRO) COMPETENTA GERENTONA DA RABEIRA : Brasil está à frente só da Ucrânia em ranking de crescimento no mundo, diz consultoria


A queda de 0,9% do PIB no segundo trimestre em relação ao mesmo período de 2013 coloca o Brasil próximo da lanterna do ranking de crescimento dos países, só à frente da Ucrânia, que vive uma guerra civil e amarga uma contração de 4,7%.


De acordo com uma lista de 37 países compilada pela Austin Rating — com base em dados dos bancos centrais, da Eurosat e do Banco Mundial —, o desempenho da economia brasileira no trimestre passado foi pior não só que o de países desenvolvidos que ainda sofrem com os efeitos da crise de 2008, mas também que a da maioria dos emergentes e do que economias europeias que quase foram a pique recentemente, como as da Grécia (que teve queda de 0,2% no trimestre), de Portugal (que agora cresceu 0,8%), e Espanha (que avançou 1,2% no trimestre passado).

— Esses dados deixam evidente que o Brasil tem profundos problemas na gestão da economia doméstica, com uma política fiscal que vai contra a monetária, que resulta em juros altíssimos e inflação alta e a atividade em retração. O que leva à perda da confiança entre empresários, consumidores e analistas e só piora o quadro — avalia Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating.

Para ele, a posição do Brasil seria ainda pior no ranking — é o 36º colocado numa lista de 37 países — se Índia, Canadá e República Checa, entre outros países, tivessem divulgado seus números.

— O governo nem pode alegar os problemas de Venezuela e Argentina, porque outras economias latino-americanas, como Peru (11,7% de crescimento no segundo trimestre), México (1,6%) e Chile, (1,9%) vão bem — acrescenta Agostini, para concluir: 
— É um desempenho desastroso e que não gera grandes expectativas para o futuro.
O Globo

RECORDE NEGATIVO É "CUM ELA MERMO" A GERENTONA É FERA/COBRA CRIADA COMPETENTA : Estagnação e inadimplência . CONFIEM(DE NOVO) NO CACHACEIRO VELHACO QUE NO 2º MANDATO TUDO SERÁ "MIOR".(GATO POR LEBRE)

Mais um recorde negativo foi batido na economia brasileira, embora o governo continue alardeando um desempenho muito melhor que o da maior parte do mundo. A inadimplência das empresas, medida pelo número de contas em atraso, protestos e cheques sem fundos, aumentou 12,9% de junho para o mês passado.

Para um mês de julho, foi o maior avanço registrado na série iniciada em 2000. Com esse movimento, o índice ficou 11,4% acima do patamar alcançado um ano antes, segundo o levantamento da Serasa Experian. 

A comparação dos primeiros sete meses deste ano com os do ano passado mostra um aumento de 6,9%. Os feriados da Copa do Mundo podem ter atrapalhado a rotina empresarial, mas é um exagero, ou tentativa de enrolação, atribuir todos os problemas de produção, consumo e pagamentos ao campeonato da Fifa. 

A estagnação da economia, a elevação de juros e a alta maior dos salários que da produtividade compõem uma explicação de maior alcance. Ainda seria possível acrescentar a variação de outros custos e a insegurança criada pelo acúmulo de erros da política econômica.

Neste mês, o cenário ruim continuou afetando a disposição dos empresários. O Índice de Confiança da Indústria (ICI) caiu mais 1,2% de julho para agosto, segundo informou na quarta-feira a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Na oitava queda consecutiva, o indicador passou de 84,4 para 83,4 pontos. A escala vai de 0 a 200. O nível 100 é a linha divisória de avaliações negativas e positivas.

Em agosto, o Índice de Situação Atual caiu 3,6%, para 82,7 pontos. Esse foi o menor nível desde os 78,5 pontos de março de 2009, quando o Brasil ainda se arrastava na recessão iniciada no ano anterior com o estouro da bolha financeira no mundo rico. O Índice de Expectativas melhorou ligeiramente. Aumentou 1,4% e chegou a 84,1 pontos, mas esse número ainda aponta uma avaliação negativa dos próximos seis meses. 

Todos os indicadores continuam bem abaixo dos valores médios dos últimos cinco anos, 104,9 para o Índice de Confiança, 105,7 para o de Situação Atual e 104,1 para o de Expectativas.

Os cenários desfavoráveis mostrados pela FGV coincidem, de modo geral, com aqueles apontados em pesquisas da Confederação Nacional da Indústria (CNI). A sondagem divulgada na semana anterior pela CNI havia indicado atividade ainda baixa em julho, embora com recuo menos intenso que o observado no mês anterior.

Mas a disposição dos empresários apontava manutenção do ritmo de corte de pessoal e expectativa de novas quedas da exportação. Apesar de tudo, foram identificados alguns sinais de otimismo, todos muito moderados: a demanda interna deverá crescer, a compra de matérias-primas aumentará e haverá menos estoques indesejados.

Na sondagem da CNI, o indicador 50 divide as avaliações positivas e negativas. As mais positivas continuam muito perto da linha divisória - 51,5 em relação aos estoques indesejados, 52,1 no caso das compras de matérias-primas e 54,9 quanto à perspectiva de demanda. Mas este número é pouco menor que o do mês anterior (55,2). Apesar da proximidade do fim do ano, geralmente melhor para a atividade industrial, "as expectativas seguem pouco otimistas com relação à demanda e às compras de matérias-primas", comentaram os autores da pesquisa.

Também têm piorado as perspectivas do comércio varejista. A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) cortou de 3% para 1,9% a projeção do aumento de vendas neste ano, informou na quarta-feira o presidente da entidade, Sussumu Honda. Se o número se confirmar, será o pior desempenho desde 2006, quando as vendas diminuíram 5,9%, descontada a inflação. A nova projeção, acrescentou o empresário, inclui a expectativa de um desempenho melhor que o do ano passado nas vendas de Natal.

Com base nos últimos indicadores, parciais, a FGV estima para o ano um crescimento de 0,6% para o Produto Interno Bruto (PIB). No mercado financeiro, na sexta-feira passada, a mediana das projeções estava em 0,7%, segundo pesquisa do Banco Central. Os números oficiais do primeiro semestre devem sair hoje.

O Estado de São Paulo

BALAIO DE GATO 13 E CUIDADO COM A "NOVA POLÍTICA" : 13 sintomas de que a economia brasileira está em recessão. Notícias recentes de diferentes setores da economia já apontavam sinais de que a economia brasileira entraria em uma fase negativa, o que foi comprovado com os dados divuldados pelo IBGE


Notícias recentes de diferentes setores da economia já antecipavam o sentimento de que o Brasil caminhava para um resultado ruim em termos de evolução do Produto Interno Bruto (PIB), o conjunto de informações econômicas utilizado para medir o crescimento econômico.

O IBGE divulgou nesta sexta-feira, 29, que o País encolheu 0,6% no segundo trimestre. O resultado do primeiro trimestre foi revisado de 0,2% para -0,2%. Os resultados colocaram o Brasil em 'recessão técnica', o que ocorre quando há dois trimestres consecutivos de resultado negativo do PIB. 

Confira abaixo treze sintomas da recessão:

1. Setor imobiliário

O setor de imóveis começa a mostrar sinais de desaceleração de vendas e lançamentos, após um ciclo de forte expansão. A venda de imóvel novo em São Paulo é a menor para junho em 10 anos.

2. Construção civil

O esfriamento do setor de imóveis tem impacto na construção civil, que é grande empregadora. A situação é pior no tocante às obras de infraestrutura, mas os números das edificações residenciais também desaceleraram. 

3. Crédito 

A alta dos juros nos empréstimos e financiamentos e as incertezas sobre o futuro da economia em fase de eleições majoritárias afastam empresas do crédito. As empresas tomaram R$ 16,1 bilhões a menos de crédito entre junho e julho.

4. Vendas de veículos

A indústria de veículos do Brasil teve em julho seu pior resultado de produção e vendas para o mês desde 2006, segundo dados divulgados nesta quarta-feira, 6, pela associação que representa o setor.

5. Setor de serviços

O desempenho fraco da indústria e do comércio afeta os resultados do setor de serviços, área que abrange, por exemplo, cabelereiros, dentistas, contadores e muitos outros. A receita do setor em junho foi a menor desde 2012.

6. Indústria de embalagens

A produção de embalagens recuou 0,73% no primeiro semestre de 2014 em relação ao mesmo período do ano anterior, de acordo com pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV) encomendada pela Associação Brasileira de Embalagem (Abre). O setor de embalagens é considerado um 'indicador antecedente', por mostrar quanto a indústria está produzindo.

7. Cautela dos bancos

Com medo de atrasos e calotes, os bancos ficaram mais comedidos na concessão de crédito. Isso ficou evidente nos dados recentes do desempenho dos bancos divulgados pelo Banco Central.

8. Pacotes de estímulo

Preocupado com os efeitos da alta dos juros e da queda da confiança de empresários e consumidores, o governo lançou mais medidas para incentivar crédito. Os bancos apaudiram o anúncio.

9. Pessimismo do mercado

Mercado financeiro vem reduzindo suas previsões para o crescimento da economia brasileira em 2014. Na última segunda-feira, 25, o mercado fez a 13% revisão consecutiva para baixo.

10. Dança da cordinha

As projeções divulgadas pelo Banco Central semanalmente mostram que cada vez as projeções ficam menores, em um processo que foi apelidado de 'dança da cordinha' pelo jornal Financial Times.

11. Clima político

O mau desempenho da economia brasileira já vem sendo usado por todos os adversários do governo Dilma nos programas do horário eleitoral gratuito. A incerteza política contribui para piorar a confiança de investidores, empresários e consumidores. Esta semana a palavra recessão deve passar a ser repetida com mais frequência.

12. Pedidos de falência

Os pedidos de falência também indicam uma piora da atividade econômica. Em julho, os pedidos de falência aumentaram 23,7% em comparação a junho, para 141 requerimentos, segundo dados da Serasa Experian.

13. Crise no futebol 

Até o futebol brasileiro está em crise. 
Além do vexame da seleção brasileira na Copa 2014, os resultados financeiros dos clubes estão mostrando que a fase não está fácil para ninguém. As receitas dos clubes devem repetir este ano o fracasso de 2013, segundo a consultoria Pluri, especializada no mundo esportivo.

Cley Scholz - O Estado de S. Paulo

2º MANDATO "MAIS E MELHOR" ! AOS CRÉDULOS DO CACHACEIRO PARLAPATÃO VIGARISTA : Contas públicas têm déficit pelo 3º mês e Banco Central vê meta fiscal mais distante.Pela primeira vez houve um déficit primário no mês, de R$ 4,7 bilhões

Pelo terceiro mês seguido, o setor público consolidado (governo central, Estados, municípios e estatais, com exceção da Petrobrás e Eletrobrás) apresentou um resultado negativo, com déficit primário de R$ 4,7 bilhões em julho - ou seja, não houve economia para o pagamento dos juros da dívida pública. Foi o primeiro resultado negativo para o mês e também o pior para o período na série histórica do Banco Central, iniciada em dezembro de 2001. 

Mais cedo, o Tesouro já havia divulgado o resultado do governo central, que registrou o maior déficit para o mês de julho desde 1997.

O esforço fiscal do setor público caiu 54,7% nos primeiros sete meses deste ano em relação a igual período de 2013. As contas do setor público acumulam no período um superávit primário de R$ 24,665 bilhões o equivalente a 0,84% do Produto Interno Bruto (PIB). No mesmo período do ano passado, o superávit primário estava maior, em R$ 54,445 bilhões ou 1,99% do PIB.

O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel, afirmou que, diante dos resultados registrados, a meta de superávit primário do ano ficou mais distante. "A meta do ano, com esses déficits dos últimos três meses, fica mais distante e exigirá esforço maior do governo nos últimos cinco meses do ano", avaliou.

Maciel salientou que o superávit primário no ano até julho é o menor da série histórica da instituição, iniciada em dezembro de 2001. Ele informou que o resultado de 12 meses até julho em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), de 1,22%, é o pior desde outubro de 2009, quando havia ficado em 0,97%.

"A evolução do primário ao longo do ano reflete, naturalmente, a perda de ritmo da atividade econômica", disse o técnico. Segundo ele, o resultado do PIB no segundo trimestre (-0,60%) confirmou isso.

Maciel comentou ainda que a renúncia fiscal e as desonerações também foram fatores que "obviamente" influenciaram evolução das receitas, da arrecadação. "Pelo lado das despesas, alguns itens continuam crescendo. Em particular, os gastos com investimentos, que, no acumulado do ano, registram 21,3% de crescimento." 

O esforço fiscal no acumulado deste ano foi feito com a ajuda de um superávit de R$ 13,475 bilhões do Governo Central (0,46% do PIB). Os governos regionais (Estados e municípios) apresentaram um saldo positivo de R$ 11,457 bilhões (0,39% do PIB). Enquanto os Estados registraram superávit de R$ 7,761 bilhões, os municípios alcançaram um resultado positivo de R$ 3,696 bilhões. As empresas estatais registraram um déficit de R$ 267 milhões entre janeiro e julho deste ano (0,01% do PIB).

Juros. O setor público consolidado gastou R$ 27,996 bilhões com pagamento de juros em julho. Houve alta em relação ao gasto de R$ 18,691 bilhões registrado em junho deste ano e também ante os R$ 23,393 bilhões vistos em julho do ano passado.

No acumulado dos sete primeiros meses do ano, o gasto com juros do setor público consolidado somou R$ 148,242 bilhões, o equivalente a 5,02% do Produto Interno Bruto (PIB). No mesmo período do ano passado, o gasto com juros foi de R$ 141,487 bilhões ou 5,16% do PIB. Já nos últimos 12 meses encerrados em julho, a despesa chegou a R$ 255,611 bilhões ou 5,06% do PIB.

Agência Estado

BRASIL REAL ! O TEMPO É O SENHOR DA RAZÃO OU : AQUI A GERENTONA DESAVERGONHADA CRIA DO CACHACEIRO SEMPRE FOI A NADA E COISA NENHUMA. PIB cai 0,6% no segundo trimestre e Brasil entra em recessão técnica

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil sofreu variação negativa de 0,6% no segundo trimestre de 2014 comparado ao resultado dos três meses imediatamente anteriores - informou nesta sexta-feira, 29, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 
Em relação ao segundo trimestre do ano passado, a queda foi ainda maior: 
de 0,9%.

Nesta versão das Contas Nacionais, também foram revisados os dados do primeiro trimestre deste ano: 
a alta de 0,2%, anunciada em maio, foi corrigida para recuo de 0,2% ante o último trimestre de 2013. Foi revisado para baixo também o terceiro trimestre de 2013, da queda de 0,3% para 0,6%. Esse resultado e o do último trimestre só não foram inferiores ao do primeiro trimestre de 2009, quando a atividade econômica regrediu 1,7%. 

Entre as três atividades econômicas componentes do PIB, a indústria teve o pior desempenho no segundo trimestre: queda de 1,5% - é a quarta queda seguida do setor. O segmento de serviços recuou 0,5%. A produção da agropecuária subiu 0,2%. Pela ótica do consumo, o das famílias cresceu 0,3%; e o do governo, caiu 0,7%.

O Brasil alcançou a metade do ano com uma taxa de poupança de 14,1% - quase a mesma do segundo trimestre de 2001, quando o índice ficou em 14,0% do PIB. Esse fator está diretamente ligado à capacidade investimento de um país, por representar o que sobra de dinheiro para na economia quando excluímos o consumo das famílias e os gastos do governo. A taxa de investimento até junho foi de 16,5%. Está próxima dos 16,4% do PIB apresentados em período equivalente em 2006. 

No segundo trimestre do ano, a chamada Formação Bruta de Capital Fixo (representada pela taxa de investimento) caiu 5,3% sobre os primeiros três meses do ano. Comparada ao mesmo período do ano passado, despencou 11,2%. Esse item é o estoque de bens duráveis, como máquinas e equipamentos e investimentos em infraestrutura, destinados a aumentar a produção. 

Recessão. 

Fica constatada, assim, a recessão técnica da atividade econômica brasileira - embora essa tese não seja unânime (o IBGE, por exemplo, refuta a ideia). De todo modo, a recessão técnica ocorre quando, por duas vezes seguidas, a soma trimestral da produção de riquezas de um país é menor que a obtida anteriormente. Ou seja, na prática, boa parte de economistas e analistas de mercado do mundo inteiro consideram agora que o PIB do Brasil entrou em processo de redução. 

A última vez que isso aconteceu foi no auge da crise financeira mundial, entre outubro de 2008 e fevereiro de 2009 - mostra a base de dados do IBGE. As turbulências da economia internacional eram incomparavelmente mais severas que as atuais - ainda que, até hoje, a economia mundial não tenha recuperado totalmente a prosperidade de antes.

Com esse resultado, o atual governo retoma, em seu último ano de mandato, cenário econômico semelhante ao do primeiro semestre de Luiz Inácio Lula da Silva na Presidência. A variação negativa do PIB no primeiro semestre de 2003, por outro lado, viria a ser revertida para uma taxa anual média de crescimento de 4,0%, conquistada entre 2003 e 2010 - bem acima do ritmo de expansão média de 2,3% por ano do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, entre 1995 e 2002.

O mercado aposta neste ano, mostra pesquisa do Banco Central, em avanço de 0,7% do PIB. Caso isso se confirme, a média de crescimento deste governo será de 1,7%. Na próxima segunda-feira, 1.º, nova consulta a analistas e consultorias será divulgada. Já por 13 vezes consecutivas a expectativa do mercado piorou.


Saiba mais : 

agosto 28, 2014

NO "DISGUVERNU" DOS INCOMPETENTES... MANTEGA O SUPER PATETA - O maior medo da equipe econômica: o espelho.


Hoje soube por meio de alguns jornalista que o nosso ministro da fazenda, Guido Mantega, convocou uma entrevista coletiva para anunciar que entraria na campanha eleitoral, desculpe, foi para mostrar o orçamento de um outro país. Não pode ser o Brasil porque na apresentação o crescimento projetado para o PIB de 2015 é de 3%, mais do que o dobro do crescimento projetado pelo mercado, e o governo, no documento divulgado, hoje compara os valores da PLOA 2015 com a PLOA 2014 que foi projetada com base em um crescimento real do PIB de 4% para este ano. 

Olhem os dois quadros abaixo.
 No primeiro do Projeto de Lei do Orçamento de 2015, o governo compara com outra peça de ficção que foi o Projeto de Lei do Orçamento de 2014, Por que não comparou com o realizado até o terceiro bimestre deste ano como fez no ano passado em um quadro com muito mais detalhes? porque os dados seriam muito ruins e cheios de truques contábeis. 

Projeto de Lei do Orçamento de 2015


Projeto de Lei do Orçamento de 2014


Os dados que constam na elaboração do orçamento são fora da realidade 

Por exemplo, o governo projeta para este e para o próximo ano uma conta de juros do setor público (5% e 4,6% do PIB) menor do que o ano passado (5,1% do PIB) quando a taxa de juros Selic era menor. Como? não sei! o mercado projeta uma conta de juros muito mais próxima de 6% do PIB. A única forma de o governo tornar o orçamento consistente com a forte queda da receita e levada expansão do gasto é “torturando os números”. 

Mas além da ficção dos parâmetros que o governo utilizou para elaborar o Projeto de Lei Orçamentária Anual, o que mais me surpreendeu foi a afirmação do ministro da fazenda que ele tem medo da política monetária da oposição. Na verdade, o ministro deveria ter medo da sua própria política econômica que nos levou a um crise de confiança tanto por parte do mercado financeiro quanto por parte dos empresários. 

Mas o que deveria assustar muito o ministro Mantega não deveria ser a oposição, mas sim um objeto que está no seu banheiro de casa e do ministério da fazenda: o espelho. O responsável pela crise atual é o governo e não a oposição. 
O medo de todos é que o governo continue a achar que não há nada errado.


O maior medo da equipe econômica: o espelho.

brasil maravilha PARA VELHACOS : O BNDES de pai para filho

O BNDES tem sido um dos centros da contabilidade criativa que o governo tem praticado nos últimos anos. A orientação na gestão das contas públicas tem sido esconder passivos e fabricar receitas. O tamanho da fatura ninguém sabe qual será, tampouco como pagá-la. O mais grave é que, a cada dia, surgem novas surpresas e mais esqueletos saltam do armário.

Desde 2008, o BNDES foi convertido na alavanca da política de “campeões nacionais”, segundo a qual o governo elege empresas e setores para serem beneficiados com linhas de financiamento generosas. Neste ínterim, a carteira de empréstimos concedidos pelo Tesouro para o banco passou de R$ 7 bilhões para R$ 411 bilhões.


A estratégia deu em quase nada e foi abandonada no ano passado, tendo produzido como efeito mais nítido o recuo nas taxas de investimentos do país, que caíram de 19% para os atuais cerca de 18% do PIB. Também não foram prestadas maiores contas. Aos poucos, porém, o tamanho da encrenca vai começando a ganhar contornos mais claros.

O Valor Econômico publica hoje que o BNDES terá 46 anos para quitar cerca de metade – R$ 194 bilhões – da dívida que tem com o Tesouro. Além das condições de pai para filho, há prazo de carência para pagamento e juros camaradas, limitados à TJLP e teto de 6% ao ano.

A princípio, o assunto pode parecer apenas de interesse de aficionados por contas públicas. Mas, na realidade, tem implicações diretas no bolso de cada brasileiro, porque envolve subsídios monstruosos nas operações de financiamento que o BNDES concede a empresas eleitas.

O dinheiro repassado pelo Tesouro é captado junto ao mercado pagando a taxa Selic, ou seja, a mesma que torna o Brasil o campeão dos juros reais em todo o mundo e hoje está em 11% ao ano. Do BNDES, cobra-se bem menos:
 a TJLP, hoje em 5%. 
A diferença é arcada pelo contribuinte. 
Não se sabe quanto, mas é certo que a conta vai subir.
O governo sempre irá argumentar que pratica uma política de incentivo a empresas nacionais e move, desta maneira, o motor do desenvolvimento do país. Há, no entanto, muita discricionariedade e pouca justiça na política do banco, que beneficia mais quem menos precisa.

Grandes empresas recebem mais que o dobro do reservado a micro e pequenas pelo BNDES. Mais: entre 2008 e 2013, no mesmo período em que o banco distribuiu cerca de R$ 400 bilhões a megaempresas eleitas, o Bolsa Família repassou apenas ¼ disso para beneficiar 14 milhões de famílias. 

Está na hora de dar mais transparência à “bolsa empresário” e fazer do BNDES um real instrumento de desenvolvimento social no país.

Este e outros textos analíticos sobre a conjuntura política e econômica estão disponíveis na página do Instituto Teotônio Vilela

agosto 27, 2014

"UM MUSEU DE GRANDES NOVIDADES" : No JN, Marina passa sufoco para explicar uso de jato




Novidade nas eleições à Presidência da República, Marina Silva (PSB) enfrentou seu mais duro momento nesta quarta-feira desde que entrou na disputa, após a morte de Eduardo Campos num acidente aéreo, no dia 13 de agosto. Entrevistada na bancada do Jornal Nacional, Marina não conseguiu explicar o empréstimo do jato usado por Campos durante a campanha – a Polícia Federal investiga se a aeronave foi comprada com dinheiro de caixa dois empresarial ou do PSB.

As quatro primeiras perguntas foram dedicadas ao tema, o que deixou a candidata visivelmente incomodada. Pressionada, Marina tentou dar uma nova roupagem à nota vazia divulgada nesta semana pelo PSB, segundo a qual o avião foi emprestado por empresários para a campanha e o pagamento pelo uso seria feito mais tarde. "Nós tínhamos a informação de que era um empréstimo, cujo ressarcimento seria feito no prazo legal, o que, segundo a Justiça Eleitoral, pode ser feito até encerramento da campanha", disse a ex-senadora.

Oficialmente, o jato Cessna Citation 560XL estava no nome do grupo AF Andrade, cujos proprietários negavam relação com Campos. "A aeronave de prefixo PR-AFA, em cujo acidente faleceu seu presidente, Eduardo Henrique Aciolly Campos, nosso candidato à Presidência da República, teve seu uso — de conhecimento público – autorizado pelos empresários João Carlos Lyra Pessoa de Mello Filho e Apolo Santana Vieira", afirmou Roberto Amaral, presidente nacional do PSB. De forma evasiva, Marina disse ainda não ter conhecimento de nenhuma ilegalidade sobre aos proprietários e defendeu a investigação que está sendo conduzida pela PF. "Nosso interesse e determinação é que as investigações sejam feitas com todo rigor para que não se cometa injustiça com a memória de Eduardo."

Sem apresentar nenhuma de suas propostas de campanha durante a entrevista, a candidata mostrou mais segurança e alívio ao responder os demais questionamentos, aproveitando para narrar sua trajetória. Filha de seringueiros, Marina cresceu no Acre, enfrentou diversas doenças e só foi alfabetizada aos dezesseis anos. "Talvez você não conheça bem a minha trajetória, eu faço questão de explicar porque você tem um certo desconhecimento sobre o que significa ser senadora do cenário de onde vim. No meu Estado, para vencer uma eleição era preciso ser filho de ex-governador, ter um rádio ou um jornal para falar bem de si", disse, ao ser questionada sobre a derrota para seus adversários durante a disputa presidencial em 2010, quando concorreu ao cargo pelo Partido Verde. 

Marina minimizou o conflito de opiniões com seu vice, o deputado federal Beto Albuquerque, sobre temas como cultivo de transgênicos. "Essa historia de que a Marina é intransigente não é tão verdadeira assim", disse, tentando livrar-se da pecha de ser inflexível. Ao final da entrevista, Marina defendeu a necessidade de reforma política e disse que não disputará a reeleição caso seja eleita em outubro. "Eu quero ser a primeira presidente que assume o compromisso de que não vai buscar uma nova eleição. Não quero ter um mandato que comprometa o futuro das próximas gerações", disse.

A cultura do atraso

Entre os aspectos que mais marcam a vida brasileira nos últimos anos está a frustração. O futuro prometido quase nunca chega. A promessa reiteradamente repetida jamais é cumprida. Atrasos e descompromisso são as marcas de um governo que se especializa em ludibriar a população.

Há diversas formas de ilustrar a inépcia da gestão de turno em executar aquilo que dela se espera. Seja com as obras que deveriam melhorar a vida de milhões de brasileiros, mas não acontecem e só se perpetuam como canteiros eternamente inacabados. Seja, também, nos serviços públicos que continuam a piorar.

Um bom instrumento para aferir como a administração da presidente Dilma Rousseff cuida das lides de governo são os balanços de prestação de contas do Programa de Aceleração de Crescimento, o PAC. Se o programa é o carro-chefe da atual gestão, espera-se que espelhe aquilo que os petistas consideram o suprassumo de seu governo.
Segundo a contabilidade federal, o PAC engloba mais de 50 mil obras e ações, distribuídas por eixos. De acordo com balanço de março, menos de 20% delas estavam prontas. Considerando que o pacote de promessas atual nasceu em 2011, reciclando compromissos originários de 2007, conclui-se, sem nenhuma dificuldade, que estamos longe de algo brilhante…

As obras consideradas estruturantes, ou seja, aquelas com capacidade para espraiar benefícios por territórios mais amplos e atingir maior número de pessoas, sofrem atrasos médios de 88%, segundo levantamento feito pela consultoria Inter.B publicado por O Estado de S. Paulo no domingo.

Significa dizer que demoram, em média, quase o dobro do tempo originalmente estipulado. Decorrência direta, os custos também escalam e aumentam até 64%. Mas há casos em que o céu é o limite, como o da refinaria Abreu e Lima, exemplo daquilo com que se deve “aprender para não repetir”, conforme palavras da principal executiva da Petrobras.
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Segundo publica hoje O Globo, a mais cara refinaria já feita em todo o mundo foi tocada à revelia da área técnica da empresa, ignorada pelo conselho de administração comandado por Dilma. De acordo com os parâmetros desdenhados pela direção da estatal, Abreu e Lima só seria viável se custasse metade do que custará – valor que equivale a quase dez vezes seu orçamento inicial.

Esta cultura do atraso precisa acabar. 
Obras precisam ser feitas levando em conta a sua real necessidade, seus custos efetivos e sua viabilidade técnica. De uns anos para cá, a ausência de bons critérios se tornou a tônica. Para o pessoal do governo, importa é fazer como der, até porque o interesse está longe de ser o público.
 Atrasar acaba sendo bom negócio.


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agosto 26, 2014

SEARA DO FILHO ÉBRIO... do brasil EQUIPADAS POR CACHACEIRA ! SEIS POR MEIA DÚZIA/MAIS DO MESMO/GATO POR LEBRE OU SE CORRER O BICHO PEGA E SE FICAR O BICHO COME : Marina e a democracia


É necessário criar mecanismos de participação popular que revigorem a democracia representativa, aumentando sua legitimidade." Essa vaga afirmação de princípios consta - e dela quem há de discordar? - do texto prévio do programa de governo de Marina Silva a ser divulgado, segundo se anuncia, até a próxima sexta-feira. 

Esse texto foi antecipado pelo Estado no último domingo e precipitou reações contraditórias, especialmente no que se refere à questão da formação de conselhos populares destinados a promover o "controle social" da atividade política, o mesmo tema do polêmico decreto de Dilma Rousseff que está sendo examinado pelo Congresso Nacional.

No mesmo dia, Marina Silva se dispôs a colocar água na fervura, tentando desvincular sua proposta do decreto de Dilma. Saiu-se, porém, mais uma vez, pela tangente da generalização. A intenção é "aprofundar a democracia" por meio da "valorização das instituições e que essas instituições e as representações políticas possam estar ligadas à sociedade brasileira". Mais uma vez: discordar, quem há de?

A generalização pode ser um recurso eficaz, especialmente durante campanhas eleitorais, para tornar acessíveis e atraentes ideias complexas. Criar signos de fácil compreensão é um exercício também conhecido como "falar a linguagem do povo". Mas é também a melhor maneira de escamotear as verdadeiras intenções de quem os propõe. A generalização pode ser, pura e simplesmente, uma maneira de dissimular o engodo.

É o caso desse decreto do governo petista que institui a Política Nacional de Participação Social (PNPS). O decreto não chega a ser novidade, uma vez que conselhos já existem, e há muito tempo, em todos os âmbitos e níveis da administração pública. Tais conselhos não têm o poder de impor políticas, mas apenas o de ampliar a "participação popular" na gestão da coisa pública, inclusive fiscalizando o trabalho dos gestores. 

A novidade é a óbvia intenção do lulopetismo de usar seu poder hoje quase hegemônico para influir fortemente na estruturação desses conselhos - que serão coordenados diretamente pelo Palácio do Planalto, por intermédio da Secretaria-Geral da Presidência - e manipulá-los como instrumentos de pressão política para consolidar e perpetuar essa hegemonia. 

Em outras palavras, por simples decreto revoga-se o dispositivo constitucional que consagra a representação popular nos órgãos de soberania nacional, transformando os conselhos em centros de decisão até mesmo mais efetivos que o Congresso Nacional, eleito pelo voto universal.

Isso significa que, reeleita Dilma Rousseff, os petistas disporão de pelo menos quatro anos para montar nas entranhas da administração federal uma ampla estrutura de pressão política capaz de garantir-lhes o exercício de um forte poder paralelo mesmo que venham a ser apeados do poder formal por decisão das urnas.

Pela voz de seu então líder, Eduardo Campos, o movimento político que hoje, por injunção da "providência divina", Marina Silva comanda já se havia posicionado claramente contra a mentira dissimulada na proposta petista. Em junho, Eduardo Campos reagiu duramente à iniciativa do Planalto, denunciando a incoerência entre "a palavra e a atitude" de Dilma Rousseff: "Essa palavra e esse decreto não têm nada a ver com o que o governo pratica no dia a dia. É um governo fechado, que não tem as portas abertas para o diálogo".

Não obstante, Marina Silva chegara a defender o decreto da PNPS e essa posição em certa medida foi levada em consideração no texto prévio do programa de governo do PSB. Agora cabeça de chapa e forçada a harmonizar suas convicções pessoais com as do partido que a hospeda, Marina recuou, justificando-se com o argumento de que o documento a que o Estado teve acesso é apenas preliminar.

O PSB, como todo mundo, apoia o fortalecimento da democracia, mas não quer ouvir falar do decreto de Dilma Rousseff. O candidato a vice, Beto Albuquerque, pessebista histórico, colocou o dedo na chaga: 
"A proposta de Dilma é diferente. Você não pode me dizer que vai ter controle social sem me dizer quem vai controlar o eleito. Isso é muito perigoso".
 Melhor assim.

O estado de São Paulo

agosto 25, 2014

BOMBA RELÓGIO ! SOS BRASIL CARCOMIDO/ASSENHOREADO PELOS LARÁPIOS : O preço do loteamento



O Postalis, dos Correios, é o maior fundo de pensão do País em número de participantes. E tudo indica que obterá também a primeira colocação em outro quesito. Entre janeiro de 2013 e junho de 2014, conseguiu gerar um rombo de R$ 2,2 bilhões, quase a metade do seu patrimônio líquido, em torno de R$ 5,4 bilhões. O rombo é resultado de uma gestão política que pouco serviu aos interesses de seus 140 mil participantes, funcionários dos Correios. É o preço caro (e que acaba sendo pago por terceiros) do loteamento de cargos nas estatais e nos fundos de pensão.

Criado em 1981, o Postalis é um fundo de pensão privado, que oferece planos de aposentadoria complementar. Mesmo sendo privada, sua diretoria executiva é indicada pela estatal (Correios), conforme previsto nos seus estatutos. E foi por essa previsão estatutária que o fundo começou a desandar. O loteamento político dos Correios, promovido na última década pelo governo federal, não afetou apenas a administração e os serviços da estatal. Contaminou também o fundo de pensão, cuja diretoria foi loteada entre o PT e o PMDB.

Alguns investimentos do Postalis nos últimos anos mostram não apenas as possíveis causas para o rombo bilionário, mas também sua gestão ideológica. O fundo de pensão comprou títulos da Venezuela bolivariana, envolveu-se na negociação de papéis da Argentina kirchnerista, investiu em ações das empresas de Eike Batista e financiou, por meio da compra de debêntures, duas universidades privadas (Universidade Gama Filho e UniverCidade), cujas altas dívidas já eram conhecidas à época dos empréstimos e que, em 2014, foram descredenciadas pelo Ministério da Educação.

Não se trata apenas de uma questão de má sorte na escolha das aplicações nem tampouco de um perfil ousado de investimento. É uma sucessiva lista de maus negócios cujo denominador comum é a sua conexão ideológica com o atual governo. Todos esses investimentos interessavam ao PT, ainda que pouco interessassem aos contribuintes do fundo. Com tão "interessantes" investimentos, os gestores do fundo conseguiram que o plano tenha atualmente uma taxa de rentabilidade de -2,79%.

Insatisfeitos com essa maneira de gerir os recursos do Postalis, dois membros de seu conselho deliberativo - como noticiou o Estado (21/8)- solicitaram em 28 de julho a exoneração dos quatro integrantes da diretoria executiva indicados pelo PT e PMDB. Os dois conselheiros alegaram também que a diretoria estaria descumprindo decisões do conselho, órgão máximo do fundo de pensão cuja composição não está totalmente nas mãos da estatal, já que metade dos seus membros é eleita pelos contribuintes do fundo de pensão. 

Entretanto, conselheiros ligados ao PT conseguiram derrubar a proposta de exonerar a diretoria, sob o argumento de que tal medida prejudicaria a imagem do Postalis.
Diante do insucesso da proposta de exoneração da diretoria, foi feita uma nova tentativa para tirar o Postalis do loteamento a que vem sendo submetido. Ao ver que a má gestão dos recursos pode levar a um aumento do valor das contribuições, e que há o risco real de que não se alcance o retorno necessário para as aposentadorias, a Associação dos Profissionais dos Correios, a Federação Interestadual dos Trabalhadores dos Correios e a Associação Nacional dos Participantes do Postalis querem uma intervenção da Superintendência Nacional de Previdência Complementar, vinculada ao Ministério da Previdência, no Postalis. 

As três associações entendem que não está em jogo apenas o futuro dos contribuintes do Postalis, mas também os da Previ (do Banco do Brasil), do Petros (Petrobrás) e de outros fundos de estatais.

Infelizmente, as associações têm razão. 
O Postalis não é um caso isolado, ainda que a sua atual situação tenha adquirido contornos tão dramáticos. Não será hora de responder à óbvia pergunta? Por que os partidos políticos têm tanta sede de gerenciar as estatais e os fundos de pensão? Emprestar competência administrativa não parece ser a resposta.

O Estado de São Paulo
O preço do loteamento

REELEIÇÃO DA DESAVERGONHADA - "EU VEJO O FUTURO REPETIR O PASSADO. EU VEJO UM MUSEU DE GRANDES NOVIDADES."(CAZUZA) OU : O MODELO MANDRAKE DE GESTÃO

Os atrasos tornaram-se a principal marca do atual governo. Em se tratando de obras, estão por toda parte, em especial no programa que deveria acelerar o crescimento, mas fez mesmo foi levar o Brasil ao atoleiro.

Atrasar tornou-se agora, também, a forma encontrada pelos petistas para gerir o Orçamento da União e tentar evitar descontrole ainda maior das contas públicas. A criatividade – que nos aspectos da vida cotidiana é uma qualidade – tornou-se prática corrente para cuidar da contabilidade e burlar a boa gestão.

Os problemas deixaram, há muito tempo, de ser questões técnicas e agora ameaçam afetar a vida dos brasileiros comuns. A manipulação começa a alcançar dinheiro que vai para o pagamento de benefícios sociais, como o Bolsa Família, o seguro-desemprego e o abono salarial. A tunga é ampla, geral e irrestrita.

Nas últimas semanas, quase diariamente, têm sido revelados casos de atrasos nos repasses de recursos por parte do Tesouro para instituições como a Caixa (responsável pelo pagamento de benefícios sociais), o Banco do Brasil (que opera o crédito agrícola) e o BNDES (que cuida de financiamentos). Até pagamentos do PAC entraram na dança.

Estima-se que o montante envolvido já alcance R$ 30 bilhões. 
Dividendos de estatais também são manipulados a bel-prazer como forma de fazer caixa e tentar conter o rombo fiscal. Nem assim, porém, tem funcionado: 
segundo o registrado no primeiro semestre, o superávit fiscal está hoje no menor patamar desde 2000.

Nos seis primeiros meses deste ano – o resultado de julho sai nesta semana – o saldo de caixa produzido pelo governo representou apenas metade do registrado no mesmo período de 2013. Transcorrido metade do ano, somente 21% da meta estipulada para 2014 foi alcançada. E o governo ainda jura que cumprirá o que prometeu...

A prática de maquiar dados e atrasar repasses, contudo, não é recente. 
Desde que as contas públicas entraram em franco desalinho, logo no início da gestão da presidente Dilma Rousseff, tem sido assim. Mandrake, o mágico herói das velhas histórias em quadrinhos, tornou-se modelo de gestor público no governo da petista.
Há hoje uma tremenda caixa-preta envolvendo as contas nacionais. 
Ninguém sabe ao certo o tamanho dos rombos, ninguém pode afirmar ao certo a dimensão das dívidas nem a real condição das receitas. A atual gestão – e não só a fiscal – é uma colcha de retalhos de truques, remendos, artifícios e manobras.

Cuidar bem do dinheiro público, aplicá-lo corretamente e prestar contas do que é feito é a única forma correta de atender o cidadão, fornecer-lhe os benefícios que tem direito e fazer retornar o que ele paga em tributos. Quem não faz assim está simplesmente nos roubando.

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agosto 23, 2014

BRASIL REAL SEM O MARQUETINGUE DOS VELHACOS : Chegamos ao fundo ou ainda há poço?


Chegamos ao fundo do poço. 

Essa foi a declaração mais otimista de uma autoridade econômica na última semana. De agora em diante a criação de empregos vai melhorar, prometeu o entusiasmado ministro do Trabalho, Manoel Dias, depois de anunciar a contratação formal, em julho, de 11.796 pessoas. Esse número, 71,55% menor que o de um ano antes, foi o mais baixo para um mês de julho nos últimos 15 anos. 

O mensageiro da pior notícia no dia seguinte, sexta-feira, foi o secretário adjunto da Receita Federal, Luiz Fernando Teixeira Nunes. No mês passado, o governo federal arrecadou R$ 98,82 bilhões, 1,6% menos que em julho de 2013, descontada a inflação. A arrecadação de sete meses, R$ 677,41 bilhões, foi apenas 0,01% maior que a de janeiro-julho do ano passado, em termos reais. Fundo do poço?

O secretário adjunto preferiu evitar novas projeções.
Mas deu uma pista: 
o crescimento real da receita, neste ano, dificilmente chegará aos 2% previstos no mês passado. Antes dessa, a expansão estimada era de 3%. 
Com a arrecadação cada vez mais longe da meta, dia a dia fica mais improvável o resultado fiscal prometido para o ano: 
superávit de R$ 80,7 bilhões nas contas do governo central (Tesouro, Previdência e Banco Central) e de R$ 99 bilhões no balanço geral do setor público. 

Enquanto isso, o Executivo federal vai recorrendo a truques para enfeitar sua contabilidade pelo menos no curto prazo. O novo truque, segundo o noticiário dos últimos dias, é atrasar o repasse de dinheiro à Caixa e ao Banco do Brasil, agentes financeiros de vários programas federais.

O Banco Central (BC) descobriu a jogada e pediu explicações. 
A Caixa recorreu à Advocacia-Geral da União para mediar o conflito com o Tesouro. A confusão tornou-se mais evidente quando o problema com o Banco do Brasil se tornou público. A história pode envolver mais que uma nova tentativa de tornar as contas públicas menos feias, por alguns meses, por meio do atraso de repasses. Na prática, os dois bancos obviamente financiaram o Tesouro, porque realizaram pagamentos antes de receber o dinheiro.

Saber se é possível classificar essas operações como financiamentos, formalmente, é outra história. Se a caracterização for possível, terá sido violada a Lei de Responsabilidade Fiscal. Essa lei proíbe o banco público de financiar o Tesouro.

De toda forma, o governo continua apostando em receitas extraordinárias para ajeitar seu balanço. Se der tudo certo, as contas ainda serão reforçadas, neste ano, por dividendos, bônus de concessões de infraestrutura e pagamentos de obrigações tributárias em atraso. A reabertura do Refis, o programa de refinanciamento, deve proporcionar uma arrecadação adicional de até R$ 18 bilhões, segundo as projeções do Tesouro. No caso dos dividendos, a situação da Caixa é um tanto complicada. 

O governo exige sua participação em novo socorro financeiro às distribuidoras de eletricidade e, ao mesmo tempo, cobra dividendos maiores que os combinados há algum tempo. A pressão se completa, como se descobriu recentemente, com o atraso de repasses de dinheiro para programas sociais.

A bagunça na administração do dinheiro público é talvez a parte mais pitoresca da história. Mas a narrativa só se completa com a inclusão dos erros de política econômica. Uma tabela da Receita Federal discrimina a evolução real dos valores arrecadados de dez grande setores - 
entidades financeiras, 
indústria automobilística, 
empresas de telecomunicações, 
mineradoras de metais, 
fabricantes de químicos, 
produtores de máquinas e equipamentos,
metalúrgicas, 
comércio e reparação de veículos e motocicletas, 
fabricantes de materiais e aparelhos elétricos e fabricantes de produtos de borracha e de plástico. 

Entre janeiro e julho, a arrecadação obtida em todos esses setores foi menor que a de um ano antes. A redução média foi 11%. Outros segmentos proporcionaram um ganho de 4,05%. O resultado total foi uma queda de 1,09%.

O fiasco da arrecadação é explicável por dois fatores principais, a estagnação da maior parte das atividades e a insistência do governo em manter desonerações de impostos para setores selecionados. O fracasso dessa política seletiva e da ênfase no consumo é comprovado, de novo, pelo mau desempenho da indústria e pela redução do emprego industrial. Segundo o Ministério do Trabalho, a indústria de transformação fechou 15.392 postos em julho (diferença entre contratações e demissões).

Os efeitos dessa política aparecem também na balança comercial. 
De janeiro a julho, a receita obtida com a exportação de manufaturados foi 8,5% menor que a de um ano antes, pela média dos dias úteis. 
Essas vendas proporcionaram nesse período 34,5% da receita do comércio externo. 
Um ano antes, essa parcela havia correspondido a 37,5%. 
De janeiro a dezembro de 2013 a participação chegou a 38,44%. 
Em 2007 ainda estava em 52,25%. 
A queda muito sensível nos anos seguintes mostra principalmente a perda do poder de competição da indústria brasileira. 

O câmbio explica uma parte do problema. 
A causa principal é mesmo a perda geral de eficiência da economia brasileira e, de modo especial, da indústria de transformação.

A soma dos investimentos do setor privado e do setor público nunca bateu em 20% do produto interno bruto (PIB) desde a virada do milênio e essa proporção caiu seguidamente nos últimos quatro anos. A impropriamente chamada política industrial nunca foi muito além, nos últimos anos, de uma pobre combinação de protecionismo comercial com favores especiais a setores e grupos selecionados. Além de muito custosa e contraproducente, essa política foi executada sempre com base em critérios pouco claros.

Talvez o País tenha chegado ao fundo do poço. 
Talvez ainda haja alguma descida. 

De toda forma, a economia estará em mau estado quando começar o novo mandato presidencial. Segundo vários analistas, qualquer presidente eleito terá de iniciar sérios ajustes em 2015. 

Mas essa avaliação pode ser otimista. 
Nesse caso, haja poço.


Estado de São Paulo / 
Rolf Kuntz é jornalista.