"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

janeiro 11, 2013

E NO brasil maravilha "DA" 1,99 III ... Brasil é um dos piores países para se investir no varejo


Levantamento realizado pela consultoria britânica EC Harris, do grupo Arcadis, confirma um movimento já percebido pelo varejo brasileiro: a escassez de investimentos de grandes redes internacionais no país. Com base nos dados, conclui-se que o Brasil é um dos piores países do mundo para investimentos no mercado varejista - apesar do razoável desempenho do comércio brasileiro nos últimos anos.

O país está no grupo das regiões onde existe mais alto grau de dificuldade para executar planos de expansão, de acordo com cruzamento de diferentes levantamentos coletados pela consultoria. Últimos relatórios de analistas estrangeiros apontam o Brasil como um mercado com alto potencial no setor, levando em consideração indicadores macroeconômicos, como renda e emprego. A EC Harris avalia fatores ligados ao setor (cadeia de suprimentos e acesso a imóveis) em sua avaliação.

Segundo o ranking, o Brasil ocupa a 28ª posição na lista dos 40 países avaliados com base no potencial de crescimento do setor por país. Está, portanto, no terceiro e último bloco da pesquisa. Entre os mercados emergentes, o Brasil perde para Chile (13º), 
Coreia do Sul (14º), 
Uruguai (19º), 
China (20º), 
África do Sul (22º), 
Turquia (23º) e México (24º).

Poucas varejistas de grande porte e larga escala têm anunciado investimentos no Brasil nos últimos anos - com exceção das marcas de luxo, que não operam em grande escala no país.
Ainda continuam fora do mercado local grandes redes internacionais como Tesco, 
Ikea, 
Home Depot, 
Gap, 
H&M, 
El Corte Inglés e Victoria"s Secret.
 Algumas dessas redes (H&M, Home Depot) chegaram a estudar a entrada no país no ano passado, como já informou o Valor, mas os planos não avançaram. "Eles fazem as contas e adiam os planos, pois os projetos sempre esbarram nos problemas de logística e no complexo sistema tributário", diz Antonio Coriolano, sócio da RetailConsulting.

Adriana Mattos | De São Paulo Valor Econômico

E NO brasil maravilha "DA" 1,99 II ... Elétricas perderam R$ 37,23 bi em valor de mercado desde anúncio de redução de tarifas. Queda foi de 18,03% até 10 de janeiro

  
O valor de mercado de 34 empresas de capital aberto brasileiras do setor de energia elétrica caiu 18,03% de 6 de setembro (dia em que o governo informou que iria reduzir as tarifas) a 10 de janeiro informou nesta sexta-feira a consultoria Economatica. 

A queda foi de R$ 37,23 bilhões. 
Em 6 de setembro, o valor de mercado das companhias era de R$ 206,40 bilhões e, em 10 de janeiro, R$ 169,17 bilhões.

No fim de 2012, as mesmas empresas fecharam com valor de mercado de R$ 171,6 bilhões, queda de R$ 34,8 bilhões ou 16,86%. A empresa com a maior queda nominal de 6 de setembro a 10 de janeiro foi a Cemig. No mês de setembro, a companhia tinha valor de mercado de R$ 28,42 bilhões; já em 10 de janeiro, R$ 18,56 bilhões, uma queda de R$ 9,85 bilhões 34,67%.

A empresa com a maior queda percentual na mesma data é a Eletrobras com queda de 48,46%. Em 6 de setembro, seu valor de mercado era de R$ 19,22 bilhões contra R$ 9,90 bilhões em 10 de janeiro.

Das 34 empresas analisadas, dez têm valor de mercado inferior a seu patrimônio líquido, e a Eletrobrás é a que tem a menor relação: o valor de mercado da empresa em 10 de janeiro era de R$ 9,90 bilhões contra um patrimônio liquido de R$ 79,58 bilhões. Segundo a consultoria, o mercado está pagando somente 12,45% do que a empresa vale.

A relação consolidada do setor com este indicador é de 94,22%, o que significa que o mercado está pagando pelas empresas do setor de energia elétrica 5,78% a menos do que elas valem.

E NO brasil maravilha "DA" 1,99... TESOURO "PERDE" R$ 4 BI NA OPERAÇÃO CONTÁBIL FEITA PARA GERAR SUPERÁVIT



A contribuição do Fundo Soberano do Brasil (FSB) para o superávit primário poderia ter sido bem maior do que os R$ 12,4 bilhões contabilizados pelo governo. Contabilmente, o Tesouro Nacional perdeu mais de R$ 4 bilhões com a venda de ações da Petrobras que pertenciam à carteira do Fundo Fiscal de Investimento em Estabilização (FFIE), braço privado do Fundo Soberano, ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

O prejuízo contábil se deu pela forte desvalorização dos papéis da Petrobras entre 2010 e 2012. O desempenho negativo das ações, segundo analistas, está diretamente relacionado à decisão do governo de utilizar a petrolífera como instrumento de política pública. Na avaliação de um técnico do Ministério da Fazenda, porém, não há perda para o Fundo Soberano e nem para o Tesouro porque os papéis da Petrobras continuam nas mãos de uma empresa pertencente à União.

No fim de 2012, o governo federal decidiu resgatar recursos do Fundo Fiscal para garantir o cumprimento da meta de superávit primário de 3,1% do Produto Interno Bruto (PIB). Isso porque, nem mesmo com a possibilidade de abatimento de investimentos seria possível atingir esse objetivo. Toda a operação envolveu o resgate de R$ 12,4 bilhões do fundo fiscal, dos quais R$ 8,834 bilhões se referem a ações da Petrobras e o restante à venda de títulos públicos.

Segundo levantamento feito pelo Valor com base em dados disponíveis na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e de relatórios de monitoramento do Tesouro Nacional, o Fundo Fiscal vendeu os papéis ao BNDES por um valor bem inferior ao que pagou em setembro de 2010.

A alienação das ações da Petrobras do Fundo Fiscal ao BNDES ocorreu em 31 de dezembro com base nos valores de mercado. No último dia de pregão de 2012 (28 de dezembro), as ações ordinárias da Petrobras eram cotadas a R$ 19,55 e as preferenciais a R$ 19,52.

Porém, em setembro de 2010, o Fundo Fiscal pagou R$ 31,25 por ação ordinária da Petrobras pertencente à Caixa Econômica Federal e R$ 29,65 em um lote maior adquirido em oferta pública. No total foram adquiridas 344.055.327 ações por R$ 10,325 bilhões. Em 31 de dezembro de 2012, parte dessas ações ordinárias - 292.201.481 - foram compradas pelo BNDES por R$ 5,697 bilhões. Somente com a venda de ações ordinárias, o prejuízo foi cerca de R$ 3 bilhões.

Situação parecida ocorreu com a alienação das ações preferenciais. Pelo lote de 161.596.958 papéis preferenciais, o Fundo Fiscal pagou R$ 4,249 bilhões em setembro de 2010. Porém, ao se "desfazer" de todas essas ações, teve direito a R$ 3,136 bilhões. Ou seja, uma perda de R$ 1,113 bilhão.

Apesar das críticas recebidas por causa do uso dos recursos do Fundo Soberano e de antecipação de dividendos das empresas estatais para garantir a meta de superávit primário de 2012, o governo insiste em dizer que não foi utilizado nenhum recurso ilegal. Além disso, o decreto que permitiu a venda de ações da Petrobras pertencentes ao FFIE ao BNDES contempla a possibilidade de recompra dos papéis pela União.

Se depender de decisão recente da CVM, porém, a recompra não poderá ser feita privadamente, como ocorreu na operação de saque do FFIE e deseja o governo. Terá de ser negociada em bolsa. A ideia da área econômica, segundo consulta feita à CVM, é de recompra dos papéis até 2015.

Criado em dezembro de 2008, o Fundo Soberano recebeu um aporte inicial de R$ 14,243 bilhões. Em 2010, por meio do Fundo Fiscal, grande parte dos recursos foram destinados à compra de papéis da Petrobras e Banco do Brasil . Foi justamente nesse ano que houve o pico de valorização dos ativos do FFIE, atingindo R$ 18,764 bilhões.

Em 2011 esse ganho foi revertido e o patrimônio líquido do Fundo Fiscal, único ativo do Fundo Soberano, caiu para R$ 15,546 bilhões. Antes da operação para gerar caixa para o Tesouro (28 de dezembro), o patrimônio líquido era de R$ 15,249 bilhões, ligeiramente inferior ao de 2011. Esse desempenho está atrelado ao comportamento dos investimentos em renda variável. O patrimônio líquido do FFIE fechou 2012 em R$ 2,853 bilhões. Mas para o Tesouro não há perda de patrimônio pois os recursos do resgate do FFIE estão contabilizados na conta única.

A aposta do governo era de que os papéis da Petrobras se recuperariam no longo prazo com a retomada do crescimento. Porém, o Executivo não pode esperar para se desfazer dos papéis. De acordo com a área econômica, esses investimentos - como Petrobras, que concentrava as aplicações do Fundo Fiscal -- sofreram com os efeitos da crise econômica mundial.

Analistas consultados pelo Valor afirmam que a perda do Fundo Soberano com Petrobras é reflexo da política intervencionista do governo. "A rentabilidade do Fundo Fiscal vai estar atrelada às intervenções do governo federal na Petrobras e no Banco do Brasil. E os papéis dessas empresas vão oscilar conforme essas intervenções", disse João Augusto Salles, da Lopes Filho e Associados.

No caso da Petrobras, cujo conselho de administração é presidido pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, a desvalorização dos papéis está relacionada, conforme analistas do setor, ao fato de o governo tentar impedir reajustes no preço da gasolina para evitar uma aceleração da inflação no país. Essa atitude acaba interferindo na capacidade de investimento.

Também para o diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires, as ações da Petrobras recuaram devido à utilização excessiva das estatais pelo governo. O diretor do Instituto de Eletrotécnica da Universidade de São Paulo (USP), Ildo Sauer, acrescenta a falta de transparência: "Ninguém tem confiança."

Edna Simão | De Brasília Valor Econômico 

Inflação da baixa renda avança 0,76% em dezembroÍndice acumulou alta de 6,90% em 2012, acima da inflação oficial medida pelo IPCA, que ficou em 5,84%


A inflação percebida pelas famílias de baixa renda acelerou no mês de dezembro, segundo o Índice de Preços ao Consumidor - Classe 1 (IPC-C1), usado para mensurar o impacto da movimentação de preços entre famílias com renda mensal entre 1 e 2,5 salários mínimos. O indicador subiu 0,76% no mês passado, após avançar 0,44% em novembro.

Com o resultado, o índice acumula alta de 6,90% no ano, taxa que coincide com a de 12 meses, informou nesta sexta-feira a Fundação Getúlio Vargas (FGV).

A taxa do IPC-C1 em dezembro ficou acima da inflação média apurada entre as famílias mais abastadas, com renda mensal entre 1 e 33 salários mínimos, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor - Brasil (IPC-BR). Este indicador mostrou alta de 0,66% em dezembro. A taxa de inflação acumulada neste ano no IPC-C1 foi maior também do que a apresentada para o mesmo período pelo IPC-BR, que subiu 5,74% no período.

Três das oito classes de despesa componentes do IPC-C1 apresentaram acréscimos em suas taxas de variação:
os grupos Alimentação (0,47% para 1,40%),
Transportes (0,01% para 0,34%)
e Despesas Diversas (0,39% para 1,50%).

Nesses grupos, os destaques partiram dos itens:
hortaliças e legumes (-9,39% para 3,53%),
tarifa de táxi (0,00% para 11,27%)
e cigarros (0,49% para 3,18%).

Apresentaram decréscimo em suas taxas de variação os grupos Habitação (0,53% para 0,42%),
Vestuário (1,05% para 0,90%),
Comunicação (0,25% para 0,03%),
Saúde e Cuidados Pessoais (0,43% para 0,42%)
e Educação, Leitura e Recreação (0,36% para 0,35%).

Nestas classes de despesa as principais influências partiram dos itens tarifa de eletricidade residencial (1,27% para 0,72%),
calçados (0,85% para -0,01%),
tarifa de telefone móvel (0,81% para 0,07%),
medicamentos em geral (0,21% para 0,05%)
e passagem aérea (8,88% para 5,59%).