"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

dezembro 30, 2013

ASQUEROSO CACHACEIRO PARLAPATÃO O filho... do brasil "ENSAIANDO" PARA 2014 : O CACHAÇA diz que 2014 será o ano de ‘reconhecimento’ DA EMBUSTEIRA 1,99 A NADA E COISA NENHUMA.


A poucos dias do início do ano eleitoral, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, em artigo publicado no jornal espanhol “El País”, que 2014 será o ano de “reconhecimento da seriedade e competência” da presidente Dilma Rousseff. O texto faz parte de uma fotorreportagem que lista as 11 personalidades ibero-americanas que mais marcaram 2013, na qual Dilma é um dos destaques.

No artigo, o ex-presidente lista os feitos de sua sucessora, destacando o início da carreira de Dilma como militante. Além disso, ressalta o fato de ela ser a primeira mulher presidente da república. Ambos os pontos importantes bandeiras da campanha eleitoral após a qual Dilma chegou à Presidência da República.
“Se tivesse que escolher uma palavra que definisse o caráter da presidente Dilma Rousseff, seria coragem. (...). Em uma sociedade acostumada a ver sempre homens em postos de comando, ela foi a primeira mulher secretária de Fazenda de sua região, a primeira ministra de Minas e Energia do Brasil, a primeira chefe da Casa Civil, a primeira presidente”, escreveu Lula, no texto traduzido para o espanhol pelo “El País”.
O ex-presidente destaca ainda os programas de inclusão social e o baixo índice de desemprego, atualmente em 5,2%. Citando a Copa do Mundo, que ocorre em julho do ano que vem, Lula é otimista em relação a 2014.
Para o presidente, o ano que vem deve ser o de “recolher frutos”, visão diferente
da de analistas ouvidos pelo GLOBO, que temem que problemas como inflação elevada, baixo crescimento e dificuldades para alcançar metas fiscais persistam em 2014.

“(Em 2014) o país recolherá os frutos que a presidente Dilma semeou: exportação de petróleo do pré-sal; concessões de aeroportos, da rede ferroviária e dos portos; grandes investimentos em educação, saúde e saneamento. Será o ano de reconhecimento da seriedade e competência desta mulher brasileira de tanta coragem”, afirmou o ex-presidente.

A lista do jornal espanhol inclui ainda nomes como o Papa Francisco, a presidente do Chile, Michelle Bachelet, que voltou ao poder em 2013, e o presidente do Uruguai, José Mujica. 
 O Globo
Lula diz que 2014 será o ano de ‘reconhecimento’ de Dilma

dezembro 28, 2013

ENQUANTO ISSO NA REPÚBLICA DOS VELHACOS... Jogo de empurra de Renan com a FAB


O jogo de empurra entre a Força Aérea Brasileira e o Senado poderá fazer com que o dinheiro público gasto com o voo da FAB usado pelo presidente do parlamento, Renan Calheiros (PMDB-AL), para se submeter a um procedimento de implante capilar no Recife, não seja devolvido. Enquanto Calheiros diz que espera uma resposta da Aeronáutica sobre qual deveria ser o valor ressarcido, a Força Aérea afirma nem sequer ter recebido a solicitação do senador.

Na última segunda-feira, a FAB respondeu ao presidente do Senado, que havia questionado se a viagem foi regular. O órgão disse apenas que “foge à alçada deste Comando julgar” o caso. A assessoria de imprensa do Senado divulgou que Renan Calheiros devolveria a verba gasta, mas não disse quanto nem quando seria. Ontem, informou que aguardava a resposta da Força Aérea com esses dados, questionados em ofício mandado pelo presidente. A assessoria da Aeronáutica, por sua vez, garante não haver qualquer pedido protocolado por Renan. Diante dessa informação, o Senado informou apenas que não há o que fazer.

Levantamento feito com base em informações divulgadas a partir de junho pela FAB aponta que os ministros do governo Dilma Rousseff realizaram 1.456 viagens a bordo de jatinhos comprados e mantidos com dinheiro público. O balanço indica um média de 240 voos por mês. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, foi o que mais viajou. Ele utilizou as aeronaves 76 vezes. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, é o segundo da lista, com 74 viagens, seguido pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, que embarcou em 66 oportunidades.

A sexta-feira é o dia preferido das autoridades. A média é de 20 voos. Em 29 de novembro, por exemplo, 29 ministros utilizaram os jatinhos. O levantamento mostra que 224 viagens foram realizadas durante fins de semana. Desse total, apenas 117 tiveram justificativas como retorno para a residência. Alegando motivo de segurança nacional, a FAB não divulga o custo de cada voo. 

Os dados passaram a ser divulgados após denúncia de uso irregular das aeronaves em junho por parte do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), que depois devolveu R$ 9,7 mil aos cofres públicos, do presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL), que devolveu R$ 32 mil, e do ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves (PMDB-RN).

Cirurgia

A viagem de Renan ao Recife não chamou a atenção apenas pelo uso do avião da FAB. O caso trouxe à tona o nome do cirurgião Fernando Basto, que fez o procedimento e é conhecido de autoridades e famosos. Passaram pelas mãos do médico as cabeças do ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), José Múcio Monteiro, e o pastor Silas Malafaia, liderança da Igreja Assembleia de Deus.

Basto é considerado autoridade em implante capilar no país e realiza cirurgias periodicamente na Europa e nos Estados Unidos. O cirurgião conta que Renan já o tinha procurado há oito anos para fazer a operação, mas que só agora conseguiu realizá-la. Segundo ele, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, de quem é amigo, já falou que tem vontade de fazer, “um dia quem sabe”. O médico diz que é muito procurado por políticos no fim do ano, perto do recesso. Segundo ele, todo mês, pelo menos um político faz o implante.
(...)
O médico não revela o custo do procedimento, mas assegura ser “acessível às classes média e alta”. A estimativa no mercado é de que o gasto apenas com a equipe que participa da cirurgia é em torno de R$ 15 mil.

ADRIANA CAITANO » ALINE MOURA/Correio Braziliense
» Colaboraram João Valadares e Ana D’Angelo 

BRASIL REAL ! PRESIDENTA DE RABEIRA E RECORDES NEGATIVOS - DÍVIDA EXTERNA CRESCE 37% NO "GUVERNU" DA GERENTONA DE NADA E COISA NENHUMA E BATE RECORDE : US$ 482 BILHÕES



Somente no governo Dilma, débitos aumentam 37%. 
Analistas alertam para o fato de mais de um terço do endividamento vencer entre 2014 e 2015, período de mudança na política monetária dos Estados Unidos, que deve elevar o dólar e a aversão ao risco Brasil


O Brasil chega ao fim de 2013 colecionando indicadores preocupantes. Não bastassem o crescimento pífio e a inflação bem acima da meta estipulada pelo governo, de 4,5%, a dívida externa bruta atingiu, em novembro, o maior valor desde o início da série histórica do Banco Central, em 1971. São US$ 482 bilhões em débitos no exterior, incluindo as faturas do governo, dos bancos, de empresas e os empréstimos intercompanhias, ou seja, aquelas transações feitas geralmente entre as filiais de multinacionais no Brasil e suas sedes fora do país.

Somente na era Dilma Rousseff, iniciada em janeiro de 2011, a dívida externa brasileira registrou um salto de 37%. Em valores absolutos, cresceu US$ 130,2 bilhões, complicando um quadro que era considerado confortável até então. Mesmo os saldos do setor público, que vinham chamando a atenção por apresentar quedas expressivas ao longo do ano, terminarão 2013 em alta, retornando ao patamar de cinco anos atrás, com US$ 64,6 bilhões acumulados.

O recorde, por si só, já seria suficiente para acender de vez o alerta em relação à dívida do país no exterior. Mas o cronograma do vencimento desses débitos, detalhado pela autoridade monetária, torna a situação mais delicada. Um terço do saldo total — US$ 157,2 bilhões — vencerá nos próximos dois anos, período de mudanças na política monetária do Federal Reserve (Fed), nos Estados Unidos, e de desconfiança acerca do próximo governo por aqui.

A redução dos estímulos à economia norte-americana — a partir de janeiro próximo, conforme programação divulgada neste mês — tende a exercer forte influência no câmbio de países emergentes, como o Brasil e, consequentemente, na composição da dívida externa. A se confirmar a projeção mais conservadora do mercado para o ano que vem, o dólar subirá pelo menos 10%, para R$ 2,50. Com isso, o saldo devedor teria uma alta de US$ 50 bilhões, sem contabilizar prováveis novos empréstimos.

Bancos e empresas foram os principais responsáveis pelo aumento da dívida no governo Dilma. Os débitos de ambos tiveram crescimento de 29% nos últimos três anos, segundo dados do BC. Com dificuldades para refinanciar os débitos no exterior, com custos cada vez mais altos, as companhias perdem capacidade de investimento, justamente o que mais faz falta ao país em um momento em que o crescimento da atividade insiste em não deslanchar. Não à toa, a desconfiança em relação ao Brasil só faz aumentar, a ponto de o país correr o risco de ser rebaixado pelas agências de classificação de risco.

Fuga de capitais
Os números do BC revelam a deterioração do setor externo, no entender do economista e ex-diretor de Área Externa da autoridade monetária Carlos Eduardo de Freitas. Para ele, essa leitura pode ser feita por conta do conjunto de variáveis negativas. “O crescimento do país tem sido abaixo do medíocre, a poupança interna está caindo, e o deficit nas transações correntes aumentou. Tudo isso sugere a deterioração”, enumera.

Para evitar uma fuga de capitais muito grande e conter pressões do câmbio sobre a inflação em pleno ano eleitoral, acredita Freitas, o governo não economizará em medidas para segurar a alta do dólar em 2014, o que poderá acabar minimizando os impactos na dívida externa bruta. Também ajudaria a melhorar o cenário, completa o economista se o governo resolvesse, enfim, equilibrar as contas públicas e reduzir o protecionismo.


Ainda que haja um esforço concreto, o endividamento não deve diminuir, na avaliação do economista e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) José Luis Oreiro. “É preocupante o fato de que a qualidade do financiamento externo piorou em função do aumento do deficit em conta corrente. Em vez de investimento estrangeiro direto (capital de longo prazo) financiando o rombo, o que vemos é uma dependência maior por capital especulativo”, justifica o especialista.

DIEGO AMORIM/Correio Braziliense

dezembro 26, 2013

VÍDEO PARA REGISTRO ! "FIGURA OCULTA/CACHORRO ATRÁS" OU : FUNDO DO POÇO


É Black, é Bloc, é o PT no caminho

É o caos planejado, é o fogo amiguinho

É a quebra do vidro, é mais um coquetel

É agência bancária, surra até em coronel

É um braço do Foro, é guerrilha urbana

José Dirceu black bloc bacana

É o Estado crescendo, cheio de mensaleiro

Mídia ninja fingindo que isto é ser brasileiro

É a rua fechada, é o fim do trabalho

É a polícia de quatro, é o Gilberto Carvalho

É a mídia afagando, é conversa rasteira

Das trevas da Globo, é mais uma parceira

É a Dilma, é o Lula, é a marcha do crime

Barricadas no chão, todos do mesmo time...

É um tributo a Fidel, é um apoio ao Irã

É o MPL, é o Brasil de amanhã...

É o fundo do poço, é o fim do caminho

Lula-lá deu palestra pro Irineu Marinho

É Farc, é USP, é uma boca de fumo

É filhinho de papai, é gigante sem rumo

É dia da criança, dia dos animais

É a figura oculta, é um cachorro atrás

Luiz Nassif, Paulo Henrique Amorim

É blog progressista

de onde é que vem o dindim?

É o projeto do PAC, é o Barak Obama

Tá tudo dominado é só lama, é so lama.

É um estádio é uma ponte a copa vem aí

Superfaturamento até no açaí

São revolucionários fazendo um Cubão

É a certeza de morte da população...

É Leandra Leal, de Abreu, é José

É a cultura na mão do Pablo Capilé

São revolucionários fazendo um Cubão

É a certeza de morte da população...

É Black, é Bloc, é o PT no caminho

É o caos planejado, é o fogo amiguinho

É um estádio é uma ponte é o maracanã

É dinheiro de monte pras ilhas Cayman

São bolivarianos na revolução

É a certeza de morte da população...

EIKE PEC BLOG PAC UBA PIG JEG FARC
ÓPA IFA FUT BOL ONU ONG USP PSOL

São Petistas ilustres roubando a nação
Esse ano o peru vai rolar na prisão.

BRASIL REAL E SUA DEPENDÊNCIA DA EXPECTATIVA x REALIDADE. brasil maravilha DOS FARSANTES E EMBUSTEIRA 1,99 II : Comércio tem Natal mais fraco em 11 anos, aponta Serasa

As vendas de Natal cresceram 2,7% em todo o Brasil entre os dias 18 e 24 deste mês, ante igual período de 2012, de acordo com o Indicador Serasa Experian de Atividade do Comércio. Esse foi o desempenho mais fraco desde 2003, quando o levantamento foi iniciado.

No fim de semana anterior ao Natal, entre os dias 20 e 22, as vendas do setor avançaram 2,1% em relação ao período correspondente do ano passado.

De acordo com economistas da Serasa Experian, o fraco resultado das vendas de Natal deste ano foi provocado basicamente pelo aumento dos juros dos financiamentos ao consumidor, gerado pelo movimento de elevação da taxa Selic adotado pelo Banco Central desde abril. A redução da confiança das famílias na economia e o nível de endividamento dos consumidores também colaboraram para estes números baixos.

Na cidade de São Paulo, as vendas do Natal apresentaram um avanço próximo ao registrado em nível nacional, pois subiram 2,4% na semana e exibiram um incremento de 1,8% no fim de semana de véspera do Natal.
Use o mouse para explorar gráfico

E NA REPÚBLICA TORPE DO BRASIL REAL ASSENHOREADO... Os white blocs



Não atacam bancos:
 neles fazem operações sigilosas, aqui ou em paraísos fiscais

Eles estão infiltrados no Estado brasileiro desde os seus primórdios: 
vieram com a Corte Absolutista de Dom João, em 1808. Não em naus menores, atrás das principais da esquadra que fugia da invasão napoleônica, mas bem ao lado da Família Real. Aqui compuseram a alta burocracia, renovaram os privilégios, aprofundaram a distância entre administração inchada e população desvalida. Propagaram a cultura da corrupção.

Eles não usam máscaras, pois suas caras de pau prescindem disso. Bem vestidos — os ternos de corte fino substituindo as perucas do século XIX —, têm incrível capacidade de renovação. Seus espaços no poder são mantidos como capitanias hereditárias. Arcaicos em suas práticas do tráfico de influência e enriquecimento ilícito, vestem a roupagem da “modernidade” das “tribos” da livre concorrência e do capitalismo sem riscos.

Eles não atacam bancos: esmeram-se em neles fazer operações sigilosas, aqui ou em paraísos fiscais, que passam ao largo dos órgãos de controle financeiro. Têm força junto aos grandes partidos e abortam qualquer investigação sobre suas movimentações milionárias, como nas CPIs do Banestado, Cachoeira/Delta e quantas outras surgirem tentando jogar luz em tenebrosas transações.

Crescidos na estufa dos negócios particulares, estão, anônimos, nas esferas dos três poderes da República. Nos Judiciários tentam comprar sentenças, envolver magistrados, fazer chicanas e absolver os poderosos. Regozijam-se quando a Justiça tarda e falha. Quanto mais ela pender sua balança para os ricos, melhor.

Nos Executivos, armam licitações dirigidas, beneficiam grandes empresas e estabelecem consórcios de propinas. Montam uma rede de “amigos” especializada em quebrar todas as barreiras republicanas que distinguem o público do privado, o interesse social do negócio mercantil.

Nos Legislativos, alavancam esquemas vitoriosos de financiamento empresarial de campanha e de publicidade despolitizadora. Assim elegem, além dos governos, sua “base de sustentação”, alimentada pela distribuição de cargos para nomeação de apaniguados. Direcionam as emendas orçamentárias para aqueles que possam se beneficiar de sua execução, cobrando retribuição.

Eles não gostam da claridade das ruas. Agem nos bastidores, justificando-se, no seu fatalismo interessado, com o “sempre foi assim”. Vandalizam o bem comum, frequentam as altas-rodas e têm certeza da impunidade.

Para enquadrá-los, é preciso desmontar a estruturas do poder oligárquico. 
Uma consigna, efetivamente praticada, também combateria essa chaga: 
LIMPE. 
De Legalidade, 
Impessoalidade, 
Moralidade, 
Publicidade e Eficiência, 
princípios fundamentais da administração pública, inscritos no artigo 37 da Constituição Cidadã que nos rege, há 25 anos.

Chico Alencar/O Globo

INCOMPETENTA ! Dá para arrumar, mas...



Então ficamos assim: 
o Brasil cresce 2% ao ano, com a inflação na casa dos 6%. 
Esta é a matriz Dilma, se não houver nenhuma surpresa, positiva ou negativa, em 2014, que deve sair mais ou menos como este ano.

Está bom ou ruim?
Depende de quem se toma por modelo. 
Comparando com o padrão europeu, nossos 2% de crescimento parecem bem amigáveis. Mas, comparando como se deve, o Brasil está abaixo da média dos emergentes e abaixo da média da própria América Latina.

Tudo somado e subtraído, pode-se dizer que algumas ideias e práticas saíram errado. 
Por exemplo:
 estimular o consumo não leva naturalmente ao aumento dos investimentos, como acreditavam (ainda acreditam?) a economista Dilma e seus seguidores. Mais consumo sem investimentos deu em inflação e déficit nas contas externas, pela via do aumento das importações.

Também não prosperou a ideia de que os juros acima de 10% decorriam basicamente da ganância dos bancos e dos rentistas. 
Depois de ter colocado a taxa básica em 7,25% ao ano — recorde de baixa — o governo Dilma precisou elevá-la de novo para 10% e terá que subir mais um tanto no ano que vem, se quiser mesmo segurar a inflação não na meta de 4,5%, mas abaixo do teto de 6,5%.

A política econômica caiu assim em um momento bastante desconfortável. Depois de ter alardeado a virtude de derrubar juros, volta ao pecado de elevá-los. E mais ainda: entre os emergentes importantes, é o único que está subindo juros nesse ritmo.

Outro desconforto: 
depois de ter anunciado a disposição de colocar o dólar numa cotação mais favorável à indústria, o governo está tomando medidas para segurar a alta da moeda americana. 
Tudo porque o dólar caro pressiona a inflação. 
Pois é, se esse processo de valorização da moeda americana e, pois, de desvalorização do real, tivesse se iniciado com uma inflação bem baixinha, abaixo da meta, digamos, o governo até poderia deixar o dólar deslizar e absorver o choque de preços — como fazem outros países. A ideia de tolerar um pouco mais de inflação deu azar — nem deu crescimento, nem juros baixos.

Mas tem algo que o governo Dilma pode fazer já, com resultados imediatos na melhora das expectativas dos investidores e na queda do risco Brasil. 
Ou seja, para ganhar confiança e estimular investimentos.

Seria um choque nas contas públicas, bem explícito, ao estilo do Lula do primeiro mandato. O ideal, para essa alternativa, claro, seria a presidente Dilma colocar no comando da economia um nome comprometido com a virtude fiscal e, pois, com a realização de um superávit primário forte e crível, sem truques contábeis.

O problema é que isso causaria outro desconforto pessoal. 
A presidente Dilma, nas lições que deu ao mundo sobre a administração da crise global, atacou duramente a prática do ajuste fiscal. 
Como fazer o ajuste justo agora, no momento em que os outros estão afrouxando seus cintos, depois de bons resultados do ajuste?
INDEXAÇÕES

Dia desses, a presidente Dilma rejeitou a fórmula de reajuste de preços da gasolina e diesel, proposta pela Petrobras, dizendo ser muito perigoso adotar qualquer tipo de indexação.

O comentário é injusto com a presidente da Petrobras, Graça Foster, pois ela não sugeriu uma correção automática de preços e periódica, com base na inflação passada. Isso, sim, seria indexação. Mas Graça propôs uma fórmula que fixasse preços no mercado local com base em diversos parâmetros, como preços internacionais dos combustíveis, custos locais, cotação do dólar etc... 
Não é indexação, pois nesse critério os preços podem subir e cair.

Mas a presidente Dilma acertou no ataque à indexação. 
E tem uma indexação que está causando problemas sérios às contas públicas e ao custo Brasil. Trata-se da fórmula que corrige anualmente o salário mínimo pela inflação passada e acrescenta o ganho real equivalente ao crescimento da economia.

Ou seja, a inflação mais ganho real é indexação na veia, garantida em lei.
 Isso levou a um aumento do salário mínimo muito acima da produtividade nacional. 
Isso é custo para todas empresas, pois o mínimo pressiona para cima os demais salários. 
E aumentou pesadamente o gasto público, pois o governo federal paga salário mínimo para mais de 28 milhões de pessoas. 
 É arrasador especialmente para as contas do INSS.

Todo mundo sério sabe que essa política é insustentável. 
E isso já no curto prazo. Seria outro choque, positivo, para as contas públicas, ainda mais se acrescido da aceitação da outra fórmula, a da Petrobras.

Seria outro passo para trás, mas o pessoal compreenderia, não compreenderia? 
Não?
 
Carlos Alberto Sardenberg/O Globo

2014 ! Armadilhas



As medidas adotadas nos últimos anos para animar a economia brasileira se converteram num emaranhado de armadilhas. O desmonte é complicado e embute efeitos colaterais indesejados. O corte de impostos para alguns produtos é um bom exemplo disso. Diante da desaceleração global, o governo resolveu dar uma mãozinha para a indústria local: reduziu tributos e deixou o consumo fazer o resto.

A medida, de início, teve o efeito desejado. 
Empregado e com mais dinheiro no bolso, o brasileiro foi às compras. 
Mas consumo tem limite. Endividadas, as famílias pisaram no freio. 
Sem perspectiva clara sobre o apetite para novas compras, as indústrias travaram os investimentos.

A economia, com isso, cresceu menos que o esperado. 
Se o país anda devagar, a arrecadação de impostos míngua também. 
Com menos dinheiro no caixa, e despesas cada vez maiores, o governo acabou comprometendo sua gestão de gastos.

Não há mágica para resolver esse tipo de problema. 
Se o saldo da conta bancária está no vermelho, é preciso arrumar dinheiro extra ou cortar parte das despesas. Reduzir gastos não é uma ação agradável para governos, muito menos às vésperas de uma eleição. Por isso, a equipe econômica resolveu reduzir parte do benefício concedido para ajudar as indústrias, que passam a pagar um pouco mais de imposto a partir da próxima semana.

A medida vai garantir R$ 1 bilhão a mais para os cofres públicos.
Aqui começam os problemas. Esse dinheiro é insuficiente para melhorar, de forma efetiva, a relação entre receitas e despesas federais. Imposto mais alto significa produto mais caro. 


E isso gera consequências: 
o consumo perde o resto de fôlego que tem o que pesa sobre as perspectivas de retomada do crescimento e a inflação, que já não está baixa, ganha impulso adicional.

A vida na Esplanada dos Ministérios em 2014 não será nada fácil. 
 
Renato Andrade/Folha

BRASIL REAL E SUA DEPENDÊNCIA DA EXPECTATIVA x REALIDADE. brasil maravilha DOS FARSANTES E EMBUSTEIRA 1,99 : Shoppings do Brasil têm pior Natal dos últimos 5 anos. Segundo a Alshop, vendas cresceram 5% em relação a 2012 apenas quando considerada a abertura de novas lojas


Os shoppings do país tiveram em 2013 o pior Natal dos últimos cinco anos, informou nesta quinta-feira o presidente da Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop), Nabil Sahyoun. Desconsideranda a abertura de 16.000 lojas no ano, a média das vendas em shoppings não cresceu na comparação com 2012. Alguns setores, disse Sahyoun, reportaram queda na comparação das vendas em mesmas lojas.

Como exemplo ele cita que o segmento de vestuário, na comparação mesmas lojas, apresentou queda de 2%. "Podemos considerar que este Natal foi o pior dos últimos cinco anos", completou. Segundo a Alshop, as vendas no Natal foram afetadas pelo maior endividamento das famílias, pela menor disponibilidade de crédito e pela alta de inflação. O conjunto de fatores, diz a Associação, fez que os gastos com presentes de Natal em 2013 fosse inferior aos dos anos anteriores.

Considerando, porém, as novas lojas, as vendas no Natal de 2013 cresceram 5% em relação a igual período do ano passado, com destaque para o segmento de Perfumaria e Cosméticos, com expansão de 10%. Em contrapartida, o setor de Vestuário registrou aumento de apenas 2% no período neste tipo de avaliação.

Em todo o ano, as vendas em shoppings subiram 8% na comparação com 2012, motivadas pela abertura de 38 shoppings ao longo do ano e a expansão dos já existentes. As vendas nos centros de compras totalizaram 132,8 bilhões de reais em todo o país em 2013. A quantidade de lojas em shopping ao final de 2013 totalizou 129.900, aumento de 14,6% em relação a 2012.

Mesmo assim, o aumento de 8% ficou abaixo do esperado pela entidade, que no início do ano acreditava em um crescimento de 10% a 11%. Considerando a inflação acumulado no ano, a alta real foi de 2,5%.

Perspectivas para 2014 - 
A associação estima ainda que as vendas de shoppings em 2014 deverão crescer 3% ante 2013. Assim como neste ano, a projeção de alta é puxada pela expectativa da abertura de 20 a 25 shoppings ao longo do próximo ano.

"No próximo ano, o câmbio é o principal fator que preocupa o setor em relação ao risco inflacionário", explicou Sahyoun. Neste ano, a elevação do dólar, de acordo com a Alshop, gerou o aumento de preços em vários segmentos do varejo, incluindo o de vestuário, que tem grande peso para as vendas em shoppings. 


 Veja
(com Estadão Conteúdo)

O risco da volta a 2003


Os quase 16 anos deste ciclo do PT no Palácio do Planalto começaram de uma forma, na condução da política econômica, e entram no último ano de mandato de Dilma Rousseff de outra maneira. Uma das diferenças marcantes — pelo menos até agora — ocorre na condução da política fiscal.

Em 2003, quando o partido e aliados subiram a rampa do Palacio do Planalto com Lula de faixa presidencial, a política de gastos públicos seguiu os manuais clássicos. Foi uma administração atenta, contra abusos, restritiva, coerente com a necessidade daquele momento.A inflação, atiçada pela subida do dólar em função do “risco-PT”, chegou aos píncaros dos dois dígitos e precisou ser debelada por uma política de contenção de despesas governamentais conjugada com a elevação dos juros básicos (política monetária).

Deu certo, como previsto, e o IPCA se aproximou da meta dos 4,5%, estabelecida com dois pontos de margem para cima ou para baixo. A partir do final do segundo governo Lula, o respeito à política do tripé — cumprimento das metas de inflação, do superávit primário e câmbio flutuante —, mantida, com êxito da Era tucana, foi, digamos, flexibilizado.

Sob inspiração da ideologia “desenvolvimentista”, lastreada no intervencionismo estatal, lançou-se a política do “novo marco macroeconômico”, consubstanciada em câmbio desvalorizado, juros baixos e nenhuma maior preocupação com os gastos — para ativar a demanda — e inflação.Neste aspecto, dentro da ideia equivocada, e tantas vezes comprovada como míope, de que vale a pena “um pouco de inflação, para se obter um crescimento maior”.Ora, a inflação corrói o crescimento. Como mais uma vez o país testemunha.

O abandono do “tripé” ficou bastante visível na “perna” fiscal. O recurso constante a subterfúgios para se abater a meta de superávit primário foi, aos poucos e implacavelmente, abalando a credibilidade da política fiscal, ponto-chave para investidores no país e credores do Tesouro. Pois se trata de saber sobre a capacidade que o Estado brasileiro possui de pagar as suas dívidas.


Não há qualquer risco de desastre na esquina. 
Mas a tendência de aumento constante das despesas em custeio, acima da arrecadação, faz o mercado precificar o futuro.Ele passa, por exemplo, a exigir rendimentos mais elevados em títulos do Tesouro com taxas prefixadas. Aumenta o custo do Estado para a sociedade. E isto já acontece. 

Com o advento da “contabilidade criativa”, capaz de gerar receita primária, por exemplo, por meio de dividendos de bancos públicos pagos na verdade com dinheiro de dívida do Tesouro, o quadro piorou para o país. 

A meta de 3,1% do PIB de superávit primário foi reduzida para 2,1%, mas deverá ser abaixo disso. Há sinais de que o Planalto percebeu o erro do sepultamento do “tripé”. Tem 2014, ano eleitoral, para tentar consertar os estragos. Se não, 2015 pode repetir 2003. 
 
O Globo

PRESIDENTA DE RABEIRA ! brasil maravilha DOS FARSANTES E EMBUSTEIRA 1,99 : Bovespa é 'patinho feio' das bolsas em 2013

 
Levantamento do analista Jason Vieira, diretor-geral do Portal MoneYou, destaca a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) como a de pior desempenho de 2013 entre as bolsas mundiais. Ibovespa - the "Ugly Ducking" of stock exchanges (Ibovespa - o "Patinho Feio" das bolsas de valores) é o nome da publicação desta quarta-feira (25/12) no portal de informações financeiras. Neste ano, de acordo com o ranking, a Bovespa teve o pior desempenho entre bolsas de 48 países, e acumulou queda de 15,82%, enquanto no ano passado cresceu 7,4%.

Para Vieira, que aponta o Ibovespa como o "pesadelo dos investidores no Brasil e no exterior", entre os motivos para o mau desempenho estariam o tombo das ações do grupo de Eike Batista, o desempenho do PIB e os juros altos.

"Apesar do desempenho do mercado de trabalho com baixo desemprego, o PIB tem desapontado a cada divulgação. Não existem reduções de IPI suficientes para impulsionar a economia em estado de 'bolha' e, além disso, a alta da inflação no meio deste ano, junto com os protestos pelo país, afundou a confiança na economia", comentou.
Ranking com o acumulado do ano até 23/12:
Venezuela (IBVC) - 485,70%

Argentina (MERVAL) - 92,48%

Japão (NIKKEI 225) - 59,85%

Emirados Árabes Unidos (ADX General) - 57,29%

Paquistão (KSE100) - 50,47%

Nigéria (NSE 30) - 40,66%

Irlanda (ISEQ) - 33,10%

Dinamarca (OMX Copenhagen) - 25,72%

Egito (EGX30) - 25,18%

10º Arábia Saudita (TASI) - 24,42%

11º Alemanha (DAX) - 24,26%

12º Estados Unidos (Dow Jones) - 24,02%

13º Grécia (ASE) - 23,99%

14º Finlândia (HEX25) - 23,81%

15º Noruega (OBX 544) - 21,28%

16º Suécia (OMX 30) - 19,19%

17º Suíça (SMI) - 17,67%

18º Espanha (IBEX 35) - 17,58%

19º Bélgica (BEL20) - 16,57%

20º Área do Euro (EURO STOXX 50) - 15,95%

21º Portugal (PSI20) - 15,76%

22º Israel (TA-25) - 15,60%

23º França (CAC 40) - 15,40%

24º Austrália (S&P/ASX 200) - 14,93%

25º Holanda (AEX) - 14,80%

26º Itália (FTSE MIB) - 14,47%

27º África do Sul (FTSE/JSE) - 14,20%

28º Taiwan (TWSE) - 12,22%

29º Reino Unido (FTSE 100) - 12,17%

30º Malásia (FTSE KLCI) - 10,12%

31º Índia (SENSEX) - 9,59%

32º Canadá (S&P/TSX) - 8,71%

33º Polônia (WIG) - 8,18%

34º Áustria (WBI) - 3,30%

35º Hong Kong (HSI) - 2,83%

36º Rússia (MICEX) - 2,41%

37º Coréia do Sul (KOSPI) - 1,00%

38º Filipinas (PSEi) - 0,53%

39º Cingapura (STI)- (-1,30%)

40º Indonésia (JCI) - (-1,59%)

41º México (IPC) - (-2,36%)

42º China (SSE Composite) - (-3,21%)


43º Tailândia (SET) - (-3,61%)

44º República Checa (SE PX) - (-5,15%)

45º Colômbia (IGBC) - (-10,63%)

46º Turquia (XU100) - (-11,94%)

47º Chile (IGPA) - (-13,72%)

48º Brasil (Ibovespa) - (-15,82%)
 Jornal do Brasil

dezembro 24, 2013

AINDA SOBRE ENERGIA ELÉTRICA : Distribuição de energia estrangulada


A atitude precipitada do governo, em 2012, com o objetivo de antecipar uma simpática redução da tarifa de eletricidade tem sido progressivamente desmontada por leis físicas e econômicas que não aceitam artificialidades impostas por canetadas de políticos. O leilão de 17 de dezembro para contratação de energia proveniente de várias usinas para atender ao mercado das distribuidoras de eletricidade (o chamado Leilão A-1, jargão que se refere a leilões que precisam ser feitos com antecedência de um ano em relação à data da entrega de energia às distribuidoras) não interrompeu o drama financeiro em que o governo colocou as concessionárias. 

A Medida Provisória nº 579/2012, editada em 11 de setembro de 2012 e depois convertida na Lei nº 12.783/2013, tem feito por merecer o apelido de “September 11 do setor elétrico”, em triste referência à tragédia das torres gêmeas de 2001. Dez anos após o episódio americano, a implementação truculenta da MP — que antecipou o vencimento de concessões de geração e transmissão de eletricidade —, impôs reduções tarifárias e grande perda de valor às empresas do setor elétrico. Apesar do desastre para as empresas geradoras e transmissoras, aparentemente estava tudo ótimo para o consumidor de energia, que ficou feliz em ouvir a presidente da República anunciar que teríamos uma conta de luz 20% mais barata. 
Mas apenas parte da história foi contada...
A impropriedade da medida provisória ficou evidente quando, contando com adesão total das usinas à MP nº 579, o governo cancelou o Leilão A-1 de 2012, que comercializaria a energia de contratos vincendos em 2012. Esse cancelamento foi desastroso para as distribuidoras, que têm nos leilões regulados pelo governo a única forma de atendimento a seus consumidores. Como a adesão não foi integral, as distribuidoras ficaram involuntariamente expostas e tiveram que comprar energia no mercado de curto prazo a preços elevados, devido aos baixos níveis dos reservatórios hidrelétricos.

O mesmo fenômeno acaba de se repetir em 2013. Permanecerá a chamada “exposição involuntária” das distribuidoras, que precisarão pagar por uma energia mais cara para suprir seus consumidores ao longo de 2014 e receberão os valores de volta de forma defasada e em 12 parcelas.

As estimativas de mercado apontavam para uma demanda das distribuidoras de 6 mil MW médios, que deveria ter sido atendida no Leilão A-1, de 17 de dezembro, mas foram contratados apenas 2,5 mil MW médios a um preço médio ponderado de R$ 177/MWh. Isso significa que os 3,5 mil MW médios não contratados precisarão ser obtidos no mercado de curto prazo pelas distribuidoras, cujo preço atual é da ordem de R$ 300/MWh. O sobrecusto dessa descontratação é estimado entre R$ 4 bilhões e R$ 5 bilhões, valor que será arcado de forma defasada pelos consumidores.

Se o governo tivesse conduzido a renovação de concessões de forma menos politizada e mais articulada, não teria exposto as distribuidoras e os consumidores a esses custos adicionais que serão pagos a partir de 2014, em pleno ano eleitoral. Se a renovação tivesse sido menos eleitoreira, o Tesouro Nacional não precisaria estar improvisando mil e uma formas para cobrir o descasamento entre receitas e custos das distribuidoras, descasamento que já ultrapassou os R$ 7 bilhões em 2013.

As 63 distribuidoras de eletricidade precisam investir bilhões todos os anos, têm na tarifa sua única fonte de receita e não podem seguir com um cenário de imprevisibilidade de custos que não são gerenciáveis por tais concessionárias. De acordo com os contratos de concessão e com o atual modelo setorial em vigor, implementado via Lei nº 10.848, de 2004, a energia contratada deveria ser apenas um repasse com neutralidade econômica e financeira para as concessionárias de distribuição.

No entanto, por causa dos atropelos governamentais de 2011, tais custos estão se tornando um fardo financeiro insuportável para as distribuidoras, um sobrepeso para o Tesouro Nacional e uma bomba-relógio tarifária para os consumidores. Artificialidade tem perna curta. É preciso que o governo recalibre suas lentes para a ameaça de estrangulamento que se coloca sobre a distribuição de energia elétrica e trabalhe para garantir, com urgência, mecanismos que restabeleçam o equilíbrio econômico-financeiro das concessões.

CLAUDIO J. D. SALES e EDUARDO MÜLLER MONTEIRO Correio Braziliense

AOS CRÉDULOS ÚTEIS - Serviços: Descaso no país é generalizado. E A EMBUSTEIRA 1,99 DA REPÚBLICA TORPE DIZ QUE A POPULAÇÃO QUER UM ESTADO MAIS EFICIENTE.



A presidente da República diz que a população quer um Estado mais eficiente. Analistas veem discurso como campanha à reeleição
Em meio à série de reportagens do Correio sobre o descompasso entre o volume de impostos arrecadados e a qualidade dos serviços prestados no Brasil, a presidente Dilma Rousseff usou as redes sociais para divulgar uma mensagem de fim de ano direcionada aos servidores públicos federais. Dilma diz ser preciso responder às cobranças dos manifestantes que tomaram as ruas em todo o país este ano para protestar, principalmente em junho.

O Estado brasileiro, afirmou ela, deve oferecer serviços públicos de qualidade para todos, promovendo inclusão social e cidadania. “As vozes dos que foram às ruas querem melhores serviços públicos, mais médicos, mais educação, mais transporte de qualidade, mais segurança”, discorreu a presidente. “Cabe a todos nós, servidores públicos, responder a essas vozes”, completou ela, classificando 2013 como um ano de “trabalho árduo e também de muitas conquistas”.

As declarações de Dilma não mudam em nada a precária realidade encontrada pelos contribuintes nos órgãos públicos, no entender da economista e professora da Fundação Getulio
Vargas (FGV), Virene Matesco. “É óbvio que isso não passa de uma tentativa de jogada de marketing às vésperas do ano eleitoral. E a própria Dilma sabe disso”, avalia. “A verdade é que os governos nunca demonstraram interesse algum em melhorar os serviços prestados aos cidadãos”.

O Brasil, comenta a professora — e todos os brasileiros sabem —, não tem problema de receita. Em 2013, o Estado terá arrecadado
R$ 1,62 trilhão em impostos, um novo recorde anual. “Não somos um país pobre, somos um país mal administrado. É como aquele cidadão que ganha bem, mas nunca consegue fazer poupança e vive endividado”, compara ela, para quem os serviços públicos não são apenas ruins, mas péssimos.

Em junho deste ano, a revolta com essa constatação de Virene levou, em um único dia, mais de 1 milhão de brasileiros às ruas, em plena realização da Copa das Confederações. A corrupção e os gastos com a organização da Copa do Mundo de 2014 também foram alvos dos manifestantes. O simbolismo dos números grandiosos e a força das imagens das multidões pegaram de surpresa as autoridades, que chegaram a esboçar reações, mas, de fato, pouco ou quase nada mudou desde então.
 Correio Braziliense

ENQUANTO ISSO NA REPÚBLICA TORPE II ... Ameaça ao futuro de milhões


Má gestão e fraudes nas aplicações dos recursos ameaçam o futuro de cerca de 7,5 milhões de funcionários ativos, inativos e pensionistas vinculados a pouco mais de 2 mil fundos de pensão de Estados e municípios. Ações policiais - como a Operação Miqueias, desencadeada pela Polícia Federal em setembro e com atuação concentrada em 15 municípios - revelam parte do problema, que pode resultar em perdas bilionárias para esses fundos, o que traria sérios riscos à sua sustentação financeira e à sua capacidade de pagar os benefícios esperados por seus participantes.

Os fundos de pensão dos Estados e municípios foram criados para garantir a aposentadoria dos funcionários por meio do regime de contribui cão definida, em substituição ao anterior, que assegurava aos servidores aposentadoria integral. Na área federal, o novo regime passou a vigorar em fevereiro de 2013, com o início das operações do Fundo de Previdência Complementar do Servidor Público Federal (Funpresp).

O objetivo da criação desses fundos, que compõem o Regime Próprio de Previdência dos Servidores (RPPS) - o dos demais trabalhadores é o Regime Geral de Previdência Social (RGPS) -, é assegurar que, ao longo do tempo, ele alcance o equilíbrio atuarial, eliminando a necessidade de aporte de recursos dos Tesouros federal, estaduais e municipais. Isso levará muito tempo. As projeções indicam que, no caso do regime federal, esse equilíbrio será alcançado em prazo muito longo. As estimativas mais otimistas apontam que o déficit do RPPS federal só começará a diminuir dentro de 15 anos. Nas contas do governo, o déficit estará zerado entre 2045 e 2050. Projeções menos otimistas preveem o fim do déficit em 2100.

Boas práticas de gestão, aplicações prudentes, observância das normas regulamentadoras desses fundos, entre outros procedimentos adequados de seus administradores, poderiam, se não reduzir esse prazo, pelo menos contribuir para que ele não seja estendido e também assegurar o pagamento dos benefícios esperados.

Auditorias do Ministério da Previdência e operações policiais têm revelado, no entanto, que esses fundos, cujo patrimônio alcança cerca de R$ 180 bilhões, estão sujeitos a má gestão e fraudes que sangram seus recursos. Recente levantamento do Ministério da Previdência constatou que práticas que contrariam as regras do Conselho Monetário Nacional e do Banco Central e a ação de esquemas criminosos provocaram perdas de R$ 528 milhões em aplicações feitas entre 2009 e 2013.

Entre os atos ilícitos identificados nessas ações estão apropriação indébita, pagamento indevido de benefícios, falsidade ideológica, utilização indevida de recursos e improbidade administrativa.

Operações policiais têm identificado a existência de organizações criminosas especializadas em desviar -com a conivência dos gestores - as aplicações para fundos sem qualificações técnicas para recebê-las. Quadrilheiros e servidores são beneficiados por esses esquemas.

Há dias o jornal O Globo noticiou que dinheiro de servidores estaduais e municipais foi aplicado em fundos de investimento privados compostos por títulos sem valor real de mercado, pois foram emitidos por empresas sem rentabilidade, falidas ou em processo de recuperação judicial
ou de liquidação.

De acordo com o jornal, as fraudes envolveram recursos de R$ 2 bilhões pertencentes a 117 fundos de pensão. Na maioria dos casos, as aplicações foram gerenciadas por empresas apontadas como responsáveis por lavagem de dinheiro para políticos envolvidos no caso do mensalão. Num dos casos, uma aplicação de R$ 335 milhões perdeu R$ 51 milhões de seu valor em apenas dois meses.

Há também casos de favorecimento, com a concentração das aplicações numa determinada empresa - o que é proibido pelas normas do RPPS - ou em títulos de empresas à beira da insolvência.


A grande disponibilidade de recursos dos fundos de pensão dos servidores alimenta a cobiça de criminosos e exige, como resposta, uma fiscalização mais intensa, tanto do governo como do Tribunal de Contas da União.

O Estado de S. Paulo

E NO JEITO 1,99 DE "GUVERNÁ" : Governo errou no corte da conta de luz, diz ex-diretor da Aneel



O governo errou ao propor o modelo de renovação das concessões do setor elétrico, cuja ponta mais conhecida é o corte nas contas de luz anunciado pela presidente Dilma Rousseff em cadeia de rádio e TV. A avaliação é do ex-diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Edvaldo Santana, que deixou o cargo na semana passada após 13 anos de atuação no órgão regulador, onde começou como superintendente e cumpriu dois mandatos como diretor.

Segundo ele, a mudança tornou as empresas passivas e dependentes de repasses bilionários do Tesouro Nacional. "Tenho certeza de que o governo, quando fez isso, não pensou que a conta iria sobrar para o Tesouro. Se tivessem imaginado que iria dar nisso, não fariam"", afirmou, em entrevista exclusiva ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado. Procurado, o Ministério de Minas e Energia não comentou.
Para manter a redução de 20% na conta de luz, a União transferiu R$ 9,6 bilhões para as distribuidoras de energia este ano. O dinheiro serviu para bancar várias despesas, principalmente com a energia gerada pelas usinas termoelétricas, acionadas por causa da escassez de chuvas, que reduziu o nível dos reservatórios das hidrelétricas.

Esse gasto sempre foi pago pelo consumidor, mas, se tivesse sido repassado às tarifas neste ano, resultaria num reajuste de 10%. Às vésperas das eleições, o governo decidiu pagar a conta e diluir esse aumento ao longo dos próximos cinco anos.


Tudo indica que, para 2014, os aportes do Tesouro para manter o desconto na conta de luz devem atingir valores semelhantes aos deste ano. "O cenário, no que diz respeito à necessidade de repasse de recursos do Tesouro, tende a ser igual", afirmou. "Para 2014, não tem mais jeito, até porque é um ano difícil de ter mudanças profundas. Mas não acredito que alguém deixe continuar assim."

Forma. 
Aproveitar a renovação das concessões para reduzir a tarifa de energia era um objetivo correto, segundo Santana. O problema é a forma como isso foi feito. As discussões para a elaboração da Medida Provisória 579, que mudou o marco regulatório do setor, foram restritas a poucas pessoas, que não previram que as despesas que antes eram facilmente bancadas pela tarifa seriam muito maiores em períodos de seca.
"Não foi a Aneel quem fez o cálculo. Foram algumas pessoas da agência. Essas pessoas fizeram a conta errada, porque não tinham conhecimento para propor o que foi feito", disse Santana. "Com a centralização, agora todo o setor é dependente do governo. Isso é muito ruim."
A conseqüência desse erro é que hoje, segundo Santana, o País voltou ao cenário das décadas de 1970 e 1980, quando a tarifa de energia era baixa, mas a remuneração das empresas era garantida. Como a tarifa não cobria as despesas das empresas, em 1993 oTesouro teve de aportar US$ 27 bilhões para salvar as companhias do setor. Santana diz lamentar que as discussões no governo hoje estejam centradas em diminuir o tamanho dos aportes do Tesouro ao setor, e não em acabar com essa injeção de recursos. Na avaliação dele, há duas formas para resolver o problema.
Uma delas é descentralizar os leilões de geração de energia, hoj e feitos pela Aneel e pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE). No modelo atual, o governo organiza o leilão ao reunir geradores e distribuidoras na disputa, equilibrando oferta e demanda.

Mas, segundo Santana, a presença do governo nos leilões foi prejudicial, porque a União passou a ficar com a responsabilidade por qualquer problema que surgisse no processo.

A outra saída, mais radical, seria retirar as distribuidoras do processo de compra e venda de energia. Nesse modelo, que existe nos Estados Unidos e na Europa, o próprio consumidor escolhe o gerador que vai fornecer energia para a sua casa e a empresa assume os riscos do negócio. A distribuidora é responsável apenas pelo fio que leva a energia até as residências.


Anne Warth O Estado de S. Paulo 

A Dívida pública federal sobe 2,32% e chega a R$ 2,069 trilhões.



O estoque da dívida pública federal (DPF) subiu 2,32% em novembro ante outubro (o equivalente a R$ 46,924 bilhões), atingindo R$ 2,069 trilhões. Em outubro, o estoque estava em R$ 2,022 trilhões.

No acumulado do ano até novembro houve um resgate líquido de R$ 134,729 bilhões. Mesmo assim, ocorreu um aumento no estoque de R$ 61,457 bilhões em relação ao fim de 2012. Isso porque, no ano, a apropriação de juros soma R$ 196,186 bilhões.

O coordenador de operações da Dívida Pública, José Franco de Morais, comentou que o Tesouro Nacional espera que a emissões de títulos de dezembro tragam o estoque da DPF para dentro dos limites do Plano Anual de Financiamento (PAF) de 2013, que variam de R$ 2,100 trilhões a R$ 2,240 trilhões. "O estoque deve fechar o ano pouco acima de R$ 2,1 trilhões", afirmou.

Emissões. 
Ainda ontem, o Tesouro anunciou que vai lançar no começo de 2014 uma nova série de títulos prefixados com mais de dez anos de duração, com vencimento em 2025, mesmo num cenário de maior incerteza nos mercados financeiros.

O lançamento ocorre enquanto a decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) de retirar estímulos da economia americana a
partir de janeiro ainda deixa dúvidas na cabeça dos investidores e depois de o governo brasileiro ter tido dificuldades em vender papéis de longo prazo durante 2013. A primeira emissão do novo título ocorrerá no dia 9 de janeiro.

Atualmente, o papel prefixado que vem sendo vendido pelo Tesouro tem vencimento em 2023. Ele vem sendo oferecido desde 2012. O lançamento do chamado NTN-F 2025 é um sinal do Tesouro para reforçar ao mercado que a procura por papéis brasileiros com perfil mais alongado continua aquecida.

"Essa demanda é não somente de compradores estrangeiros, mas também dos investidores locais, tanto bancos como investidores institucionais", afirmou o coordenador de operações da Dívida Pública, José
Franco de Morais.

Segundo ele, o Tesouro não está preocupado com um fluxo de saída de estrangeiros dos títulos da Dívida Pública depois da última decisão do Fed. Em novembro, a participação de não residentes no País no estoque do endividamento interno caiu de 16,91% para 16,53%.

"Precisamos aguardar para ver se a queda de participação de estrangeiros é tendência. Continuamos tendo fluxo de entrada para títulos", considerou Morais. "Ao longo de 2014, o Fed vai continuar o seu movimento. Na semana passada, a incerteza se reduziu, vamos ver o que teremos pela frente."

Para o coordenador, o movimento do Fed já foi precificado pelos agentes e, dessa forma, não haveria razão para que o Tesouro mudasse sua estratégia.

 Adriana Fernandes Eduardo Rodrigues O Estado de S. Paulo

dezembro 23, 2013

ENQUANTO ISSO NA REPÚBLICA TORPE... Previdência de 10 milhões de servidores tem déficit bilionário



Milhares de servidores públicos estaduais e municipais estão com suas aposentadorias ameaçadas pela insolvência dos institutos de previdência aos quais se associaram. Segundo o governo, existem duas mil entidades administrando a poupança de dez milhões de funcionários em todo o país que devem fechar as contas deste ano com um déficit somado de R$ 78 bilhões. 

Esse buraco financeiro no Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) foi cavado por má gestão, principalmente com o desvio de recursos para pagar despesas e financiar investimentos governamentais. O rombo já compromete a situação financeira de uma dezena de estados e 186 municípios — eles agora travam uma batalha judicial com o Ministério da Previdência para continuar a receber recursos da União e ter acesso ao crédito em bancos públicos.  
“Os problemas já estão começando a acontecer”, disse Leonardo José Rolim Guimarães, secretário Nacional de Políticas de Previdência Social, em depoimento no Senado na semana passada. “Acreditamos que isso possa ter um impacto muito grande para o país, num futuro muito breve. Talvez, com consequências similares ou maiores do que tivemos na década de 90 com a crise da dívida dos Estados, quando a União teve que socorrer vários que estavam às portas da quebradeira.” Otoni Gonçalves Guimarães, diretor do Departamento dos Regimes de Previdência no Serviço Público, completou: “Não dá mais para se falar em tolerância com regimes sem perspectiva de sustentabilidade no longo prazo e também com gestão sem qualificação técnica e profissional”. 

Pelas contas do ministério será necessário aumentar impostos para cobrir um déficit atuarial estimado em R$ 3,5 trilhões em 75 anos, o que levou a senadora Katia Abreu (PMDB-TO) a pedir a abertura de uma investigação na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado.

Comprovaram-se fraudes de R$ 2 bilhões cometidas por governantes e gestores de 117 institutos. Na maioria dos casos, eles estão envolvidos com empresas financeiras que, oito anos atrás, foram flagradas na lavagem de dinheiro para políticos beneficiados no caso Mensalão — de acordo com documentos da Justiça Federal, do Banco Central, do Tribunal de Contas da União e dos Ministérios da Fazenda e da Previdência.

Negócios com títulos “podres”

O dinheiro da seguridade social dos servidores foi aplicado em fundos privados compostos por títulos sem valor real no mercado, emitidos por empresas e bancos sem rentabilidade, falidos, em recuperação judicial ou em liquidação extrajudicial. Governantes e gestores recebiam comissões de 3% sobre o valor da operação para ordenar a compra de papéis indicados por “consultorias”. Pagava-se até o dobro do valor de face dos títulos “podres”, com prazo de carência de quatro anos para resgate.

 O dinheiro entrava nas contas de uma rede especializada em lavagem no eixo Brasília-Rio-São Paulo, com sucessivos saques em espécie.

Foi assim que a caixa de previdência dos servidores do Estado de Tocantins, Ingeprev, se tornou proprietária de 40% das ações de um grupo de churrascarias. O Previqueimados, de Queimados (RJ), virou cotista de uma empresa de limpeza. E a prefeitura de Angra dos Reis (RJ) investiu R$ 6 milhões em um fundo composto por títulos do Banco BVA, liquidado em outubro do ano passado.

As perdas acontecem em ritmo acelerado. Na sexta-feira 31 de agosto do ano passado, por exemplo, 23 institutos de previdência estadual e municipal possuíam R$ 335,6 milhões aplicados em um mesmo fundo de renda fixa (Elo). Em dois meses os papéis comprados perderam R$ 51 milhões em valor. Ou seja, o patrimônio financeiro desses institutos foi dilapidado nas oito semanas seguintes na velocidade de R$ 850 mil por dia — média de R$ 34,5 mil por hora, ou R$ 590 por minuto. 

Essa engenharia financeira levou o Ingeprev, de Tocantins, a investir R$ 270 milhões e perder R$ 70 milhões entre agosto e outubro do ano passado. O fundo mantido pelo governo de Roraima aplicou R$ 126,5 milhões e ficou com prejuízo de R$ 33,3 milhões. Foram significativas, também, as perdas dos institutos de previdência de Manaus (AM), Campinas (SP), Goiania (GO), Teresina (PI), Macapá (AP), Porto Velho (RO) e Serra (ES), que investiram a soma de R$ 472 milhões em títulos “podres”, sobretudo do Banco BVA, liquidado 60 dias depois. Parte das aplicações foi engedrada pela Invista Investimentos Inteligentes, do grupo empresarial controlado por Fayed Antoine Traboulsi.

Traboulsi foi personagem do inquérito do Mensalão, na lavagem de dinheiro transferido de fundos de pensão de empresas estatais para parlamentares aliados ao governo Lula. Ele integrava uma rede especializada em “operações financeiras atípicas”, na definição do Banco Central, em cooperação com corretores como Lúcio Bolonha Funaro e José Carlos Batista. Sócios da Garanhuns Empreendimentos, eles foram condenados por lavar parte do dinheiro do Mensalão destinado a parlamentares do então Partido Liberal (PL), atual Partido da República (PR), mas suas penas foram suspensas porque colaboraram nas investigações.

A CPI dos Correios responsabilizou duas dezenas de empresas financeiras por transferências de dinheiro do caixa de seis fundos de pensão estatais (Refer, Portus, Real Grandeza, Centros Nucleos e Sistel) para os bolsos de parlamentares aliados ao governo. Entre as corretoras estavam a Euro, a Royster e a Cingular, de Funaro e Batista.

Modelos no papel de corretoras

Essas empresas agora foram flagradas na lavagem de lucros das “operações atípicas” realizadas com institutos de previdência estaduais e municipais. Há outras também investigadas no caso Mensalão, como Diferencial, Quantia, Brasil Central e Stockolos Avendis. Em alguns casos, atuaram em cooperação com o grupo Traboulsi, que usava modelos como negociadoras. 
Foram flagradas na lavagem de lucros dos negócios realizados com institutos de previdência estaduais e municipais: “Não se intimidaram com a exposição de seus nomes e técnicas de atuação, sendo novamente identificados na presente investigação, desta feita sangrando os cofres dos RPPS (Regimes Próprios de Previdência dos Servidores)”, escreveu o juiz Cândido Ribeiro, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, ao justificar em agosto passado as primeiras ordens de prisão.

Dias atrás, técnicos do Ministério da Previdência e do Tribunal de Contas da União se reuniram para avaliar a dimensão da insolvência da previdência dos servidores. O tribunal documentou a escassez de informações confiáveis, inclusive de órgãos federais.

Se as contas espelhassem a realidade contábil, afirma o tribunal em relatório sobre o Balanço Patrimonial da União de 2012, “haveria grande impacto no patrimônio líquido (da União), que deixaria uma situação positiva de R$ 761 bilhões (em 31/12/2012), para apresentar um passivo a descoberto de R$ 345 bilhões”.


O Globo

dezembro 20, 2013

VERSO/REVERSO ! brasil maravilha DOS FARSANTES II : País tem a menor criação de empregos com carteira assinada em 10 anos

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No acumulado do ano até novembro, o País criou 1,5 milhão de empregos com carteira assinada, segundo os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado nesta sexta-feira, 20, pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

O saldo líquido das demissões e contratações de janeiro a novembro deste ano é o menor dos últimos dez anos. O resultado só foi maior do que o verificado entre janeiro e novembro de 2003, quando foram gerados 1,1 milhão de empregos.

De janeiro a novembro do ano passado, o saldo de empregos foi de 1,7 milhão. No mesmo período de 2011, foram 2,3 milhões de vagas. De janeiro a novembro de 2010, o saldo foi positivo em 2,9 milhões, o melhor resultado da série, iniciada em 2002.

Novembro. 
O saldo líquido de empregos formais gerados em novembro foi de 47.486 vagas. O saldo do mês passado é resultado de 1.618.426 admissões e de 1.570.940 demissões.

O resultado ficou dentro do intervalo das previsões obtidas pelo AE Projeções, que iam de 35.464 a 75.000, sem ajuste sazonal, e abaixo da mediana de 51.500 postos, coletada com 12 instituições do mercado financeiro.

A geração de empregos em novembro foi 37,65% menor do que em novembro do ano passado, quando ficou em 76.157 pela série ajustada. Já pela série sem ajuste, a alta foi de 3,02% na comparação com igual mês do ano passado, quando o volume de vagas criadas foi de 46.095.


Na comparação com o mês de outubro, na série sem ajuste, a queda foi de 50%.

A série sem ajuste considera apenas o envio de dados pelas empresas dentro do prazo determinado pelo MTE e é a preferida do Ministério do Trabalho e Emprego. Após esse período, há um ajuste da série histórica, quando as empregadoras enviam as informações atualizadas para o governo.

No mês passado, o setor de serviços foi responsável pela geração de 44.825 vagas. A indústria de transformação registrou um saldo negativo de 34.266 vagas. E a agricultura teve um saldo negativo de 33.183 vagas.


Previsão para dezembro. 
O ministro do Trabalho, Manoel Dias, disse acreditar que a quantidade de demissões em dezembro no País deve ser inferior ao registrado em dezembro do ano passado. Em dezembro de 2012, o saldo líquido de geração de empregos formais do Caged ficou negativo em 503.081, com ajuste sazonal. "Dezembro deve ser negativo, sempre é, mas esperamos que não tanto quanto no ano passado", afirmou.
Segundo ele, o resultado do Caged nos últimos meses têm sido melhor que os verificados em igual período do ano passado. "O mercado tem sido melhor do que no ano passado, e a expectativa de investimento também é melhor para 2014." Dias não divulgou números preliminares relacionados ao mês de dezembro. Segundo ele, as empresas enviam os dados que abastecem o Caged ao Ministério do Trabalho entre os dias 1.º e 7 do mês seguinte.

Em 2014. 
Dias disse que a expectativa do governo é que o saldo líquido de geração de empregos formais em 2014 seja superior ao deste ano. De janeiro a novembro deste ano, foram gerados 1.546.999 empregos, número que deve cair devido às demissões que ocorrem em dezembro. "Nossa expectativa é gerar mais empregos em 2014. Seguramente", afirmou. O ministro, no entanto, evitou dar alguma previsão para o saldo do Caged deste ano e de 2014.

 ANNE WARTH - Agencia Estado

brasil maravilha DOS FARSANTES : IPCA-15 dispara

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Apesar de o governo dizer que o pior da inflação já passou, o bolso dos consumidores continua tomando uma sova. O IPCA-15, a prévia do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), registrou alta de 0,75% em dezembro, encerrando o ano em 5,85%, acima dos 5,78% de 2012. O resultado superou todas as estimativas do mercado, que apontavam para taxa máxima de 0,70%, e esquentou o debate em torno do indicador final do ano, que será conhecido no início de janeiro.

Há uma clara convicção do Banco Central de que o IPCA ficará abaixo dos 5,84% do ano passado. Mas alguns analistas alertam que ainda não há uma garantia de que isso aconteça. Pelas contas de Flávio Combat, economista-chefe da Concórdia Corretora, o índice final de 2013 será de 5,90%. Nos cálculos do economista Elson Teles, do Itaú Unibanco, como a inflação oficial de dezembro será de 0,85%, o BC terá de se contentar com a repetição dos 5,84%. Mais otimista, a economia Mariana Hauer, do Banco ABC Brasil, aposta que a autoridade monetária vai comemorar um IPCA menor que o de 2012.

Os consumidores, porém, continuarão sob pressão. Segundo Mariana, quando se abre o IPCA-15, o que se vê é um índice de qualidade ruim. Os 5,85% acumulados no ano só foram possíveis devido às manobras do governo para conter os preços dos combustíveis e as tarifas de energia elétrica.

Gastos pessoais

O IPCA-15 de dezembro foi pressionado, principalmente, pelo grupo de despesas pessoais, com aumento de 1,18%, contra 0,68% de novembro. O salto decorreu da elevação dos custos com excursão, empregado doméstico, cigarro, manicure e cabeleireiro. No ano, essa classe de preços também liderou, com alta de 9,19%, muito acima da taxa geral, de 5,85%. Na contramão, os alimentos deram um importante alívio, com a elevação cedendo de 0,84% para 0,59% no mês.

Alta da gasolina


O grupo transportes também contribuiu para que a prévia da inflação oficial tivesse, em dezembro, elevação superior à projetada pelo mercado. O aumento médio foi de 1,17%, quase o dobro do 0,39% computado no mês anterior. Além das passagens aéreas, com reajuste de 20,15%, a gasolina, com correção de 2,15%, ajudou a fazer estrago no bolso dos consumidores. Juntos, esses dois itens responderam por um quarto de todo o IPCA-15 do dezembro.

"Na bomba está havendo um reajuste maior do que a tradicional conta de transmissão da refinaria para o varejo", disse o economista da LGA Consultores Fábio Romão.

"O IPCA-15 veio muito mais alto do que o esperado e todo mundo já está revendo as projeções para o IPCA. A tendência é muito ruim, de inflação no teto da meta no próximo ano", disse o sócio da Leme Investimentos, Paulo Petrassi. Segundo ele, quem apostava em uma alta de 0,25 ponto da-Selic em janeiro vai ter de rever suas posições.

VICENTE NUNES Correio Braziliense

dezembro 19, 2013

EM REPÚBLICA TORPE PAÍS RICO É PAÍS SEM POBREZA "DELES" : MORDOMIA NO APAGAR DAS LUZES. MAIS R$ 16 MILHÕES PARA DEPUTADOS


Foi no último ato do ano legislativo, quando o recesso do Congresso já estava decretado, que a Câmara dos Deputados decidiu dar um presentão de Natal extra aos parlamentares. 
 
A partir de janeiro de 2014, o chamado cotão, que é a verba para o exercício da atividade parlamentar, terá um acréscimo de 7,76%. 
Com o aumento, o valor do cotão — que ia, de acordo com o estado, de R$ 25,9 mil (para deputados do DF) a R$ 38,6 mil (para Roraima) — passará a variar de R$ 27,9 mil a R$ 41,6 mil por mês. 
 
O impacto mensal da regalia será de R$ 1,3 milhões, totalizando R$ 16 milhões no fim do ano. O reajuste foi autorizado no último dia de funcionamento efetivo da Casa que, no início deste ano, já havia concedido um aumento do cotão e do auxílio moradia, cujo gasto somado chegou a R$ 23 milhões anuais.


A decisão foi tomada na reunião da Mesa Diretora de ontem. 
Inicialmente marcada para as 9h, passou para o início da tarde, mas só começou no início da noite, quando os corredores do Congresso já estavam vazios. Concedido o reajuste, os integrantes do comando da Câmara saíram rapidamente, sem comentar o assunto. 

 O presidente, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), não soube explicar os números. E tergiversou: 
“Eu não estava na reunião quando se decidiu isso”. 
Quem presidiu o encontro até a chegada tardia de Alves foi o vice-presidente, André Vargas (PT-PR). À noite, em um jantar, Henrique Alves tratou o reajuste como uma “questão técnica”. 
“Se é justificável, que seja feito.”

Sobrou para o diretor-geral da Câmara, Sérgio Sampaio, dar os detalhes à imprensa. “As empresas aéreas jogam com a política tarifária, dizendo que dão desconto em determinadas épocas, mas, na prática, houve ajustes.”

O deputado Chico Alencar (PSol-RJ), que usou neste ano metade da cota a que tinha direito, ficou surpreso. “O valor atual permite que exerçamos nosso mandato perfeitamente, não via nenhuma reclamação de parlamentar nesse sentido. Essa gastança de Natal representa uma total falta de preocupação com o dinheiro público, principalmente no dia seguinte à criação de mais cargos”. 
Na terça-feira, a Casa havia aprovado a criação de 94 cargos para abrigar a estrutura do Pros e do Solidariedade, com impacto de R$ 12,5 milhões até fevereiro de 2015.

Sem compensação
O cotão ganhou esse apelido em 2009, quando foram reunidos todos os gastos dos deputados com passagens aéreas, divulgação, alimentação, telefonia, combustível e outros. Em março, o benefício já havia sido reajustado com o auxílio-moradia, que saiu de R$ 3 mil para R$ 3,8 mil por mês.

Na época, o parlamento também passou a desembolsar R$ 7 milhões com os 48 cargos criados, mas, no discurso, havia a garantia de que todas as despesas seriam compensadas com o fim do pagamento de 14º e 15º salários aos parlamentares e com o ponto eletrônico para restringir as horas extras de servidores. O controle eletrônico de presença, até hoje, não saiu do papel. Em 2012, a verba de gabinete, usada para pagar funcionários dos deputados, também foi reajustada, gerando impacto de R$ 117 milhões.

“Essa gastança de Natal representa uma total falta de preocupação com o dinheiro público, principalmente no dia seguinte à criação de mais cargos”
Chico Alencar (PSol-RJ), deputado federal
 ADRIANA CAITANO » AMANDA ALMEIDA Correio Braziliense -