"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

setembro 14, 2012

Lavanderia Mensalão

Terminada mais uma fase do julgamento do mensalão, nenhuma das acusações feitas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) foram desmentidas pelos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) até agora.

O próximo passo é comprovar que o dinheiro desviado dos cofres públicos alimentou a compra de apoio parlamentar ao PT.
Avizinha-se a hora da verdade.

Ontem, os ministros atestaram a existência de uma lavanderia montada para dissimular a origem dos recursos que o esquema surrupiou de empresas como o Banco do Brasil para molhar a mão de políticos da base aliada ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

Oito dos dez réus acusados pela PGR foram condenados.

Os casos mais vistosos são os de Marcos Valério e seus dois sócios na agência de publicidade SMP&B. O operador do mensalão já soma o suficiente para passar, pelo menos, 13 anos na cadeia. Equivalem à pena mínima por duas condenações por corrupção ativa, três por peculato e uma por lavagem de dinheiro, calcula O Globo.

O próximo elo da cadeia - sem trocadilho - é comprovar que os recursos desviados dos cofres públicos foram usados para comprar apoio parlamentar e dar sustentação ao projeto de poder do PT. Disso, há evidências de sobra.

Por exemplo:
um dos depoimentos colhidos pelos promotores no processo, de um ex-tesoureiro do Rural, atesta que, mal começado o governo Lula, os saques tornaram-se frenéticos e vultosos na agência do banco em Brasília. Saíam de lá para os mensaleiros, como o já condenado João Paulo Cunha, ex-presidente da Câmara dos Deputados.

Da rodada desta semana no Supremo, restou provado que o PT montou uma Operação Paraguai para escamotear a origem suja do dinheiro que usou para remunerar parlamentares e partidos que lhe serviram de esteio em seu projeto de perpetuação no poder.
Tudo bem longe da vista do Banco Central e do Coaf, órgão de inteligência financeira do governo.

Os "empréstimos" concedidos pelo Banco Rural ao partido eram fajutos, fictícios, rolados em condições a perder de vistas em prol de um devedor que sequer requisitos para obter crédito na praça tinha.

Pelas operações, passaram R$ 32 milhões, que, devidamente lavados, irrigaram os bolsos mensaleiros.

"O dinheiro é, para o crime, o que o sangue é para a veia. Se não circular, não temos esquemas criminosos como esse. Há uma necessidade enorme de que existam instituições financeiras que se prestem para situações como essa", resumiu, com precisão, a ministra Cármen Lúcia, ao concluir, ontem, pela existência de crime de lavagem de dinheiro.

Na semana que vem, o julgamento começa a chegar perto de quem realmente interessa: o núcleo político que, entre quatro paredes de um palácio presidencial, manipulou todo o esquema mafioso de assalto aos cofres do Estado e desvirtuamento da representação legislativa.

É a parte que realmente interessa.

A fatia do julgamento referente à acusação de compra de apoio político envolve 23 réus, tendo à frente o ex-ministro da Casa Civil do governo Lula José Dirceu.
Pelas decisões precedentes tomadas pelos ministros do Supremo até agora, ficará difícil para eles provar que não sabiam que manipulavam dinheiro ilícito para fins tenebrosos.

A cúpula petista já percebeu que os magistrados não estão dispostos a deixar pedra sobre pedra no julgamento do maior escândalo de corrupção da escola política do país - noves fora as deprimentes exceções de Ricardo Lewandowski e José Antônio Dias Toffoli, cada dia mais evidentemente devotados a amaciar para os criminosos.

Estão em pânico, porque se julgavam inimputáveis.

Como a desfaçatez do PT não encontra limites, pode-se esperar que o partido dos mensaleiros tente de tudo para desferir um contra-ataque.

Mas a disposição dos ministros do STF de fazer valer a justiça e reservar um cantinho na cadeia a quem lesou os cofres públicos é razão suficiente para acreditar que quem mais deve mais pagará.

Fonte: Instituto Teotônio Vilela
Lavanderia Mensalão

NO brasil maravilha 'PUTÊNCIA" : Eletrodoméstico ainda é sonho para classes D e E

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Apesar das recentes conquistas de poder de compra pelos brasileiros, os bens duráveis ainda são, para muitos, um sonho de consumo, aponta levantamento da consultoria Kantar Workdpanel divulgado ontem.

As classes D e E ainda estão longe de ter um lar equipado.
De uma lista de 25 produtos, 17 têm penetração menor que 19% nesses lares.
Isso inclui itens como lavadora de roupas, computador e câmera fotográfica.

Considerando todas as classes sociais, 10 dos 25 produtos ainda têm baixa presença na casa do brasileiro. Nas faixas de renda A e B, os itens com penetração menor que 19% são filmadora, "home theater", secadora de roupas e lava-louças.

A classe C, que representa 41% da população, está no mesmo patamar que a média brasileira, com 10 itens "a conquistar".


São eles:
TV a cabo e/ou satélite,
CD player,
aspirador de pó,
ar condicionado,
câmera digital e freezer,
além daqueles da lista da classe A/B.


A pesquisa considera que produtos com taxa de penetração nos lares entre 20% e 69% estão "em processo de conquista". Nesse patamar, os que mais cresceram nos últimos três anos, considerando a média brasileira,
foram câmera digital (de 20% para 35%),

micro-ondas (de 30% para 44%),
geladeira duplex (de 26% para 35%),
computador (de 25% para 37%)
e lavadora de roupa (de 33% para 40%).


"Cada vez que o brasileiro ganha mais, ele gasta mais. E ele ainda tem muita coisa para comprar", diz Christine Pereira, diretora comercial da Kantar.
Segunda ela, novas prioridades estão disputando o bolso do consumidor.

Em 2011,
os gastos com habitação foram os que mais cresceram (15%),

seguidos por lazer (14%),
transporte (11%)
e vestuário (10%).

No primeiro semestre, o consumo de bens não duráveis diminuiu 2% em volume e cresceu 5% em valor na comparação com igual período do ano passado, segundo o estudo. Em todo o ano passado, o consumo cresceu 1% em volume e 10% em valor.

Essa desaceleração é explicada pelo endividamento do consumidor e pela sofisticação do consumo, diz Christine - gasta-se menos com comida para comprar uma roupa, por exemplo.
Em 2011, 27% das famílias gastaram mais do que ganhavam.
A pesquisa é feita em 8,2 mil lares.


Adriana Meyge Valor Econômico


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E NO brasil maravilha DOS FARSANTES - CRUZEIRO DO SUL E PROSPER... "MICOU" ! Papéis do do Banco Cruzeiro do Sul micam e acionistas devem perder R$ 337 MILHÕES

A liquidação do Banco Cruzeiro do Sul, anunciada pelo Banco Central nesta sexta-feira pelo Banco Central, vai deixar os investidores que tinham papéis da instituição no prejuízo. De acordo com a consultoria Economática, ontem, o valor de mercado do banco de R$ 337 milhões.

Nesta sexta, o BC decretou a liquidação extrajudicial do Banco Cruzeiro do Sul e do Banco Prosper.A negociação dos papéis PN do banco (CZRS4) foi suspensa na BM&FBovespa. De acordo com a Economática, os papéis do banco subiram 55,6% nos últimos três dias sob rumores de que o Cruzeiro do Sul seria comprado por uma instituição de grande porte, o que acabou não acontecendo.

O BC também anunciou a liquidação do banco Prosper, que não tem ações negociadas em Bolsa.


De acordo com o operador da corretora Renascença, Luiz Roberto Monteiro, quem tinha ações do Banco Cruzeiro do Sul perdeu o dinheiro investido nos papéis.
As ações do banco micaram, como se diz no mercado afirma Monteiro.


Segundo o advogado Bruno Balduccini, presidente da comissão de Direito Bancário do Instituto dos Advogados de São Paulo, existe uma possibilidade remota dos acionistas terem algum tipo de indenização, mas ele acha isso improvável.
Depois que todos os ativos do banco forem liquidados e os credores receberem, o que pode levar anos, os acionistas podem até ter alguma indenização. Mas isso é praticamente impossível devido aos números ruins do banco diz o advogado.
Segundo o BC, cerca de 35% do total de depósitos à vista e a prazo do Banco Cruzeiro do Sul e de 60% do Banco Prosper, contam com garantia do Fundo Garantidor de Créditos (FGC).

Isso significa que os correntistas (que tivessem conta, poupança, CDB, letras de crédito imobiliário, além de letras hipotecárias e câmbio) terão garantidos depósitos até o limite de R$ 70 mil.


O valor será ressarcido por CPF ou CNPJ, independentemente de quanto o cliente tinha do banco. O FGC é uma entidade privada. Para receber os valores que ultrapassarem este teto, o cliente terá que entrar na fila dos credores do banco.
Pedro Galdi, estrategista da corretora SLW, lembra que nos últimos dias as ações do banco, que estava sob intervenção do Banco Central, vinham apresentando altas expressivas, de mais de 20%.

Isso se deveu a um movimento especulativo.
Até a noite de quinta-feira, o Santander tentava adquirir o Cruzeiro do Sul, mas a operação não foi concluída e o banco, liquidado pelo Banco Central.


Com a chance de ser comprado por uma instituição como o Santander, as ações do Cruzeiro do Sul poderiam se valorizar.

Os especuladores vinham comprando os papéis do Cruzeiro do Sul, que tiveram altas expressivas de mais de 20% nos últimos dias, na esperança de que o banco fosse comprado. Com a instituição foi liquidada, os papéis viraram pó, assim como já aconteceu com outras empresas, como a Varig, por exemplo diz Galdi.

O Cruzeiro do Sul tem um rombo de mais de R$ 3 bilhões, que pode ser ainda maior. Esse, inclusive, pode ter sido o motivo do Cruzeiro do Sul não ter interessado a nenhuma instituição.

No final da manhã, o Banco Central informou que nomeou Antônio José Soares de Oliveira como liquidante do banco Prosper. Os bens dos controladores e ex-administradores, nos últimos 12 meses, ficarão indisponíveis.

Os controladores são Antonio Joaquim Peixoto de Castro Palhares e Paulo Cesar Peixoto de Castro Palhares e há 14 ex-administradores.

O Globo

Brasileiro aumenta gasto com remédio e plano de saúde, diz IBGE

O acesso a atendimento médico e a compra de remédios está pesando mais no orçamento do brasileiro.

Nos últimos cinco anos, a despesa das famílias com medicamentos subiu de 44,99% para 48,6% do valor total gasto com saúde, mostra a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), de 2008/2009, divulgada nesta sexta-feira pelo IBGE.

Já com planos de saúde, os desembolsos saltaram de 25,9% para 29,8% das despesas com saúde, item que absorve 7,2% do consumo das famílias, apenas 0,2 ponto percentual a mais do que na pesquisa anterior.


Pelas contas do IBGE, na média, o valor mensal destinado pelas famílias ao consumo no período da pesquisa era de R$ 2.131.

A aquisição de remédios custa R$74,74 por mês, é de longe o mais alto entre as despesas com assistência à saúde, que somam em média R$ 153,81.
Em seguida vem o plano de saúde, com valor de R$ 45,86.

O terceiro item com maior peso, segundo o IBGE, são a consulta e o tratamento dentário, com R$ 7,29, isto é, 4,7% das despesas totais das famílias com saúde.


Na avaliação do economista especializado em arranjos familiares e consumo Reinaldo Gregori, a hipótese mais provável para explicar o aumento das despesas com remédios é a de encarecimento dos preços dos produtos no Brasil.

Os medicamentos no país estão sobretaxados, são absurdamente altos, mais caros do que na Europa e nos Estados Unidos. Apesar de haver esforço do governo, como as farmácias populares, o preço é ostensivamente caro avaliou o economista, que também é diretor da consultoria Cognatis.

A ascensão da classe C também explica, segundo Gregori, o aumento dos gastos com medicação. Essa fatia da população está começando a usar remédios a que antes não tinha acesso, que não são oferecidos no serviço público, e são mais caros acrescentou o especialista.

Entre os mais pobres, os medicamentos chegam a representar 74,2% das despesas totais com saúde.


Muitos medicamentos não são fornecidos pelo SUS e os meios de distribuição são limitados. Para os mais pobres, o custo de remédios de R$ 100, por exemplo, é altíssimo disse Gregori.

O aumento das despesas com planos de saúde tem, segundo o IBGE, relação com a queda nos gastos em outros serviços, como hospitalização, que passou de 1% para 0,7% a menor participação nos gastos totais com saúde , e cirurgia, que recuou de 4,1% para 2,8%.

Com o plano de saúde, as pessoas acabam não desembolsando na hora do atendimento. E as pessoas podem estar acessando mais o serviço público afirmou o gerente da POF, Edilson Nascimento, que aponta o envelhecimento populacional como um dos fatores que também poderiam contribuir para o aumento das despesas do brasileiro com remédios.

Esses outros itens pesquisados pelo IBGE consulta médica, tratamento médico e ambulatorial, serviço de cirurgia, hospitalização, exames diversos, material de tratamento e outros custam juntos R$ 25,94, quase um terço dos gastos com medicamentos e quase a metade dos gastos com plano de saúde.


Região Sudeste é onde mais se gasta com saúde

Apesar de, na média nacional, os gastos com saúde terem ficado praticamente estáveis na comparação com última POF, na região Sul, a fatia do orçamento destinada à saúde aumentou de 6,6% para 7% e no sudeste, a parcela passou de 7,5% para 7,9%.

As famílias das regiões Sul e Sudeste foram as que apresentaram as maiores médias de despesa, com R$ 170,74 e R$ 198,89, respectivamente. A região Norte foi a que apresentou a menor média de gastos, no valor de R$ 82,22, o que representa 4,9% do dispêndio de consumo total das famílias.

A POF é uma pesquisa domiciliar por amostragem, que investiga informações sobre características de domicílios, famílias, moradores e principalmente seus respectivos orçamentos.


O Globo

Orçamento 2013: privilégio para juros, migalhas para servidores públicos e salário mínimo

Dia 30/08, o governo federal divulgou a proposta orçamentária para 2013, na qual detalha a previsão de gastos para o próximo ano.

Conforme ( apresentação ) da Ministra do Planejamento Miriam Belchior (páginas 20 a 22), o valor previsto para atender às reivindicações dos servidores – apresentadas durante as greves realizadas por cerca de 40 categorias nos últimos meses – é de R$ 10,289 bilhões. Tal valor representa apenas 5,5% do valor previsto para a folha de pagamento total deste ano (R$ 187,6 bilhões).

Desta forma, verifica-se que a proposta do governo aos servidores mal repõe a inflação deste ano, e não recupera as perdas históricas que levaram as categorias ao movimento grevista.

Por outro lado, o mesmo documento apresenta uma estimativa de gasto de R$ 900 bilhões com juros e amortizações da dívida pública em 2013 (página 9 da apresentação da Ministra), podendo tal valor ainda aumentar no decorrer do ano.


Cabe ressaltar que o valor do salário mínimo fixado para 2013 (R$ 670,95) significa um aumento real de apenas 2,7% em relação ao valor atual.

Prosseguindo nesse ritmo, serão necessários cerca de 50 anos para se atingir o salário mínimo calculado pelo DIEESE (de R$ 2.383,28), com base no disposto na Constituição Federal, art. 7º.

O eterno argumento oficial contra um aumento maior do salário mínimo é que a Previdência Social não teria recursos suficientes para pagar as aposentadorias. Porém, tal argumento é falacioso e não se sustenta em base aos dados da arrecadação federal.

A Previdência é um dos tripés da Seguridade Social, juntamente com a Saúde e Assistência Social, e tem sido altamente superavitária.


Em 2011 o superávit da Seguridade Social superou R$ 77 bilhões, em 2010 R$ 56 bilhões, e em 2009 R$ 32 bilhões, conforme dados da ANFIP. Deveríamos estar discutindo a melhoria do sistema de Seguridade Social, mas isso não ocorre devido à Desvinculação das Receitas desse setor para o cumprimento das metas de superávit primário, ou seja, a reserva de recursos para o pagamento da dívida pública.

Importante também comentar as páginas 5 e 7 da apresentação da Ministra, nas quais o governo alega que a dívida pública e as taxas de juros estariam em forte queda. Porém, tal dado se refere à distorcida parcela denominada
“Dívida Líquida do Setor Público”.


O Brasil é o único país que calcula a dívida “líquida”, algo que não tem sentido lógico, pois desconta da dívida bruta diversos valores que em tese configurariam créditos, porém, possuem pesos relativos distintos.

Enquanto o custo da dívida pública ficou em mais de 12% ano passado, as reservas internacionais (que são o principal crédito deduzido para se chegar ao conceito de dívida “líquida”) não renderam quase nada ao país.


Neste ano, enquanto o governo alardeia a comemoração sobre a redução da Taxa Selic para 7,5% ao ano, o custo médio efetivo da dívida pública federal está em nada menos que 11,3% ao ano (Tabela do Tesouro Nacional – Quadro 4.1), pois justamente quando a Selic passou a cair o Tesouro passou a vender os títulos lastreados em taxas fixas bem superiores à Selic, e atualmente apenas 24,57% da dívida mobiliária de responsabilidade do Tesouro Nacional está atrelada à Selic.

A análise é do movimento Auditoria Cidadã da Dívida

EM REPÚBLICA TORPE... Riscos de aparelhamento na AGU

Reza a indestrutível tradição patrimonialista brasileira que o governante de turno governa para se eternizar no poder. Com este objetivo, ocupa o maior número possível de cargos na burocracia com militantes do partido e aliados.

E, quando os acha poucos, cria mais vagas para assessores "de confiança".


O mais explícito modelo patrimonialista de gestão visto na redemocratização, depois do condomínio montado para governar o país com a morte de Tancredo Neves, foi o adotado pelo PT de Lula.

Não apenas a máquina burocrática inchou, como foi pelo mesmo caminho o número de cargos ditos de confiança, preenchidos na base da canetada, em princípio sem qualquer preocupação com o mérito do nomeado.


Quando Lula assumiu, em janeiro de 2003, já existiam 18.375 "cargos de confiança".

O primeiro ano de governo foi de adaptação e um momento difícil, pois era imprescindível debelar a inflação deflagrada pelos temores dos mercados com a chegada do PT ao Planalto. Naquele momento, o contingente de não concursados caiu para 17.559.

Depois, não parou de aumentar, chegando a mais de 20 mil.
Depois do primeiro ano da administração Dilma, chegou a 22 mil.


É basicamente por meio dessas nomeações que se aparelham áreas do Estado, convertidas em engrenagens do partido no poder. Marca do jeito de governar petista - embora não apenas do PT -, a ocupação por militantes de setores criados para servir à sociedade, e não a governos, volta a preocupar com o envio ao Congresso de proposta de alteração da Lei Orgânica da Advocacia Geral da União.

No entendimento de
( Entidades ) representativas de advogados que trabalham no setor público e procuradores, o projeto de lei complementar remetido ao Legislativo consagra a possibilidade de aparelhamento da AGU, algo especialmente desastroso.

Afinal, cabe à advocacia da União impedir desmandos jurídicos na máquina pública.


O ministro Luís Adams, responsável pela AGU, afasta qualquer perigo de manipulação político-ideológica da instituição.
Esta ideia, garante, é "inverossímil, equivocada e mentirosa".
Que assim seja.

As críticas se centram na manutenção da possibilidade de a Advocacia contratar sem concurso público - na prática, os tais "cargos de confiança" - e na instituição de punições funcionais de quem não siga orientação dos superiores hierárquicos.

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) tem especial interesse neste ponto, por defender a independência do profissional, na área pública ou privada.
Ameaça ir à Justiça contra o projeto de lei.


Adams afasta os temores.
E até é possível que haja alguma contaminação corporativista nas críticas.

Mas, diante das experiências de aparelhamento, é preferível não deixar qualquer fresta aberta na Lei Orgânica da AGU que possa ser aproveitada por comissários.

E deve-se tratar de, no mínimo, congelar a quantidade de vagas à disposição das canetas governamentais

O Globo

PTBRAS SEM "MARQUETINGUE" ! ANP notifica Petrobras por queda na produção em Campos

A Agência Nacional do Petróleo (ANP) notificou a Petrobras para que apresente novos Planos de Desenvolvimento (PD) de 11 áreas da Bacia de Campos por estarem apresentando uma acentuada queda na produção de petróleo.

Campos gigantes como Roncador já acumulam queda de 27% na produção.
Em Marlim Sul, o percentual é de 65% e, em Caratinga, a queda chega a 76%.

A notificação foi dada em fins de junho último, e o prazo para a Petrobras apresentar os novos planos para elevar a a produção termina no próximo dia 30.
Se não cumprir a determinação da agência, a Petrobras poderá ser multada.

A ANP confirmou que, por causa da queda na produção de óleo, determinou à Petrobras a revisão de seus PD dos campos gigantes da Bacia de Campos, todos do pós-sal. A Petrobras, por sua vez, nega e diz que a solicitação da agência faz parte de um cronograma que termina em novembro próximo, mas que não tem qualquer ligação com a queda de produção.

Dados a que O GLOBO teve acesso mostram que o campo de Roncador previa produção máxima de 460 mil barris diários de petróleo, mas só atingiu 358 mil barris em 2008.
Hoje, está em 261 mil barris diários.

O consultor e ex-diretor de Exploração e Produção da Petrobras Wagner Freire disse que essa queda é muito acentuada e, na sua opinião, isso indica que a Petrobras está dando prioridade aos investimentos no pré-sal, já que o caixa está mais apertado. O executivo explicou que os campos têm um declínio natural de produção entre 8% e 10% ao ano, segundo a média mundial.

A Petrobras informou que o declínio de seus campos é da ordem de 11% ao ano.

Para reduzir a queda na produção, a tecnologia mais usada no mundo é injetar água ou gás por meio de poços especiais porque isso aumenta a pressão nos reservatórios.

- Essas quedas mostram que está havendo um gerenciamento inadequado dos recursos. O pré-sal foi avaliado de forma precipitada e, além de interromper novos leilões (rodadas de licitação) de áreas, já afeta a produção do pós-sal - disse Freire.

Outro campo com forte queda de produção é o de Albacora, onde está instalada a plataforma P-50, que tornou-se símbolo da autossuficiência em petróleo em 2006.

A P-50 está produzindo cerca de 180 mil barris diários de líquidos, segundo a própria Petrobras.

No entanto, desse total, apenas 66 mil barris são de óleo.

O restante é de água.

ESTATAL DISCUTE ADIAR PRAZOS

A Petrobras explicou que os volumes de produção de água e óleo na P-50 variam ao longo do tempo e há monitoramento constante para encontrar soluções que elevem a produção.

Já o sistema do Campo de Barracuda tem capacidade para produzir 180 mil barris diários, mas só atingiu 145 mil até hoje.
Atualmente, produz 106 mil barris, em queda de 26,8%.

Em Caratinga, a capacidade máxima é de 180 mil barris por dia e o pico foi de 143 mil.
Agora, produz apenas 34 mil barris diários, queda de 76%.

O Campo de Marlim Sul, com capacidade de produzir até 895 mil barris diários, chegou no máximo a 600 mil barris diários, e atualmente está produzindo 210 mil, queda de 65%.

Segundo uma fonte, a ANP solicitou que a Petrobras fizesse imediatamente uma revisão nas calibrações do gás lift , que é injetado nos poços. A agência exige ainda que, se necessário, a Petrobras perfure novos poços de injeção ou modifique os sistemas de fluidos para aumento da produção.

Mas, segundo uma fonte do setor, há uma resistência dentro da diretoria de Exploração e Produção (E&P) da Petrobras em executar logo esse trabalho porque ele implicaria em elevados custos, num momento em que a Petrobras amarga um prejuízo trimestral de R$ 1,3 bilhão este ano.

Na área de E&P, começa a prosperar a ideia de que a Petrobras deve reivindicar a extensão dos prazos de concessões desses campos para adiar investimentos e ganhar tempo. Esses prazos vencem entre 2020 e 2025.

Mas a ANP já acenou para a Petrobras que isso não será possível.

Ramona Ordoñez/O Globo

AI, MEU "GZUIS" CRISTINHO! ME "DISCUBRIU" EU AQUI DE NOVO?(II) SERÁ O "IMPOSSIVE"? Casa de Dirceu pode ser vendida para quitar dívida

Refúgio de paz no interior de São Paulo, a casa onde vive o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu (PT), está na mira da Justiça. O imóvel, que se situa em Vinhedo, a 70 km de São Paulo, está penhorado há três anos, para pagamento de uma dívida de R$ 150 mil.

Decisões recentes da Justiça indicam que seu mais provável destino é a venda.

No fim de julho, o Tribunal de Justiça de SP negou pedido de Dirceu para desbloquear o imóvel mediante depósito em juízo de aproximadamente metade do valor devido. Seu advogado, Luiz José Bueno de Aguiar, que não quis revelar quanto vale o imóvel, questiona o montante da dívida e alega prescrição.


Ele levou o caso ao Superior Tribunal de Justiça, mas o ministro relator do processo, Raul Araújo, ainda não se pronunciou.

O dinheiro é devido por Dirceu, desde 1989, a um perito por ele contratado para avaliar a legalidade de uma compra sem licitação feita pelo então secretário de Segurança de São Paulo Luiz Antonio Fleury Filho. Dirceu perdeu e não pagou a conta.

Agora, o advogado que defende o perito, Kiyomori Mori, entrou com pedido de multa contra Dirceu por "litigância de má-fé".
A juíza do caso ainda não resolveu se aceitará mais esta denúncia.



DÉBORA BERGAMASCO/Agência Estado
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

ENQUANTO ISSO NO brasil maravilha dos FARSANTES : Negociações fracassaram e banco Cruzeiro do Sul vai ser liquidado

As negociações com o Santander fracassaram e o Banco Cruzeiro do Sul vai ser liquidado pelo Banco Central. As conversas do banco espanhol com o Fundo Garantidor de Créditos (FGC) se arrastaram até a madrugada de hoje, mas, sem acordo, e como não houve outras propostas, o FGC recomendou ao BC a liquidação do Cruzeiro do Sul.

A venda a outra instituição financeira era uma das duas condições para evitar a liquidação do banco sob intervenção. A outra era de que credores do Cruzeiro do Sul aceitassem um desconto médio de 49% nas dívidas. Como hoje vence uma dívida externa do Cruzeiro do Sul no valor de US$ 1,5 bilhão, não havia mais tempo para negociar.

O BC deve se manifestar sobre o assunto ainda esta manhã.

O patrimônio líquido do Cruzeiro do Sul está negativo em R$ 2,23 bilhões e fontes ouvidas pela Agência Estado avaliaram que o rombo na instituição pode ser maior do que os R$ 3 bilhões, algo como R$ 4,5 bilhões ou até mais. Esse pode ter sido, segundo as mesmas fontes, um dos motivos que fizeram os possíveis candidatos interessados em comprar o banco desistir do negócio.

Ontem os papéis da instituição dispararam e subiram 24,50%, um sinal de que o mercado acreditava numa solução que não a liquidação.

David Friedlander e Leandro Modé/O Estado de S. Paulo
(Com Agência Estado)