"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

janeiro 25, 2013

Trevas no palanque

Foi praticamente unânime a desaprovação ao tom político-partidário que a presidente da República imprimiu ao pronunciamento que fez à nação na noite de anteontem. Ficou evidente que Dilma Rousseff transformou um instrumento de Estado num palanque eleitoral. 

Ela conseguiu transfigurar o que poderia ser um triunfo administrativo numa atitude amplamente reprovável.

Quase metade dos oito minutos e 23 segundos do pronunciamento que deveria servir para comunicar a redução das tarifas de energia foi destinada a atacar os que fazem críticas à forma como a medida foi tomada pelo governo federal ou levantam preocupações quanto ao suprimento energético num momento em que os reservatórios das usinas do país encontram-se em níveis historicamente baixos.

Nesta corrompida visão, à qual o marketing do PT lança mão principalmente em momentos em que se vê mais acuado, o país foi dividido entre "nós" e "eles", entre os "a favor" e os "do contra". 

É a versão petista do "Ame-o ou Deixe-o" celebrizado pela ditadura militar na década de 1970.

Dilma foi eleita para governar para todos os brasileiros, mas comportou-se como líder de facção. Repetiu, em todos os atos e com todas as letras, seu tutor, Luiz Inácio Lula da Silva - que, aliás, promete encontrar-se hoje em São Paulo com a presidente para ditar-lhe rumos para seu governo, assim como já fez com outro poste petista, o prefeito da capital paulista.

A rede nacional de rádio e televisão foi convertida por Dilma e seus marqueteiros em comício de campanha. Vinte e um meses antes da próxima eleição, na qual sua participação ainda não é dada como certa nem por parte dos petistas, a presidente fez proselitismo político, prometeu o que não pode garantir - a ausência de risco de racionamento - e anunciou uma medida que, mais uma vez, se vale de malabarismos contábeis para parar em pé.

Para a
Folha de S.Paulo, em editorial na edição de hoje, Dilma manifestou-se "com um triunfalismo que não encontra respaldo na realidade", usando o espaço institucional para "criticar, com uma agressividade inusual," os que não lhe dizem amém. 

Também em editorial, O Globo avaliou que a presidente fez "exploração política da questão da energia" e empregou "um tom apelativo, beirando o sentimento de patriotismo a que governos autoritários militares recorriam com frequência". 

O Estado de S.Paulo não tem dúvidas do caráter eleitoreiro da atitude da presidente: 
em cadeia nacional, Dilma "discursou como se estivesse em um palanque".

A propaganda - oops, o pronunciamento - de Dilma fez constar em letras garrafais que não haverá "nenhum risco de racionamento" de energia no país, algo que nem São Pedro pode garantir, muito menos com base na incômoda situação em que se encontram os reservatórios brasileiros neste momento.

Nem mesmo a expansão da oferta de energia assegurada pela presidente pode ser dada como certa. Em cadeia nacional, ela anunciou acréscimo de 8,7 mil megawatts em 2013, o que equivale a mais que o dobro da média anual verificada na última década. 

Além disso, um terço do que ela promete são obras atrasadas que já deveriam estar em operação, como mostra hoje a Folha.

Não bastasse o caráter eleitoreiro do pronunciamento oficial e a inconsistência de cenários e dados apresentados à nação, confirmou-se ontem que a redução das tarifas de energia será viabilizada por mais uma operação temerária com dinheiro do contribuinte, ancorada em mais uma criativa manobra contábil.

Para honrar o corte nas tarifas, o Tesouro terá que aportar R$ 8,4 bilhões e não R$ 3,3 bilhões, como já se especulava. Para tanto, será preciso antecipar recursos a receber de Itaipu, emitir títulos da dívida pública e transferi-los ao BNDES. 

Em suma, consumir receita futura para financiar despesa corrente, com aumento da já alta dívida bruta, como analisa Mansueto Almeida em seu blog.

O governo nem sabe ao certo como fará isso. "De onde o Tesouro vai tirar o dinheiro é um problema do Tesouro", desdenhou o ministro que deveria cuidar do setor de energia, mas não quer nem saber quem pagará a conta. A gestão petista também não faz ideia de quanto terá que desembolsar para bancar a redução tarifária - as estimativas divulgadas ontem vão só até 2014; depois disso, seja o que Deus quiser.

A redução dos custos de energia merece todo o apoio, porque busca atenuar pelo menos parte das deficiências e ineficiências de infraestrutura que grassam no país, contra as quais a gestão Dilma pouco tem feito. Mas, desde o primeiro instante, ficou claro que à administração petista importa menos o interesse nacional e muito mais os dividendos eleitorais.
São atitudes recorrentes de um governo de trevas.

Fonte: Instituto Teotônio Vilela
Trevas no palanque

O QUE A GERENTONA FALSÁRIA DEIXOU FORA DO "discursu" EM CADEIA DE RÁDIO E TV II : Taxa de inadimplência volta a subir. Endividamento das pessoas físicas chega ao mesmo nível de 2009

Estímulos à compra de veículos em 2009 ainda estaria pressionando a alta da inadimplência Movimento de clientes na concessionaria matriz da Kia Motors na avenida Francisco Junqueira
O governo esperava uma taxa de inadimplência estável ou em queda no ano passado. Tanto o Banco Central (BC) como o ministro da Fazenda, Guido Mantega, repetiram ao longo de 2012 que o calote não preocupava a equipe econômica.

No entanto, os dados divulgados na manhã desta sexta-feira pelo BC mostram que a inadimplência continua crescendo: 
a taxa média do calote de pessoas físicas e empresas encerrou 2012 a 5,8%, alta de 0,3 ponto procentual na comparação com 2011.

O problema mais grave é o endividamento das pessoas físicas. 

No ano passado, a taxa de inadimplência bateu em 7,9%. Apesar de todos os esforços da equipe econômica para reduzir o pedo do endividamento das famílias, o não pagamento de dívidas acelerou 0,5 ponto porcentual e ficou acima das expectativas. 

É o pior resultado desde 2009, quando o BC registrou 8% para o não pagamento das dívidas superiores a 90 dias (base de cálculo utilizada nesse indicador). 


Mas o BC argumenta que boa parte desse aumento continua ligado à compra de veículos novos em 2009. Naquele ano, para estimular a aquisição de carros, foi permitido o parcelamento em até 72 meses dos automóveis.


A persistência do aumento da inadimplência nos últimos três anos incomoda o governo, principalmente pelo baixo nível de crescimento do PIB no ano passado. O estímulo ao consumo, considerado o remédio para o fraco crescimento da economia, pode se transformar em veneno caso a inadimplência fique descontrolada.

Veja.com/(Com Estadão Conteúdo)

O QUE A GERENTONA FALSÁRIA DEIXOU FORA DO "discursu" EM CADEIA DE RÁDIO E TV : Criação de empregos tem o pior resultado desde 2009

Em 2012 foram gerados 1,301 milhão de novos postos de trabalho, o menor volume desde 2009, quando foram computados 1,296 milhão de empregos com carteira assinada.

Em comparação a 2011, houve uma queda de 33 %, quando foram registrados 1,94 milhão de postos de trabalho, sem levar em conta as declarações realizadas fora do prazo de apuração.

Os números, divulgados nesta sexta-feira pelo Ministério do Trabalho, são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

Em 2012, houve 21,619 milhões de admissões e 20,317 milhões de desligamentos. Segundo o secretário interino de empregos e salários, Rodolfo Torelly, a expectativa é que, do total de trabalhadores demitidos, 7,5 milhões vão requer o seguro-desemprego.

- Esperamos que retomemos em 2013 o patamar médio de 2 milhões de empregos (incluindo o Caged e a contratação de servidores públicos) - disse Torelly.

Em dezembro de 2012, houve uma redução de 496.944 postos ante o mês anterior. As maiores quedas ocorreram na indústria de transformação, serviços e construção civil. Tradicionalmente, no final do ano mais vagas são fechadas do que novos postas abertos.

Porém, essa foi a maior quantidade de vagas extintas em meses de dezembro desde 2008, quando foram fechadas 654,9 mil vagas.

Os salários médios de admissão tiveram um aumento real de 4,69 % em relação a 2011. Houve um acréscimo de R$ 966,45 para R$ 1,011,77.

No recorte por gênero, a remuneração dos homens subiu 4,74 % e a das mulheres, 4,74 %.

Excluindo 2009, quando houve crise financeira, a geração de vagas de 2012 é a pior desde 2003, quando a criação líquida de vagas foi de 821 mil.
 
Eliane Oliveira/O Globo

E PARA O brasil maravilha dos FALSÁRIOS E DA GERENTONA 1,99 E SEUS CRÉDULOS II : Rosas e espinhos

 
Com um discurso duro contra “previsões alarmistas” sobre o risco de racionamento de energia elétrica, devido ao baixo nível d’água dos reservatórios das hidrelétricas, e triunfante ao declarar que o país “vive uma situação privilegiada no mundo”, a presidente Dilma Rousseff formalizou a redução da conta de luz em cadeia de rádio e TV. Mas com uma surpresa à altura de quem já está em campanha pela reeleição. O corte será maior que o anunciado anteriormente.

Sentindo-se necessitada de construir alguma autonomia política em relação à sua sucessão, antes que a campanha eleitoral ganhe pique, e recuperar a confiança empresarial — condição antecedente para sua viabilidade diante do PT e dos partidos aliados, pois influenciada pela retomada do investimento produtivo e do ritmo do crescimento —, Dilma acomodou tais premissas em seu comunicado, sem escorregar.

Para os consumidores residenciais, o corte da conta de luz será de 18% (contra 16,2%, conforme anúncio feito em setembro), e, para as empresas, poderá chegar a 32% (antes, a 28%), dependendo do setor.


Na prática, será menos. 

A Aneel, a agência de regulação do setor elétrico, começou a preparar a revisão extraordinária das tarifas de todas as distribuidoras, inclusive das que recusaram a renovação antecipada dos contratos de concessão (condicionada à aceitação do corte tarifário), já que o benefício será universalizado.

Qual será o resultado líquido da desinflação da conta de luz para os consumidores? A ata da reunião do Comitê de Política Monetária, em que o Banco Central decidiu manter a Selic em 7,25%, estima que a tarifa residencial deva ter uma queda de 11% este ano (e adiciona a previsão de 5% para o aumento da gasolina). 

Uma pela outra, numa conta rasteira, o ganho liquido médio ao consumidor seria de 6%. 

Na verdade, será um pouco menos, já que, para elevar o tamanho da redução tarifária, o subsídio do Tesouro Nacional, segundo informa a Aneel, passará dos R$ 3,3 bilhões inicialmente estimados para R$ 8,46 bilhões. 

O dinheiro sairá da chamada Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), um encargo criado em 2002 para fomentar a geração e distribuição de energia e subsidiar outras fontes, como a eólica. 

Como o Tesouro somos nós, pagamos, nós mesmos, o que recebemos.

Antônio Machado/Correio Braziliense

E PARA O brasil maravilha dos FALSÁRIOS E DA GERENTONA 1,99 E SEUS CRÉDULOS : Uma carta de São Pedro

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Caro povo do Brasil: 
meu nome é Pedro. 
Vocês certamente me conhecem, pois fui um dos apóstolos de Jesus e o primeiro Papa. Dizem que sou santo, mas, eu mesmo não tinha certeza disso. 

Ultimamente meus colegas, alguns mais santos do que eu, andam dizendo que eu mereço o "posto" pela paciência infinita que tenho ao aturar as acusações das autoridades do setor elétrico brasileiro sobre falta de chuva. 

Aliás, nem sei por que recebi essa responsabilidade e não entendo essas rezas dirigidas para que eu faça chover ou parar de chover aqui e acolá. Não tenho esse controle fino que eles imaginam. A minha área de atuação é probabilística.

Vocês são bem grandinhos para saber que esse seu pedaço de planeta fica em área tropical, onde o clima é bastante imprevisível. Apesar dessas incertezas, vocês têm riquezas naturais que muitas outras áreas da Terra não dispõem. 

Se, com tudo o que têm ai, vocês não conseguem construir um sistema que gere eletricidade de forma confiável e barata, então vocês devem estar fazendo tudo errado.

Aliás, andei conversando com um grupo de famosos cuja opinião vocês devem considerar. Os doutores Ampére, Hertz, Faraday, Maxwell, Edson e outros opinaram sobre o caso. 

Todos foram unânimes em dizer que ficaram preocupados como vocês complicaram e encareceram um sistema relativamente simples. 
Afinal, essa é uma tecnologia do início do seu século passado. 

Já Benjamim Franklin não entendeu possíveis risadas dirigidas aos raios que ele tanto estudou. Ele acha que o assunto é sério.

Mas, voltando ao tema desta carta, parem de me culpar por possíveis racionamentos que vocês mesmo provocam! Afinal, um lugarzinho chamado Noruega tem a eletricidade produzida 100% por rios e, além de ser bem mais barata, não passa a penúria que vocês se impõem, de vez em quando. 

Eu nem precisaria me resguardar das acusações, mas, como sou santo, vou apresentar uns dados para que vocês se convençam da minha inocência.

Como a tarifa de energia é tão alta se quase todos kWh vem da água? 
Nem santo entende esse modelo

As chuvas, que vocês candidamente acham que eu controlo, alimentam os rios e fornecem a energia natural para que as usinas produzam os quilowatts que vocês necessitam. Portanto, é bom cuidarem das matas ciliares e darem mais importância ao aquecimento global, porque essa energia será fortemente afetada. 

O que pode ocorrer é uma maior frequência de secas e enchentes, uma péssima situação para seu sistema.

Em média, com suas usinas de 2012, eu geralmente entrego por volta de 500 TWh na soma das quatro regiões. Nada mal se comparado ao consumo de 513 TWh de vocês. Afinal, vocês têm outras fontes de energia.

Em 2012, ao contrário do que as autoridades do seu governo dizem, por motivos que não posso controlar, só entreguei 436 TWh, 13% abaixo da média. Pelas rezas que recebo, até parece uma grande desgraça, mas valores nesse entorno já ocorreram em mais de 10% dos anos que constam nos seus registros.

Se vocês estão arquivando os dados, podem verificar que em 5% dos anos a energia natural esteve 30% abaixo da média! Isso sim é que é problema! Portanto, não aceito reclamações sobre 2012! Se eu, mesmo sendo santo, não posso saber o que virá em 2013, não entendo como é que autoridades garantem que não haverá problemas. 

Se até consultores de confiança do seu governo afirmam que o risco de racionamento não é nulo, é bom tomar cuidado com as promessas.

Para os que ainda acham que sou o culpado, saibam que apenas 36% do histórico da energia dos rios ficaram abaixo da média, ou seja, 64% estão na média ou acima! A distribuição é assimétrica. 

E mais: 
de cada cinco anos, um tem água igual ou maior que 20% da média! 
Quando isso ocorre, acho que nem posso dizer que fui eu, pois, pelo menos energeticamente, é uma dádiva de Deus. 

A pergunta que tenho é: 
Quem está se aproveitando dessas "dádivas"?
Como é que vocês democratizam essa energia extra?

Mas, continuando minha defesa, como foram as minhas últimas "entregas" em relação à média?

 Antes dos 87% de 2012 que vocês tanto reclamam, vejam: 
em 2011 - 119%; 
em 2010 - a média; 
em 2009 - 117%; 
em 2008 - 97%; 
em 2007 -104%; 
em 2006 - 94%; 
em 2005 -108% 
e em 2004 - 108%. 

Ora, não venham me dizer que não conseguiram "guardar" alguma água que sobra de um ano para o outro, porque, daqui de cima estou vendo que os reservatórios não estão enchendo completamente. 

Portanto, algum espaço para guardar água ainda resta.

Eu nem deveria me intrometer para assessorar, mas, como sou santo, talvez vocês estejam sendo perdulários com a água estocada. A geração das hidráulicas (pouco mais de 70% das usinas), sempre muito alta, está muito estranha.

A maior fonte de energia são as hidráulicas? Claro! Elas são mais baratas, e parte dessa energia é da substituição pelas térmicas, que ficam como seguro. Mas, como é feita essa "transferência"? 
Quem pode "comprar" energia na "safra"? 
Como a tarifa é tão alta se quase todos quilowatts vêm da água? 

Nem santo entende esse modelo!

Há alguns anjos que estão por aqui desde o início dos tempos. Eles me contaram que, durante a criação do mundo, alertaram ao criador que esse pedaço da Terra que iria se chamar Brasil "largaria" com uma enorme vantagem depois da descoberta do eletromagnetismo.

- Senhor, a abundância hídrica e a diversidade hidrológica irão trazer uma enorme vantagem a esse povo. É uma injustiça com as outras nações que surgirão. Ao que o Criador, com um sorriso enigmático, retrucou: 
- É, mas vocês vão ver os modelos que eles vão adotar lá....

Queiram-me bem

Simão, mais conhecido como S. Pedro

Uma carta de São Pedro
Roberto Pereira D´Araujo é engenheiro eletricista, diretor do Ilumina 
(Instituto do Desenvolvimento Estratégico do Setor Elétrico)

O samba do brasileiro doido

Dezoito anos de vida: 
o bloco Imprensa que eu Gamo, formado por jornalistas, já tradicional no Carnaval carioca, está ficando "de maior". 
O samba com que desfilou ontem resume tudo: 
Carlinhos Cachoeira, 
José Dirceu, 
Carolina Dieckmann, 
Lula, 
a moça que vendeu (e diz que ainda não entregou) a virgindade. 

Mantendo os hábitos carnavalescos, o samba é assinado por uma multidão de autores: 
Daniel Pereira,
 Anabelly Pontes, 
Edu Aveiro, 
Tiana, Dennis, 
Cláudio de Souza, 
Pedro Ivo, 
Dani Santos, 
Nicola Pamplona, 
Fernando Thompson. 

Vamos a ele: 
"Meu bloco tá ficando ‘di maior’ / eu vou pra rua, vou cantando novidade Tirando onda de Camaro amarelo / com a periguete que vendeu a virgindade
Vermelho e cinza, com mais de 50 tons / eu tô na pista e o amor está no ar
Ô Cachoeira, você é um Zé Mané / Cê vai em cana e vão pegar sua mulher.
Zé Dirceu se perdeu / antes ele do que eu
A Carolina todo mundo viu pelada / Menos o Lula que nunca sabe de nada
No andar de cima é Carnaval / Hebe Camargo vai distribuir selinho
Tem Chico Anysio, Niemeyer, Joelmir / Cantando juntos Sílvio Santos vem aí
Laiá, laiá, laiá / Sílvio Santos vem aí
Então imprensa que eu vou... eu vou, eu vou
Então, imprensa que eu gamo, meu amor
Dezoito anos de amizade e alegria / Meu coração tá na pressão da bateria".

Tá faltando um

O bloco Imprensa que eu Gamo só podia mesmo ser de jornalistas. Tiveram tanto trabalho, mostraram tanto talento, mas esqueceram de citar José Sarney.

Mas a festa continua

Ousado, o bloco da imprensa carioca? 
Nada disso: 
ousado mesmo foi o governador do Ceará, Cid Gomes, do PSB, que pagou R$ 600 mil por um show de Ivete Sangalo na inauguração de um hospital público de Sobral - por coincidência, base política da família Gomes. 

Nada contra Ivete: 
ela faz seu trabalho. 
Tudo contra quem inaugura até casa de boneca e que gasta, na inauguração de um hospital, o suficiente para comprar novos equipamentos ou para ajudar a combater a seca que atinge o Estado.
 
Nada muito espantoso: 
Cid Gomes é o governador que levou até a sogra para passear de jatinho por conta do Tesouro cearense.

Quem te viu...

Do colunista Jorge Moreno, de O Globo, sobre a lei da Moral e Bons Costumes sancionada por Sérgio Cabral, da Turma do Guardanapo, o governador que festejava sabe-se lá o que em Paris, com empresários e políticos, enquanto suas esposas faziam questão de ostentar seus caríssimos sapatos de sola vermelha:

"Cabral sancionou a ‘lei da moral e dos bons costumes’, da deputada Myrian Rios, e, depois, foi almoçar com os deputados Eduardo Cunha e Henrique Alves. 
Cabral é patrono da candidatura de Cunha à liderança do PMDB".

...quem te vê

Um dos maiores pensadores da Humanidade, Santo Agostinho, pedia a Deus que lhe desse a castidade, "mas não ainda". O pessoal desta lei de Sérgio Cabral quer a obediência à moral e aos bons costumes, desde que não para eles.

O neguinho era filho da madame

Resumindo: 
um casal rico entrou na concessionária Autokraft, da BMW, no Rio, para escolher seu novo carro. Seu filho adotado, de cinco anos, negro, ficou vendo TV no salão. Quando se aproximou dos pais, o gerente de vendas o expulsou, com frases do tipo "sai, que aqui ninguém vai te dar nada". 

Quando viu a besteira, saiu-se com explicações ainda piores: 
disse que muitas vezes crianças entravam na loja para vender coisas. 
Em bom português: 
que faz um neguinho em loja de grã-fino?

Mas as explicações ainda pioraram:
 a loja explicou que o tal gerente "absolutamente não é racista", e que a empresa é tão legal que tem até, em cargo de chefia de Recursos Humanos, uma mulher negra (preto na área de vendas, lógico, nem pensar). 

Desculpar-se, imagine! 
Eles são finíssimos. 
Mas há dezenas de alternativas para largar estes almofadinhas que têm nojo dos clientes.

Dinheiro não, a pele escura

A explicação da Autokraft traz uma boa sugestão (embora dê engulhos):
 "Viva a diversidade!"
Viva! Há diversas lojas decentes para escolher o que comprar.

Não dá mão a preto

Racismo já é ruim; tentar explicá-lo é frequentemente pior. O comando da Polícia Militar em Campinas, SP, enviou mensagem determinando que fossem abordados "indivíduos de cor parda e negra". A explicação da PM? "Deslize de comunicação". 

O porta-voz da PM paulista, capitão Eder Araújo, diz que a mensagem "não tem teor racista". Apenas, garante, "o documento foi escrito de forma descuidada e com informações descontextualizadas".

Por incrível que pareça, São Paulo tem um governador, o tucano Geraldo Alckmin. Não vai tomar providências: 
acha que não houve racismo.

Quem foi que inventou o Brasil

Sai em poucos dias, comemorando os dez anos de PT na Presidência, o livro Um salto para o futuro, de Luís Dulci, sobre as proezas de Lula.

O samba do brasileiro doido, Coluna Carlos Brickmann 
carlos@brickmann.com.br