"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

abril 10, 2013

POBRE BRASIL DECENTE E ASSENHOREADO ! REPÚBLICA DE TORPES X "República do compadrio" em campanha antecipada

A antecipação da campanha eleitoral é um fato consumado, se desenvolve nas bordas da legalidade, mas nem por isso deve ser tratada como um processo marginal que possa ser desenvolvido ao largo dos ideais republicanos.

A Constituição Federal assegura a qualquer brasileiro nato, atendidos determinados requisitos como idade e representação partidária, entre outros, o direito de se candidatar ao posto máximo da República.

A Carta de 1988 também diz que o Brasil é uma República Federativa, na qual os Estados e seus cidadãos têm direitos e tratamento iguais.

Portanto, é legítima a postulação, ainda não confirmada oficialmente, do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, de candidatar-se a presidente da República.

Campos, como se sabe, é presidente do PSB e herdeiro político do mítico ex-governador Miguel Arraes. Faz uma administração bem avaliada pelos pernambucanos e tem em seu currículo o apoio de primeira hora ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em seus dois mandatos, e Dilma, em 2010.

É evidente que não agrada ao PT o arroubo de autonomia do aliado, até outro dia, quase incondicional. Mas não cabe ao governo federal resvalar para atitudes nada republicanas, como a retaliação ou a desqualificação pura e simples do possível adversário em 2014.

Não cabe ao governo federal cobrar gratidão e lealdade política incondicional dos Estados e seus governantes, sob o argumento segundo o qual eles são devedores da ajuda oferecida pelo governante de plantão. Não existe dinheiro municipal, estadual ou federal. Existe dinheiro público que pertence à sociedade e a ela deve voltar na forma de bens ou serviços de boa qualidade.

Ninguém pode se arvorar em dono do dinheiro público. 
O repasse aos Estados é uma obrigação da União. Não se trata de favor, não se trata de uma República de compadrio. Esse é o perigo a ser contornado. E nesse contexto soam dissonantes o discurso e a prática da presidente Dilma Rousseff em relação ao governador e presidente do PSB.

Veja-se o discurso da presidente Dilma numa visita a Serra Talhada (PE), no Sertão pernambucano, onde foi recebida com faixas que destacavam, não por acaso, justamente os sentimentos de gratidão e lealdade. Trata-se de uma oração na qual distingue a participação do governo federal para a construção de "um novo Pernambuco".

"Pernambuco é um novo Pernambuco nos últimos dez anos", disse a presidente. E em seguida ressaltou: "O governador tem um grande papel nisso, mas sem dúvida o governo federal, tanto na minha gestão quanto na de Lula, também". 
 Dilma encheu a boca ao se referir aos feitos do governo federal: 
"Aqui nós botamos R$ 60 bilhões. O governo coloca não só na forma de Orçamento da União, como na forma de financiamentos".

É preciso observar que assim como Campos, outros governadores do PT e de aliados do governo na região Nordeste também foram contemplados com recursos públicos federais. Bons exemplos são os governadores da Bahia, Jaques Wagner, e do Piauí, o atual senador Wellington Dias. 
 Se Campos obteve sucesso na administração dos recursos federais enviados ao Estado, os méritos são do governador pernambucano.

Nem dele, nem de Jaques Wagner ou Wellington Dias deve ser cobrada reciprocidade política em troca de recursos que são de toda a Nação. Em última análise, é dinheiro do contribuinte brasileiro, seja ele pernambucano, cearense, baiano, gaúcho, paulista, potiguar, paraense ou goiano.

O adiantamento do relógio eleitoral expõe o que há de mais retrógrado na política brasileira, como a ação entre amigos e a indisfarçável tentativa do partido no poder para se tornar hegemônico. Esses são apenas alguns dos aspectos mais perversos provocados pela antecipação de campanha que flerta com a ilegalidade.

Outros já foram debatidos nesse espaço, como a repercussão nas administrações federal e estaduais, hoje enviesadas eleitoralmente por uma disputa ainda distante.

O próprio Eduardo Campos, aliás, é vítima do caldeirão eleitoral. O governador de Pernambuco, por exemplo, já ilustrou 47 das 58 capas do "Diário Oficial de Pernambuco", seguidas de textos elogiosos à sua gestão. 
Prática usual dos caciques políticos, mas sem dúvida também pouco republicana.
Valor Econômico

ENQUANTO ISSO II ... NO brasil maravilha DOS FARSANTES E FALSÁRIA PALANQUEIRA SÓ PENSAM "NAQUILO", 2014 : Indústria: ociosidade cresce

Os níveis de atividade e de receita do setor industrial recuaram em fevereiro, confirmando as dificuldades de recuperação este ano. Levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgado ontem mostrou que o uso da capacidade instalada das fábricas recuou para 82,6% em fevereiro, ante 84,5% no mês anterior.

Nessa mesma comparação, o faturamento caiu 3,7%, mantendo a tendência de janeiro. As dificuldades do segmento e as incertezas em relação à economia já tinham levado a CNI a rever a estimativa de expansão da atividade industrial este ano, de 4,1% para 2,6%.

Os técnicos da entidade ressaltaram que o setor “ainda não encontrou sua trajetória de crescimento”. O contraponto positivo veio do total de horas trabalhadas, que cresceu 0,4% em fevereiro na comparação com janeiro, e do nível de emprego, que teve alta de 0,3%.

Com isso, a massa salarial subiu 1,9%, o avanço mais expressivo em 14 meses.

Para tentar mudar o quadro, o governo vem tomando, desde 2012, medidas de estímulo ao consumo e ao parque industrial, sobretudo com desonerações fiscais e barreiras contra importados. Os resultados, contudo, estão aquém das expectativas.

“As políticas do Programa Brasil Maior, que visam estimular a inovação e a competitividade, têm prazo de maturação longa, de anos”, disse Mauro Borges, presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI). (SR)
 
Correio 

ENQUANTO ISSO... NO brasil maravilha DOS FARSANTES E FALSÁRIA PALANQUEIRA : IPCA sobe 0,47% em março e estoura teto da meta pela 1ª vez desde novembro de 2011


A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) superou o teto da meta perseguida pelo governo nos 12 meses terminados em março. O índice, que orienta o sistema de metas de inflação do governo, subiu 6,59%, o maior avanço desde novembro de 2011 (6,64%). 
Os alimentos subiram mais que o dobro (13,48%) e representaram o principal impacto: 3,30 ponto percentual do total. Já o INPC, que mede a inflação para famílias com renda entre um e cinco salários mínimos, subiu 0,60% em março, acelerando frente a fevereiro (0,52%). Em 12 meses, acumula 7,22%.

Problemas de redução da oferta, como chuvas prolongadas, seca no nordeste, frete caro e demanda aquecida estão impactando o preço dos alimentos no país. O objetivo do governo é manter a inflação em 4,5% ao ano, com margem de tolerância de dois pontos percentuais para cima e para baixo. O Banco Central reafirmou nesta quarta-feira que está atento à trajetória da inflação para definir os rumos da política monetária do país.

Em março, o IPCA avançou 0,47%, uma desaceleração frente a fevereiro, quando fora de 0,60%, fruto em grande parte da desaceleração dos preços de mensalidades escolares. A taxa de março é a menor resultado desde agosto de 2012, quando a taxa tinha ficado em 0,41%. Nos três primeiros meses do ano, a inflação registra alta de 1,94%.

O Grupo Alimentos e Bebidas, que subira 1,45% em fevereiro, avançou 1,14% em março. Mesmo assim, o grupo também respondeu pelo maior impacto na inflação, com 0,28 ponto percentual do IPCA cheio.