"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

outubro 09, 2014

Dinheiro Sujo . O PT adota a bandidagem como prática, a difamação como arma e se apropria de recursos públicos. Tem dinheiro saindo pelo ladrão, no bolso de vários ladrões, neste governo


Há um lugar onde o PT se movimenta melhor que ninguém para fazer política: 
o submundo. A legenda dos mensaleiros adota a bandidagem como prática e a difamação como arma. O objetivo é se apropriar de dinheiro que deveria servir ao público, mas é usado em benefício partidário.

É tanto escândalo que fica até difícil acompanhar.
Os jornais desta quinta-feira estão repletos deles. Em todos, há pelo menos um traço comum: o assalto aos cofres do Estado para financiar atividades partidárias e irrigar bolsos privados.


Paulo Roberto Costa, diretor da Petrobras durante oito anos do governo petista, disse ontem à Polícia Federal que o esquema que pode ter surrupiado R$ 10 bilhões da empresa tinha três partidos como beneficiários: PT, PMDB e PP. Segundo ele, as campanhas das três siglas em 2010 - ano em que Dilma foi eleita - foram irrigadas com dinheiro sujo.


O ex-diretor afirmou que, ao ser nomeado em 2004, já foi logo avisado que os negócios bilionários da Petrobras seriam usados como caixa do PT e aliados. Até o momento, Costa já admitiu que apenas ele pôs no bolso R$ 70 milhões. Para comparar, é dinheiro suficiente para pagar o Bolsa Família a 420 mil famílias brasileiras.

Os escândalos envolvendo a máquina petista pipocam. Ainda no âmbito da Petrobras e suas subsidiárias, surge agora a denúncia, feita pelo Ministério Público, de que a Transpetro montou um esquema com a prefeitura petista de Araçatuba para fraudar uma licitação de R$ 432 milhões.

Era para construir 20 comboios para transportar etanol pela hidrovia Tietê-Paraná e as primeiras entregas deveriam ter acontecido dois anos atrás. Até hoje, porém, nenhuma foi feita, embora R$ 22 milhões já tenham ido para o ralo. Só aí são mais 132 mil benefícios do Bolsa Família...

Mas a lista de malfeitos é bem mais extensa. Anteontem em Brasília, um avião foi flagrado pela PF com R$ 116 mil em espécie trazendo à bordo gente que trabalhou na campanha vitoriosa de Fernando Pimentel ao governo de Minas.

Alguns passageiros do jato já haviam protagonizado falcatruas na eleição de Dilma, quando montaram uma fábrica de dossiês desbaratada no início da campanha. São reincidentes, assim como é reiterada a prática petista de caminhar pelo lado escuro do ilícito.

A ousadia petista chega a ponto de o partido usar dinheiro sujo para pagar multa por desvio de dinheiro sujo, como no caso do desvio de recursos pelo PT para quitar multas impostas a um dos mensaleiros condenados pelo STF. Como se vê por todo lado, tem dinheiro saindo pelo ladrão, no bolso de vários ladrões, neste governo.

Este e outros textos analíticos sobre a conjuntura política e econômica estão disponíveis na página do Instituto Teotônio Vilela

ENQUANTO ISSO... NO brasil maravilha DOS VELHACOS E VIGARISTAS "GUVERNADU" PELA GERENTONA 1,99 : Política fiscal põe em risco credibilidade do país


Com muito esforço para ajustar seus fundamentos macroeconômicos, o Brasil conquistou há alguns anos o grau de investimento na escala de classificação das principais agências internacionais de avaliação de risco para investidores estrangeiros. E graças a esse bom conceito o volume de investimentos diretos no país se ampliou. 

Tanto o Tesouro Nacional como outros entes federativos e diversas companhias brasileiras passaram a ter ainda mais acesso aos mercados de títulos, captando recursos em condições favoráveis (taxas de juros mais baixas e prazos de pagamento mais longos).

Esse fluxo de capitais permitiu ao Brasil conviver com um elevado déficit em suas transações envolvendo mercadorias e serviços com o exterior, sem que os suprimentos de tecnologia, bens e meios de transporte necessários ao funcionamento rotineiro da economia e do cotidiano dos brasileiros fossem afetados. 

Tal fluxo de capitais também permitiu que o Banco Central acumulasse reservas consideráveis em moedas estrangeiras (mais de US$ 300 bilhões), que serviram de anteparo contra movimentos especulativos no câmbio nos períodos mais críticos da crise financeira internacional, até hoje não totalmente superada.



Mas o conceito de grau de investimento tem variações dentro dele. E o Brasil já vem caindo nessa escala. Na agência Moody’s, por exemplo, está a um degrau do rebaixamento. E a razão é a deterioração dos fundamentos macroeconômicos, em função de uma política que está se mostrando desastrosa especialmente na condução das finanças públicas. 


A acumulação de superávits primários a partir do último trimestre de 1998 (e que até foram reforçados no primeiro e em parte do segundo mandato do presidente Lula) propiciou uma situação fiscal confortável. A dívida pública se reduziu como proporção do Produto Interno Bruto e abriu espaço para um corte gradual dos juros, cronicamente altos. 

Diante desse quadro, o presidente Lula, no segundo mandato, optou por não diminuir a carga tributária e pisar no acelerador dos gastos. Dilma Rousseff sucedeu a Lula pisando mais fundo no acelerador das despesas correntes, acreditando que havia descoberto a fórmula mágica para a economia brasileira passar ao largo da crise financeira internacional. 

Mas o resultado está aí. 
A economia parou de crescer (o FMI estima mero 0,3%, este ano), a inflação está perigosamente alta (subiu para 6,75%, acima, portanto, do teto da meta), o desequilíbrio nas contas externas se agravou (3,36% do PIB, o terceiro maior do mundo) e a credibilidade do país junto aos mercados internacionais está derretendo. 

O que mais preocupa é que a cada mês a possibilidade de inversão dessa trajetória vai ficando remota. Praticamente todo o superávit primário que o governo prometeu alcançar em 2014 (1,9% do PIB) terá de ser acumulado neste último trimestre. Só mesmo com um milagre. Talvez com uma overdose de contabilidade criativa. Mas sem qualquer credibilidade, por óbvio.



Editorial O Globo 

BRASIL DECENTE : Unidos pelo repúdio

O divisor de águas, afinal, é "social" ou é ético? 
Ha duas maneiras de ler o resultado do primeiro turno.

O que nos disse esse PT que dispensa a contribuição dos fatos para compor sua versão da realidade com o bombardeio de "reclames" do gênero daqueles em que os pratos de comida de uns se esvaziavam na proporção em que os dos outros se enchiam é que não apenas faz sentido que a "Bélgica" vote maciçamente em Aécio e a "Índia" vote maciçamente em Dilma - tanto mais quanto mais para baixo estiver o eleitor no IDH -, como que não há outro caminho nesta nossa "Belíndia", onde, por definição, o bolo não cresce e cada um só pode aumentar seu quinhão à custa do dos demais, senão uma submeter a outra, pela força se houver resistência. 

A mesma receita que o partido reconfirma com sua política de alinhamento automático com todas as ditaduras que cavalgam essa mesma falácia na arena internacional.

Mas esta eleição provou que, se existe um país manipulável porque vive na insegurança econômica extrema e tem prioridades mais urgentes que distinguir a verdade da mentira ou pensar além da sobrevivência até amanhã, convive com ele outro que, por cima dos matizes ideológicos em que se divide internamente, pode olhar para mais adiante e responde com avalanches de indignação às que lhe têm sido atiradas desaforadamente à cara, como confirma o contingente antipetista que chegou às urnas maior do que partiu.

Por que a relação desse Brasil com o PT que sobrou (depois da debandada da esquerda honesta) se vai tornando tão radicalmente insuperável? Porque, sendo esse PT essencialmente um produto desse mesmo Brasil com mais capacidade de discernimento, não poderá jamais convencê-lo de que não está mentindo a cada vez que mentir. 

Para atrair o Brasil que vive da assistência à miséria, à margem da economia real, e continuar acenando-lhe com "uma melhora geral da economia" e uma "redução da desigualdade" que o IBGE não confirma o PT que sobrou terá de continuar mentindo, e cada vez mais à medida que suas mentiras forem piorando o ambiente econômico e empurrando os indicadores mais para baixo. E quanto mais mentir, maior será a indignação que colherá no Brasil que não só não engole suas mentiras, como, principalmente, se sente cada vez mais ameaçado pela temerária realimentação do ódio de classes para os quais elas inevitavelmente nos empurram.


O resultado que as urnas de domingo colheram reflete um movimento de autopreservação desse Brasil que, tudo indica, ainda não se completou. Pois, ao assumir a mentira como linha mestra de sua campanha, o PT que sobrou não está apenas confessando falido o "projeto" com que tenta vender-se ao outro, está declarando guerra ao Brasil com discernimento, posto que esse caminho não tem volta: ou o País inteiro regride ao estágio de que ainda não conseguiram sair os grotões - como foi feito nas ditaduras que o PT nos aponta como exemplos e se trata de fazer nos rebentos "bolivarianos" que nos cercam, calando a imprensa (e até o IBGE) e substituindo os debates legislativos dos representantes eleitos pelo povo pelos decretos das Organizações Não Governamentais Organizadas pelo Governo (ONGOGs), ditas "movimentos sociais", conforme prescrito no Decreto 8.243, baixado pela "presidenta" - ou confina esse PT ao nicho reservado aos dinossauros políticos que, em todo o resto do planeta, foram à extinção no ano 89 do século passado.

É isso que tem mantido unidas a esquerda e a não esquerda honestas e democráticas que, somadas, ainda são maioria na sociedade brasileira.

É normal e saudável que haja divergências a respeito do que se deseja para o País e que isso mude, na visão dos mesmos grupos, em diferentes momentos da conjuntura nacional e internacional. Mas até para que isso possa continuar sendo assim tem de haver uma concordância de todos a respeito do que não se deseja para o País, qualquer que seja a circunstância. E esse limite é o da preservação da democracia representativa (de todos os brasileiros, não só de alguns).

É sobre esse ponto que mostram estar de acordo os brasileiros todos que votaram sob o signo do antipetismo e, felizmente, tanto Aécio Neves quanto Marina Silva parecem ter entendido perfeitamente que é disso que se trata.

A "polarização entre PT e PSDB" em que insistia Marina é um falso problema. Ela existe no mundo inteiro, sob siglas variadas, com a diferença de que, quanto mais alto o IDH, os extremos entre as partes em disputa se vão aproximando do centro e a alternância no poder entre elas se vai tornando menos turbulenta. Aqui mesmo já estiveram muito menos afastados um do outro do que a distância para a qual voltaram a ser empurrados pelo sistemático processo de subversão de significados que o PT que sobrou conseguiu instalar nas escolas e universidades brasileiras, estas que vão despencando em queda livre pelos rankings internacionais de qualidade em função dessa violência. 

O próprio Lula entendeu em 2002 que para eleger-se teria de comprometer-se com a democracia e com o modelo econômico civilizado, por acaso implantado no Brasil pós-Sarney pelo PSDB. A grande "novidade" que Marina Silva prometia, para além do repúdio moral à mentira generalizada como modelo político, era recolocá-lo no lugar de onde foi expulso pelo voluntarismo arrogante e mal articulado de Dilma Vana Rousseff.

Tudo o mais - as dosagens de assistência aos necessitados, desde que com os indispensáveis dispositivos de saída obrigatórios como provas de boa-fé para diferenciá-los das execráveis operações de compra de votos e exploração da miséria dessa "política" de fato "velha" aliada ao PT que sobrou -, como tem dito Aécio e como tem dito Marina, se mantém ou até se expande, se for o caso. O Brasil pode tranquilamente arcar com isso. 

Com o que não pode mais arcar, por um minuto que seja, é com o resto do pacote de aparelhamento do Estado e compra de poder à custa do futuro do Brasil do PT que sobrou e da legião dos indecorosos bilionários vendedores de "governabilidade" abraçado à qual ele tem a caradura de nos falar em "mudança".

*Fernão Lara Mesquita é jornalista e escreve em http://www.vespeiro.com