"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

agosto 31, 2010

NA CARONA DO : O BRASIL E AS COISAS QUE A "COISA" MOSTRA NA TEVÊ, NÃO É O QUE A GENTE VÊ! EXEMPLO : UPA.

O ministro da Saúde, José Temporão, admitiu que o governo não cumprirá promessa do presidente Lula, feita recentemente, de encerrar o governo com 500 Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). Temporão disse que, em dezembro, haverá apenas 200 UPAs.

Das 500 prometidas por Lula, só há 42 hoje; até dezembro, serão no máximo 200

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A maior parte das 500 Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) do Ministério da Saúde que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometeu entregar até o fim de seu mandato não sairá do papel até dezembro.

Ou se limitará a um grande canteiro de obras, muitas delas paradas. O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, admitiu que o governo encerrará 2010 com apenas cerca de 200 UPAs em funcionamento.

Até agora, só 42 estão funcionando e cerca de 400 estão encaminhadas:
em fase de construção, de assinatura de convênios ou à espera do repasse de recursos. No início de junho, Lula assegurou a construção de 500 unidades até deixar o governo.

Ele falou sobre o assunto no programa de rádio Café com o presidente, dias depois de ter inaugurado a UPA da Cidade de Deus, no Rio.

Temporão afirmou, porém, que barreiras burocráticas(sic) impedirão que as 500 estejam em funcionamento até o final do ano.

No caso das UPAs, a transferência é feita através de convênio. (...)

Não chegaremos com 500, mas 200 estarão funcionando até o final do ano disse Temporão.

A VOLTA DO BODE PRETO DA VELHA ESQUERDA.

Com tucanos em extinção, surge um país sem oposição

Meu primeiro grande amor começou num aparelho do Partido Comunista Brasileiro em 1963, meses antes do golpe militar.

Era um pequeno apartamento conjugado na Rua Djalma Ulrich em Copacabana, em cima de uma loja de discos.

No apartamento, havia um sofá-cama com a paina aparecendo por um buraco da mola, entre manchas indistintas marcas de amor ou de revolução?
Na parede, um cartaz dos girassóis de Van Gogh e, numa tábua sobre tijolos, livros da Academia de Ciências da URSS.
(...)
Eu era virgem de sexo com namoradas, pois pouquíssimas moças davam, nessa época anterior à pílula; transar para elas era ainda um ato de coragem política.

As moças iam para a cama pálidas de medo, para romper com a vida burguesa, correndo o risco da gravidez supremo pavor.
Famintos de amor, usávamos até Marx para convencer as meninas.

Não.
Aí eu não entro!, gemiam, empacadas na porta do apartamento.
Nós usávamos argumentos que iam de Sartre e Simone até a revolução: Mas, meu bem... deixa de ser alienada...

A sexualidade é um ato de liberdade contra a direita... Tudo era ideológico em Ipanema até a praia tinha um gosto de transgressão política.

Éramos assim nos anos 60.

A Guerra Fria, Cuba, China, tudo dava a sensação de que a revolução estava próxima.

Revolução era uma varinha de condão, uma mudança radical em tudo, desde nossos pintinhos até a reorganização das relações de produção.

Não fazíamos diferença entre desejo e possibilidade.
Eu era do Grupo Vertigem, como colegas radicais nos apelidaram.
Nossa revolução era poética, Rimbaud com Guevara; era uma esperança de um tempo futuro em que a feia confusão da vida se harmonizaria numa perfeição política e estética.

Para os mais obsessivos era uma tarefa a cumprir, uma disciplina infernal, um calvário de sacrifícios para atingir não sabíamos bem o quê.
Tínhamos os fins, mas não tínhamos os meios.

E, como todos, tínhamos horror ao demônio do capital e da administração da realidade para a luta (coisa chata, sem utopia...).
Por isso, a incompetência era arrepiante.

Ninguém sabia administrar nada, mas essa mediocridade era compensada por bandeiras e frases bombásticas sobre justiça social, etc....
Nunca vi gente tão incompetente quanto a velha esquerda que agora quer voltar ao poder como em 63, de novo com a ajuda de um presidente.

Assim como foi com Jango, agora precisam do Lula. São as mesmas besteiras de pessoas que ainda pensam como nos anos 60 e, pior, anos 40.

Revolução era uma mão na roda para justificar sua ignorância, pois essa ala da esquerda burra (a inteligente cresceu e mudou...) não precisava estudar nada profundamente, por serem a favor do bem e da justiça a boa consciência, último refúgio dos boçais.

Era generosidade e era egoísmo.
A desgraça dos pobres nos doía como um problema existencial nosso, embora a miséria fosse deles.

Em nossa fome pela justiça, nem pensávamos nas dificuldades de qualquer revolução, as tais condições objetivas; não sabíamos nada, mas o desejo bastava.

Como hoje, os idiotas continuam com as mesmas palavras, se bem que aprenderam a roubar e mentir como burgueses.

A democracia lhes repugnava, com suas fragilidades, sua lentidão.
Era difícil fazer uma revolução?

Deixávamos esses detalhes mixurucas para os militantes tarefeiros, que considerávamos inferiores, peões de Lenin ou (mais absurdo ainda) delegávamos o dever da revolução ao presidente da República, na melhor tradição de dependência ao Estado, como hoje.

Deu nos 20 anos de bode preto da ditadura.

Por que escrevo essas coisas antigas, estimado leitor?

Porque muita gente que está ai, gritando slogans, não quer entender que a via mais revolucionária para o Brasil de hoje é justamente o que chamávamos de democracia burguesa, com boquinha de nojo.

Muita gente sem idade e sem memória não sabe que o caminho para o crescimento e a justiça social é o progressivo aperfeiçoamento da democracia, minando aos poucos, com reformas, a tradição escrota de oligarquias patrimonialistas.

Escrevo isso porque acho que a luta de hoje é entre a verdadeira esquerda que amadureceu e uma esquerda que quer continuar a bobagem, não por romantismo, mas porque o Lula abriu-lhes as portas para a lucrativa pelegagem.

Vejo, assustado, que querem substituir o patrimonialismo burguês pelo sindicalista, claro que numa aliança de metas e métodos com o que há de pior na política deste pais.

Vão partir para um controle soviético e gramsciano vulgar do Estado para ter salvo-condutos para suas roubalheiras num país sem oposição, entregue a inimigos da liberdade de opinião.

Escrevo isso enojado pela mentira vencendo com 80% de Ibope, apagando como da história brasileira o melhor governo que já tivemos de 94 a 2002, com o Plano Real, com a Lei de Responsabilidade Fiscal, com a telefonia moderna de hoje, com o Proer que limpou os bancos e impediu a crise nos atingir, com privatizações essenciais que mentem ao povo que venderam nossos bens..., com a diminuição da pobreza em 35% e que abriu caminho para o progresso econômico de hoje que foi apropriado na mão grande por Lula e seus bolchevistas.

Ladroeira pura, que o povo, anestesiado pelo Bolsa Família e pelas rebolations do Lula na TV, não entendem.

Também estou enojado com os vergonhosos tucanos apanhando na cara por oito anos sem reagir.

O governo Lula roubou FHC e o mais sério período do país, e seus amigos nunca o defenderam nem reagiram. São pássaros ridículos em extinção.

Tenho orgulho de que, há 40 anos, no apartamento conjugado do Partidão com minha namorada, eu gostava mais dos girassóis de Van Gogh do que dos livros de Plenkanov.

Por isso, para levar meu primeiro amor ao apartamento, usei uma cantada de esquerda:
Nosso amor também é uma forma de luta contra o imperialismo norte-americano.

E ela foi.

Arnaldo Jabor

BRASIL CARCOMIDO PELO SINDICATO DO CRIME E O USO DA "INSIDE INFORMATION". TUDO O MAIS SOB "CONTROLE". O PAÍS É DELES.

Sabrina Valle O Estado de S. Paulo

Crescimento das acusações de uso de dados sigilosos para obtenção de lucro na Bolsa faz com que a CVM busque punições mais severas para esse tipo de crime

Sem alarde, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) elegeu o combate ao uso de informação privilegiada como um dos principais focos da autarquia.

O recém-divulgado relatório anual da CVM mostrou que, entre 2008 e 2009, subiu de 3 para 22 o número de acusações de uso de "inside information" na Superintendência de Processos Sancionadores.

A estimativa no órgão, que funciona como xerife do mercado de capitais, é que o resultado cresça neste ano.

A CVM prevê ainda o aumento da atuação em casos com repercussão criminal hoje quase incipientes no País.

Já há investigações correndo em sigilo dentro da autarquia.

"A tendência é de que, nos próximos anos, a gente tenha um aumento da atuação, até mesmo criminal", afirmou o chefe da Procuradoria Federal Especializada, Alexandre Pinheiro dos Santos.

"Posso afirmar que existem procedimentos já em curso nesta área que vão resultar em novas denúncias."

A mudança se deve em grande parte a um convênio assinado em março passado entre a CVM e a Polícia Federal, que se somou ao acordo com o Ministério Público Federal (MPF).

Desde março de 2008, investigadores da CVM e procuradores do MPF atuam lado a lado na sede do órgão regulador, no Rio. Assim, indícios apurados pelos técnicos da CVM ganham respaldo jurídico dos procuradores, com repercussão judicial mais frequente.

De acordo com a autarquia, a aproximação de promotores e inspetores gerou casos como o da Construtora Tenda que optou por confessar a irregularidade.

Um dos controladores negociou ações da companhia antes do anúncio ao mercado da incorporação de outra empresa, o que configura informação privilegiada.

O controlador acabou perdendo R$ 130 mil na operação, mas, ciente da ilegalidade, procurou a CVM e fechou acordo para pôr fim à história por R$ 200 mil.

O processo nem foi aberto.

Punição branda

Até o momento, não houve prisão no País por esse tipo de crime, embora operar no mercado financeiro com informação privilegiada seja crime passível de encarceramento há oito anos.

"Os casos nem chegam ao Judiciário. Os crimes são muito parecidos com uma infração administrativa", diz Thiago Bottino, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), autor de um estudo sobre o assunto.

Bottino levantou 19 casos em que a CVM encontrou indícios de crimes no mercado de capitais entre março de 2002, quando entrou em vigor a Lei das S/A, e março de 2009.

Apenas cinco viraram inquéritos criminais geralmente, o processo é suspenso com termos de compromisso. O especialista não encontrou casos de informação privilegiada julgados no Superior Tribunal de Justiça (STJ) ou em tribunais regionais federais.

O chefe da Superintendência de Processos Sancionadores da CVM, Fábio Galvão, reconhece que o mercado tinha a percepção de que o crime ficaria impune.

"O insider investia muito na dificuldade de comprovar um caso e achava que era uma conduta que valia a pena", explica.

Paulo Di Blasi, professor de Finanças do Ibmec, diz que o modelo local está bem atrás da Securities and Exchange Comission (SEC), a CVM americana, que tem regras mais maduras e rigorosas.

"Estamos nos aperfeiçoando, mas os casos não se concretizam e acabam tendo um caráter mais educativo que punitivo."

CONTAS PÚBLICAS : DÍVIDAS CONSOMEM R$ 108 bi EM JUROS.

Gabriel Caprioli Correio Braziliense
As dúvidas dos agentes econômicos em relação à forma como o Comitê de Política Monetária (Copom) devem conduzir a taxa básica da economia (Selic), somadas às incertezas em torno da inflação e da corrida ao Palácio Planalto, continuam levando o mercado financeiro a exigir do governo remunerações maiores para comprar papéis da dívida pública.

A fatura está caindo no colo dos brasileiros, que assistiram, atônitos, a conta de juros paga pelo país atingir R$ 108,1 bilhões entre janeiro e julho, valor recorde para o período e 13,66% superior ao computado nos sete primeiros meses de 2009.

Diante dos encargos maiores, o governo enterrou de vez a promessa do ministro da Fazenda, Guido Mantega, de equilibrar as contas públicas, ou seja, chegar ao deficit nominal (1)até 2012.

Somente em julho, quando a economia para o pagamento de juros da dívida foi de apenas R$ 2,4 bilhões, faltaram R$ 14,3 bilhões para cobrir a totalidade das despesas com os débitos do governo, de R$ 16,7 bilhões.

A tendência desse buraco é de aumentar nos próximos meses, já que o endividamento ainda não captou toda a alta da Selic, iniciada em abril.

Quer dizer:
mais impostos serão direcionados para cobrir as estripulias fiscais da administração Lula, que gasta sem parar e se endivida sem compromisso com o futuro, inibindo a capacidade de investimentos em saúde, educação e segurança pública.

Para Cristiano Souza, economista do Banco Santander, com a disposição de ampliar os gastos, ninguém nunca acreditou na possibilidade de o governo chegar ao deficit nominal zero.

Nem em 2010, o primeiro prazo dado por Mantega, nem em 2012, devido aos estragos provocados pela crise mundial, e nem em 2014, agora o novo alvo do ministro.

Nunca imaginamos um deficit nominal zero, porque ele só seria possível se houvesse um corte expressivo nas despesas. E o que estamos vendo é que, mesmo em um ano de arrecadação recorde, os gastos consomem todas as receitas, sobrando pouco o pagamento de os juros”, disse.

O custo médio da dívida mobiliária federal, acumulado em 12 meses, passou de 9,42% ao ano em dezembro para 10,50% ao ano em julho, mas também pesam na conta o aumento do estoque dos papéis emitidos, de R$ 1,4 trilhão para R$ 1,6 trilhão, no mesmo período.

1 - Descrença geral

A gastança desenfreada do governo tem obrigado o Banco Central a forçar a mão na taxa básica de juros. Com isso, a dívida acaba se tornando uma bola de neve.
De um lado, ela cresce porque seu custo é elevado.

De outro, com a administração Lula gastando mais do que arrecada, o Tesouro Nacional é obrigado a emitir mais títulos para financiar as despesas.
Por isso, a descrença generalizada na hipótese de cumprimento da meta de superavit primário de 3,3% do PIB neste ano.

PIB cresceu de 0,5% a 1%