"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

julho 12, 2012

RELEITURA : O nosso jeitinho frouxo e cretino de ser

Lá se vai mais um ano, e a cada dia torna - se impossível não ser mais orgulhoso de ser brasileiro. Estamos em paz com a nossa consciência (?), pois não importa se vivemos sob a ditadura da corrupção, e que o peculato não é crime, mas sinal de inteligência (gostou do elogio Lupi?), e o que interessa é que vivemos despreocupados, e que o problema é dos outros, não nos interessando se os outros são VOCÊS.

Depois que do nada viramos um tudo, e passamos a usufruir de carros, mulheres, riquezas, poder e impunidade. Nós atingimos o panteão da esbórnia institucionalizada sem o menor esforço. Não importa que o País esteja estratificado, o que importa é que vivemos em êxtase. No País, testemunhamos um verdadeiro milagre em andamento, que promete durar mais vinte, trinta anos.

Não adianta falar que a carga tributária do brasileiro está próxima de 40% do PIB, e que o país tem um dos piores índices de qualificação e eficiência de seus serviços públicos.

Não importa que o país acumule troféus de incompetência, seja no IDH, o 84º lugar; no analfabetismo, o 95º; na mortalidade infantil, o 106º; na renda per capita, a 71º; e ocupe apenas o 52º lugar entre 110 países da América Latina melhor para se viver, e que estamos no primeiro lugar no mundo em corrupção, com mais de R$ 80 bilhões desviados do bolso de VOCÊS.

Se alguém afirma que o metrô de Brasília é o mais caro do mundo, não podemos deixar de falar com a boca cheia, que nada devemos às mais avançadas nações do mundo. Sim, quantos países atingiram tal situação?

Quantos países podem taxar os remédios, e o brasileiro é um doente crônico, com 33,9% de impostos, que pagamos sem o menor muxoxo?
O que importa, se temos apenas 3% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial, e uma participação no comércio mundial em torno de 2%, e que a nossa d¬ívida interna está só em um trilhão e 500 bilhões de reais?

Sem contar, que patrocinamos uma bolsa-família que paga para cinco filhos, e até os quinze anos de idade. E, conforme a necessidade de cooptação de votos, o atual benemérito desgoverno pode ampliar o leque, pois sabe que alguém sempre pagará a conta.

Devemos apedrejar os que soltam vitupérios contra esta maravilhosa gestão, alegando que no período de janeiro a outubro de 2011, o Governo Federal já gastou R$ 197,7 bilhões de juros da dívida pública.
Esse valor astronômico é superior à soma dos orçamentos anuais da saúde e da educação, que somaram R$ 143 bilhões.

Não importa que a presidenta no exterior, impossibilitada de negar-se a dar uma entrevista não diga coisa com coisa e, para piorar, tropece nas palavras, que soam com gritante incoerência. No País, atém-se a um texto pobre, elaborado para não colocar em circuito sua imensa teia de neurônios mortos (provavelmente, durante as sessões de tortura).

Não importa que nada de grandioso tenha sido construído nos últimos dez anos para sedimentar necessidade futuras, seja na infraestrutura seja na educação, pois acreditamos piamente que Deus é brasileiro, e ele nos proverá.

Não temos escolas, nem hospitais, mas teremos imensos e majestosos estádios de futebol, pois nossa sede de circo é imensurável. Quanto ao pão, haverá sempre uma bolsa com uma cesta fornecida por ELES, às suas expensas.
Com a inflação subindo, para 2012, modifiquemos os índices dos seus componentes e, ela diminuirá.

Viram como é fácil?

Sim, estamos orgulhosos, pois apesar de tudo, aumentamos o nosso já elevado índice de aceitação, tanto do EX como da atual presidente.
Sim, somos calhordas, mas quem não é, somos jeitosos, somos coniventes, malandros, aproveitadores e, sabiamente, mandamos o futuro para o inferno.

É isso aí gente, ninguém vive de valores, ninguém está preocupado com honestidade, com princípios, com justiça, abdicamos de pruridos que na prática tolhem espertezas.

Por tudo, estamos eufóricos, que se preocupem com o amanhã aqueles que vierem no futuro. A vida atual é boa, não a estraguemos lendo jornais e revistas aos serviços da fajuta oposição.
O nosso espelho é a metamorfose ambulante, exemplo de que tudo se pode, e no espelho, refletimos a imagem de nosso mestre, e como a dele, as nossas faces enchem-se de orgulho.

Nós somos os caras.
De fato, somos honoris em causa própria, em patifarias, em malandrices; o que trocando em miúdos, nos eleva aos píncaros do gênero cafajeste de ser dos vivaldinos.

Brasília, DF, 02 de dezembro de 2011
General Valmir Fonseca Azevedo Pereira

Transcrito de :
Mário Sanchez

A "bola pra frente " DE DEMÓSTENES : APÓS LICENÇA DE TREZE(13) ANOS REASSUME CARGO DE PROCURADOR NO MP-GO - SAL.R$24.000

O ex-senador Demóstenes Torres reassumiu nesta quinta-feira seu cargo de procurador no Ministério Público de Goiás, um dia depois ter seu mandato cassado e afastado da vida política até 2027.

O ex-senador tem direito a sala, dois assessores e até plaquinha com seu nome na porta já instalada.


Mas trabalho mesmo, só daqui a uma semana. Ele solicitou um abono funcional, um direito seu, para realizar sua mudança e, com isso, recomeça no emprego semana que vem. Seu salário será cerca de R$ 24 mil.

Demóstenes esteve pessoalmente nesta tarde no prédio do Ministério Público de Goiás e protocolou no órgão o "comunicado de exercício", o que significa que o ex-senador voltou formalmente à instituição, da qual estava licenciado há treze anos.

O ex-senador volta a ocupar as funções de procurador na área criminal, da 27ª Procuradoria daquele MP, campo em que atuou no passado. O cargo estava vago há algumas semanas. Seu substituto foi promovido. Os processos que ficarão sobre sua responsabilidade ainda serão distribuídos, quando começará, de fato, a despachar.

Os dias que terá para realizar sua mudança, o abono, é assegurado a ele pela Lei Orgânica do Ministério Público. Como procurador, terá direito a um assessor da procuradoria e um assistente da procuradoria.

A Corregedoria-Geral do Ministério Público do Estado de Goiás já informou que vai abrir procedimento disciplinar para investigar falta funcional por parte do ex-senador.

Se a investigação no MP goiano for adiante, Demóstenes poderá ser expulso do órgão e perder suas prerrogativas de foro. Terá de ser julgado como um cidadão comum no inquérito que hoje corre contra ele no Supremo Tribunal Federal.


As investigações contra Demóstenes, no entanto, podem não prosperar. Primeiro, porque o MP de Goiás é comandado pelo irmão do ex-senador, o procurador-geral de Justiça do Estado de Goiás, Benedito Torres.

Segundo, porque existe entre parte dos procuradores a avaliação de que os atos cometidos por Demóstenes não dizem respeito ao MP, já que ocorreram no exercício do mandato de senador, e não no cargo de procurador.


Demóstenes ficou afastado por 13 anos do MP-GO. Nesse período, foi secretário estadual de Segurança Pública de Goiás e eleito senador por duas vezes.

O Globo

PETEBRAS pode ter perda milionária nos EUA


A Petrobrás deve amargar prejuízo milionário com a venda da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. Esse é um dos ativos que a estatal pretende ofertar ao mercado, no programa de desinvestimento que vai ajudar a financiar investimentos no pré-sal.

Após anos de batalha judicial com sua sócia, uma trading belga, a petroleira brasileira fechou há duas semanas um acordo para aquisição de 100% da refinaria.

Ao todo, a Petrobrás pagou US$ 1,18 bilhão, em duas etapas, para comprar uma refinaria que, há sete anos, custou US$ 42,5 milhões à sua agora ex-sócia - quase 28 vezes menos.

Fontes que acompanharam a operação em diferentes estágios asseguram que o valor de mercado hoje da refinaria texana, de baixa complexidade, é muito menor do que o valor gasto pela Petrobrás para a obtenção do controle. Poderia chegar a um décimo do que foi pago.

Os investimentos programados na época para dobrar a capacidade para 200 mil barris por dia e adequar a unidade ao processamento de óleo pesado brasileiro, tornando-a mais sofisticada, nunca foram feitos.

Perguntada se espera retorno para os US$ 1,18 bilhão, a Petrobrás afirmou, em nota, ter como princípio "trabalhar para agregar valor aos seus ativos, e para tanto analisa constantemente as oportunidades do mercado".

"Quando avaliamos a aquisição da refinaria, o cenário era de margens de refino crescentes, a demanda mundial também estava em crescimento e não havia previsões sobre a crise de 2008, com seus desdobramentos no segmento de refino", disse a companhia, na nota.

A Agência Estado antecipou, no início de maio, a possibilidade de venda da refinaria, em entrevista com o presidente da Petrobrás Americas, Orlando Azevedo.

Apesar de haver diferenças de custos entre unidades de refino, uma comparação de mercado poderia ser feita com a refinaria americana Trainer, também para óleo leve, comprada no fim de abril deste ano pela Delta Airlines por US$ 150 milhões. A refinaria processa 85% mais óleo do que a de Pasadena. A Delta ainda recebeu US$ 30 milhões em incentivos do governo para fechar o negócio com a ConocoPhilips.

O acordo em Pasadena, anunciado no último dia 29 pela Petrobrás, desvinculou a petroleira da sócia Transcor/Astra. Em 2006, a trading de energia belga vendeu 50% da refinaria à petroleira. A outra metade foi repassada no mês passado, após encerrada a briga judicial, travada por divergências entre os sócios sobre investimentos.

A trading é subsidiária do grupo NPM/CNP, controlado pela família Frère, com ações negociadas em Bruxelas.

A empresa belga comprou 100% da refinaria em janeiro de 2005 por US$ 42,5 milhões, segundo relatório financeiro enviado à bolsa europeia. Onze meses depois, em 16 de novembro de 2005, foi fechado memorando de entendimento para vender metade da refinaria à Petrobrás por mais de US$ 300 milhões.

Em setembro de 2006 foi oficializada a aquisição por cerca de US$ 360 milhões, um negócio que o controlador belga descreveu em seu balanço como "um sucesso financeiro acima de qualquer expectativa razoável". O negócio foi aprovado em conselho de administração.

Participaram da coletiva de imprensa nos EUA os ocupantes, na época, da presidência da Petrobrás, José Sergio Gabrielli, da diretoria de Abastecimento, Paulo Roberto Costa, e da diretoria Internacional, Nestor Cerveró. O negócio foi fechado em um momento de pico das margens de refino no mercado, que depois caíram. Antes e depois do acordo a refinaria passou meses parada para manutenção ou por causa da passagem do furacão Rita.

Em 29 de junho deste ano, a Petrobrás anunciou o pagamento de mais US$ 820,5 milhões para encerrar processos na Justiça e comprar os 50% restantes da refinaria.

SABRINA VALLE/RIO O Estado de S. Paulo

"Deu problema? Chama a cavalaria. E a cavalaria é o Exército" "Empreiteira" dos militares cresce com obras do PAC


Tocando 34 obras pelo Brasil, 25 delas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o Exército passa agora a atuar também fazendo projetos de engenharia. Em agosto, serão entregues à Infraero os planos que podem destravar a expansão de três aeroportos, em Goiânia, Vitória e Porto Alegre.

O Exército já trabalha na terraplenagem do aeroporto de Guarulhos e na construção da pista de São Gonçalo do Amarante (RN)

A presença do Exército na ampliação do sistema aeroportuário está ganhando uma nova dimensão. Além de trabalhar em obras estratégicas de grandes aeroportos, como a terraplenagem de Guarulhos (SP) e a construção da pista de São Gonçalo do Amarante (RN), a divisão militar de engenharia começa a assumir outro tipo de trabalho.

Em agosto, chegam às mãos da Infraero os projetos de engenharia que podem destravar a expansão de três aeroportos: Goiânia (GO), Vitória (ES) e Porto Alegre (RS).

O lançamento de um plano de aviação regional, que espera a aprovação da presidente Dilma Rousseff, abre espaço ainda para uma tarefa adicional para o Exército. Ao liberar recursos para expandir o número de aeroportos atendidos por voos regulares de companhias aéreas - das atuais 130 para 200 localidades -, o governo não quer esbarrar na falta de competência técnica.

Por isso, pretende colocar o Instituto Militar de Engenharia (IME) à disposição de Estados e prefeituras para a elaboração de projetos que permitam aos aeroportos regionais receber recursos da União.

O que motiva o governo a fortalecer a parceria com os militares são os resultados obtidos até agora na maior porta de entrada e saída do país. A terraplenagem do futuro terminal 3 de Guarulhos, com previsão inicial de entrega em dezembro de 2013, foi antecipada em 15 meses e deverá ser concluída em setembro deste ano.

Com isso, a nova concessionária do aeroporto - formada pela Invepar e pela operadora sul-africana ACSA - fica com o caminho aberto para erguer um terminal com capacidade para 12 milhões de passageiros/ano, até a Copa do Mundo de 2014.

Tão impressionante quanto o ganho de tempo foi a redução nos valores. A obra, que inicialmente foi orçada em R$ 417 milhões pela Infraero, já obteve uma economia de R$ 130 milhões e deverá terminar com queda de 25% em relação ao custo original.

Cerca de 150 militares trabalham na administração das obras de Guarulhos, que são executadas por três empreiteiras subcontratadas pelo Exército.

Concluídos esses empreendimentos, o contingente será imediatamente realocado para outras frentes de trabalho, com o objetivo de acelerar outras obras assumidas pelos militares. "Antigamente, não tínhamos esse conhecimento técnico sobre o setor aeroportuário, trabalhávamos apenas em campos de pouso e pistas na Amazônia.

Hoje, temos essa capacitação e a tendência é que entremos em novos projetos, à medida que formos chamados", disse ao Valor o chefe do Departamento de Engenharia e Construção (DEC) do Exército, general Joaquim Maia Brandão.

O aeroporto de São Gonçalo do Amarante (RN), concedido ao grupo Inframérica - uma aliança da brasileira Engevix com a argentina Corporación América - e que começará a funcionar em 2014, será uma das frentes a ganhar reforço. A iniciativa privada ficou encarregada de construir o terminal de passageiros e coube ao Exército entregar o sistema de pista e pátio de aeronaves, com prazo até o fim do ano que vem.

Para acelerar as obras, dois novos grupos estão sendo deslocados. Primeiro, o batalhão que concluiu um dos lotes da transposição do rio São Francisco, em Cabrobó (PE). Depois, o que vem trabalhando na BR-101, no Rio Grande do Norte.

O general Brandão diz que o Exército ainda não alterou o prazo de entrega de São Gonçalo (dezembro de 2013), mas admite a possibilidade de antecipação do cronograma "dependendo das condições meteorológicas".

A pista de pouso e decolagem já foi concluída. Falta ainda avançar nos serviços de drenagem, sinalização e balizamento.

As equipes chefiadas por Brandão também estão trabalhando na reforma da pista do aeroporto de Rio Branco (AC), fechada uma vez a cada 15 dias, para as obras de recuperação. Mas é na área de elaboração de projetos básicos e executivos de engenharia que podem surgir novidades nas próximas semanas.

Em agosto, o Exército entregará os projetos executivos para a ampliação da infraestrutura de pistas e pátios de aeronaves em Goiânia e em Vitória. Com isso, a expectativa da Infraero é retomar obras completamente paradas há cinco anos.

Em 2007, após o Tribunal de Contas da União (TCU) ter encontrado indícios de irregularidades nos contratos da estatal com as empreiteiras vencedoras das licitações, as obras dos dois aeroportos foram interrompidas.

O general admite que hoje o Exército trabalha à beira do limite, mas a conclusão dos três projetos para a estatal pode abrir espaço para outras parcerias nos aeroportos. Com um contingente de 15 mil homens em obras de infraestrutura pelo país, o Exército procurar deslocar militares, em vez de aumentar o efetivo.

"Assumir novos projetos é uma decisão que depende de convite da Infraero", diz Brandão.

O presidente da Infraero, Gustavo do Vale, deixa o caminho aberto para continuar usando os serviços dos militares. "Quando eles terminarem o que estão fazendo, ficamos de conversar. Não abro mão da parceria que temos com o Exército. Ela tem sido exitosa em todos os sentidos", diz.

Até agora, o Exército teve três tipos de participação nas obras da Infraero: gestor de contratos com empreiteiras, executor de obras e projetista. Entre as modalidades, diz Vale, a tendência é intensificar os trabalhos de administração - como ocorre em Guarulhos - e de execução dos empreendimentos, caso de São Gonçalo do Amarante. Hoje há uma lista de obras públicas à espera da "empreiteira" militar.

André Borges e Daniel Rittner | De Brasília Valor Econômico

"PARA O brasil SEGUIR MUDANDO" : Pesquisa mostra que juro ao consumidor voltou a subir em junho

Depois de várias reduções de juro promovidas pelos bancos públicos e privados, e de oito quedas consecutivas na taxa básica de juro (Selic), algumas taxas praticadas nas operações de crédito à pessoa física voltaram a subir em junho, segundo pesquisa da Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac).

Das seis linhas de crédito pesquisadas, uma apresentou estabilidade (rotativo do cartão de crédito), duas foram reduzidas (cheque especial e CDC-Bancos) e as demais (juro do comércio, empréstimo pessoal nos bancos e empréstimos pessoais nas financeiras) tiveram elevação.

De acordo com a Anefac, o juro do empréstimo pessoal nos bancos subiu de 3,59% em maio para 3,63% em junho. A mesma modalidade de empréstimo nas financeiras teve o juro elevado de 7,98% para 8,04% no período e o juro cobrado no comércio passou de 4,72% para 4,75% ao mês.

A taxa do rotativo do cartão de crédito ficou estável em 10,69% ao mês. O Crédito Direto ao Consumidor (CDC) dos bancos teve a taxa reduzida de 1,85% para 1,84% em junho. E o juro do cheque especial caiu de 8,24% para 8,22% no mesmo período.

A pesquisa da Anefac mostra que, na média, a taxa de juro para pessoa física subiu 0,32% no mês de junho. Ela passou de 6,18% ao mês para 6,20% entre maio e junho. A taxa anualizada corresponde a um juro de 105,82%, a maior taxa anual desde abril deste ano.

Segundo a Anefac, considerando as reduções promovidas pelo Banco Central na Selic entre dezembro de 2011 e junho (antes da redução para 8% ao ano feita ontem), a taxa caiu 2,5 pontos percentuais, o que equivale a uma redução de 22,73%. No mesmo período, a taxa de juros média para pessoa física apresentou uma redução de 9,02 pontos percentuais, o equivalente a uma redução de 7,85%.

De acordo com o coordenador do trabalho e diretor de estudos econômicos da Anefac, Miguel José Ribeiro de Oliveira, estas elevações em junho podem ser atribuídas à piora no cenário econômico por conta da crise na Europa, à expectativa de menor crescimento econômico no Brasil e ao aumento nos índices de inadimplência.

- Mas a nossa expectativa é de que as taxas de juro ao consumidor voltem a ser reduzidas nos próximos meses por conta das prováveis reduções da taxa básica de juros (Selic), pela maior competição no sistema financeiro após os bancos públicos promoverem reduções em suas taxas de juros, bem como com a expectativa de redução dos índices de inadimplência no segundo semestre - avalia Ribeiro de Oliveira

Veja o comportamento do juro ao consumidor entre maio e junho


O Globo

E tudo sem governo.


Conhecem a cidade de Luís Eduardo Magalhães, no Oeste da Bahia? Pois é um polo agropecuário e industrial de nível global. Ali se produz algodão, por exemplo, com a maior produtividade do mundo em plantio não irrigado.

Estive lá há duas semanas, período de colheita, em um momento ruim, por falta de chuvas. Há quebra de safra. Mas topei com muitos estrangeiros, executivos de vários países que estavam lá para negociar contratos de compra. Os produtores locais são conhecidos no mercado internacional pela pontualidade e rigor na entrega.

Vai daí, conseguem contratos de longo prazo, o que minimiza os problemas de uma safra ruim.

Pivô Central
E tudo sem governo, comenta o pessoal de lá.

Foi assim mesmo que a região se desenvolveu, inclusive com a recuperação do algodão. Esse cultivo estava praticamente morto no Brasil, quando foi restabelecido por agricultores de Luís Eduardo e Rondonópolis, esta no Mato Grosso, com base em genética e tecnologia de ponta.

Esses agricultores vieram principalmente do Paraná, de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul. Saindo do nada, ali desenvolveram o terreno e novas modalidades.


A cidade baiana ainda não é muito grande, mal passou dos 50 mil habitantes, mas sofre, na sua escala, os problemas de uma metrópole congestionada. Tem trânsito, falta infraestrutura na cidade e nas áreas produtivas.

Ou seja, a iniciativa privada toca os negócios, o governo não ajuda. Não faz nem deixa fazer. Ali, como em diversos outros polos dinâmicos, há empresas privadas dispostas a investir em rodovias, aeroporto, via fluvial e porto (no Rio São Francisco). Mas dependem de concessões, que simplesmente não saem.

É exatamente igual à situação que encontrei recentemente em Foz de Iguaçu (PR), turismo, e São José dos Campos (SP), centro industrial de ponta. Projetos de aeroportos privados estão praticamente prontos, incluindo o financiamento, aguardando as decisões do governo federal.

Pessoas envolvidas contam que há anos buscam autorização para fazer até mesmo simples obras paralelas, como a ampliação de estacionamentos, e topam com burocracias e má vontade dos funcionários do governo federal.


Em Luís Eduardo, construíram um aeroporto assim, digamos, meio na marra, em propriedade particular. Está lá, novinho, mas não dá para replicar essa solução em cidades com necessidades maiores.

A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, disse, nesta semana, que o governo anunciará em agosto um grande programa de concessões de aeroportos, ferrovias, rodovias e usinas de eletricidade. É positivo, mas em termos. Será um anúncio de intenções, porque a partir daí se iniciará o processo que leva até a licitação e entrega das obras às empresas privadas.

É nisso que o governo se atrasa. E está aí uma das causas do baixo nível de crescimento do país, a falta de investimentos em infraestrutura. Não é uma coisa do outro mundo, há modelos já testados no Brasil e em outros países.

Se demora tanto, isso é um sinal de incompetência, mas também de restrições e resistências que partem da máquina governamental e dos políticos no poder. Alguns são contra as privatizações por razões ideológicas. Outros, a maioria, porque precisam de cargos nas estatais e na administração para nomear e contratar.

Difícil superar essa combinação.

(Em tempo: perguntei aos luiseduardenses se estavam confortáveis com o nome da cidade. Responderam: era pior, Mimoso do Oeste).

Carlos Alberto Sardenberg O Globo

E EM REPÚBLICA DE TORPES... O bloco dos descarados

Na política, quando chove cinismo, é uma tempestade.

Dias atrás, por exemplo, o ainda senador Demóstenes Torres alegou, em desespero de causa, que não seria justo ele perder o mandato por ter mentido aos seus pares sobre as suas relações com o contraventor Carlinhos Cachoeira, com quem trocou pelo menos 300 telefonemas, segundo a Polícia Federal.

Mentir, sofismou o desmascarado paladino da ética numa das sete vezes em que discursou para se safar da cassação, é uma questão de consciência, não de quebra de decoro parlamentar, até porque os legisladores são invioláveis por suas palavras e atos.

Corte para a sala de sessões da CPI do Cachoeira, onde o prefeito petista de Palmas, no Tocantins, Raul de Jesus Lustosa Filho, tenta se defender do indefensável: a proposta que fez ao bicheiro em 2004 pela qual, em troca de recursos para a campanha, a empreiteira Delta receberia de mão beijada um contrato de coleta de lixo na capital.

Pobre político:
ele ignorava que Cachoeira tinha escondido uma câmera de vídeo no ar-condicionado do escritório onde se reuniam, na cidade goiana de Anápolis.
A fita foi descoberta com diversas outras pela Polícia Federal na casa do ex-cunhado do contraventor.

"Tive a infelicidade de ser filmado", lamentou-se o prefeito negocista.
Aplica-se aos dois casos o implacável dito popular:
"Vergonha não é roubar; é roubar e não poder carregar".

Demóstenes enganou muita gente durante muito tempo. Raul Filho só enganou os que gostavam de ser enganados, ou pouco se lhes dava, como o ex-presidente Lula, que agasalhou no PT o político que começou a vida no PDS (a ex-Arena da ditadura militar) em 1982, passou para o PFL (atual DEM), daí para o PSDB e, enfim, para o PPS.

Agora, transpirando indignação, os companheiros preparam o seu desligamento da sigla, como se nunca antes tivessem encontrado o menor indício de má conduta do prefeito eleito e reeleito sob a sua bandeira. Tanto encontraram que tentaram expulsá-lo no ano passado, mas ficou por isso mesmo.

Raul de Jesus Lustosa Filho é uma figura.
"O senhor Carlos Cachoeira (sic) nunca fez doação para a minha campanha", disse à CPI, alegando ainda não se lembrar como veio a conhecer o interlocutor nem se sabia de suas atividades no ramo da batotagem.
"E nenhuma empresa (dele) venceu qualquer licitação durante o meu governo."

De fato, o bicheiro não é formalmente acionista da Delta - com a qual a prefeitura de Palmas firmou seis contratos em sete anos para a coleta de lixo. Mas ele, Raul, não teve nada com isso.

Quem cuidava das licitações municipais era uma certa Kenia Duailibe, coincidentemente sua cunhada. Quem as fiscalizava era outro cunhado.

Decerto uma coisa também nada tem que ver com a outra, mas a irmã de Kenia e mulher de Raul, a deputada estadual, também pelo PT, Solange Duailibe, tem uma assessora em cuja conta a Delta depositou R$ 120 mil. À CPI, o prefeito não negou o depósito, mas disse não saber por que foi feito e para que teria sido usado.

O cinismo de Raul enfureceu os inquiridores tanto da oposição como da base aliada, enquanto os membros petistas do colegiado, à exceção do relator Odair Cunha, de Minas Gerais, faziam a proverbial cara de paisagem.

Um deputado, Chico Alencar, do PSOL fluminense, disse que o prefeito encarnava o "padrão degradado" da política nacional.

Esse padrão se materializa no trânsito dos políticos pelas siglas, reduzidas a cabides de candidaturas em benefício das caciquias que as controlam. A conivência com a corrupção vem de cambulhada. Ainda agora, o País acompanha, bestificado, as alianças mais improváveis para as eleições municipais de outubro próximo.

O pacto entre o PT de Lula e o PP de Paulo Maluf em torno do ex-ministro Fernando Haddad em São Paulo só virou escândalo por causa da teatralização exigida pelo ex-prefeito.

Já o dono do PSD, Gilberto Kassab, que apoia na capital o seu antecessor tucano José Serra, impõe ao partido em Belo Horizonte uma aliança em torno do candidato do PT - que só se explicaria, segundo se especula, pela ambição de se tornar ministro de Dilma Rousseff no ano que vem.

O que os une a todos é o descaramento.

O Globo

MENSALÃO - CADA VEZ MAIS, PREVENIR É MELHOR QUE REMEDIAR : Supremo grava íntegra da defesa de réus do mensalão

Ao receber advogados de defesa dos réus do mensalão, ontem, a ministra Cármen Lúcia Antunes Rocha filmou-os.

O objetivo, segundo a assessoria da ministra, foi o de não perder a integridade das explicações dos advogados e de garantir que todos os seus argumentos ficassem devidamente registrados.

As filmagens no gabinete de Cármen Lúcia seguem uma prática iniciada pelo ministro Luiz Fux, que passou a gravar o áudio das conversas com os advogados dos réus do mensalão. A prática não é comum no tribunal, mas passou a ser utilizada nesse caso por causa da complexidade do processo. Ao todo, o mensalão tem mais de 50 mil páginas.

Para preparar os seus votos, ministros do STF destacaram grupos de assessores que os auxiliam. No caso de Cármen Lúcia, enquanto os advogados apresentavam a defesa, dois assessores faziam anotações constantes. A própria ministra tomou notas.

O presidente do STF, ministro Carlos Ayres Britto, também destacou dois assessores e um juiz auxiliar para ajudá-lo no processo do mensalão. Além de preparar o seu voto, Ayres Britto também está trabalhando para organizar o julgamento da melhor forma possível.

Nessa semana, o ministro determinou que cada um dos 38 réus do mensalão vai ter direito a um assento acrescido de mais três para os seus defensores. Ele qualificou a medida como de "operacionalização da logística de suporte às sessões". Com ela, 152 dos 246 assentos do plenário vão ser destinados para os réus e seus advogados.

Os advogados dos réus também vão ter crachás específicos para entrar no tribunal. Eles devem se credenciar entre 25 e 31 de julho, quando também vão receber uma cópia impressa do relatório da ação penal do mensalão, além de um folheto com as instruções definidas pelo STF para o julgamento.

A Corte também recebeu pedidos de advogados para utilizar programas como o "power point" na apresentação de suas defesas - algo inédito na história do Supremo.

A tendência de Ayres Britto é a de negar o pedido. A assessoria do ministro verificou que o regimento interno do STF fala que o advogado pode fazer sustentação oral para seu cliente, mas não diz nada sobre sustentação audiovisual.

Juliano Basile | De Brasília Valor Econômico

A ARAPUCA ! brasil maravilha = "CONSUMISTA". BRASIL REAL = Calote do consumidor cresce 19% no semestre


O calote do consumidor com bancos, lojas, financeiras, empresas prestadoras de serviços, administradoras de cartão de crédito, cheques e títulos protestados encerrou o primeiro semestre deste ano com crescimento de 19,1% em relação ao mesmo período de 2011, aponta o Indicador Serasa Experian de Inadimplência do Consumidor. Esse resultado semestral está entre os maiores da série histórica do indicador desde 2000.

"A inadimplência poderia ter crescido ainda mais se a evolução da renda e do desemprego não tivesse sido favorável no período", observa o economista responsável pelo indicador, Carlos Henrique de Almeida.

Só em junho a inadimplência do consumidor foi 15,1% maior em relação ao mesmo mês de 2011. O indicador, que é calculado a partir do número de documentos que não foram quitados na dia do vencimento, mostra que o aumento do calote foi sustentado tanto por dívidas bancárias, como cheque especial e financiamentos, como por dívidas não bancárias, que incluem pendências com lojas e cartões de crédito.

O calote de dívidas ligadas a bancos cresceu 22,1% no primeiro semestre na comparação anual e respondeu por mais da metade do resultado do indicador (10,9 pontos porcentuais).

A inadimplência de dívidas não bancárias aumentou 21,6% entre janeiro a junho deste ano em relação ao primeiro semestre de 2011.

Já os cheques sem fundos e os títulos protestados, que refletem também a inadimplência do microempresário que confunde as finanças pessoas com as das empresas, tiveram pouca influência nos resultados.


Valor.

Um dado que chama a atenção é o crescimento de 16,3% do valor médio das dívidas não bancárias do primeiro semestre de 2011 para o mesmo período deste ano. No ano passado, esse montante médio era de R$ 307,54 e subiu para R$ 357,68 agora. Almeida ressalta que os valores médios mais altos podem estar relacionados a dívidas pendentes no cartão de crédito que, na prática, é um financiamento pré-aprovado e disponível no bolso de cada cidadão.


Outra pesquisa confirma que a inadimplência está atingindo contas de despesas obrigatórias do dia a dia das famílias. Levantamento da Lello, uma das grandes administradoras de condomínios no Estado de São Paulo, revela que a o atraso acima de 30 dias no pagamento de taxas de condomínio cresceu 22%entre janeiro e maio deste ano em relação a igual período de 2011.

De janeiro a maio, 4% dos boletos de condomínio emitidos aos moradores de apartamentos residenciais na capital paulista não foram pagos. No mesmo período do ano passado, esse indicador era de 3,28%.

Cascata.

Na análise de Carlos Henrique, gerente de cobrança da Lello Condomínios, a inadimplência do condomínio pode significar o atraso no pagamento de outras contas compartilhas nos edifícios, como água, gás, energia elétrica, além da folha de salários, por exemplo.


Um dos destaques desse aumento de inadimplência dos condomínios é que, nos últimos anos, por causa da melhora no quadro econômico do País, o calote na taxa de condomínio registrou queda expressiva.

O gerente de cobrança da administradora ressalta que a taxa de inadimplência pode ser maior na média de outros edifícios da capital.

MÁRCIA DE CHIARA O Estado de S. Paulo

NADA E COISA NENHUMA ! O TEMPO É O SENHOR DA RAZÃO... ENGASGOU


O tombo inesperado do consumo nacional em maio, conjugado com a forte expansão do calote, parece mostrar que a atual estratégia de política econômica do governo, baseada no estímulo ao consumo, está fracassando.

O problema é que a opção é puxar pelo investimento, algo que o governo não vem conseguindo fazer.


O consumo em maio – um dos meses nobres para as vendas de varejo, por incluir o Dia das Mães – caiu 0,8% em relação a abril, um mês carregado de feriados e, portanto, em princípio, comercialmente mais fraco.

Ainda é cedo para concluir que esse desempenho ruim aponta para uma tendência firme de desempenho também medíocre no segmento que até agora vinha bem. No entanto, esse recuo vem acompanhado de prolongada estagnação da indústria.

E, agora se sabe, o indicador da Serasa Experian indica uma alta na inadimplência de nada menos que 19,1% no primeiro semestre deste ano em relação ao primeiro semestre do ano passado.


Na média, analisa a Serasa, "cada inadimplente carrega quatro dívidas não honradas e 60% dos inadimplentes têm dívidas acima de 100% da renda".

Essas agravantes sugerem que a expansão do crédito, instrumento fortemente acionado pelo governo para empurrar o consumo nessa conjuntura de crise global, esbarra em pronunciadas limitações técnicas.

O governo Dilma já se deu conta de que os nove pacotes anticíclicos, destinados a estimular as vendas, não vêm reativando a produção e podem já não ter capacidade para puxar a demanda. Por isso, entendeu que devesse atuar na ponta dos investimentos.

A Petrobrás está sendo cobrada para tocar mais agressivamente seu programa de negócios e o próprio governo, informa a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, se prepara para acionar os investimentos.


O problema é que esta administração vem dando demonstrações seguidas de deficiência gerencial. Como o jornalista Rolf Kuntz mostrou na sua coluna desta quarta-feira no Estado, os desembolsos do Tesouro no primeiro semestre deste ano corresponderam a apenas 21% do total previsto no Orçamento.

O PAC continua empacado, excessivamente concentrado em programas habitacionais. E a Petrobrás, de quem se esperam investimentos de US$ 236,5 bilhões nos próximos quatro anos, reconhecidamente vem se apresentando como contumaz furadora de cronogramas.

Afora isso, o governo vem sendo incapaz de dar agilidade à concessão de licenciamentos ambientais.


Esses e tantos outros indicadores mostram que sobram dúvidas sobre a eficiência de uma provável mudança de ênfase nas políticas de estímulo, do consumo para o investimento.

O biólogo francês do século 19 Jean Lamarck se notabilizou por enunciar a tese evolucionista segundo a qual "a necessidade cria o órgão". Pois o governo Dilma enfrenta inadiável necessidade de mostrar serviço na área econômica e ainda tem tempo de virar o jogo adverso.

Quem sabe essa cobrança possa ajudar a mudar a direção e, sobretudo, a qualidade de sua administração.

Celso Ming O Estado de S. Paulo