"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

dezembro 04, 2013

Anos de incerteza, anos perdidos

O desempenho atual da economia brasileira é a crônica de um fracasso anunciado. O medíocre crescimento que a gestão Dilma Rousseff tem entregado aos brasileiros é fruto de um experimento equivocado e mal sucedido, empreendido à revelia de reiterados alertas contrários. Já são anos sob clima de incerteza; não sabemos quantos anos ainda serão perdidos.

Até agora, a única coisa que Dilma conseguiu foi colocar o Brasil figurando entre as economias de pior desempenho no mundo. 
Mas nosso modelo é mais ruinoso do que outros pelo planeta afora: 
produz não apenas crescimento baixo, como também inflação alta, regada a taxas de juros elevadíssimas. 
Uma receita de professor Pardal.

Dilma e sua turma jogaram no lixo um modelo que ajudou o país a empreender uma lenta, porém persistente, travessia rumo a um ambiente econômico mais próspero e estável, iniciada no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso. O sistema baseado na trinca metas de inflação, responsabilidade fiscal e câmbio flutuante foi posto de lado pela atual gestão em favor de uma dita "nova matriz econômica". 
Que bicho isso deu?

A receita dilmista persegue a clássica combinação de um pouquinho mais de inflação para um tantão maior de crescimento - algo no que só os petistas ainda acreditam. Mas o que a mistura produziu foi, na realidade, muita inflação e nenhum crescimento - a menos que alguém considere que crescer uma média de, no máximo, 2% ao ano seja alguma coisa digna de nota...

Esta receita baseia-se em mais gasto público, mais crédito, leniência com a inflação e desafogo nos juros. Em momentos de crise mais aguda, como a que se seguiu à debacle mundial de 2008, até produz algum benefício. 
Mas é a velha história: 
remédio em excesso pode acabar matando o paciente. 
Foi o que aconteceu: 
o Brasil hoje está pior do que a maioria dos países do mundo.

O triênio 2011-2013 já foi rifado pela presidente. 
Mas o estrago, infelizmente, tende a ser muito maior. 
O Brasil entrará num ano difícil para todo o mundo, como se prevê que será 2014, com o pé esquerdo. Além de crescermos pouco e termos inflação muito alta, nossas contas públicas estão em completo desarranjo, o crédito está ficando caro e o dólar, com tendência de alta, não deve nos ajudar nadinha, pelo contrário.

Para complicar, nosso investimento é pouco e decadente - no trimestre, caiu 2,2%, no pior resultado desde o primeiro trimestre de 2012. 
Nossa taxa de poupança doméstica (15% do PIB) recuou ao pior nível desde 2000, elevando a dependência de recursos estrangeiros num momento em que o dinheiro fica mais caro no mundo e as contas externas do país já estão no fio da navalha.

Algumas expressões, salpicadas ao longo de páginas e páginas de avaliações negativas publicadas nos jornais de hoje, retratam o ânimo reinante. 
O momento é de "instabilidade", num "clima de incerteza" e de "perda de confiança", diante de uma "condução da política econômica que, focada no curto prazo, encurta o horizonte de planejamento de empresas e consumidores e contribui para variações bruscas da atividade econômica", como resume o Valor Econômico.

Com os resultados do terceiro trimestre conhecidos ontem, com queda de 0,5% sobre os três meses anteriores, a perspectiva para 2014 turvou-se de vez. Há quem acredite que o crescimento do PIB brasileiro no ano que vem mal supere 1%. Mas a média mais comum é de uma expansão de 2%, ainda assim muito, muito ruim para um país que precisa crescer e se desenvolver para superar o enorme fosso de desigualdade e injustiça social como o que ainda persiste entre nós.
Dilma começou seu governo prometendo crescimento de até 5% ao ano. Nunca passou nem perto disso: fez 2,7% em 2011, 1% no dado revisado de 2012 e deve fechar este e o próximo ano com algo em torno de 2%. Neste momento, o Brasil é, em todo o mundo, a economia com o pior desempenho, conforme mostra O Globo.

O governo petista aposta nas privatizações para evitar uma catástrofe pior no ano que vem. Mas esquece-se de que, tivesse ele feito a coisa certa, nesta altura as concessões já poderiam estar produzindo algum resultado, se não tivessem demorado tanto a transpor a resistência ideológica do PT aos investimentos privados.
Um dos aspectos mais lastimáveis de tudo isso é que a maior preocupação do governo da presidente Dilma não tem sido em como lidar com o buraco em que o país se meteu, e como tirar-nos de lá. Mas, sim, em como definir uma "narrativa" que cole na população e a dificulte perceber os problemas que se agigantam antes que as eleições cheguem, como informa hoje O Estado de S.Paulo. A propaganda é a alma do negócio petista.

Tudo considerado, o país vive hoje à sombra do "risco Dilma". 
Paga-se um preço muito elevado por decisões equivocadas. 
Paga-se ainda mais caro pela persistência num caminho que nos conduziu a um beco sem saída. 

O Brasil não tem mais tempo a perder. 
O Brasil não aguenta mais ficar à mercê do projeto de poder do PT. 
O Brasil precisa, e quer, urgentemente mudar.

ITV

BRASIL REAL SEM O MARQUETINGUE DOS VELHACOS II : Rombo recorde R$ 43,9 bilhões.

O Brasil fechou o terceiro trimestre do ano com necessidade de financiamento externo de R$ 43,9 bilhões, a maior da série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) iniciada em 2000. Segundo especialistas, o rombo é resultado de desequilíbrios causados por políticas equivocadas e terá como consequência novas dificuldades a médio e longo prazos.

Em relação ao segundo trimestre, as importações caíram 0,1%, mas as exportações despencaram 1,4%. Na comparação com o terceiro trimestre de 2012, houve elevação muito maior das compras de produtos de outros países (13,7%) do que das vendas para fora (3,1%). Com isso, as necessidades de financiamento cresceram R$ 13 ,8 bilhões entre os dois períodos.

Flávio Serrano, do Espirito Santo Investment Bank, explicou que a disparidade reflete os incentivos dados pelo governo ao consumo, mas não ao investimento e à produção. “As empresas não conseguem sequer atender a demanda interna, quanto mais exportar”, disse.

Poupança
A economista Zeina Latif, sócia da Gibraltar Consulting, também aponta o descompasso, mas, por ora, não vê problemas no financiamento do deficit externo. “A curto prazo, isso não atrapalha. Mas uma hora o mundo pode dizer para o Brasil: basta, você já consumiu demais”, alertou.

Serrano destacou que o desempenho negativo das contas públicas é a causa da baixa poupança do país, que caiu para 15% do PIB no terceiro trimestre, a menor desde 2001. Se o Estado não se apropriasse de parte do que as famílias guardam para se financiar, a taxa estaria em patamar adequado.

PAULO SILVA PINTO Correio Braziliense 

BRASIL REAL SEM O MARQUETINGUE DOS VELHACOS : O PIB do Brasil encolhe e há risco de recessão

A economia brasileira ficou menor.
Apesar de todos os estímulos dados pelo governo, o Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre registrou queda de 0,5% ante os três meses imediatamente anteriores, o maior tombo desde janeiro a março de 2009, quando a atividade encolheu 1,6% e o Brasil mergulhou na recessão, empurrado pelo estouro da bolha imobiliária dos Estados Unidos. O resultado, que provocou comoção no Palácio do Planalto e elevou o tom das críticas da oposição, superou a média das projeções do mercado, de queda de 0,3%. 


O recuo refletiu, sobretudo, a desconfiança do empresariado em relação à política econômica da presidente Dilma Rousseff, que tem sido leniente com a inflação, elege setores específicos para receber benefícios, intervém na condução dos juros pelo Banco Central, recorre a truques fiscais para mostrar uma saúde que as contas públicas não têm e congela as tarifas públicas. Não à toa, os investimentos produtivos cederam 2,2%, a grande surpresa negativa divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com a agropecuária, que tombou 3,5%. O saldo só não foi pior graças à força do consumo das famílias, com incremento de 1%, e à gastança do governo, que teve alta de 1,2%.
 
“Infelizmente, o risco de haver uma recessão no país não é desprezível. A maioria dos indicadores antecedentes de atividade e as condições financeiras sinalizam contração na atividade nos últimos três meses do ano”, disse Vagner Alves, economista da Franklin Templeton.

Mas não é só.

 “Também estamos vendo uma economia muito fraca no primeiro trimestre de 2014”, acrescentou. Com isso, ele reduziu, de 2,4% para 2,2%, a projeção de crescimento para o PIB neste ano e acredita que o resultado de 2014, quando a presidente Dilma tentará a reeleição, será inferior a 2%. Pelos cálculos do banco inglês Barclays, o avanço no próximo ano será de 1,9%, na melhor das hipóteses.

Dificuldades
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, mantém o otimismo. Para ele, a economia brasileira está em trajetória de expansão gradual, que deve se manter nos próximos trimestres. “A recuperação talvez não esteja na velocidade que gostaríamos”, reconheceu. “Mas ainda é possível que o PIB avance 2,5% neste ano”, emendou. No entender dele, “houve uma concentração de crescimento no segundo trimestre (quando o PIB teve alta de 1,8%)”, por isso, “o país teve dificuldade de crescer agora”. “A base de comparação fica mais difícil após um bom resultado”, justificou. Segundo ele, isso pode explicar o fato de o Brasil ter sido o país com o pior desempenho, em todo o mundo, entre julho e setembro.

Mantega reconheceu que a altas dos juros promovida pelo Banco Central teve impacto negativo sobre a atividade econômica. Em abril passado, a taxa básica (Selic) estava em 7,25%, a menor da história, mesmo com a inflação em disparada. Agora, chegou a 10%, a fim de conter o custo de vida por meio do encarecimento do crédito e da restrição ao consumo. A expectativa dos analistas é de que, com o PIB minguando, a presidente Dilma obrigue o BC a encerrar o arrocho em janeiro, no máximo, com mais uma alta de 0,25 ponto percentual, para 10,25%.

Entre integrantes da equipe econômica, a avaliação, quase consensual, é de que o próximo ano deverá ser ainda mais difícil para o Brasil, diante da redução dos estímulos dados à economia dos Estados Unidos, que resultará em fuga de recursos de países emergentes e, por tabela, na alta do dólar. A desconfiança em relação ao governo, que já é grande, tende a se agigantar, pois não se espera corte de gastos públicos em um período eleitoral.
 

Na lanterna
Entre julho e setembro deste ano, de 13 países listados pelo IBGE, o Brasil teve o pior resultado. Ficou atrás até da Espanha e de Portugal, economias cambaleantes, que avançaram, em relação ao segundo trimestre, 0,1% e 0,2%, respectivamente. No grupo dos Brics, que agrega os principais emergentes, o Brasil, com salto de 2,2% ante o terceiro trimestre de 2012, ficou bem distante da China, que cresceu 7,8%, e da Índia, com 4,8%. Mas superou a África do Sul, com aumento de 1,8% e a Rússia, com 1,2%. 

Para o economista-sênior do Espírito Santo Investment Bank, Flávio Serrano, qualquer que seja o parâmetro de comparação, os dados do PIB brasileiro são decepcionantes. “Os números mostram que não conseguimos crescer, embora existam diversas medidas para estimular o consumo. Os resultados práticos das ações do governo são deficit recorde nas contas externas e mais inflação, consequências de um desequilíbrio macroeconômico de pouca produção para muito consumo”, assinalou.

 Segundo ele, a indústria, que deveria estar em plena atividade para atender o consumo das famílias, ficou estagnada, com avanço de 0,1%. O mesmo ocorreu com o setor de serviços. Segundo Delfim Netto, ex-ministro da Fazenda e um dos conselheiros da presidente Dilma, o dólar barato por muito tempo acabou com a indústria de manufaturados. 

Com a queda do PIB, a oposição criticou o governo. 
O governador de Pernambuco, Eduardo Campos, pré-candidato à Presidência da República pelo PSB, disse que o Brasil atravessa uma crise de expectativas que começa a afetar o desempenho da atividade econômica.

Segundo o Instituto Teotônio Vilela, ligado ao PSDB, “o PT mergulhou o país num mar de desconfiança, que implode diariamente os alicerces que nos fizeram chegar até aqui. A experiência com Dilma Rousseff é desastrosa”.

Vicente Nunes
Correio Braziliense

SEM MARQUETINGUE DOS VELHACOS ! brasil maravilha DOS FARSANTES E EMBUSTEIRA 199 : PETEBRAS saca R$ 28 bi de fundo em três meses

Com um dos maiores caixas do país, a Petrobras teve de resgatar, em três meses, R$ 27,8 bilhões de um fundo de curto prazo para cumprir investimentos e obrigações com fornecedores e bancos.

O patrimônio desse fundo (chamado FIC Olimpo), que tinha, no auge, em 27 de agosto, R$ 45,7 bilhões, foi reduzido em 67%, para R$ 15 bilhões, na quinta-feira passada, dado mais recente segundo a agência Bloomberg.  

 Esses saques, segundo analistas, demonstram a crescente deterioração das contas da empresa e sinalizavam que a estatal não teria outra saída além de reajustar a gasolina ou captar recursos no mercado de capitais.

Criado em agosto do ano passado, o Olimpo procurou manter um patrimônio médio de R$ 30 bilhões ao longo do ano, patamar considerado confortável para a empresa. No fim de setembro, o fundo tinha R$ 32 bilhões -93,6% do total de aplicações da empresa, de acordo com o balanço do terceiro trimestre.

Os saques foram ocorrendo enquanto a companhia estatal aguardava o momento do reajuste, anunciado no fim da semana passada.

O ministro Guido Mantega (Fazenda) afirmou ontem que a previsão inicial era que o aumento ocorresse no meio do ano, mas "não foi possível" devido às "manifestações" de junho e julho.
Em agosto, os saques somaram R$ 1,7 bilhão, 
seguidos por R$ 8,8 bilhões, em setembro, 
R$ 9,6 bilhões, em outubro, 
e R$ 7,7 bilhões, em novembro (até o dia 28).

O Olimpo é um fundo com taxa de administração baixíssima, de 0,00425% ao ano (os grandes aplicadores pagam, normalmente, 0,5%).
Ele investe em outros 12 fundos das mais variadas instituições financeiras: 
BTG Pactual, 
Itaú Unibanco, 
Santander, 
Caixa Econômica Federal, 
Banco Alfa, 
JPMorgan, 
GAP, 
Votorantim, 
Schroder, 
BNP Paribas, 
Banco do Brasil e Bradesco.

Em comum são todos fundos de alta liquidez (facilidade de resgate) que aplicam em títulos públicos, a maioria ligados ao CDI.
No ano até o dia 27 de novembro, o rendimento bruto foi de 6,16% -abaixo dos 7,15% do CDI e dos 7,29% da taxa Selic no período, segundo a Economática.

Procurada, a Petrobras preferiu não comentar. 

TONI SCIARRETTA/DE SÃO PAULO  
Folha

A divida e conta de juros do setor público no Brasil



No mês de outubro, quando o relatório da OCDE sobre o Brasil foi divulgado, o nosso Ministro da Fazenda falou o seguinte: 
“O Brasil é um dos países com o maior superávit primário, economia para pagamento de juros da dívida pública. Mesmo em momento de crise, mantivemos um desempenho fiscal satisfatório”.

Na mesma linha, o Secretário de Política Econômica, Márcio Holland, falou em outubro que:
 “O FMI carrega muito nessa discussão fiscal desnecessariamente. O principal problema deve estar em outros países, que estão sofrendo com relação entre dívida e PIB de mais de 100% do PIB. O Brasil tem uma relação de dívida bruta em torno de 59% ….”

Há que se ter cuidado com essas declarações por dois motivos. 

Primeiro, 
se tivéssemos com um superávit primário (sem truques) por volta de 2,5% do PIB e com a economia crescendo por volta de 3,5% ao ano, poderíamos ficar relativamente tranquilos. Esse não é o nosso caso. O Brasil está com um superávit primário por volta de 1,5% do PIB , com uma economia crescendo próximo a 2% ao ano.

Dada a nossa elevada conta de juros do setor público de 5% do PIB e o baixo crescimento, o nosso superávit primário não é mais suficientemente elevado para sinalizar uma queda consistente da dívida pública. Vale lembrar que se hoje a diferença entre a divida liquida e bruta do setor público fosse a mesma de 2007, a nosso divida bruta deveria estar próxima a 47% do PIB e não perto de 60% do PIB. Aumentamos fortemente a divida bruta por decisão de política econômica.

Segundo, 
o mercado não nos olha como Alemanha, 
EUA, 
Espanha, 
França 
ou Reino Unido (Tabela 1). 

Esses países têm dívida bruta superior a 80% do PIB, mas uma conta de juros do setor público entre 2,2% e 2,5% do PIB (dados de 2012). Se eles crescerem 2% ao ano, uma taxa razoável dado que se trata de países desenvolvidos, o esforço fiscal que eles têm que fazer será muito inferior ao do Brasil que gasta mais do que o dobro com juros.

Tabela 1 – Dívida Bruta e Conta de Juros do Setor Público (% do PIB) – 2012


Fonte: FMI

O mercado não nos olha nem mesmo como Portugal, 
Itália, 
Irlanda 
e Grécia; 
que têm uma conta de juros mais próxima a nossa para um nível de endividamento que é quase o dobro (Tabela 2). 

O mercado nos olha como a Índia, que tinha em 2012 uma divida bruta de 66,7% do PIB, ante 68% do PIB para o Brasil pelo critério do FMI, e uma conta de juros de 4,4% do PIB ante 4,9% do PIB para o Brasil, em 2012. 

Tabela 2 – Dívida Bruta e Conta de Juros do Setor Público (% do PIB) – 2012


Fonte: FMI

Em resumo, para o nosso nível de renda, o Brasil tem uma dívida elevada (68% do PIB em 2012 pelo critério do FMI) e pagamos uma conta de juros alta (5% do PIB). Temos um histórico de calotes (se lembram do Plano Color), inflação elevada e não estamos ainda na categoria de países que se dão ao luxo de ter uma divida alta (acima de 80% do PIB) e uma conta de juros baixa inferior a 2,5% do PIB.

E por que não baixar os juros do Brasil na marra? 
Bom, tentamos isso recentemente não foi? 
vale lembrar que nossa dívida é preponderantemente financiada no mercado doméstico e, assim, não podemos nem mesmo culpar o resto do mundo. 
Mas para um País que já precisa e vai precisar ainda mais da poupança do resto do mundo para crescer, não vamos conseguir pagar juros reais de 2% na marra.

Assim, teremos que continuar fazendo um esforço fiscal relativamente elevado (superávit primário entre 2% a 2,5% do PIB) para reduzir a nossa divida bruta para uma faixa inferior a 50% do PIB para começarmos a sonhar com uma conta de juros do setor público e um esforço de superávit primário menor. 

Se fizermos o dever de casa, em algum momento poderemos cometer alguns dos excessos dos países desenvolvidos. Até lá é melhor nos compararmos aos demais países emergentes e, por essa comparação, a nossa dívida bruta, mesmo pelo nosso critério de 60% do PIB, é muito maior que a média dos países emergentes (35% do PIB).

Transcrito do original em :