"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

dezembro 12, 2011

PARA O BRASIL SEGUIR MUDANDO, E COMO! COM A "PRESIDENTA 1,99", "AÇEÇORADA" PELO MINISTRO BUFÃO, RESULTA EM : Economia brasileira tem 2ª maior desaceleração entre 34 países

A economia brasileira teve a segunda maior desaceleração entre 34 países em outubro, informou a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) nesta segunda-feira, 12.


O índice de indicadores antecedentes da organização para o Brasil recuou de 102,3 pontos em outubro de 2010 para 94,2 pontos em igual mês deste ano, uma queda de 7,9%. Na comparação com setembro, o índice para o País caiu 0,5%.

Além do Brasil, só a Índia teve uma recuo porcentual maior do indicador, de 8,7%. Entre todos os membros da zona do euro, houve uma queda de 5,1% em bases anuais.


O resultado contraria a afirmação recente do ministro da Fazenda, Guido Mantega, que a perda de vigor da economia no 3º trimestre era passageira.

“No quarto trimestre, já temos outra situação. A economia já estará acelerando, porque uma parte das medidas que tomamos já está sendo revertida, principalmente as medidas monetárias”, afirmou ele na semana passada.


Maiores economias estão desacelerando

O índice antecedente para os 34 membros do bloco recuou de 100,4 em setembro para 100,1 em outubro. Essa foi a oitava queda mensal consecutiva, indicando que a desaceleração do crescimento nos países desenvolvidos iniciada no terceiro trimestre do ano passado deve continuar.

Segundo a OCDE, os indicadores antecedentes para os emergentes também apontam para uma continuação da desaceleração. Mas a organização afirma que alguns países terão um desempenho pior do que outros.

A atividade econômica no Brasil, França, Alemanha, Índia, Itália, Reino Unido e na zona do euro deve ser mais fraca do que a tendência de longo prazo. Já no Japão e na Rússia a atividade deve ficar acima da tendência de longo prazo.


Já o índice dos EUA recuou de 101,0 para 100,9. O índice da zona do euro caiu de 99,2 para 98,5, enquanto o índice da Rússia ficou estável em 102,2.

Os indicadores antecedentes da OCDE são destinados a dar sinais antecipados de pontos de virada entre expansão e desaceleração da economia e são baseados numa série de dados que têm um histórico de assinalar mudanças das atividades.
As informações são da Dow Jones.


Álvaro Campos/Agência Estado

brasil maravilha : Brasil é o Bric mais dependente da UE

O Brasil é o país dos Brics mais dependente dos frágeis bancos europeus - com operações de mais de US$ 400 bilhões -, num momento em que a crise seca os créditos internacionais e em que o País tem mais dificuldades em captar recursos no exterior.

Os dados são do Banco de Compensações Internacionais (BIS), que, em relatório, apontou ontem que a crise financeira, embora tenha epicentro na Europa, já é global e contamina todas as regiões emergentes.

De acordo com o BIS, as instituições financeiras brasileiras reduziram seus empréstimos, e as emissões realizadas pelo País despencaram nos últimos meses.

O banco registra também que as economias emergentes já tiveram uma fuga de US$ 25 bilhões em dois meses, diante de investidores europeus repatriando recursos para fazer frente à crise no Velho Continente.

No terceiro trimestre de 2011, a deterioração do mercado internacional fez a captação brasileira em emissões cair de forma brusca.

Foram apenas US$ 2 bilhões, contra mais de US$ 13 bilhões no segundo trimestre. Em 2010, esse valor chegou a US$ 26,7 bilhões.

O País segue a tendência mundial, que registrou a maior redução de emissões desde 1998. O cenário internacional acabou com a série de dois anos de forte captação para os emergentes por conta dos altos spreads. Na Ásia, a taxa de emissão caiu pela metade.

Bancos europeus tiveram dificuldades em emitir e o setor industrial mundial captou apenas US$ 70 bilhões, o menor volume em três anos. Os únicos a ganhar foram os alemães, captando US$ 47 bilhões.

Longe de ser um fenômeno apenas europeu, o BIS constata que a crise econômica já tem "implicações macroeconômicas dentro e fora da Europa", atingindo os mercados emergentes. O primeiro sinal foi a fuga de investidores para papéis de Tesouros de maior qualidade.

A aversão ao risco fez fundos optarem por papéis com classificação de risco AAA. Outro fenômeno foi o repatriamento de recursos de investidores europeus, diante das perdas sofridas em seus mercados de origem.

"Investidores retiraram mais de US$ 25 bilhões de fundos nos mercados emergentes em agosto e setembro, principalmente de fundos de ações", afirmou o BIS.

No mesmo período, a União Europeia recebeu 85 bilhões, num sinal de que a fuga de emergentes foi de fato promovida por europeus repatriando recursos para fazer frente à crise.

Uma das repercussões foi a pressão para baixo exercida em moedas como a do Brasil. O valor das ações ainda caiu bruscamente nos emergentes, superando as perdas nos países ricos.

Exposição. Para o Brasil, o que mais preocupa analistas é que o País tem uma forte dependência de créditos de bancos estrangeiros.

Essas operações de financiamento chegam a US$ 586 bilhões, a maior parte exatamente com bancos europeus. Segundo dados do BIS, a exposição desses bancos no Brasil seria de US$ 416 bilhões.

A maior proporção dessas operações está sobre os bancos espanhóis, o grupo considerado como o mais frágil hoje na Europa. O BIS acredita que esse efeito pode ser amortizado, porém, pelo fato de que as sucursais de bancos espanhóis no Brasil estão dando créditos com base em seus próprios recursos locais.

Mas, com uma exposição da ordem de US$ 210 bilhões nos bancos espanhóis, analistas consideram que o Brasil dificilmente ficará imune.
Hoje, o Brasil demonstra mais dependência dos bancos europeus que países como Irlanda, Grécia, Polônia, Portugal ou Suíça.

A exposição do Brasil às instituições financeiras europeias é ainda a maior entre os Brics.
Bancos europeus, por exemplo, contam com créditos de US$ 300 bilhões na China e inferiores a US$ 200 bilhões na Índia - e mesmo na Rússia, mercado vizinho.

Outro fator que preocupa é que 30% do dinheiro de curto prazo no Brasil é de origem europeia. Assim como entram rapidamente podem também deixar o Brasil no curto prazo

JAMIL CHADE O Estado de S. Paulo

GATO POR LEBRE! "PRESIDENTA 1,99 " MAMULENGA DAMA TESTA DE FERRO : Governo federal não cumpre corte de gastos E Investimento federal cai R$ 16,5 bi

Na reta final de 2011, o balanço das contas públicas mostra que o aperto fiscal de R$ 50 bilhões, anunciado em março pela equipe econômica, encolheu substancialmente, e algumas despesas que o governo prometera reduzir, como os benefícios previdenciários e o seguro-desemprego, cresceram fortemente, ao invés de caírem.

O corte efetivo de despesas, segundo a última avaliação da área econômica, chegará a R$ 21,3 bilhões, e a área mais atingida é a de investimentos.

Em março, o governo pretendia investir R$ 50 bilhões - já considerando um corte de R$ 18 bilhões nessas despesas - mas, até novembro, a execução estava em R$ 38,7 bilhões.


As despesas com benefícios previdenciários e com o seguro-desemprego, que o governo prometera reduzir em R$ 5 bilhões em relação à previsão da lei orçamentária, cresceram R$ 10,5 bilhões.

Pela última estimativa, essas despesas chegarão a R$ 318,7 bilhões em 2011, R$ 15,5 bilhões além do previsto.


Com o aumento desses gastos, a redução de R$ 15,7 bilhões nas despesas obrigatórias prometida pelo governo caiu para R$ 560 milhões, 3,6% da estimativa.

O corte de R$ 36,2 bilhões nas despesas de custeio e investimentos, adotado em março, caiu para R$ 24 bilhões com a liberação de recursos do Orçamento em novembro.

A liberação concentrou-se em despesas de custeio, e os investimentos chegam ao fim do ano como a área mais afetada pelo ajuste fiscal, embora o grosso dessas despesas nem tenha sido contingenciado, pois está dentro do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).


A retração nos investimentos contribuiu para a estagnação da economia brasileira no terceiro trimestre.

Mesmo tendo feito um esforço fiscal bem abaixo do anunciado no início do ano, por conta do aumento de despesas obrigatórias e de custeio, o governo acumulou um superávit robusto nas contas públicas, equivalente a 3,3% do Produto Interno Bruto (PIB), favorecido pelo forte crescimento da arrecadação.

Arrecadação bate recorde sobre recorde este ano
Quando anunciou o corte de R$ 50 bilhões nas despesas, o governo justificou a necessidade de adequar os gastos a uma previsão mais modesta de receitas.

A arrecadação ficaria R$ 18 bilhões abaixo da estimada para a lei orçamentária.


Só que, ao longo do ano, a arrecadação bateu recordes. A última previsão é que a receita fechará 2011 com um montante de R$ 21,7 bilhões acima do valor estimado pelo Congresso.

Ou seja, a diferença entre o que o governo estimou e o que vai arrecadar chega a R$ 40,3 bilhões.


Pesaram as receitas extraordinárias que recebeu com o Refis (renegociação de tributos atrasados) da crise e com multas.

“O ajuste fiscal perverso se mantém com o aumento da receita, que acomoda o crescimento dos gastos correntes”, destaca a economista Margarida Gutierrez, do Grupo de Conjuntura da UFRJ.


Íntegra :Globo:

Outra :
Contrariando o discurso oficial de que seriam preservados neste ano de contenção fiscal, os investimentos do governo federal encolheram R$ 16,5 bilhões de janeiro a novembro de 2011, em comparação com 2010. É o que mostra levantamento realizado pela Associação Contas Abertas.

A queda nos investimentos foi observada nos projetos realizados pelos ministérios e estatais federais. No primeiro grupo, os gastos este ano ficaram em R$ 32,7 bilhões, contra R$ 40,7 bilhões em 2010 - retração de R$ 8 bilhões. Nas estatais, o volume investido caiu de R$ 70,7 bilhões, em 2010, para R$ 62,2 bilhões - queda de R$ 8,5 bilhões.

Os dados foram coletados em bases oficiais, como o Sistema de Administração Financeira (Siafi) e o relatório do Ministério do Planejamento sobre investimentos das estatais, e atualizados pelo índice IGP-DI.

“O governo, preocupado com a inflação, contraiu o investimento”, disse o secretário-geral da Contas Abertas, Gil Castelo Branco.

Esses números dão a medida do dilema que a presidente Dilma Rousseff vai administrar em 2012.

Para que a economia cresça 5%, o governo depende do investimento privado, como já admitiu o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Enquanto isso, as empresas esperam o setor público.

“O investimento privado vai depender muito das concessões que o governo fizer e dos investimentos em infraestrutura”, disse o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade.

Alternativas. O problema é como fazer isso sem piorar o resultado fiscal. Este ano, a meta de superávit primário (saldo positivo das contas públicas) só será cumprida à custa de contenção de investimentos e de um desempenho acima do esperado da arrecadação.

Se a ordem é investir mais, a arrecadação terá de ser ainda melhor que em 2011, o que não está no horizonte.

Assim, restam sobre a mesa duas alternativas: conter os investimentos ou diminuir o superávit. Mantega tem afirmado que mexer no resultado primário está fora de cogitação.

“Do ponto de vista fiscal, vamos manter a linha de solidez”, afirmou na semana passada, ao comentar o crescimento zero do PIB no terceiro trimestre.

Ele lembra que os países afetados pela crise têm problemas no campo fiscal - portanto, não é hora de afrouxar.

Íntegra : Estadão: