"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

dezembro 12, 2013

E NA REPÚBLICA DO BUFÃO E EMBUSTEIRA 1,99... Pernas quebradas, política manca



O diagnóstico do governo petista sobre a situação da nossa economia continua equivocado. Poderia ser mero erro de avaliação, mas tende a ser má-fé mesmo. O país não caminha hoje apenas com "duas pernas mancas", como disse ontem Guido Mantega. Está é com suas pernas quebradas.
Os argumentos do ministro é que são mancos.

Segundo o ministro da Fazenda, e astrólogo frustrado, os problemas do Brasil são a crise internacional e o escasso financiamento ao consumo, com respectivo aumento da inadimplência. Mantega repete a ladainha governista de transferir para além-mar a culpa das mazelas que nos são próprias.


O inferno não são os outros; somos nós mesmos.
A crise financeira global já completou cinco anos.
Teve períodos muito severos, mas ninguém haverá de discordar que o pior já ficou para trás. A maior parte das economias do mundo já está decolando, recuperando terreno, reativando negócios e atividades.


Isso só não tem acontecido no Brasil e em alguns poucos lugares. Ontem, a Cepal divulgou a revisão de seus prognósticos para a economia da América Latina e Caribe para este ano e o próximo.

Pouca coisa mudou desde a versão anterior, de meados do ano:
o Brasil continua entre os de pior desempenho no continente, com expansão projetada de 2,4% em 2013 e 2,6% em 2014.
(Os números da Cepal parecem otimistas demais.)

Neste ano, entre os latino-americanos El Salvador e Venezuela continuam tendo crescimento menor que o do Brasil - 1,7% e 1,2%, respectivamente.
Mas o México também passou a figurar na rabeira, com previsão de 1,3%, menos da metade do previsto cinco meses atrás. De toda forma, além destes três países, o desempenho brasileiro ficará também abaixo da média do continente.

Para 2014, o cenário se repete:
crescimento de 2,6% projetado para o Brasil, de novo maior somente que os de El Salvador e Venezuela e tão ruim quanto o da Argentina - de acordo com a Cepal, no ano que vem o México já deverá voltar a se descolar do grupo do fundão, quase triplicando sua média de expansão prevista para 2013.

Se não somos páreos nem em relação a nossos vizinhos do continente, imagine em relação a mercados emergentes, cuja média de crescimento prevista pelo FMI é de 5% em 2013 e 5,4% no ano que vem... Vale lembrar que, no terceiro trimestre deste ano, o Brasil já foi o país de pior desempenho entre todas as economias do mundo, com retração de 0,5% no PIB.

Os dados da Cepal servem apenas para rechaçar um dos argumentos mancos empregados por Mantega para tentar justificar o fiasco da política econômica avalizada por Dilma. Não adianta acusar o mordomo quando o culpado é o dono da casa. A questão é que na equação do pessoal da equipe econômica não entra o elemento governo, maior responsável pelo mau andamento do país.

Se o crédito - a segunda "perna manca" de Mantega - está caro é porque a economia está em desequilíbrio. Juro alto, como o que o governo brasileiro pratica, resulta em maior inadimplência, sim. Mas isso não é culpa apenas dos endividados. Juro alto é consequência da inflação alta - esta mesma que Dilma Rousseff insiste em dizer que está dentro da meta, quando há anos não passa nem perto do alvo...

Temos desequilíbrios relevantes no lado da oferta, agravados pela incúria do governo em investir, ao mesmo tempo em que a máquina pública acelera seus gastos. Até outubro, enquanto as despesas correntes aumentaram R$ 92 bilhões, os investimentos não cresceram nem R$ 3 bilhões. Assim não tem risco de dar certo.

Um bom diagnóstico é o primeiro passo para a superação de qualquer problema. Mas, para nossa infelicidade, Guido Mantega e a presidente Dilma Rousseff não costumam encontrar o melhor ponto de partida, dificultando achar o melhor caminho a seguir. Pode ser que tenham só dificuldade de compreensão, mas o mais correto é dizer que o governo deles pratica uma política manca mesmo.


ITV
Pernas quebradas, política manca

Endividamento das famílias sobe para 53,8%



A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomércio-SP), mostrou que o endividamento das famílias ficou em 53,8% em dezembro, ante 52,1% em novembro.

Ainda de acordo com o levantamento, o índice de famílias com contas em atraso aumentou para 16,8%, após ficar em 14,8% no mês anterior.

A Fecomércio-SP também informou que o crescimento do número de famílias endividadas foi de 8% em 2013, ante 2,8% em 2012. Segundo o diretor executivo dá entidade, Antonio Carlos Borges, a trajetória de alta do endividamento é um dos fatores que embasam uma perspectiva cautelosa para a atividade varejista no ano que vem. 

"Um aumento do nível de desemprego ou uma queda da renda real pode se transformar em dificuldade de pagamento. Qualquer insuficiência das variáveis econômicas que levam as pessoas a se endividar é perigosa. Isso preocupa para 2014", disse Borges.

A boa notícia, segundo o diretor da Fecomércio-SP, é que o valor médio das dívidas vem caindo. "Apesar de continuar assumindo dívidas, o consumidor brasileiro está mais consciente."

Gabriela Lara
O Estado de S. Paulo

Vendas no varejo crescem 0,2% e ficam abaixo do esperado



Próximo do final do ano, as vendas do comércio varejista perderam fôlego e cresceram 0,2% em outubro na comparação com setembro diante da alta da inflação e do menor dinamismo dos supermercados.

O resultado, divulgado pelo IBGE nesta quinta-feira (12), é inferior ao obtido em meses anteriores. Também veio abaixo do esperado pelos analistas, que previam avanço de 0,5%.

Apesar do cenário adverso para o consumo, com juros mais altos, crédito restrito e inadimplência elevada, o desempenho do varejo vinha surpreendendo nos últimos meses o avanço de outubro é o oitavo seguido. 

 
Isso ocorreu mesmo que o setor tenha registrado desaceleração já em setembro.
Em agosto, a expansão havia sido de 0,9% num ritmo tido como forte. 
Já em setembro, a taxa cedeu para uma alta moderada de 0,5%.
Ainda que o varejo não mostre o mesmo dinamismo de anos anteriores, o setor segue em crescimento na comparação com 2012. 
Em relação a outubro daquele ano, a alta ficou em 5,3%.

Já no acumulado do ano até outubro, a taxa foi de 4%. 
Em 12 meses, o comércio registrou um crescimento de 4,5% e deve fechar o ano em ritmo semelhante, segundo analistas. 
As projeções apontam para um avanço entre 4,5% e 5%.

SETORES

De setembro para outubro, os setores que mais contribuíram para a expansão das vendas do varejo foram combustíveis (alta de 0,6%), 
equipamentos de informática e comunicação (3%) 
e outros artigos de uso pessoal e domestico (1,2%).

Já as queda de maior impacto veio de supermercado e demais lojas de alimentos e bebidas com retração de 0,4%. O setor sofreu com o repique da inflação de alimentos naquele mês, após um período de reajustes mais moderados.

O mesmo ocorreu com as vendas de artigos de vestuário, que caíram 0,4% diante dos preços maiores da nova coleção de verão.

Outra contribuição negativa foi o recuo de 0,2 % no ramo de móveis e eletrodomésticos, sob impacto do fim ou redução do desconto de IPI para os produtos do setor. 


PEDRO SOARES/Folha

brasil maravilha DOS FARSANTES NA RABEIRA ! SEM O MARQUETINGUE CANALHA, A DUPLA IGNÓBIL SEGUE "MUDANDO" O BRASIL : PIB do G-20 cresce 0,9% no terceiro trimestre; Brasil tem o pior desempenho



dução de bens e serviços (PIB) do grupo das 19 economias mais poderosas do mundo mais a Rússia (G-20) avançou 0,9% no terceiro trimestre em relação ao anterior – calcula a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). No segundo trimestre, a variação havia sido positiva em 0,8%.

A China foi a economia que mais cresceu no período: 
2,2%. 
A Índia, em segundo lugar, avançou 1,9%. 
A indonésia, na sequência, teve expansão de 1,3% no intervalo.

No Brasil, dono da rabeira da lista, o PIB foi negativo em 0,5% no terceiro trimestre - como divulgado recentemente pelo IBGE.

Veja no gráfico abaixo como evoluíram as economias do G-20 que já tiveram o PIB do terceiro trimestre calculado.

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Gustavo Santos Ferreira/Estadão