"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

julho 07, 2013

O HOMEM DE 2015 E O brasil maravilha "PUTÊNCIA" DOS FARSANTES : Crise de Eike põe mais dúvida sobre o Brasil no exterior. "Ambos tinham muito potencial, mas não estão entregando o prometido".


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A derrocada dos negócios do empresário Eike Batista virou para investidores e analistas americanos de mercado um exemplo dos problemas da economia brasileira: 
"Ambos tinham muito potencial, mas não estão entregando o prometido".

A maioria dos ouvidos pela reportagem destaca que há vários casos de sucesso no mundo corporativo brasileiro para compensar a queda do mundo X, mas há temores de que medidas populistas sejam tomadas pelo governo. Para eles, a euforia sobre o país e sobre Eike já é passado.

"A queda das ações e dos títulos do Eike foi acelerada pela onda de protestos. Ninguém imagina agora que o governo possa resgatá-lo. Seria muito impopular ajudar um bilionário neste momento", disse o analista do banco JPMorgan Daniel Sensel.

"Eike prometeu muito e não conseguiu entregar. Suas empresas têm muita dívida. O investidor se deu conta de que elas jamais seriam tão grandes como se esperava." 


Um grande investidor americano, com presença no Brasil e na China, chamou Eike de "Donald Trump brasileiro". Pedindo que não tivesse o nome revelado, como vários investidores entrevistados, recordou que Eike deu longa entrevista há dois anos ao programa de TV "60 Minutes".
Em uma extensa reportagem especial sobre o Brasil, Eike fala que "os americanos precisam acordar para o Brasil, vocês ainda acham que nossa capital é Buenos Aires". O investidor diz que Eike, desde então, parecia arrogante e um grande vendedor, mas demorou para provar que obtinha resultados.
Editoria de Arte/Folhapress
DÚVIDAS

Refletindo a incerteza do investidor estrangeiro sobre o país, muitos faziam perguntas ao repórter antes de dar opinião. Questionavam se a onda de protestos duraria muito mais, a permanência do ministro Guido Mantega (Fazenda) no cargo e até se haveria outros "Eikes".

Para Robert Lafranco, editor do índice de bilionários da agência Bloomberg, "a queda de Eike é tão chocante quanto se amanhã Amancio Ortega [dono da rede espanhola de moda Zara] perdesse sua fortuna".

"O petróleo que ele prometeu não veio, os preços do ouro e do ferro estão caindo. Ele já foi vendedor de seguros, tem lábia, mas agora os credores correm atrás."


IMPACTO NO PAÍS

Para os analistas, quem conhece bem o Brasil sabe que Eike deveria ter um impacto "pequeno" sobre a imagem do país. Para quem conhece menos, porém, a impressão pode piorar.

"Intervenções de Dilma nas companhias elétricas ou a queda do real têm muito mais impacto na imagem do país que Eike", diz Sensel.

"Ou se Dilma adotar medidas populistas que impactem o desempenho das empresas ou aumentem a regulação de certos setores."

Um relatório do Crédit Suisse aponta para esse pessimismo sobre o país. A projeção de alta do PIB neste ano foi recortada de 3% para 2%.

Os analistas do banco citam várias "dinâmicas desfavoráveis", como redução de investimentos dada à instabilidade do país, a desvalorização do real aumentando a pressão sobre a inflação e a desaceleração na China. Eles também apostam na queda de confiança entre consumidores e empresários.
 
Editoria de Arte/Folhapress
*RAUL JUSTE LORES" DE WASHINGTON 

Mais : 

LEMBRAM DA FANFARRICE PETRALHA : O CACHACEIRO NOS ENSINOU O CAMINHO? POIS É! O "QUERIDINHO" FÁTUO SEGUIU À RISCA O RASTO : Bolha da OGX foi inflada por 55 anúncios de descobertas de petróleo, grande parte deles anunciando descobertas em um mesmo poço

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Em uma campanha exploratória impressionante a OGX protagonizou, em dois anos e meio - de outubro de 2009 a maio de 2012 -, 55 anúncios de descoberta de petróleo ou declarações de comercialidade (jargão que indica, no setor de petróleo, que uma área pesquisada vai virar um campo produtor). 


A cada comunicado promissor, o mercado reagia imediatamente e a empresa acompanhava os saltos no gráfico de suas ações.

Um levantamento de todas as divulgações feitas pela petroleira de Eike Batista desde sua criação, em 2007, revela que foram mais de 105 comunicados oficiais. Metade deles apontava indícios de petróleo em suas áreas. Grande parte das descobertas referia-se ao mesmo poço perfurado, apenas em estágios diferentes. 

A despeito disso, as ações subiam sempre que um desses "fatos relevantes", como são conhecidos os relatórios oficiais, era enviado à Bolsa de Valores e à Comissão de Valores Mobiliários (CVM, responsável pela fiscalização de mercado).

Agora, o mercado financeiro parece dividido entre alternativas ruins: houve incompetência, ingenuidade ou má gestão? 
"Não é plausível que uma empresa com tantas promessas de sucesso tenha se tornado um fracasso da noite para o dia", diz Ricardo Lacerda, sócio do banco BR Partners.

Alguns comunicados tinham tom eufórico. 
"A OGX é a prova de que vale a pena apostar na competência dos brasileiros e na riqueza e abundância dos nossos recursos naturais. Esses recentes sucessos vão pavimentar o caminho do nosso robusto crescimento e igualdade social. Viva o Brasil!", escreveu Eike em outubro de 2009, no fato relevante enviado à CVM sobre a descoberta no bloco marítimo da Bacia de Campos BM-C-43.

Até junho de 2012, quando teve de revelar o real volume do petróleo que jorrava de sua principal aposta, o campo de Tubarão Azul, na Bacia de Campos - um décimo do que apregoou -, o tom das informações que vinham da OGX era exatamente esse. 

Em janeiro de 2010, poucos meses depois de começar a furar os poços, Eike fez uma previsão mais do que otimista num documento ao mercado: 
"Com os resultados de nossas perfurações até o presente, fomos capazes de revelar uma nova província no sul da Bacia de Campos e quebrar paradigmas (...). Agora nos preparamos para uma nova fase na história da OGX, que buscará atingir a produção de 1,4 milhão de barris por dia em 2019". 

Ou seja, previa, em dez anos, alcançar o resultado que a Petrobrás obteve somente depois de cinco décadas.

Há uma semana, jogou a toalha: 
a produção em Tubarão Azul deve cessar em 2014, dois anos após retirado o primeiro óleo. Outros três campos foram suspensos três meses após a declaração de comercialidade. 
A OGX invalidou as projeções divulgadas anteriormente. 

Segundo fontes, a CVM agora vai olhar para trás e investigar o "conjunto da obra" da OGX. Vai analisar com lupa todos os fatos relevantes, em especial os que continham projeções, para averiguar se foram elaboradas sem diligência ou de forma a confundir o investidor. 

A avaliação poderá respingar não só nos atuais executivos, mas em todo o grupo de estrelas do setor contratado a peso de ouro.

Em abril de 2010, por exemplo, a CVM exigiu da OGX esclarecimentos sobre um volume atípico de movimentação das ações. Nessa época, apenas quatro meses depois de passar a integrar o índice Bovespa, a empresa fizera seis comunicados de "presença de hidrocarbonetos" (indícios de petróleo) nos mesmos dois blocos (BMC-41 e BMC-42) da Bacia de Campos. O BMC-41 deu origem ao prospecto de Waimea, que virou o campo de Tubarão Azul. 

A OGX respondeu que a elevação das negociações poderia ter sido por uma avaliação positiva do banco Credit Suisse ou pelos rumores de que estaria em curso a venda de 20% da empresa. 

Luiz Felipe Carvalho, analista de petróleo do HSBC, diz que a credibilidade da OGX foi corroída por uma série de eventos. 
Em fevereiro de 2011, a OGX informava que Waimea continha óleo pesado, de 20º API, que não está nos melhores padrões de comercialização. 

Mas a vazão seria extraordinária: 
40 mil barris por dia. 
Hoje sabe-se que essa vazão, decrescente, não ultrapassa 5 mil barris diários.

A divulgação de previsões é facultativa, mas segundo as regras da CVM, deve trazer "informações verdadeiras, completas e que não induzam o investidor a erro". "O mais surpreendente é que após ter levantado tanto capital sobraram tão poucos ativos do império X", diz Lacerda, do BR Partners.

A partir de outubro de 2009, quando anunciou sua primeira descoberta, a OGX passou a adotar nos comunicados o aposto: 
 "maior companhia privada brasileira do setor de petróleo e gás natural em termos de área marítima de exploração".

Perplexidade. 
A queda da OGX provocou perplexidade e dividiu opiniões. 

No BNDES, um dos principais financiadores de Eike, há quem acredite que o empresário pode ter sido ludibriado, como a maior parte do mercado. "Atuar alavancado cobra seu preço: o preço é que os 'planos de negócio' sejam consistentes, caso contrário...", disse a fonte.
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Para alguns, o fato de Eike ter mantido as ações das companhias X pode dificultar uma punição. "Ele está morrendo com o mico-preto na mão", disse um executivo do alto escalão de uma multinacional.

Irany Tereza e Mariana Durão - O Estado de S.Paulo

brasil maravilha DOS IMPOSTORES E FARSANTES SEM "MARQUETINGUE" ! Mercado de trabalho perde o fôlego . Indicadores já começam a dar sinais de que a taxa média de desemprego deve se estabilizar, após três anos de queda, ou até voltar a subir


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Depois de três anos seguidos de queda no desemprego, a perspectiva para este ano é que a taxa média se estabilize no nível de 2012 ou até volte a subir. 


Vários indicadores do mercado de trabalho já dão sinais de perda de dinamismo e o modelo econômico baseado no consumo começa a ter impacto na ocupação. A taxa média de desemprego de 2012 foi de 5,5% da População Economicamente Ativa (PEA), a mais baixa dos últimos anos.

"A fase de boom do mercado de trabalho ficou para trás. Aquela situação espantosa de 2012, com o emprego aquecido e a economia fraca pode estar passando por um ponto de inflexão", afirma o economista da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), Eduardo Zylberstajn.

Ele notou alterações recentes no comportamento de dois indicadores que podem indicar mudanças importantes no mercado de trabalho. O primeiro é o Índice de Pressão Salarial, calculado pela Fipe, com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Esse indicador mede a relação entre o salário médio de admissão e o salário médio de desligamento.

Em janeiro de 2013, essa relação era de 97%. 
Ou seja, o salário de admissão era apenas 2,8% menor do que o salário médio de desligamento, refletindo a dificuldade de recrutar mão de obra. Mas desde fevereiro, observa Zylberstajn, essa relação vem caindo e em maio foi de 93%. Significa que o salário de admissão é 6,6% menor do que o de demissão. O economista ressalta que a relação é ainda muito elevada, mas essa queda pode ser um indício de mudança.

Zylberstajn também destaca outro indicador que pode estar sinalizando uma transição, que é a fatia de trabalhadores que pediram demissão em relação ao total de demitidos. Esse índice espelha o ímpeto do trabalhador de pedir a conta porque acredita que vai conseguir um emprego melhor.

Em dezembro de 2007, esse indicador acumulado em 12 meses estava em 21%, fechou dezembro do ano passado em 29,1% e desde então permanece estável e com tendência de queda. "O ímpeto do trabalhador que vai conseguir um emprego melhor está perdendo força", diz o economista.

Moderação.
 "O momento é de moderação do mercado de trabalho", afirma o economista da LCA Consultores, Fábio Romão. Ele pondera que ainda não dá para afirmar que o mercado de trabalho esteja "virando" porque a taxa de desemprego ainda é historicamente muito baixa. Mas a perspectiva é de que a taxa se mantenha neste ano no mesmo nível da de 2013, com risco de alguma elevação. "É sinal de que algo diferente está acontecendo no mercado de trabalho."

Romão sustenta essa análise com o resultado de alguns indicadores. 
O primeiro é a ocupação, que cresceu apenas 0,1% em maio ante o mesmo mês de 2013. Essa foi a menor variação anual desde outubro de 2009, quando ocorreu a crise. No ano passado, o estoque de trabalhadores ocupados aumentou, em média, 2,1%.

"A ocupação despencou", diz o economista da LCA. Ele atribui esse resultado ao processo de retenção de mão de obra que houve em 2012 na expectativa de que ocorresse uma recuperação. A dificuldade de encontrar trabalhadores qualificados somada ao alto custo de demitir mitigou as contratações no início deste ano. 

Romão acrescenta que houve menor variação dos rendimentos em termos reais. O crescimento real da renda em maio foi de 1,4% em relação ao ano passado. Na média de 2012, o rendimento real tinha aumentado 4,1%. 

"Entre janeiro e abril, todos os setores tiveram desempenho ruim, mas a indústria era um contraponto", diz Romão. Em maio, no entanto, observa o economista, o resultado foi diferente e a indústria teve desempenho ruim. "Isso preocupa porque a indústria é mais reativa: é o primeiro setor que reage quando há mudanças, tanto para cima como para baixo", afirma ele.

Negociações.
 O coordenador de relações sindicais do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), José Silvestre, concorda com Romão: 
"É possível que tenhamos neste ano uma taxa de desemprego maior". Mas ele ressalta que não faz projeções para esse indicador. 

De toda forma, Silvestre constatou que o mercado de trabalho está perdendo fôlego e cita como um indicador desse movimento o porcentual menor de categorias que conseguiram reajustes salariais acima da inflação no primeiro trimestre deste ano, o último dado disponível.

Entre janeiro e março, 87% das categorias obtiveram dissídios acima da inflação e o índice médio de reajuste foi de 1,4%. No primeiro trimestre do ano passado, foram 94,6% das categorias que estavam
nessa condição e o índice era de 1,96%.
"Muitos sinais erráticos da economia devem ter impacto nas negociações salariais", diz o economista. Ele acredita que a tendência do primeiro trimestre seja mantida.

MÁRCIA DE CHIARA - O Estado de S.Paulo