"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

novembro 02, 2011

POBRE BRASIL! ASSENHOREADO E CARCOMIDO PELOS TORPES : MÚSICOS SERTANEJOS PROTEGEM REDE DO INEP

Órgão responsável pela realização do Enem contratou empresa de informática registrada em nome de dois artistas do interior de Minas Gerais por R$ 6,4 milhões para proteger sistema contra ameaças virtuais, como spams e vírus

Brasília e Montes Claros (MG) —
No mesmo pregão em que o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) contratou empresas de fachada para prestar a segurança da informação na internet, o órgão, vinculado ao Ministério da Educação, entregou outro lote para uma empresa registrada em nome de músicos sertanejos.

Segundo a Junta Comercial do Distrito Federal, a Jeta Soluções e Serviços em Tecnologia da Informação Ltda. é comandada desde julho deste ano por Gilvanio Santos Viana Filho e José Francisco Alves Filho.

Os dois são do Norte de Minas e atuam na área musical há mais de 10 anos. Gil era da dupla "Gil e Erick" e José, conhecido também como "Chico Terra", o produtor.


Com capital de R$ 30 mil, a Jeta nunca tinha trabalhado para o serviço público.
A primeira disputa foi a licitação do Inep. Abocanhou logo um registro de preços de R$ 6,4 milhões, o que significa dizer que, durante um ano, o órgão poderá contratar a empresa para prestar esse serviço sem uma nova licitação.


O primeiro contrato foi publicado em 3 de outubro no Diário Oficial da União no valor de R$ 135 mil.


Desde que compraram a empresa, a Jeta passou a funcionar em uma sala, de aproximadamente oito metros quadrados, no Núcleo Bandeirante.

O diretor Bruno Pestrane, 23 anos, explicou que a empresa é representante comercial e que o serviço que prestou para o Inep foi a revenda de um sistema de antispam e proteção de e-mail, além de consultoria para a manutenção.

A instalação dos programas foi concluída, segundo ele, há pouco mais de um mês.
Pestrane afirma que o preço está muito abaixo do mercado e que, apesar de ser diretor, não sabia precisar quantos funcionários a empresa tem.

"São menos de 20", disse, completando que os proprietários estariam viajando para Goiás.


O Correio tentou localizar os donos da empresa — Gilvanio e José Francisco — no endereço registrado na Junta Comercial, um apartamento onde os dois morariam.

O endereço em Vicente Pires estava incompleto, sem o número da rua.
Bruno afirmou que os dois não moram lá, e que o apartamento seria apenas um local de apoio.

Disse conhecer o apartamento, mas não soube informar o número da rua, nem como chegar lá.


Bruno também tinha pouco a dizer em relação à carreira musical dos donos. Disse que conhecia José Francisco apenas como "Zé Francisco" e que nunca tinha ouvido falar sobre "Chico Terra". "Ele toca violão, mas não sei se é músico", relatou.

Quando questionado sobre a dupla "Gil e Erick", Bruno desligou o telefone e não atendeu mais as ligações. A reportagem deixou pelo menos três recados no celular de Bruno, José Francisco e Gilvanio. Ninguém retornou as ligações.


O sertanejo Gilvanio Filho: dupla desfeita e negócios com o governo

Valores altos
Em Montes Claros, a carreira musical dos dois é mais conhecida.
O apartamento de Gilvanio está alugado há oito meses, mesmo período em que ele estaria em Brasília, segundo vizinhos.

A dupla sertaneja teria sido desfeita e Gil estaria em busca de novas parcerias.
Amigos de José Francisco disseram que ele está trabalhando entre Goiás e Brasília, mas sempre com música.

Um advogado, que preferiu não se identificar, afirmou que ele teria aberto uma empresa na capital federal. Consta no nome dele uma outra empresa:
a Suprema Corte Records.


Empresários da área de informática ouvidos pelo Correio afirmam que os preços registrados no Pregão 15/2011 do Inep estão muito além do praticado no mercado na área de segurança de rede.

O valor total da licitação é R$ 42,6 milhões.
Quatro empresas venceram a disputa.


Além da Jeta, a Monal Informática e da DNA Soluções Inteligentes, mostradas ontem, também fecharam contratos para fornecer programa de computador.
As empresas são comandadas por André Sousa Silva.


Serviços em dia
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), do Ministério da Educação, afirma que as empresas contratadas atenderam às exigências do edital. Em nota, a assessoria de imprensa da pasta afirma que as vencedoras também cumpriram as condições assumidas perante a licitação inclusive com as garantias exigidas e os indicadores econômicos (índices de liquidez geral, corrente e solvência geral) superiores ao exigido no edital.(SIC)

Com relação à Jeta Soluções, o MEC disse que a empresa prestou serviço de solução integrada de hardware e software desenvolvida para proteger e-mails contra spam, vírus, falsificação, phishing e ataques de spyware.
O contrato foi assinado por José Francisco Alves Silva e Giovani Santos Viana Filho.

A grafia do último nome informado pela pasta é diferente do registrado na Junta Comercial do DF:
Gilvânio Santos Viana Filho.

A nota da assessoria afirma ainda que as aquisições foram realizadas com preços inferiores aos praticados no mercado.


Regularização
O advogado de Andre Luis Sousa, Expedito Júnior, informou que a situação das empresas DNA Soluções Inteligentes e Monal Informática estão sendo regularizadas na Junta Comercial. A sede da Monal foi transferida para um "escritório virtual" na Asa Norte.

"O André não é fantasma e nem as empresas são de fachada," disse, afirmando que a Monal é uma empresa "sólida" e que presta diversos serviços para a iniciativa privada.

Ele, no entanto, não soube precisar quantos contratos e nem o nome dos clientes.

Alana Rizzo » Luiz Ribeiro » Juliana Braga Correio Braziliense

"presidenta " de nada e coisa nenhuma : IBGE vê queda mais forte da prod. indl, o quarto resultado negativo desde o início do ano.

Dados do IBGE divulgados mostram queda mais acentuada da produção industrial em setembro, o quarto resultado negativo desde o início do ano.

Depois de ter recuado 0,1% em agosto (dado revisado), a produção caiu 2% em setembro em relação ao mês anterior. Na comparação com o mesmo mês de 2010, o recuo foi de 1,6%.

Em doze meses, a produção industrial continua avançando cada vez menos.

Desde outubro do ano passado, quando registrou alta de 11,8%, o ritmo de crescimento vem diminuindo, chegando a 1,6% em setembro.
No ano, a alta é de apenas 1,1%.

A má notícia é que a produção de bens de capital (máquinas e equipamentos) recuou 5,5% entre agosto e setembro, enquanto a de bens de consumo duráveis teve queda de 9%.

O resultado do segmento de bens de consumo semi e não duráveis também foi negativo (-1,3%). Já o desempenho de bens intermediários ficou estável.

No ano, o dado negativo de setembro só perdeu para o de abril (-2,3%); nos meses de junho e agosto, a produção industrial também recuou (-1,2% e -0,1%, respectivamente).

O IBGE explica que a produção da maioria dos setores pesquisados registrou queda, mas o principal impacto negativo veio de veículos automotores (-11%), por conta das férias coletivas dadas por várias empresas do setor.

Dados negativos de outros ramos também pesaram no número final, como foi o caso de produtos do fumo (-30,6%),
de material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações (-13,6%),
de máquinas e equipamentos (-4,1%),
de edição e impressão (-5%),
de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-6%)
e de outros equipamentos de transporte (-4,5%).

- O resultado de setembro acentuou a redução no ritmo da atividade fabril. Esse movimento se deu de forma generalizada, atingindo a maioria (16) dos 27 ramos industriais e três das quatro categorias de uso, mas que foi mais intenso nos setores associados à produção de bens de consumo duráveis (automóveis) e de bens de capital diz a nota do IBGE .