"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

junho 10, 2011

MÁGOAS ANTIGAS.

A crise envolvendo o ex-ministro da Casa Civil Antonio Palocci trouxe à luz uma guerra que o PT trava desde a posse da presidente Dilma Rousseff.

Naquela época, um grupo tentou fazer de Cândido Vaccarezza ministro de Relações Institucionais, mas, numa operação para contentar o Rio de Janeiro, que estava fora do governo, o ministério terminou nas mãos de Luiz Sérgio. Vaccarezza, então, seria candidato à Presidência da Câmara.

Ocorre que, depois de perder o ministério de Relações Institucionais e todos os outros que consideram de "primeira linha" para o grupo que gravita na órbita da tendência Construindo Um Novo Brasil (CNB), o PT ligado ao ex-presidente da Câmara Arlindo Chinaglia optou por dar um basta na disputa.

E assim se deu a eleição de Marco Maia para o comando da Câmara. Embora seja do CNB, Maia não era da "patota" de João Paulo Cunha e de Luiz Sérgio. A Vaccarezza restou o papel de líder do governo na Câmara.

Essa disputa deixou reflexos e ressentimentos no PT, que afloraram com a crise sobre Palocci. E há um consenso de que, se Dilma não apaziguar o PT, não haverá ambiente de governabilidade para votação de textos polêmicos.

Esse é considerado o X para o fim da crise e o próximo passo de reorganização da articulação política será dado hoje com reuniões internas do partido. A bola da crise está hoje na sigla da presidente Dilma.

Correio Braziliense

41,7% das famílias não têm condições de quitar contas atrasadas e mais da metade assume estar muito endividada. Em maio, a inadimplência cresceu 8,2%


CONSUMIDOR

Inadimplência sobe pelo 4º mês e 41,7% das famílias não têm como pagar as contas atrasadas

O encarecimento do crédito e a inflação alta estão assustando os brasileiros, que estão cada vez mais pessimistas com relação ao atual cenário socioeconômico do país e à capacidade de pagar suas dívidas.

As taxas de inadimplência registraram alta pelo quarto mês consecutivo, conforme levantamento do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC/Brasil). O atraso no pagamento das dívidas foi 8,2% maior em maio deste ano em relação ao mesmo mês de 2010.

Preocupadas com o orçamento apertado, 41,7% das famílias declararam em maio não ter condições de quitar as contas atrasadas — a exceção foi o

Centro-Oeste, onde apenas 20% alegaram o problema, apontam dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Em abril, havia menos brasileiros (41,2% dos entrevistados) preocupados com as dívidas no país. Para piorar o quadro, tem diminuído o número daquelas famílias que achavam que dariam conta de honrar os compromissos totalmente, de 21,2% em dezembro último para 14,7% no mês passado.

Conforme a pesquisa, 51,6% dos entrevistados assumiram estar muito endividados. Diante do aperto no orçamento, os brasileiros estão menos confiantes em relação à economia.
O Índice de Expectativas das Famílias, medido pelo Ipea, recuou pelo oitavo mês seguido, registrando 62,9 pontos. Em dezembro passado, estava em 67,2 pontos.

A pesquisa consultou 3.810 domicílios em mais de 200 municípios de todo o país.

Em 2011, a inadimplência apurada pelo SPC/Brasil acumula alta de 3,61%, após iniciar o ano em baixa de 10,09%, por conta do aperto no crédito e das seguidas elevações da taxa básica de juros (Selic).

"A luz, que já estava amarela, passou a laranja", alertou o presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), Roque Pellizzaro Junior.
Ele reforçou que os lojistas deverão ter mais cautela na concessão de crédito, avaliar mais detidamente a capacidade de pagamento e orientar o consumidor sobre as várias opções de taxas de juros.


Deterioração
Os números do Ipea mostram que a maior preocupação nos lares brasileiros é com a economia de curto prazo, refletida principalmente nas compras de itens do supermercado.
A pesquisa mostrou que 52% dos entrevistados acreditam que os próximos 12 meses serão positivos.

Em abril, essa mesma impressão era de 59,1%. A maior deterioração da confiança foi detectada nas famílias que recebem até um salário mínimo por mês.


Além da percepção de piora no cenário econômico, os brasileiros também estão preocupadas com a renda.
O Ipea descobriu que, em maio, 23,1% das famílias declararam estar em situação financeira pior que no mesmo período do ano passado. No mês anterior, eram apenas 22,6% dos entrevistados nessa situação.

A insegurança com relação ao emprego também colabora com a mudança de humor dos domicílios.
No mês passado, 76% revelaram estar tranquilos com relação ao trabalho atual, ante 78% em abril.

Fábio Monteiro e Vera Batista Correio Braziliense

DOGMA DA VAGABUNDAGEM NO GOVERNO DO pARTIDO tORPE : NÃO É ILEGAL.É APENAS IMORAL...

"Quando atacam um companheiro nosso, temos que defendê-lo. Nem que depois a gente o chame num canto e diga que ele está errado."

A frase poderia ser de um chefão mafioso para a quadrilha, ou de um lobo para a matilha, mas é a mais perfeita expressão do conceito lulista de ética, que se aplica tanto a Delúbio e Zé Dirceu como a Sarney, Renan e Severino.


Claro que depois Lula os chamou num canto e disse que eles estavam errados, nós sabemos como Lula é rigoroso. Na ética companheira o mais importante não é fazer errado, é não ser flagrado. Falar com a língua presa não é nada, o problema é ter preso o rabo.

Assim como os livros do MEC ensinam que 10 - 7 = 4, e que falar errado é só um preconceito linguístico, o lulismo trouxe conceitos éticos inovadores, como o que aceita o roubo e a corrupção, desde que seja para o partido.

Mas se for em causa própria, basta chamar o partido para defender o companheiro e salvá-lo da cadeia. Depois será chamado de lado para ouvir que estava errado.


No Brasil pós-Lula ninguém se envergonha de ser eleito para defender os interesses do país e dos seus eleitores — e tambem dar consultas para empresas privadas que só têm interesse em seus lucros.

Mas não é ilegal, gritam.
É apenas imoral.
Em países sérios seria, mas aqui nunca será, porque os deputados jamais vão legislar contra seus próprios interesses.
É só uma afronta a homens e mulheres honestos que lutam para ganhar a vida e pagar impostos para sustentar essa gentalha.
O traficante de influência é pior do que o de drogas, porque vende o que não lhe pertence.


Mesmo assim eles não conseguem viver com o salário de 25 mil — maior do que o de parlamentares americanos e japoneses — e por isso precisam manter outro emprego, como Palocci e outros "consultores".
São deputados part time, que servem mais a seus clientes do que ao país.


Com todo respeito pela minoria que ainda resiste, atualmente a deputança parece apenas uma boquinha meio período, um trampolim para subir na vida e nivelar por baixo.
Como diz a velha piada, mais atual do que nuca, eles estão fazendo na vida pública
o que fazem na privada.


Nelson Motta
Lição de pornopolítica