"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

outubro 04, 2013

Viés de baixa

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O mundo está percebendo, dia após dia, o que os brasileiros já constataram há bastante tempo:
a situação econômica do país vai de mal a pior, as condições de vida estão ficando cada vez mais difíceis e, mais grave, não se vêem iniciativas do governo para reverter a situação.


Até quando a gestão petista vai continuar ignorando os sinais e irá, enfim, fazer algo certo?

A temporada de más notícias sobre a saúde da economia brasileira vindas do exterior continuou ontem com o rebaixamento da nota de crédito da Petrobras, também pela agência de classificação Moody's. Este pode até parecer um assunto de interesse só de investidores, iniciados ou aficionados do mercado financeiro, mas, na prática, diz muito sobre o que está acontecendo no mundo real.

As avaliações de risco servem para que grandes investidores definam onde irão aplicar seu dinheiro. Também determinam as condições de crédito que esta ou aquela empresa ou país disporão no mercado.
Quanto mais baixo o rating, menor a confiança e mais caro o dinheiro.
Trata-se, portanto, de um indicativo considerável da solidez de companhias e governos.

Segundo a Moody's, a Petrobras está em situação difícil porque assumiu responsabilidades que estão se mostrando bem maiores do que a capacidade da empresa para gerar lucros. Vale dizer: a estatal carrega um fardo de investimentos pesado demais para as condições que o governo lhe impôs, seja para a exploração da camada pré-sal, seja, principalmente, por ter se tornado um dos esteios da política oficial de controle da inflação.

Junto com nossa maior companhia, ainda de acordo com a Moody's, ontem também adernaram as classificações de risco de dez bancos brasileiros.
Informa a agência que a principal razão para rebaixar o rating das instituições financeiras é sua reavaliação quanto ao "nível da capacidade do governo brasileiro para fornecer suporte sistêmico a estes bancos em caso de necessidade". Anteontem, a perspectiva para o rating dos títulos do governo brasileiro já havia sido rebaixada.

Se repararmos bem, há uma piora generalizada no ambiente econômico e esta deterioração vai agora ficando mais evidente aos olhos do mundo.
Em sua edição da semana passada, a revista The Economist tratou de sintetizar com realismo este estado geral das coisas no Brasil.
Não é simples coincidência que a Moody's tenha agido em seguida, derrubando a perspectiva dos títulos brasileiros e as notas da Petrobras e dos bancos.

Também cresce a sensação de que, mantidas as atuais circunstâncias, será questão de tempo para a avaliação de risco do Brasil pelas agências de classificação ser rebaixada - a Standard & Poor's foi a primeira a alterar a perspectiva, ainda em junho.

Isso significa que, pouco tempo depois de termos ascendido à condição de "grau de investimento", corremos o risco de voltar ao status de economia classificada como "especulativa", ou seja, de onde os bons investidores preferem manter profilática distância.

Gustavo Franco resume bem o sentimento reinante, em entrevista publicada hoje
n'O Globo:
"É um retrocesso amplo, que sanciona o que o mercado já enxerga: mais risco soberano, mais inflação, mais controle de preços, mais intervencionismo messiânico, mais tensão com o mundo empresarial e menos crescimento. É fundamentalmente tempo perdido."

Um dos pontos centrais desta desconfiança é a escalada nos gastos do governo e o aumento brutal da dívida pública, que a equipe econômica tenta escamotear, mas não consegue. Conforme os parâmetros do FMI (que o governo brasileiro contesta), nossa dívida situa-se perto de 67% do PIB. Nesse quesito, entre os emergentes só estamos melhor que Egito (85%), Jordânia (84%) e Hungria (80%).

Só um esforço fiscal inédito no atual governo poderia reverter este processo de deterioração a olhos vistos. Mas não se enxerga nenhuma disposição para tanto em Brasília. Ao mesmo tempo, a indesejada intervenção estatal em todos os poros da economia brasileira ainda demandará mais injeção de dinheiro em bancos públicos, como BNDES e Caixa, exigindo mais emissão de dívida por parte do Tesouro. É um saco sem fundo.

A presidente Dilma Rousseff gosta de dizer que adotou uma "nova matriz econômica", jogando no lixo o arcabouço exitoso herdado da gestão tucana. Se o regime de responsabilidade fiscal, câmbio flutuante e metas de inflação rendeu frutos que impulsionaram o país por anos e anos, a experiência baseada em superintervenção estatal, controle de preços e incentivo desproporcional ao consumo teve fôlego curtíssimo e naufragou em pouco tempo.
O viés é de baixa.


ITV

TIC TAC TIC TAC ! "GUVERNU" emite mais R$ 2,3 bi para conta de luz


Para bancar o desconto na conta de luz, o governo autorizou ontem uma emissão de títulos públicos de R$ 2,349 bilhões. Com valor recorde, a operação foi a quinta desdejulho, quando os fundos do setor elétrico ficaram esvaziados e o Tesouro passou a abastecê-los. As emissões aumentam o endividamento do setor público federal.

Ao todo, o gasto já chegou a R$ 6,35 bilhões e deve chegar a. pelo menos, R$ 8,5 bilhões até o fim deste ano, segundo estimativa da equipe econômica.

Os recursos obtidos por essas operações formam a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), fundo que sustenta, por meio de uma triangulação revelada nelo Estado em julho, uma das medidas mais importantes da gestão Dilma Rousseff - ocorre da tarifa de energia elétrica.

A emissão feita ontem vai bancar integralmente, pela primeira vez, as indenizações que o governo deve às empresas do setor que aderiram ao pacote de renovação antecipada das concessões. Segundo fontes, cerca de R$ 600 milhões desse montante serão transferidos à outro fundo setorial, a Reserva Global de Reversão (RGR).

No fim de agosto, a RGR, que banca as indenizações às empresas do setor que aderiram ao pacote de Dilma, tinha apenas R$ 13,8 milhões em caixa, sendo que apenas essa despesa chega a uma média mensal de R$ 495 milhões. No início do ano, esse fundo dispunha de R$ 15,2 bilhões.

Quando retirou os encargos setoriais da conta de luz, de forma a reduzi-la em 20%, em média, para os consumidores, o governo diminuiu as receitas que abasteciam os fundos, roas não extinguiu os programas que eles bancavam e inclusive elevou suas responsabilidades.

A GDE é usada para pagar os programas sociais, como o Luz Para Todos. Desde o início do ano, ela paga o custo da energia das usinas termoelétricas, acionadas quando há escassez de chuvas e o nível dos reservatórios das hidrelétricas cai. O saldo da GDE em agosto era de R$ 82,2 milhões, para uma despesa média mensal de R$ 1,5 bilhão. No inicio do ano, o saldo era de R$ 2,4 bilhões.

Por causa das mudanças, a GDE ficou sem recursos para bancar as obrigações em maio e foi "salva" por uma operação descoberta pelo Estado em julho - o governo transferiu recursos da RGR para a GDE. Resultado: dois meses depois, os dois fundos estavam sem recursos.

Com o novo buraco aberto na RGR, o governo passou a fazer uma segunda triangulação, a partir de agosto. Agora, a operação consiste em injetar, na GDE, recursos obtidos com os títulos públicos e, de lá, transferir uma parte para a RGR.

João Villaverde Anne Warth O Estado de S. Paulo

TÁ FEIA A COISA? ENTONCES ... AOS CRÉDULOS ÚTEIS E RESSUSCITANDO O MARQUETINGUE : VEM AÍ O brasil maravilha DE "PUTÊNCIA" E "ALTOSUFISIÊNCIA" 2 - Brasil deve anunciar grande descoberta de petróleo em Sergipe .

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Autoridades brasileiras pretendem anunciar a descoberta de uma gigantesca reserva de petróleo no mar, situada perto do Estado de Sergipe, nas próximas semanas, no que poderia ser a maior do país fora da grande região do "pré-sal", informou o governo estadual.

O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, vai "anunciar oficialmente a descoberta" durante uma visita à capital do Estado, Aracaju, disse à Reuters um porta-voz do governador em exercício, Jackson Barreto, nesta quinta-feira.

Uma campanha exploratória na costa de Sergipe mostra que uma área controlada pela Petrobrás e um parceiro indiano possivelmente possui mais de 1 bilhão de barris de petróleo, disseram à Reuters fontes do governo e da indústria, em reportagem publicada no dia 26 de setembro.

Esse volume é mais do que suficiente para suprir todas as necessidades de petróleo dos Estados Unidos, o maior consumidor de petróleo do mundo, por quase dois meses.
 
"Lobão aceitou o convite do governador para viajar para Aracaju no dia 23 de outubro" disse o governo de Sergipe em um comunicado. "Naquele dia, de acordo com o governador, a maior descoberta de petróleo em 2013 será anunciada oficialmente."

O Ministério de Minas e Energia do Brasil confirmou que Lobão está com viagem programada para ir para Aracaju em 23 de outubro. A pasta se recusou a informar a razão para a sua viagem.

A Petrobrás se recusou a confirmar o tamanho da descoberta. Mas a presidente da estatal, Maria das Graças Foster, chamou de "uma bela descoberta" em uma entrevista coletiva em 27 de setembro.

Ela disse que a empresa planeja produzir pelo menos 100 mil barris por dia a partir de campos offshore de águas profundas em Sergipe, a partir de 2018.

A Petrobrás, operadora do SEAL-11, é dona de 60% do bloco, e a indiana IBV detém o restante.

Fontes da indústria e do governo disseram anteriormente à Reuters que o bloco SEAL-11 e as áreas adjacentes podem conter mais de 3 bilhões de barris de petróleo in situ, um termo que inclui recursos irrecuperáveis, bem como o petróleo que pode ser economicamente produzido.

Essa quantidade pode ser suficiente para permitir a produção de cerca de 1 bilhão de barris, de acordo com fontes da indústria brasileira, com base em taxas de recuperação da indústria local.

Barreto está substituindo o governador em Sergipe, Marcelo Deda, que está em licença médica.
Reuters