"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

janeiro 23, 2013

Guerra ao crack


Diante da explosão do consumo de crack, o governo de São Paulo tomou a ousada iniciativa de proceder a internação compulsória de usuários. 
Trata-se de medida extrema, diante de uma situação extrema: 
o limiar em que o ser humano perde, praticamente por completo, o controle de seus atos. 
 
Omitir-se perante esta realidade seria bem pior.

A iniciativa foi deflagrada no início desta semana na região central da cidade de São Paulo. Desde então, vem suscitando acalorados debates entre defensores e opositores. Mas os primeiros resultados efetivos começam a aparecer: 
dezenas de usuários têm procurado as equipes multidisciplinares escaladas pelo governo paulista para atender os dependentes químicos. 
Buscam ajuda.

O trabalho envolve parceria com o Ministério Público, o Tribunal de Justiça e a OAB, que atuam para agilizar a internação compulsória de viciados em casos extremos e encaminhá-los para internação e tratamento em órgãos públicos de atendimento e assistência social.
 Há quase 700 leitos disponíveis para acolhimento no estado de São Paulo.

Tudo tem amparo legal: 
a Lei Federal de Psiquiatria (n° 10.216, de 2001) permite tanto a internação compulsória quanto a involuntária. Para que a internação aconteça, são necessários laudo médico e decisão judicial, com objetivo de resguardar direitos e preservar a vida do cidadão. 
 
Um plantão judiciário acompanha toda a operação, que não envolve uso de força policial e pretende ser uma ação permanente do Estado.

O governo paulista é o primeiro a adotar a estratégia, mas outros estados já ensaiam seguir o mesmo caminho, como o Rio de Janeiro. Trata-se de iniciativas do poder público em suas diferentes esferas para enfrentar um problema que se transformou numa verdadeira guerra dentro do Brasil:
 o consumo de crack tomou proporções alarmantes e exige atuação urgente.

Antes confinada a grandes centros urbanos, a droga, um subproduto barato e devastador da cocaína, vem se espalhando por todo o país nos últimos anos. Praticamente não há mais localidades onde o consumo do crack não esteja presente e seja motivo de angústia para milhares de famílias. 
 
Jovens, adultos e idosos estão entre suas vítimas.

Segundo levantamento feito pela Confederação Nacional dos Municípios em fins de 2011, 90% das cidades brasileiras registram consumo de crack.
 O subproduto do uso da droga é a violência: 
 pesquisa feita por estudiosos da PUC de Minas Gerais indicaram estreita correlação entre a disseminação da droga e o aumento de homicídios.
Tamanha ocorrência, em proporção de epidemia, deveria ser suficiente para comover o governo federal a agir com redobrada ênfase. Mas não é o que se vê. O tema já suscitou ações inócuas lançadas por Lula em fim de mandato, foi tema de campanha de Dilma Rousseff e deu origem a um novo programa, anunciado pela presidente em dezembro de 2011.

Batizado de "Crack, é possível vencer", ainda está, contudo, muito longe de alcançar suas metas. 
Um exemplo: 
o governo anunciou que pretendia criar 2.460 leitos em enfermarias especializadas para acolher usuários, mas, até agora, segundo o Ministério da Saúde, foram abertas apenas 124 vagas, ou 5% do total prometido, informou O Globo na semana passada.

O que parece fora de questão é que o enfrentamento às drogas e a busca pela redução do consumo devem estar no topo da agenda das autoridades públicas brasileiras. Não há uma solução única para problema tão dramático quanto complexo. 
A ação do governo paulista mostra-se um esforço a mais nesta direção. Agir é muito melhor do que simplesmente ver a situação degringolar ainda mais, sem sair do lugar.

Fonte: Instituto Teotônio Vilela
Guerra ao crack

OS RECORDES DO BNDES

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) assumiu proporções gigantescas.

É, por exemplo, quase equivalente em volume de financiamentos ao Banco Mundial - criado em Bretton Woods (1946), como Fundo Monetário Internacional, para alavancar o desenvolvimento mundial.
Ontem, seu presidente, Luciano Coutinho, desfilou recordes e mais recordes: desembolsos de R$ 156 bilhões em 2012 -12% a mais do que no ano anterior; consultas por novos financiamentos no valor de R$ 312,3 bilhões; e aprovação de R$ 260,1 bilhões em novos projetos.

O BNDES continua sendo uma entidade estratégica no desenvolvimento do Brasil e é objeto de admiração. Argentinos, por exemplo, morrem de inveja porque os brasileiros têm o BNDES e eles não. Estão sempre apontando sua atuação como um dos elementos criadores das tais assimetrias e de outras desvantagens da sua economia em relação à do Brasil.

Mas não dá para dizer que o BNDES seja uma instituição que só traga benefícios para o interesse nacional. Tam­bém é problema - e problema sério.

Nos três últimos anos vem se benefi­ciando de uma relação incestuosa com o Tesouro. Recebe recursos oficiais de grande magnitude (em geral, títulos da dívida pública), sobre cujo emprego não presta contas ao Congresso Nacio­nal. E opera com subsídios e juros favo­recidos sem que estes sejam incluídos no Orçamento da União.

Essas distorções produzem ainda ou­tras mais. Uma delas é o bloqueio do desenvolvimento de um mercado de ca­ pitais sadio no Brasil. Nenhum banco consegue competir com o BNDES no financiamento de projetos de longo prazo por não contar com a mesma fon­te (junding) subsidiada de recursos.

As grandes empresas, por sua vez, se desin­teressam por lançar debêntures e ou­tros títulos de longo prazo no merca­do, porque o BNDES está sempre pron­to a fornecer recursos a custos mais camaradas.

E um país sem um mercado de capitais desenvolvido corre o risco de destruir sua capacidade de crescer.

Outra distorção - para a qual algu­mas vezes o Banco Central já chamou a atenção - é a sabotagem, digamos as­sim, que o BNDES faz à política monetária (política de juros). Como opera com juros inferiores aos praticados no mercado, o Banco Central está sempre obrigado a puxar os juros básicos (Se- lic) para acima do nível "normal", para compensar o jogo contra do BNDES e, assim, dar conta da tarefa de combater a inflação.

Em outras palavras, o BNDES é parte das explicações para juros tão elevados no Brasil. Uma terceira distorção acontece nas condições de competição no mercado.

Grande número de financiamentos do BNDES elege arbitrariamente certos grupos econômicos, nem sempre sa­dios, para que se tornem os campeões do futuro. Dessa maneira, criam cir­cunstâncias artificiais que agem como fatores que funcionam como alavancas desleais de negócios.

É um fator que sela o futuro das empresas:
os vencedo­res, que contam com apoio privilegia­do do BNDES, alijam seus concorren­tes do mercado.

Essas são razões suficientemente for­tes para que o BNDES seja repensado e recalibrado para atuar a favor do inte­resse público.

Rombo adiado

A contabilidade criativa do governo não se limitou às contas públicas. Desde novembro era fato conhecido que o Ministério do Desenvolvimen­to escondia cerca de US$ 6 bilhões em importações da Petrobrás para não mostrar números decepcionan­tes em dezembro.

E, agora, trata de descarregá-los em 2013.

Essa é a principal razão pela qual, apenas nas três primeiras semanas de janei­ro, o rombo do comércio exterior (déficit) foi para US$ 2,7 bilhões.

Celso Ming O Estado de S. Paulo

SENTINDO O GOSTO DO FEL : Moradores do assentamento Milton Santos invadem INSTITUTO DO CACHACEIRO PARLAPATÃO O FILHO... DO brasil..

Cerca de 50 pessoas que vivem no assentamento Milton Santos, de Americana, interior do estado, e estão ameaçadas de despejo, invadiram o Instituto Lula, no Ipiranga, Zona Sul de São Paulo. A Polícia Militar, que está no local desde as 7h30m, disse que não houve confrontos. Eles ocupam o jardim e uma área interna do prédio de dois andares, mas não chegaram a invadir as salas.

Há faixas e camisetas colocadas no muro. Os representantes do assentamento querem que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva interceda por eles junto à presidente Dilma Rousseff, para que ela assine um decreto de desapropriação por interesse social e evite a desocupação.

Na semana passada, um grupo maior, com cerca de 300 pessoas, ocupou o prédio do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), no centro de São Paulo. Hoje, há 120 pessoas no local. Parte deste grupo decidiu ir para o Instituto Lula.

A assessoria do Instituto Lula informou que o ex-presidente não deve ir para a sede nesta quarta-feira.

As invasões vêm ocorrendo porque as famílias do assentamento vão receber a ordem de reintegração de posse do terreno, que pertence a uma família da região.

Desde junho do ano passado, as famílias sofrem a ameaça de despejo. E já receberam a notificação judicial para que desocupem a área. Caso permaneçam, está autorizado o uso da força policial militar e federal para realizar o despejo.

As famílias, que vivem e produzem no local há sete anos, estão determinadas a não deixar as moradias. Em dezembro, os moradores do assentamento chegaram a ocupar o prédio da Presidência da República, em São Paulo, para protestar contra o despejo.

Roseana dos Santos, que vive no assentamento, planta mandioca, milho e hortaliças. Ela teme pelo futuro dela e dos filhos.

- Está prejudicando a nossa saúde esta situação. Há seis meses estamos conversando e nada acontece - declarou à Rádio CBN.

A área onde está o assentamento pertencia ao Grupo Abdalla. Na década de 70, foi tomada para pagamento de dívidas com a União. Em 2005, o espaço, registrado em nome do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), foi cedido ao Incra para assentamento. Mas o processo não chegou a ser concluído. 
O Grupo Abdalla alega que readquiriu judicialmente a propriedade.

Segundo Roseane, o grupo, que vive no assentamento há sete anos, vem há seis meses sofrendo ameaças de despejo, e a ocupação foi o modo encontrado para pressionar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a interceder por eles junto à presidente Dilma Rousseff, a fim de que ela assine um decreto de desapropriação por interesse social, com o objetivo de encerrar as disputas pela propriedade da área. Roseane disse que o grupo foi assentado durante o mandato de Lula.

Questionada sobre qual seria a condição para deixar o Instituto Lula, Roseane afirmou:
"Só vamos sair com a assinatura do decreto".
Ela não descartou que o grupo possa acampar no local.
"Estamos dispostos a tudo."

O Globo

brasil maravilha DOS FALSÁRIOS II : IPCA-15 avança 6,02% em 12 meses; em janeiro, alta foi a maior desde 2003

 O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), prévia da inflação oficial do país, teve alta de 0,88% em janeiro e ficou acima da taxa de 0,69% do mês de dezembro, informou o IBGE nesta quarta-feira.

 Alta foi a maior para o mês desde 2003, quando chegou a 1,98%. 
No acumulado dos últimos 12 meses, o índice ficou em 6,02%, também acima dos 12 meses imediatamente anteriores (5,78%) e mais longe do centro da meta do governo, de 4,5%, pelo IPCA. 

Em janeiro de 2012 a taxa havia sido de 0,65%.

Os grupos despesas pessoais e alimentação e bebidas foram os principais responsáveis pela aceleração do IPCA-15 de dezembro para janeiro. Juntos, responderam por 61% do índice do mês. O primeiro teve variação de 11,80% em janeiro ante 1,10% em dezembro.


Já os alimentos variaram de 0,97% para 1,45% no período.

O maior ritmo de crescimento nos preços dos alimentos se deveu à alta de itens, de dezembro para janeiro, como :
 hortaliças (de 2,67% para 6,48%), 
feijão-carioca (de -0,10% para 6,25%), 
tomate (de 0,72% para 6,02%), 
cebola (de -5,97% para 5,61%), 
frango (de 4,16% para 5,61%), 
frutas (de 1,27% para 2,22%), 
carnes (0,47% para 1,12%) e
 refeição fora de casa (de 0,58% para 0,95%).

No grupo de despesas pessoais, os destaques do mês foram para o cigarro (que experimentou alta de 2,66% em dezembro para 7,05% em janeiro), 
excursão (de 12,15% para 16,18%), 
empregado doméstico (de 0,82% para 0,58%), 
cabeleireiro (de 0,49% para 0,97%) 
e manicure (1,83% para 1,53%). 

Pesquisa da agência Reuters mostrou que a expectativa era de alta de 0,83% no IPCA-15 em janeiro, de acordo com a mediana de 31 analistas. 
As projeções variaram de 0,71 a 0,87%.

O grupo Transportes, ainda segundo o IPCA, mostrou desaceleração, com alta de 0,68% neste mês, ante 0,71 por cento em dezembro.

O mercado vem elevando há três semanas sua expectativa para a inflação neste ano, prevendo agora o IPCA em 5,65% de acordo com a pesquisa Focus do Banco Central.

Ao anunciar a manutenção da Selic na mínima histórica de 7,25% na semana passada, o BC destacou em comunicado que os riscos de inflação pioraram no curto prazo. Mas ressaltou que a atividade econômica também tem decepcionado, sinalizando que a taxa básica de juros do país não deverá mudar pelos próximos meses.

Mas parte do governo ainda espera que os preços mostrem uma queda mais linear ara meta, depois da pressão de alta que ainda deve ser registrada em janeiro e fevereiro, diante da esperada safra recorde de grãos como milho e soja.


O Globo, com Reuters

NAS "MÃO DA CUMPANHÊRADA" : Projeção de endividamento põe nota da Petrobrás sob risco de rebaixamento. Caso as agências rebaixem estatal, empréstimos vão ficar mais caros, ações serão vendidas e capacidade de investimento será limitada

A luz amarela sobre o endividamento da Petrobrás foi acesa dentro da empresa, jogando mais pressão por um aumento de combustíveis antes da divulgação dos resultados do quarto trimestre.

Segundo fontes da companhia, a estatal ultrapassou a barreira que é usada como referência por agências de classificação de risco - nível de alavancagem de 2,5 vezes a relação entre dívida líquida sobre a geração de caixa medida pelo Ebitda (sigla em inglês para lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização).

A partir desse patamar de 2,5 vezes, a petroleira passa a conviver com o risco de ter sua nota rebaixada pelas agências internacionais, o que deixaria empréstimos mais caros, forçaria a venda de ações e limitaria a capacidade de investimento da empresa, com reflexos negativos para toda a cadeia de fornecedores.

Projeções internas dão conta de que, em parte do quarto trimestre, esse limite teria ultrapassado a relação de 2,6 vezes. A luz vermelha acende ao redor do 3. No mês passado, a agência Moody’s já colocou a Petrobrás sob perspectiva de um possível rebaixamento da nota da dívida, o primeiro sinal negativo vindo do mercado.

A projeção interna acima de 2,6 vezes era parcial, pois o resultado do quarto trimestre não estava fechado - a apresentação dos resultados ocorrerá no próximo dia 4 de fevereiro. Espera-se que o reajuste do diesel e da gasolina saia até esta data.

Dessa forma, a empresa divulgaria ao mercado a má notícia (o rompimento do nível de 2,5 vezes) já com um alívio (o aumento) para o caixa.

"O rebaixamento não é automático, e ninguém o faria em véspera de reajuste. Mas é uma ameaça que ronda a Petrobrás", disse o analista de petróleo da BES Securities do Brasil, Oswaldo Telles Filho.

O possível reajuste, estimado em 7% para a gasolina e até 5% para o diesel, no entanto, não seria suficiente para deixar a companhia em níveis confortáveis, apenas amenizaria a piora na relação de endividamento. "Ajuda a não piorar, mas não resolve", diz uma fonte da companhia. Na área de captação há grande preocupação com o indicador.

A Petrobrás ganhou em 2007 grau de investimento, classificação que lhe permite melhores condições para se financiar no mercado internacional.

Em 2009, mudou o patamar da dívida, com alta de US$ 25 bilhões, e desde então há piora.

Relação. No terceiro trimestre, a relação dívida líquida/Ebitda ficou em 2,42 vezes, bem acima da 1,66 vez do quarto trimestre de 2011. Segundo cálculos do analista Adriano Pires, do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), um aumento de 7% para a gasolina e 5% para o diesel reduziria a relação entre 0,05 e 0,07 ponto.

Ou seja, mesmo com o aumento nos combustíveis a Petrobrás ainda correria o risco de manter o indicador acima de 2,5 vezes. "Seria um descanso, mas estaria longe de resolver o problema da companhia", disse Pires. "Mas a inflação está crescendo a galope, estou descrente quanto a um reajuste neste mês."

O balanço mais recente (3.º trimestre de 2012) diz que o endividamento líquido em reais da Petrobrás aumentara 30% em relação ao ano anterior, para R$ 133,9 bilhões, em decorrência de captações de longo prazo e do impacto de uma depreciação cambial de 8,3%.

Outro analista que prefere o anonimato diz que a petroleira teria caixa próprio para sobreviver por apenas mais um ano: 
"A evolução da dívida é extremamente preocupante. O governo e o conselho de administração estão apostando em fartura no financiamento, mas isso pode acabar de uma hora para outra".

O mercado aposta em aumento de cerca de 7% para a gasolina e até 5% para o diesel, já que essa é a diferença que falta para que seja atendida a previsão do plano de negócios da companhia 2012-2016.

O documento previa alta de 15% de forma a viabilizar os US$ 236,4 bilhões em investimentos, e apenas parte foi concedida no ano passado.

Sabrina Valle, de O Estado de S. Paulo

EM REPÚBLICA DE TORPES E ANTRO... PATIFE EM QUALQUER LUGAR OU SITUAÇÃO : Renan entrega casas inacabadas do Minha Casa

Em Arapiraca, segunda maior cidade de Alagoas, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) sorteou e entregou mais de 600 casas do maior conjunto habitacional do Minha Casa, Minha Vida no Estado.

As unidades do Residencial Brisa do Lago foram entregues inacabadas, apesar de o laudo de vistoria da Caixa Econômica Federal atestar a existências de itens de conforto e de segurança que nunca existiram nas unidades habitacionais.

Beneficiários e representantes da construtora Engenharq assinaram o relatório afirmando que foram instaladas cerâmicas, rodapé, louças, azulejos, além de interfone e instalação para telefone. Fora do papelório da CEF, nada foi feito.

Renan participou, em outubro de 2011, da cerimônia ao lado do ex-prefeito da cidade Luciano Barbosa (PMDB), ex- ministro da Integração Nacional e membro da direção da sigla no Estado. Com 10 mil moradores, o conjunto de casas inauguradas há um ano revela a baixa qualidade da construção.

Reboco e forro solto, fiação elétrica exposta, infiltrações, portas quebradas, entre outras queixas. Os imóveis, dizem os moradores, foram entregues "pela metade".

O "check list" com a marcação no SIM foi dado em todos os itens da lista da Caixa. Na coluna "outros", que não tinha qualquer especificação, o engenheiro marcou "sim/condição boa".

 "Na hora de pedir o voto, eles prometem que a casa vai ter cerâmica, que a porta vai ser de vidro e tudo mais. Agora entregaram tudo pela metade e depois você não acha uma pessoa para reclamar. Até a fechadura da porta eles colocaram a mesma em todas as casas. O pessoal foi trocando porque a mesma chave abria a porta do vizinho", queixou-se a moradora Ana Paula dos Santos.

A qualidade das instalações elétricas provocou revolta nos últimos dias, após uma criança morrer queimada dentro de casa. 
Um curto circuito teria provocado o incêndio. 

 AE/As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

brasil maravilha DOS FALSÁRIOS : IPC-S acelera alta para 1,03% na 3a quadrissemana de janeiro--FGV

O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) acelerou para uma alta de 1,03 por cento na terceira quadrissemana de janeiro, depois de avançar 0,89 por cento no período anterior, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta quarta-feira.

Cinco dos oito grupos que compõem o indicador aceleraram a alta de preços na terceira quadrissemana de janeiro: 
Alimentação (1,78 por cento para 2,08 por cento), 
Educação, Leitura e Recreação (2,09 por cento para 2,80 por cento), 
Habitação (0,32 por cento para 0,42 por cento), 
Despesas Diversas (3,24 por cento para 3,82 por cento) 
e Vestuário (0,13 por cento para 0,17 por cento).

Nestas classes de despesa destacaram-se, respectivamente, os comportamentos de hortaliças e legumes (11,20 por cento para 16,81 por cento), 
cursos formais (4,07 por cento para 5,87 por cento), 
empregada doméstica mensalista (0,62 por cento para 1,80 por cento), 
cigarros (7,22 por cento para 8,35 por cento) 
e calçados (0,33 por cento para 0,48 por cento).

Por sua vez, registraram decréscimo nas taxas de variação os grupos Transportes (0,30 por cento para 0,20 por cento) 
e Saúde e Cuidados Pessoais (0,56 por cento para 0,47 por cento). 
 
Já o grupo Comunicação repetiu a taxa de variação registrada na última apuração, de 0,02 por cento.

Os preços no atacado voltaram a mostrar desaceleração no início deste ano, de acordo com o Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M), depois de retomarem a trajetória de alta no final de 2012.

Na segunda prévia de janeiro, o IGP-M registrou alta de 0,34 por cento, ante avanço de 0,69 por cento no mesmo período de dezembro, com destaque para a queda dos preços das matérias-primas brutas.


(Por Camila Moreira; Edição de Tiago Pariz) 
Estadão

ENQUANTO ISSO NA REPÚBLICA TORPE E ANTRO DAS NULIDADES... Qual a pauta do Congresso para este ano?


Qual a pauta prioritária do Congresso para este ano que se inicia em 1° de fevereiro?

O Supremo tem demonstrado que sua força e credibilidade política crescem na medida em que é capaz de selecionar entre os milhões de casos que recebe, aqueles sintonizados ou com uma necessidade decisiva da administração pública, ou com as demandas da sociedade.

Escolher a pauta decisória não é decisão aleatória.
É o começo de qualquer bem sucedida estratégia política.

Evidentemente que conhecer e eleger os futuros presidentes do Senado e da Câmara, bem como líderes partidários, é a primeira de todas decisões.
Mas a esta segue a necessidade do eleitor conhecer, a cada ano, o que o Congresso e os novos líderes consideram como prioritário para o Brasil.

São milhares de projetos de lei, emenda constitucionais, medidas provisórias que chegam a cada ano. Muitos se acumulam numa via crucis de anos.
De décadas muita vez.
Quais destes serão colocados em pauta?
Quais os prioritários?
Quais os selecionados?
Por que ? Como? Quando?

No Supremo esta decisão é mais fácil.
Depende da coordenação entre o relator do processo e o presidente, que em geral consulta os colegas, embora não seja necessário.

No Congresso, não.
Há sempre a intensa negociação política.
Além de não deter toda a liberdade para definir sua pauta.

Muita vez, a prioridade da pauta é regulada.

O é pela Constituição, como no caso das medidas provisórias e dos vetos. Só na Câmara dos Deputados há 130 medidas provisórias esperando para serem apreciadas. E 197 Tratados Internacionais. Todos em regime de urgência. Desrespeitar esta prioridade causou o adiamento da votação dos royalties.

A prioridade da pauta também é regulada por lei e regimento, dever legal, que se não cumprido acarreta danos consideráveis para a administração pública, como no caso da votação do orçamento geral da união.

Qual a pauta do Congresso para este ano?

A primeira de todas deveria ser decidir o que fazer com os 3060 vetos que aguardam a decisão. Sem isto, dificilmente haverá paz.
Pois o Congresso ficará sempre exposto a contestações no Supremo.
Inclusive pelos próprios congressistas como vimos.

Outra prioridade é a nova divisão dos recursos do Fundo de Participação dos Estados. Esta prioridade foi determinada inicialmente pelo próprio Congresso que não se cumpriu a si próprio. E agora pelo Supremo.

Existe um momento em que a negociação política é indispensável e construtiva. Mas quando paralisa o exercício do poder, torna-se perniciosa.
O que ocorre aqui, ou em qualquer outro país, como nos Estados Unidos.
Os danos lá e cá são danos à democracia.

Joaquim Falcão escreve quinzenalmente para este Blog/Noblat