"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

agosto 14, 2013

VÍDEO ! CONTABILIDADE "CRIATIVA" : ENTENDA COMO É O JEITO PETRALHA DE "GUVERNÁ"


O TEMPO É O SENHOR DA RAZÃO ! Maioria dos brasileiros acha que país está no rumo errado. Pela primeira vez em seis anos, mais brasileiros acham que o país está no rumo errado (58%) do que no rumo certo (42%)


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Pela primeira vez em seis anos, mais brasileiros acham que o país está no rumo errado (58%) do que no rumo certo (42%). A inversão da opinião pública aconteceu em junho, após a série de manifestações de rua, e se manteve em julho, segundo histórico de pesquisas nacionais do instituto Ipsos.

Foi uma reversão abrupta, sem paralelo nos oito anos de pesquisa: de um mês para o outro, um em cada cinco brasileiros mudou de opinião. Em maio, 63% diziam que o Brasil estava no rumo certo, e 37%, que estava errado. Um mês e 500 protestos depois, as taxas quase se inverteram: 43% a 57%. Pela primeira vez desde 2007, mais gente passou a achar que o país marcha para o lado errado.

Em julho, segundo o Ipsos, a tendência se manteve, com pequena oscilação: 42% acham que o Brasil está na direção correta, e 58%, que o país precisa mudar de rumo. Não há diferenças significativas entre classes: na "C", 41% dizem que o rumo do país está correto, contra 43% da A/B e 46% da D/E.

"Essa inversão mostra uma preocupação: a necessidade de pensar os problemas com mais profundidade", diz Paulo Cidade, diretor-executivo da Ipsos Public Affairs. "A partir dos protestos, as pessoas começam a perceber que é preciso pensar mais no país a longo prazo. E a expectativa está bem negativa", completa.

A resposta da opinião pública a essa questão não é igual à avaliação que as pessoas fazem do governo federal. Em junho, quando houve a inversão e mais pessoas passaram a achar que estamos na contramão, a avaliação da presidente Dilma Rousseff (PT), embora tivesse despencado, ainda tinha saldo positivo: 37% de ótimo/bom contra 25% de ruim/péssimo, segundo o Ipsos.

É mais uma medida do humor, do sentimento geral da população. É um alerta para os governantes de que algo precisa ser feito. Significa também que o eleitorado está muito mais propício à mudança e, em tese, mais permeável a um discurso de oposição. Mas o indicador deve ser analisado com cuidado pelos opositores.

De abril de 2005 até o final de 2006, mais brasileiros achavam que o país estava no rumo errado do que no certo. No auge dessa onda de pessimismo, em outubro de 2005, 71% apostavam que Lula conduzia o Brasil pela contramão. Essa taxa passou a cair mês a mês e, um ano depois, o ex-presidente acabou reeleito.

A pesquisa foi feita com mil entrevistas face a face, no domicílio do entrevistado, em 70 cidades do país. A margem de erro é de 3 pontos porcentuais, para mais ou para menos. O Ipsos é um dos cinco maiores institutos de pesquisa do mundo.
Veja(Gráficos) dados da pesquisa :

SOB CONTROLE ! Inflação preocupa e só está baixa nos preços administrados, diz Ipea



O economista Mansueto Almeida, pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), afirmou que a inflação que está baixa no Brasil é aquela dos preços administrados, como as tarifas de transportes e o custo da gasolina. Ele fez uma apresentação a parlamentares como contraponto ao discurso do secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Márcio Holland. Eles participou de um seminário sobre política macroeconômica brasileira, promovido pela liderança do PMDB na Câmara dos Deputados.

Mansueto disse que a inflação "preocupa muito". "É possível uma cidade passar 4 anos sem aumento na tarifa? Há uma inflação grande represada", disse. "Possivelmente a inflação fechará em 5,7% ou 5,8% neste ano." Durante a apresentação, ele defendeu que é muito caro produzir no Brasil e que, por isso, a indústria nacional não conseguiu acompanhar o crescimento das vendas. "Depois da crise de 2008, a produção da indústria despenca, retorna, e não consegue mais crescer. A indústria de transformação no Brasil perdeu dinamismo. O Brasil hoje é um país caro pra comprar um carro de bebê e o carro do pai do bebê", disse.

Mansueto defendeu que o País invista em aumento de produtividade e disse que o problema não é de demanda, e sim de custo. "O Brasil não vai conseguir concorrer com país que tem baixo custo de mão de obra, e nem é o que a gente quer. A gente tem que concorrer com países com salários e produtividade elevados. Esse é nosso cenário. Não teve falta de demanda no Brasil."

Em relação ao barateamento do custo de energia, citado por Holland, Mansueto disse que, ao mesmo tempo, o preço do gás nos Estados Unidos é um quarto do valor no Brasil. "Outros países também estão tendo redução de custos", disse. 

O economista falou, ainda, que o investimento do Brasil caiu e o déficit em conta corrente aumentou. "Isso é muito ruim porque todos os países do mundo, no processo de crescimento, aumentaram poupança", disse. Ele citou a Coreia do Sul, que cresceu aumentando taxa de poupança, que chegou a 32% do PIB. "Esses países poupavam mais e aumentavam a independência deles. O Brasil, de 1960 a 2010, não aumentou sua taxa de poupança", disse. 

Ele reforçou que agora a população brasileira vai crescer menos e será necessário aumentar a produtividade para gerar crescimento na economia. Outro problema apresentado por Mansueto é a relação comercial com outros países. Segundo ele, a China importa o equivalente a 27% do PIB dela e o Brasil, 12%. "O Brasil ainda é relativamente uma economia fechada. Brasil não está integrado ao comercio internacional como estão nossos concorrentes. A gente não vai conseguir ser competitivo na indústria sendo uma economia fechada", avaliou.

Também em resposta a Holland, Mansueto disse que o Brasil tem dívida bruta "altíssima". "O custo da nossa dívida é alto. A Selic caiu para 7,25% no ano passado, mas apesar isso, os juros da dívida liquida não caíram", disse. Sobre o crescimento do PIB, Mansueto disse que "estamos caminhando para algo como 2,3%".

Laís Alegretti e Adriana Fernandes, da Agência Estado

O mensalão voltou

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O mensalão volta hoje à pauta do Supremo. 
É boa oportunidade para que a sociedade recorde os contornos do maior escândalo de corrupção da nossa história política. E uma chance a mais para separar o joio do trigo, num momento em que o PT tenta, novamente, nivelar todos por baixo. A sociedade brasileira espera que o Supremo mande logo para trás das grades aqueles que, por anos, enxovalharam a nossa democracia e trataram o dinheiro do povo como capim.

Oito meses depois da conclusão do julgamento, o mensalão volta hoje à pauta do Supremo Tribunal Federal. É uma boa oportunidade para que a sociedade recorde, novamente, os contornos do maior escândalo de corrupção da história política do país. E uma chance a mais para separar o joio do trigo, num momento em que o PT tenta, novamente, nivelar todos por baixo.

O julgamento terminou com a condenação de 25 dos 38 acusados, entre eles figuras de proa da história do petismo, como José Dirceu, José Genoino, Delúbio Soares e João Paulo Cunha. As penas chegaram a 40 anos de prisão, como no caso do publicitário Marcos Valério, o principal operador do esquema de desvio de dinheiro público montado pelo PT. (Já Dirceu vai gramar 10 anos e 10 meses de xilindró.)

Ao todo, as condenações somam 282 anos de prisão e o pagamento de multa de R$ 22,7 milhões. Ainda é pouco perto do que foi comprovadamente surrupiado dos cofres públicos para comprar apoio parlamentar ao governo petista: pelo menos R$ 73 milhões, drenados do Banco do Brasil e da Câmara dos Deputados por meio de contratos de publicidade fraudulentos. Há, porém, suspeitas de que o montante desviado tenha sido pelo menos cinco vezes maior.

O que o STF volta a apreciar agora são recursos dos condenados. São de duas espécies: os de declaração e os infringentes. Os primeiros são usados para solucionar omissões, obscuridades ou contradições eventualmente presentes no acórdão com a sentença, publicado em abril. Podem resultar em penas menores, mas, na definição de Gilmar Mendes, são, na verdade, recursos meramente protelatórios, com intuito único de adiar o cumprimento das penas. O STF terá de julgar 26 destes recursos; para tanto, deve levar um mês.

O risco maior está nos chamados embargos infringentes. Eles aplicam-se a réus que foram condenados, mas obtiveram pelo menos quatro votos pela sua absolvição. Se forem aceitos, abrirão nova chance de julgamento para 11 dos mensaleiros, entre eles Dirceu e Delúbio, que poderiam se livrar de ter de passar um tempo na cadeia.

Está longe de ser pacífica a aceitação deste tipo de recurso, uma vez que desde 1990 eles não são permitidos pela lei. Há interpretações divergentes – Joaquim Barbosa, por exemplo, já se manifestou contrário à aceitação dos embargos infringentes pelo Supremo – e uma enorme polêmica à vista se prevalecer o ponto de vista e o desejo dos réus.

Se aceitos, os embargos infringentes serão distribuídos para outros relatores, excluídos o atual, Barbosa, e o revisor, Ricardo Lewandowski. Serão reabertos novos processos para estudar cada caso individualmente, com direito a reexame de provas. Se isso acontecer, o julgamento corre risco de arrastar-se por meses a fio, entrando 2014 adentro.

É tudo o que o PT mais quer. Segundo Rui Falcão, "a nova fase do julgamento representa uma segunda chance aos petistas”. É tudo o que a sociedade menos deseja: os mensaleiros tiveram sete anos para se defender e 53 sessões ao longo de 138 dias de 2012 para evitar a condenação pelo STF. A sentença dos ministros deve ser respeitada.

"Aceitar embargos, mudar relator, adiar a decisão, tudo isso não implica necessariamente diminuir penas ou refazer todo o julgamento. O Supremo pode simplesmente aceitar e manter as condenações. Mas hoje, a pergunta é: ao Estado democrático de Direito é necessário aceitar os embargos?”, analisa Joaquim Falcão, professor da FGV, na Folha de S.Paulo.

Que não pairem dúvidas: ao PT o que interessa é confundir, misturar falcatruas de diferentes naturezas no mesmo saco e aplainar todos no mesmo pântano da corrupção. Mas o partido dos mensaleiros mostra-se imbatível neste quesito, como atestam os escândalos que continuam a ser repetir na alçada federal, como o Rosegate e as maracutaias na Petrobras, para ficar apenas em alguns exemplos mais recentes.

Em razão disso, a sociedade brasileira – cujo grau de indignação com a malversação de recursos públicos, felizmente, é crescente – espera que o Supremo Tribunal Federal encerre rapidamente o mais importante julgamento da sua história e mande logo para trás das grades aqueles que, por anos, enxovalharam a nossa democracia e trataram o dinheiro do povo como capim.

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Este e outros textos analíticos sobre a conjuntura política e econômica estão disponíveis na página do Instituto Teotônio Vilela

O JEITO PETRALHA DE SER! R$ 1 BI EM ALTA VELOCIDADE - FORA DOS TRILHOS: TREM-BALA CUSTARÁ R$ 1 BI MESMO SE NÃO SAIR DO PAPEL

 Com o adiamento do leilão por pelo menos um ano, o Trem de Alta Velocidade (TAV) deixou de ser prioridade do governo, mas mesmo que não saia do papel vai custar até o fim do mandato da presidente Dilma Rousseff pelo menos R$ 1 bilhão aos cofres públicos.

O cálculo considera o que já foi gasto até o momento com os estudos de viabilidade econômica do empreendimento, contratação de consultoria, entre outras despesas, e a estimativa de gasto da Empresa de Planejamento e Logística (EPL) com o projeto executivo do trem-bala, que tem prazo até dezembro de 2014 para ser concluído.

O empreendimento liga Rio a São Paulo e Campinas. O presidente da EPL, Bernardo Figueiredo, informou ao GLOBO que o custo total do projeto executivo é de R$ 900 milhões.

- O impacto do adiamento (do leilão) nos nossos planos de trabalho é residual. O maior trabalho que a gente tem é a realização do projeto executivo do TAV, que vai continuar normal. O custo total do projeto é de R$ 900 milhões - disse Figueiredo.

A EPL acabou de habilitar o consórcio Geodata Italferr para gerenciar os projetos do TAV. Pelo trabalho, a empresa receberá R$ 77 milhões, dos quais R$ 25 milhões este ano. Caberá ao consórcio contratar empresas para elaborar o projeto executivo, que conterá todos os detalhes da parte de engenharia, como o número de túneis, pontes e estações, por exemplo. Além disso, já foram gastos R$ 28,9 milhões com a realização, em 2007, dos estudos que balizaram o edital do leilão. 

"Só quero saber do que pode dar certo"

Anunciado anteontem pelo ministro dos Transportes, César Borges, o adiamento do leilão do trem-bala por um ano, no mínimo, indica que o projeto não sairá do papel até o fim do mandato da presidente Dilma Rousseff. O empreendimento, segundo um interlocutor da presidente, deixou de ser prioridade. Ele resumiu em uma frase a posição do governo, citando música dos Titãs:

- Só quero saber do que pode dar certo. (...) O foco agora é nos leilões de rodovias, portos, Libra (blocos do pré-sal) e aeroportos.

Ontem, em entrevista à rádio CBN, a chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, disse que "o governo não desistiu", mas apenas adiou para 2014 a licitação do trem-bala, atendendo pedido de empresas interessadas na execução do projeto.

- Alguns interessados queriam mais tempo e, se fizéssemos (o leilão) agora, poderíamos ter apenas um concorrente, o que seria ruim para o processo licitatório - declarou à rádio.

Segundo Gleisi, o atraso "faz parte de um processo de aprendizado nosso e também dos investidores brasileiros".

Na visão de Bernardo Figueiredo, a EPL, criada com a missão máxima de tirar o trem-bala do papel, não será esvaziada com adiamento do leilão. Ele disse que o TAV é apenas uma parte do trabalho da EPL, que também será responsável pela elaboração de um planejamento a longo prazo para o setor de infraestrutura, visando a implementar no país um sistema de logística integrada.

Essa visão não é compartilhada por outros integrantes do governo da área de infraestrutura. Eles destacam que o TAV foi totalmente delegado à EPL pelos órgãos que cuidam do setor, como a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), responsável pelo edital, consumindo a maior parte das atribuições da empresa.

Apesar do adiamento do leilão, a EPL manteve o cronograma de obras do trem-bala. As obras estão previstas para começar no primeiro semestre de 2015, de modo que o trem comece a rodar em 2020.

- Não tem plano B para esse negócio. Vamos ter que fazer, e quanto mais cedo melhor. Temos que parar de fazer as coisas só no limite do suportável - disse Figueiredo, lembrando o saturamento de rodovias (com a Dutra) e dos aeroportos, além da existência de vários municípios no eixo Rio-São Paulo que poderão ser alavancados com o trem-bala.

As despesas do governo com o TAV vêm desde 2005, quando a Valec Engenharia Construção e Ferrovias S.A era a responsável pelo projeto e contratou a empresa italiana Italplan Engineering para elaborar o projeto básico da obra. O negócio resultou numa disputa judicial, em que a Ítalplan cobra da Valec ¬ 270 milhões, alegando que o serviço não foi pago. Para defender a estatal, a Advocacia-Geral da União (AGU) contratou um escritório internacional por R$ 1,26 milhão, por dois anos. O caso começou na justiça italiana e está no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Em 2007, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) assumiu o projeto do TAV e contratou o consórcio Halorow Sinergia e Prime Engenharia, via BNDES, por R$ 28,9 milhões para realizar os estudos, que serviram de base para a elaboração do edital do primeiro leilão, realizado em maio de 2011, que fracassou por falta de interessados. Na última versão do edital, o governo reformulou o modelo, dividindo o projeto em duas fases (construção e operação), além de assumir todo o risco do empreendimento, via EPL.

"governo não sabia o que queria"

Pensada inicialmente apenas para ser um acionista do trem, a EPL acabou virando sócia do negócio, com participação de 45%. Em 2012, o governo injetou R$ 5 milhões para constituir a empresa. Os gastos com custeio da estatal somaram R$ 28,2 milhões em 2012 e neste ano, dos R$ 152,7 milhões orçados, foram empenhados R$ 60 milhões. A EPL conta com três diretores, 151 empregados e paga aluguel de R$ 137 mil por mês (R$ 1,64 milhão por ano) no novo prédio onde foi instalada, segundo dados da própria empresa.

Para o economista Paulo Rabello de Castro, os constantes adiamentos mostram que o projeto do governo tem falhas:

- Dão a entender que o governo não sabia o queria e foi adaptando o projeto ao interesse do investidor. Um projeto dessa magnitude tem que ser cercado de cuidados especiais de comunicação com o público - disse Castro, lembrando que o governo deveria regulamentar o artigo 67 da Lei de Responsabilidade Fiscal, que manda criar um conselho fiscal com representantes do governo e da sociedade, para analisar a natureza e necessidade dos gastos.

 Geralda Doca O Globo

DINHEIRO PARA CARRO E MENOS ALIMENTAÇÃO : Combustíveis puxam vendas no comércio; inflação prejudica supermercados

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O setor de combustíveis e lubrificantes foi o principal responsável pelo desempenho das vendas do comércio varejista em junho, que subiram 0,5% em relação a maio, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Em junho, o os combustíveis tiveram aumento de 0,9% nas vendas frente a maio. A comparação mensal é livre de influências sazonais. A alta é ainda maior na comparação anual com junho do ano passado, que foi de 8,2%.

Os números fazem parte da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgados nesta quarta-feira (14) pelo instituto.

O desempenho coloca combustíveis no topo das vendas do comércio varejista no mês, desbancando, inclusive, o resultado dos hipermercados e supermercados que historicamente são os principais motores do comércio, mas que em junho tiveram mau desempenho.

O segmento teve a maior participação na chamada taxa global de varejo, que faz uma média das receitas dos dez segmentos pesquisados pelo instituto e calcula seu peso no índice.

De acordo com a técnica do IBGE Aleciana Gusmão, dois motivos levaram à alta nas vendas dos combustíveis. O primeiro é o fato de o preço do produto ter subido a um ritmo menor que o da inflação. A técnica do instituto lembrou que enquanto a inflação geral está em 6,7%, os combustíveis têm subido de preço a uma taxa de 3,5%.

O segundo motivo é o aumento da frota de veículos no país, decorrente principalmente da extensão do benefício do IPI (Iposto sobre Produtos Industriais) até dezembro pelo Governo Federal. Essa questão pode ser observada também na venda de veículos e partes, que cresceu 0,9% em junho frente a maio, de acordo com a PMC.

"Os combustíveis têm aumentado de preço a um ritmo menor que a inflação. Eles são beneficiados beneficiados também por ter um preço administrado", disse.


HIPERMERCADOS

Tradicionalmente tido como o carro-chefe das vendas do varejo, o desempenho dos hipermercados, supermercados e lojas de produtos alimentícios e bebidas em geral não foi bom em junho. Foi verificada queda de 0,4% de maio para junho. Na comparação anual, de junho deste ano frente a igual mês de 2012, a queda nas vendas foi de 0,8%.

Segundo a técnica do IBGE, o desempenho foi basicamente impactado pelo preço dos alimentos, que têm registrado altas taxas de crescimento desde o ano passado. A inflação da chamada alimentação em domicílio tem levado os consumidores a comprarem menos alimentos no supermercados e também substituído produtos mais caros por opções mais em conta, disse.

Segundo avaliou Aleciana, a pesquisa mostra que a mudança no patamar de consumo foi incorporada pelos consumidores apenas em 2013, mesmo que as altas dos alimentos venham sendo observadas desde 2012.

Aleciana lembrou que em junho, segundo o IPCA (Índice de Preço ao Consumidor Amplo), a alimentação em domicílio teve variação positiva no acumulado dos últimos 12 meses de 13,6%.

"Já estamos começando a ver o impacto da alta da alimentação em domicílio na atividade hipermercado da pesquisa. Desde o ano passado, os preços vêm aumentando, mas só agora os consumidores estão reduzindo seu consumo em função disso", disse.

COMÉRCIO EM GERAL

Ainda que tenha registrado altas mensais em janeiro, abril, maio e junho, o desempenho das vendas do comércio varejista neste ano tem sido menor que o verificado no ano passado. O motivo para isso, explicou Aleciana, envolve uma série de fatores que deixou a base de comparação mais alta em 2012.

Questões como a renda do trabalhador brasileiro, que cresce em ritmo menos acelerado este ano, o crédito, que está menos disponível que em 2012, e a inflação, que tem batido no teto da meta de 6,5%, justificam o desempenho inferior. O IBGE não apurou o impacto das manifestações populares pelas ruas das principais capitais do país, iniciadas no início de junho.

"Em 2012 nós percebíamos na PME (Pesquisa Mensal de Emprego) que a renda subia a taxas bem maiores que a gente percebe esse ano. Sobre crédito, ele também está um pouco menos disponível. Se antes algumas lojas não pediam entrada, por exemplo, agora elas já exigem. Enquanto os bancos eram antes mais tranquilos na concessão de crédito, agora eles têm uma série de pré-requisitos. A esses fatores soma-se a alta dos preços", disse. 
 
LUCAS VETTORAZZO
DO RIO 

brasil maravilha dos FARSANTES SEM MARQUETINGUE : Clima Econômico no Brasil em julho é terceiro mais baixo entre países da América Latina, diz FGV

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O Índice de Clima Econômico (ICE) do Brasil ficou em 3,8 pontos em julho deste ano, o terceiro mais baixo da América Latina entre 11 países pesquisados. A pontuação do Brasil só foi maior do que a obtida pela Venezuela (1 ponto, a pontuação mínima) e a Argentina (3,6). O índice é calculado pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

A queda do indicador, calculado com base na opinião de especialistas sobre a economia local, foi 32%. Em abril, o ICE brasileiro alcançou 5,6 pontos. O resultado de julho também ficou pouco bem abaixo da média de 6,1 pontos observada nos últimos dez anos.

A média do ICE na América Latina em julho foi 4,4 pontos. 
Em abril, havia sido 5,2. Os melhores resultados foram obtidos por Paraguai (7,3), 
Colômbia (6,1), 
Peru (5,6), 
Bolívia (5,4), 
Uruguai (5,3), 
México (5,3) e Equador (5). 
O Chile ficou na média (4,4). 
Apenas dois países tiveram melhora no indicador entre abril e julho: Colômbia e Uruguai. 
A Bolívia se manteve estável e os demais tiveram queda.

No Brasil, os especialistas estão mais pessimistas tanto em relação ao momento atual quanto ao futuro. O Subíndice de Expectativas, que avalia a situação para os próximos meses, caiu de 6,4 pontos em abril para 4,2 em julho. Já o Subíndice da Situação Atual caiu de 4,7 para 3,3 pontos no período.

Como os dois subíndices estão abaixo de 5 pontos, o Brasil está em fase de recessão, segundo o estudo. Em abril, o país estava na fase de recuperação (quando o Subíndice de Expectativas está acima de 5 e o Subíndice da Situação Atual está abaixo desse valor). 
As outras duas categorias da pesquisa são expansão (quando os dois subíndices estão acima de 5) e piora (quando a Situação Atual está acima de 5 e a Expectativa abaixo desse valor).

A média mundial do ICE caiu de 5,4 em abril para 5,2 em julho. Entre os dez principais países da pesquisa, apenas Estados Unidos e três países europeus tiveram melhora entre abril e julho. Os Estados Unidos passaram de 5,2 para 5,6 pontos. A Alemanha subiu de 6,3 para 6,4; o Reino Unido, de 5,1 para 5,9 e a França, de 3,1 para 3,9.

O Japão caiu de 6,3 para 5,9 pontos. Além do Brasil, os outros quatro países do Brics tiveram queda no indicador: China (de 5,8 para 4,4), Índia (5,6 para 4,9), Rússia (4,5 para 4,1) e África do Sul (4,3 para 3,9).
 
Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil