"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

março 24, 2014

O brasil maravilha DOS VELHACOS E presidenta DESAVERGONHADA : S&P aponta piora fiscal e crescimento lento e rebaixa nota do Brasil


A agência de classificação de risco Standard & Poor's anunciou nesta segunda-feira, 24, o temido rebaixamento da nota de crédito do Brasil. O rating da dívida de longo prazo do País em moeda estrangeira foi rebaixado de BBB para BBB-. A perspectiva da nota agora é estável. Apesar do rebaixamento, o País se mantém dentro do grau de investimento, alcançado em 2008.

Segundo relatório da S&P, "o rebaixamento reflete a combinação de derrapagem fiscal, a perspectiva de que a execução fiscal permanecerá fraca, em meio a um crescimento moderado nos próximos anos, uma capacidade limitada para ajustar a política antes da eleição presidencial de outubro e um certo enfraquecimento das contas externas do Brasil. 

A perspectiva de crescimento lento reflete tanto fatores cíclicos como estruturais, incluindo o investimento como parcela do PIB de apenas 18% em 2013 e uma desaceleração do crescimento da força de trabalho. Combinados, esses fatores destacam o espaço diminuído do governo para manobrar em face de choques externos". 

De acordo com fontes do mercado ouvidas pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, soube da decisão da S&P ainda no meio da tarde de hoje. Mas, em geral, o anúncio surpreendeu o governo. Durante a tarde, Mantega alterou sua agenda oficial para participar de reunião da presidente Dilma Rousseff com os principais banqueiros do País - que souberam do rebaixamento ao final do encontro. 

A reunião tratou da conjuntura econômica nacional e internacional e contou com a presença dos presidentes do Itaú Unibanco, Roberto Setubal, do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi, do Santander, Jesús Zabalza, do HSBC Brasil, André Brandão, do BTG Pactual, André Esteves, e do Citibank, Hélio Magalhães. O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, também participou. 

A decisão desta segunda-feira poderá dificultar a estratégia do governo de atrair investidores e recuperar a credibilidade perdida após manobras para fechar as contas nos últimos dois anos - ponto destacado pela agência no comunicado. 

Pente-fino. 
Uma equipe da S&P esteve no Brasil na semana do dia 10 de março com o objetivo passar um pente-fino nas contas públicas e conversar com agentes do mercado, investidores e autoridades do governo. Na ocasião, a força-tarefa da S&P participou de encontros com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, com a diretoria do Banco Central e com representantes do Ministério das Comunicações. 

O rating da dívida de longo prazo do País em moeda local também foi rebaixado, para BBB+ de A-. E o rating de crédito de curto prazo em moeda estrangeira foi reduzido para A3, de A2. Já a nota da dívida de curto prazo em moeda local foi mantido em A2. O rating em escala nacional também foi mantido inalterado, em brAAA, com perspectiva estável. 

Considerando a classificação da S&P para a dívida de longo prazo de países 
da América Latina, cinco nações têm notas superiores à do Brasil: Chile, Colômbia, México, Panamá e Peru. 

Credibilidade. 
O documento também diz que "a credibilidade da conduta da política fiscal enfraqueceu sistematicamente, à medida que o governo isentou vários itens de receita e de gastos da meta fiscal, além de rebaixar a própria meta ao longo do tempo". O uso persistente de bancos estatais, financiados por recursos "por baixo do pano" do Tesouro, também minou a credibilidade e a transparência da política, afirma a agência.

A S&P ressaltou ainda a situação do setor elétrico. "A implementação das medidas recentemente anunciadas para gerir perdas no setor elétrico (tendo em vista a falta de chuvas e a dependência da energia térmica de alto custo), com uma elevação limitada das tarifas da eletricidade em ano eleitoral, pode ser um desafio", diz o documento. 

Sinais positivos. 
A agência destaca que o governo parece estar reduzindo o ritmo da concessão de crédito pelos bancos estatais, e com isso o financiamento "por baixo do pano" para eles por parte do Tesouro. Se isso permanecer nos trilhos, afirma a S&P, ao longo do tempo deverá ser positivo para o rating. 

"Contudo, outros riscos fiscais negativos derivam do desempenho dos governos estaduais e municipais (cujos déficits não são mais compensados pelo governo federal) e de uma decisão iminente do Supremo Tribunal sobre contas de poupança (que poderá resultar em o governo ter de cobrir perdas no setor bancário). Combinados, esses fatores poderão colocar pressão adicional sobre o desempenho fiscal do Brasil no futuro", prossegue o texto.

Para 2014, o governo anunciou uma meta de superávit primário (economia para pagar os juros da dívida) de 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB), mesmo porcentual cumprido em 2013.




Agência Estado e Economia & Negócios

Presidência não se terceiriza - VERDADE/VERDADEIRA ? NUNCA FOI NADA MUITO MENOS PRESIDENTA . O AUGE FOI QUANDO "MUIÉ" DA BANDIDAGEM.

Dilma Rousseff começa a aparecer nas histórias ligadas ao escândalo de Pasadena como quem fez a coisa certa e só errou um tiquinho por não ter examinado com o rigor necessário, como era de se esperar de uma gerentona eficiente como ela, um contrato gordo como aquele. Na realidade, a participação de Dilma na transação escabrosa é equivocada do começo ao fim. Não se pode terceirizar a responsabilidade pelos maus negócios, seja da Petrobras ou do país.

Aos poucos, de forma não tão discreta, Dilma Rousseff começa a aparecer nas histórias ligadas ao escândalo de Pasadena como quem fez a coisa certa e só errou um tiquinho por não ter examinado com o rigor necessário, como era de se esperar de um suprassumo da gestão como ela, um contratão gordo como aquele. São as artimanhas do Planalto; cai nelas quem quer. Na realidade, a participação de Dilma na transação escabrosa é equivocada do começo ao fim. A responsabilidade pelo mau negócio é intransferível. 
Brasília pôs em marcha uma manobra para terceirizar a culpa pela lambança protagonizada pela Petrobras, cujo conselho de administração era presidido por Dilma à época, ao comprar uma refinaria no Texas por valor muitas vezes superior ao que a planta industrial efetivamente valia. Acontece que havia, e ainda há, uma ordem de comando na estatal, uma hierarquia de decisões; Dilma esteve, e está, no topo da cadeia. Se não havia, ou não há, tal hierarquia, e se Dilma não exerceu nem exerce tal comando, a coisa é pior do que parece.

O episódio todo começa com a declaração oficial dada por Dilma na semana passada de que aprovou a compra da refinaria de Pasadena com base em resumo “técnica e juridicamente falho” e em “informações incompletas”. A responsabilidade pelo péssimo negócio não seria, em última instância, dela. Mas, como presidente do principal órgão de governança da então maior empresa brasileira, Dilma deu seu aval a um negócio que acabou custando US$ 1,18 bilhão à Petrobras. Este é o fato, e ponto.

No rastro da confusão armada a partir da declaração presidencial, na sexta-feira Nestor Cerveró foi demitido da diretoria financeira da BR Distribuidora. Foi da lavra dele, então diretor internacional da Petrobras, o documento que, sustenta Dilma agora, levou a estatal a pagar por Pasadena quase 30 vezes o que o antigo dono havia pagado apenas sete anos antes. A máquina de propaganda do Planalto quer nos convencer de que algo assim pode passar incólume...

O parecer de Cerveró data de 2006. Já em 2007, Dilma e todo o conselho da Petrobras ficaram cientes de que teria havido, no mínimo, má-fé na transação, pois condições importantes do negócio não apareceram no resumo de duas páginas e meia enviado aos conselheiros. Apesar disso, Cerveró continuou no mesmo cargo na Petrobras até 2008 e de lá só caiu para cima: assumiu a diretoria financeira de uma potente subsidiária da estatal. Isso é algo que se faça com quem comete erro na casa de bilhão de dólares?
Agora, Nestor Cerveró foi finalmente defenestrado. Demorou oito anos para ser demitido pela lambança que a Petrobras fez no Texas, algo que já era de conhecimento da companhia, mas fora omitido do público durante todo este tempo – com a concordância de Dilma, frise-se.

O governo petista sustenta que isso demonstraria que Dilma, afinal, impôs ordem na casa, limpou a área e colocou nossa outrora maior empresa no rumo certo. Seu pecadilho maior teria sido falhar na função de gerentona, sua suposta qualidade mor. Qual o quê! A hoje presidente da República falhou foi de cabo a rabo.

Primeiro, ao dar guarida, na condição de presidente do Conselho de Administração da Petrobras, que ocupou por sete anos, a um negócio que se mostrou desastroso, por quaisquer ângulos que se examine. Segundo, por não ter tomado quaisquer providências para impedir que a companhia perseverasse no equívoco: a aquisição acabou consumada cinco anos depois de desnudadas as condições leoninas do contrato e por valor bem acima do que havia sido acordado entre os sócios – uns 30% mais, segundo publicou a Folha de S.Paulo ontem.

Em terceiro lugar, Dilma é responsável por ter mantido na empresa gestores que levaram a Petrobras a decisões temerárias: além de Cerveró, o ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa, preso na semana passada pela Polícia Federal por suspeita de envolvimento numa rede internacional de lavagem de dinheiro. Nos anos todos em que Dilma presidiu o conselho, lá ele esteve, intocado, apesar de também ter participado da compra de Pasadena.
Os negócios ruins da Petrobras vêm desde a época em que Dilma presidia o mais alto órgão de governança da companhia e continuam quando Dilma, para nossa infelicidade, passou a presidir algo um pouquinho maior, a República Federativa do Brasil. Há uma linha de continuidade na trajetória da companhia buraco adentro. Em ambas, estão as digitais de Dilma.

Exemplos são muitos. Além do valor estapafúrdio pago pela planta de Pasadena, incluem também os investimentos a fundo perdido – até agora – que estão sendo realizados na refinaria Nansei, em Okinawa, no Japão. Comprada por US$ 70 milhões, já recebeu mais US$ 200 milhões em investimentos para resolver pendências ambientais e operacionais, segundo edição d’O Globo de ontem. Hoje opera com carga mínima e, posta à venda, não obteve compradores interessados no mercado.

Em Pernambuco, deu-se algo pior. A Petrobras já enterrou US$ 20 bilhões num negócio que começou em US$ 2,5 bilhões, quase dez anos atrás. Neste ínterim, tomou um beiço do sócio venezuelano, a PDVSA. Mas, ao contrário do que aconteceu com a belga Astra em Pasadena, que lhe cobrou centavo por centavo o que previa o contrato, a empresa brasileira simplesmente abriu mão das penalidades que poderia impor ao parceiro bolivariano, conforme mostra hoje O Estado de S. Paulo.

De forma direta, Dilma Rousseff esteve metida nestes negócios nefastos ao interesse nacional. Se bem sucedidos, estariam servindo ao discurso oficial como atestado da competência gerencial da petista. Mas, como estão se revelando ruinosos, tenta-se imputar a outrem a responsabilidade por eles e a culpa pela lambança. Não é possível. Exercer a presidência, seja do conselho de administração de uma companhia, seja de um país, não é algo que se possa terceirizar.

Este e outros textos analíticos sobre a conjuntura política e econômica estão disponíveis na página do Instituto Teotônio Vilela

DE(s)CÊNIO DOS VELHACOS E A VERDADEIRA HERANÇA MALDITA II - Projeção de inflação para 2014 do mercado financeiro volta a subir e alcança 6,28%

A inflação deve encerrar o ano acima do teto da meta do governo, segundo a mediana das estimativas de economistas do mercado financeiro que mais acertam projeções de inflação no médio prazo. De acordo com o chamado "top 5" do relatório Focus, do Banco Central, o IPCA ficará em 6,57% em 2014, enquanto o limite estabelecido pelo governo é de 6,5%. Na semana passada, o mesmo grupo esperava alta de 5,99% para este ano.
Na mediana de todas as projeções do Focus, a previsão também aumentou, de 6,11%, na semana passada, para 6,28%. É a projeção mais pessimista desde janeiro de 2012, quando esperava-se alta de 6,5% para o IPCA de 2011.


Para o economista Adré Perfeito, da Gradual Investimentos, o aumento joga “um balde de água fria” na política monetária do Banco Central, que diminuiu recentemente o ritmo de altas da taxa básica de juros, elevando a meta da Selic em 0,25 ponto percentual, em vez dos aumentos de 0,5 ponto percentual que viam sendo realizados no ano passado.

“O relatório Focus divulgado hoje joga um balde de água fria na homeopatia monetária do BCB e vai forçar o Copom a subir pelo menos mais duas altas de 25 pontos base na Selic. Não há escapatória para a Autoridade Monetária. Ao invés de ter dado uma alta de 50 (pontos base) na ultima reunião e ter ancorado assim parte das expectativas, o BCB decidiu diminuir o ritmo frente os desafios existentes para o nível de atividade e assim deixou aberto o flanco das expectativas”, avaliou o analista, em comunicado enviado a clientes.

Para Mauro Rochlin, economista e professor do Ibmec-RJ, a alta nos alimentos foi uma das surpresas que contribuíram para aumentar as projeções do mercado. Na prévia da inflação divulgada na sexta-feira pelo IBGE, o grupo foi um dos principais responsáveis por puxar para cima o IPCA-15 de março, que ficou em 0,73%. Só o tomate, por exemplo, subiu 28,53%.

— O IPCA-15 veio acima das expectativas, o que piora as previsões para o ano. Houve uma pressão de alimentos que não estava no radar — afirmou o especialista, que destaca também a pressão dos chamados preços administrados, controlados pelo governo, que podem surpreender "ainda que não haja expectativa de alta acentuada de preços de gasolina e energia até as eleições".

Os dados são divulgados a pouco mais de uma semana do início da próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para os dias 1º e 2 de abril. A mediana das estimativas do Focus desta segunda-feira prevê que a Selic encerre o ano em 11,25%. Como a meta da Selic está em 10,75% ao ano, a projeção significa que o mercado espera mais dois aumentos de 0,25 ponto percentual nas próximas reuniões do Copom.



MARCELLO CORRÊA

O Globo

DE(s)CÊNIO DOS VELHACOS E A VERDADEIRA HERANÇA MALDITA - BC aumenta previsão de rombo das contas externas para US$ 80 bilhões

Apesar do discurso recorrente do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, que o Brasil tem recebido vários recursos estrangeiros, o BC aumentou a previsão para o rombo das contas externas para este de ano para US$ 80 bilhões. A projeção anterior era de US$ 78 bilhões. Apenas nos dois primeiros meses, o déficit registrado de US$ 19 bilhões foi recorde. Além de despesas cada vez maiores de turistas no exterior, a autoridade monetária conta uma balança comercial cada vez mais debilitada.

Segundo o Banco Central, além do comércio exterior no vermelho, o Brasil tem déficits fortes em serviços, como o pagamento de fretes e de aluguel de equipamentos. Os brasileiros gastaram nada menos que US 1,9 bilhão em viagens ao exterior no mês passado: novo recorde para meses de fevereiro. E as filiais de empresas multinacionais instaladas no país remeteram US$ 1,3 bilhão para fora do país. Isso tudo gerou um déficit de US$ 7,4 bilhões: um pouco melhor que as expectativas do BC.

Os investimentos estrangeiros diretos não cobriram mais uma vez esse rombo. Os recursos considerados de melhor qualidade – porque aumentam a capacidade do Brasil de produzir – ficou em US$ 4,1 bilhões.

Essa é a principal crítica dos analistas do mercado financeiro: o Brasil gasta mais recursos do que recebe de investimento direto. A expectativa do BC para o recebimento desse tipo de investimento ficou estável em US$ 63 bilhões.

GABRIELA VALENTE 
O Globo

"AUTOSSUFICIÊNCIA" : Governo pesquisa impacto de mais etanol na gasolina . Fabricantes dizem que mudança afetaria desempenho dos carros; governo vê medida com bons olhos porque reduziria a importação da gasolina .


O diretor do Departamento de Combustíveis Renováveis do Ministério de Minas e Energia (MME), Ricardo Dornelles, revelou nesta segunda-feira, 24, ao Broadcast, serviço de informações da Agência Estado, que o governo está realizando pesquisas próprias para avaliar o impacto do aumento da mistura de etanol anidro na gasolina, dos atuais 25% para 27,5%. Segundo ele, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) já comunicou que a medida prejudicaria o rendimento dos motores. 

O governo avalia, porém, que é preciso uma análise ainda mais técnica para se tomar uma decisão sobre o assunto. "Precisamos de uma resposta técnica", afirmou minutos antes do início do evento Sugar&Ethanol, que é realizado em São Paulo.

Conforme Dornelles, as pesquisas do governo estão a cargo do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), que está conversando com a indústria sucroalcooleira e outros técnicos. Ainda não há previsão de quando as análises do governo serão concluídas, complementou.

A proposta de aumentar o limite máximo de mistura de etanol anidro na gasolina, de 25% para 27,5%, foi levada ao governo pela cadeia produtiva em janeiro. A princípio, o governo viu a medida com bons olhos, pois isso diminuiria o volume de importação de gasolina e, consequentemente, traria alguma vantagem ao caixa da Petrobrás. Para o setor, uma mistura de 27,5% contribuiria para o escoamento de produção, principalmente em um ano em que os Estados Unidos devem importar menos biocombustível.



José Roberto Gomes, da Agência Estado