Apesar do discurso recorrente do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, que o Brasil tem recebido vários recursos estrangeiros, o BC aumentou a previsão para o rombo das contas externas para este de ano para US$ 80 bilhões. A projeção anterior era de US$ 78 bilhões. Apenas nos dois primeiros meses, o déficit registrado de US$ 19 bilhões foi recorde. Além de despesas cada vez maiores de turistas no exterior, a autoridade monetária conta uma balança comercial cada vez mais debilitada.
Segundo o Banco Central, além do comércio exterior no vermelho, o Brasil tem déficits fortes em serviços, como o pagamento de fretes e de aluguel de equipamentos. Os brasileiros gastaram nada menos que US 1,9 bilhão em viagens ao exterior no mês passado: novo recorde para meses de fevereiro. E as filiais de empresas multinacionais instaladas no país remeteram US$ 1,3 bilhão para fora do país. Isso tudo gerou um déficit de US$ 7,4 bilhões: um pouco melhor que as expectativas do BC.
Os investimentos estrangeiros diretos não cobriram mais uma vez esse rombo. Os recursos considerados de melhor qualidade – porque aumentam a capacidade do Brasil de produzir – ficou em US$ 4,1 bilhões.
Essa é a principal crítica dos analistas do mercado financeiro: o Brasil gasta mais recursos do que recebe de investimento direto. A expectativa do BC para o recebimento desse tipo de investimento ficou estável em US$ 63 bilhões.
GABRIELA VALENTE
O Globo
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