"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

julho 08, 2011

Com 4ª queda seguida, Ibovespa encerra a semana com perda de 3%

Com queda do início ao fim do pregão, o Ibovespa alongou a sequência dos últimos dias, ao marcar a quarta baixa consecutiva. O índice, que começou a semana próximo dos 64 mil pontos, perdeu a linha dos 62 mil pontos.

O "payroll" americano pesou sobre o humor dos investidores. Foram criadas apenas 18 mil vagas de trabalho no país em junho, número muito inferior às expectativas.

Além disso, os dados de geração de postos de emprego em abril e maio foram revistos para baixo e a taxa de desemprego aumentou para 9,2%, em junho.


Os dados surpreenderam, já que o setor privado havia reportado ontem a criação de 157 mil vagas em junho, segundo a Automatic Data Processing (ADP).
O indicador reacendeu a preocupação com o frágil ritmo de recuperação da economia americana e seu impacto global.


No Brasil, o Ibovespa mostrou hoje desvalorização de 1,12%, aos 61.513 pontos.
O giro financeiro atingiu R$ 5,227 bilhões.

Na semana, o índice perdeu 3%, mesma baixa apurada entre os dias 11 e 15 de abril. No ano, o Ibovespa acumula queda de 11,2%.

No mercado americano, o índice Dow Jones caiu 0,49%, para 12.657 pontos, enquanto o Nasdaq recuou 0,45%, aos 2.859 pontos, e o SP 500 perdeu 0,70%, aos 1.343 pontos. Na semana, que foi mais curta devido ao feriado do Dia da Independência na segunda, Wall Street teve ganho.
O Dow Jones subiu 0,6%.


Ainda nos Estados Unidos, o pessimismo ganhou força com a alta de 1,8% dos estoques no atacado de abril para maio.
A previsão de analistas era de um aumento abaixo de 1% na comparação mensal.


"O caminho da retomada americana ainda é longo", pontua o diretor da Máxima Corretora, José Costa Gonçalves, repetindo as palavras do presidente americano, Barack Obama.

Ele avalia que o mercado segue com pouca liquidez, diante da ausência de "tomador" final. O início das férias no Hemisfério Norte também prejudica a movimentação da Bolsa brasileira.
"Estamos vivendo um período de paciência para o investidor", ressalta.


Costa ainda chama atenção para a aposta contra a Bovespa.
Os últimos dados da Bolsa de Mercadorias e Futuros (BMF) revelam que a posição "vendida" do investidor estrangeiro sobre o Ibovespa futuro segue elevada, em 81.373 contratos.


Empresas

A queda do Ibovespa foi embasada pela trajetória negativa da maior parte de suas ações, o que inclui as "blue chips" Vale PNA (-0,88%, a R$ 46,10), com giro de R$ 433 milhões
e Petrobras PN (-0,80%, a R$ 23,44), com volume de R$ 318 milhões.


As principais quedas do índice partiram das ações MRV ON (-3,51%, a R$ 11,82), Braskem PNA (-3,54%, a R$ 20,4)
e Telemar Norte Leste PNA (-3,66%, a R$ 48,65).


Já as poucas altas partiram de papéis como Gol PN (3,5%, a R$ 19,77)
e TIM Participações PN (2,95%, a R$ 7,66)
e ON (2,73%, a R$ 9,03).

O mercado reagiu bem às negociações da Gol para comprar a Webjet.
Além disso, a TIM adquiriu a empresa de telecomunicações controlada pela Brasiliana Energia, a Atimus, por R$ 1,6 bilhão.


Fora do Ibovespa, destaque para a queda dos recibos de ações da Agrenco (-8,24%, a R$ 0,89) e da Laep (-7,69%, a R$ 1,08).

No sentido oposto, as ações PN (9,95%, a R$ 2,32) e ON (56,53%, a R$ 5,87) da Mundial voltaram a disparar.

(Beatriz Cutait | Valor )

COPA 2014 NO BRASIL SEM LEI : Ricardo Teixeira chama imprensa brasileira de "vagabunda" e disse estar "cagando" para as denúncias.

Em entrevista à edição mais recente da revista "Piauí", o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, disse que pode fazer "todo tipo de maldade" na Copa do Mundo de 2014 para atingir inimigos.
Ricardo Teixeira na sede da Fifa, em Zurique. Foto Steffen Schmidt - 11.mai.2011/Efe

"Em 2014, posso fazer a maldade que for. A maldade mais elástica, mais impensável, mais maquiavélica. Não dar credencial, proibir acesso, mudar horário de jogo. E sabe o que vai acontecer? Nada. Sabe por quê? Porque eu saio em 2015. E, aí, acabou."

O credenciamento de jornalistas, o acesso a estádios e instalações do Mundial e o cronograma de partidas são decididos pelo COL (Comitê Organizador Local), presidido por Teixeira, e pela Fifa.

Representantes da entidade máxima do futebol não foram encontrados ontem para comentar as declarações.

O cartola classificou a imprensa brasileira como "vagabunda" e disse estar "cagando" para as denúncias. "Que porra as pessoas têm a ver com as contas da CBF?"

A assessoria da confederação não comentou a reportagem, mas reafirmou todas as declarações de Teixeira.

À revista João Havelange, ex-presidente da Fifa e ex-sogro de Teixeira, diz entender que Belo Horizonte será a cidade escolhida para abrir a Copa devido à amizade de Teixeira com o senador Aécio Neves, ex-governador de MG.

Jornal Integração Brasil

DISSIMULAÇÃO EM PARIS : BUFÃO E MELIN NO AUTÊNTICO ESTILO ME ENGANA QUE EU GOSTO.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou ontem em Paris que seria "inadmissível" uma atuação política do BNDES no projeto de fusão do gigante francês Carrefour com o Grupo Pão Açúcar.

- Não há uma atuação política do BNDES. É uma decisão comercial. É preciso que o BNDES justifique sua atuação nesta questão, uma questão que é eminentemente comercial. É inadmissível uma atuação política do BNDES nesta questão. Não há possibilidade de pressão - afirmou Mantega na capital francesa, onde participou de evento com investidores sobre o programa de reformas da presidente Dilma Rousseff.

"É uma questão comercial provada", disse o ministro

Respondendo aos críticos que dizem que o papel do BNDES é financiar infraestrutura no Brasil e não empresas privadas do varejo, Mantega afirmou:

- O BNDES pode financiar muitos setores no Brasil. É uma decisão do BNDES. Não é uma decisão do governo. O governo não se mete nesta questão. É uma questão comercial privada.

Em um seminário da influente revista britânica "The Economist", o diretor-executivo do BNDES Luiz Eduardo Melin defendeu a fusão Carrefour-Pão de Açúcar, dizendo que trata-se de um "projeto que cria valor para todos os envolvidos" e gera ganhos no mercado interno e externo.
Melin argumentou também que a fusão permitiria a penetração de produtos brasileiros em mercados de mais de 30 países.


Mas, na França, uma pessoa próxima das negociações entre Carrefour e Pão de Açúcar, que falou na condição de anonimato, engrossou o coro de especialistas, que não acreditam que isso vai possibilitar a entrada de produtos brasileiros nas prateleiras francesas.

- É prematuro dizer isso. O projeto não é para isso. É um projeto para criar um campeão brasileiro - afirmou a fonte.

O francês Casino argumenta que uma fusão com o Carrefour é estrategicamente errada por dois motivos:
o forte do grupo rival é hipermercados, que é uma tendência de consumo em baixa. Além disso, o grupo está fortemente implantado na Europa, que está vivendo uma grave crise econômica.


Sobre essa questão, Melin afirmou que o BNDES não tem nada a dizer.

- Isso é estritamente assunto do setor privado. Não temos que ter qualquer posição. Que o negócio no Brasil vai bem, vai bem, obrigado. Precisamos sair do pensamento local e pensar globalmente:
estamos falando da possibilidade de penetração em mercados no planeta - afirmou o diretor-executivo do banco de fomento brasileiro.


BNDES será imparcial, diz diretor do banco

Melin disse, ainda, que a polêmica em torno do projeto de fusão entre Carrefour-Pão e Açúcar "é mais fumaça do que fogo".

O BNDES - insistiu o diretor-executivo do banco brasileiro - teria agido de forma exclusivamente técnica.
Se o Casino apresentar projetos nesta direção nós avaliaremos com a mesma isenção técnica.

Deborah Berlinck O Globo

RISCO DE TOMBO : Economia brasileira é "bicicleta difícil de pedalar", diz 'FT'

A forte valorização do real e o aumento da disponibilidade de crédito como consequência do grande fluxo de capitais para o Brasil ameaçam interromper o ciclo de crescimento econômico do País, segundo adverte um editorial do jornal britânico Financial Times publicado nesta sexta-feira.

Em um texto intitulado "Feridas brasileiras", o jornal compara a economia brasileira a uma bicicleta.

"Ela funciona enquanto estiver em movimento", diz o editorial.
"Agora, porém, está ficando mais difícil pedalar."


O jornal observa que o real se valorizou 40% em termos reais desde 2006 e que no mesmo período as importações brasileiras quase dobraram, enquanto as exportações cresceram apenas 5%.

"A única razão pela qual o déficit em conta corrente brasileiro não explodiu são os altos preços das commodities. Mas esse 'boom' pode não durar para sempre", alerta o jornal.


Crédito
O editorial comenta ainda que a liquidez em abundância também ajudou a impulsionar o crédito doméstico, mas que os consumidores brasileiros agora parecem estar sobrecarregados, gastando mais que um quarto de suas rendas para o pagamento de empréstimos - nível superior ao verificado nos Estados Unidos no período anterior à crise de 2008.

Para o jornal, o crescimento do crédito no Brasil somente pode ocorrer se a renda também continuar a crescer.


"É aí que a bicicleta econômica se depara com a trincheira da guerra cambial", afirma o jornal, observando que o aumento da renda eleva a demanda e a pressão inflacionária, exigindo o aumento dos juros, que atraem mais capital externo, elevando ainda mais a cotação da moeda, aumentando com isso a atração das importações e prejudicando a competitividade das exportações.

"O resultado é um déficit em conta corrente mais amplo, e um limite no crescimento exigido nos salários para manter o crédito doméstico crescendo com segurança", diz o jornal.


Soluções
O editorial afirma que uma das maneiras de contornar o problema seria conter a valorização da moeda, mas observa que o governo brasileiro já tentou medidas como controles parciais de capitais e grandes intervenções no mercado cambial, mas sem sucesso. Outra possibilidade seria o corte de gastos públicos, dificultados pelo Congresso.

Um terceiro caminho seria a elevação dos impostos sobre o setor de commodities, mas o texto observa que mesmo outras economias ricas em commodities e com melhor administração, como o Chile e a Austrália, estão sofrendo com problemas semelhantes e que os problemas no Brasil são mais agudos por causa do tamanho da economia do país.

O editorial conclui dizendo que "a bicicleta brasileira ainda não está arriscada a parar". "Mas está balançando", finaliza o texto.

BBC Brasil

ORÇAMENTO FEDERAL E A ILHA DA FANTASIA DO BNDES :Chegou a hora de acionar os freios.

Na esteira do ruidoso caso Pão de Açúcar, o BNDES não sai das manchetes. E não se pode dizer que a mídia esteja dando destaque a aspectos positivos da instituição.

O episódio, altamente desgastante para o governo, enseja reflexões sobre a lamentável trajetória do BNDES nos útimos anos. É preciso entender como as coisas chegaram a esse ponto e as correções que se fazem necessárias.

Desde 2008, o Tesouro tem feito transferências maciças de recursos ao BNDES, bancadas por emissão de dívida pública. Aos R$230 bilhões transferidos entre 2008 e 2010, somaram-se agora mais R$55 bilhões em 2011. O valor total - R$285 bilhões - é quatro vezes maior do que o da gigantesca operação de capitalização da Petrobras do ano passado.

Corresponde a cerca de 24 vezes o valor dos recursos do Tesouro canalizados ao PAC no primeiro semestre deste ano. Tais transferências, feitas por fora do processo orçamentário e sem contabilização nas estatísticas de dívida líquida e de resultado primário, têm permitido ao governo manter farto orçamento paralelo no BNDES, principal canal da expansão fiscal observada nos últimos anos.

Na gestão das contas públicas federais, convivem hoje dois mundos completamente ditintos. De um lado, tem-se a dura realidade do Orçamento Federal, onde tudo é escasso e se contam os centavos.

De outro, tem-se a Ilha da Fantasia do BNDES, mantida com emissões de dívida pública, onde parece haver recursos para tudo.


Não é surpreendente que esse ambiente de tanta fartura tenha fomentado um clima de megalomania e dissipação, fundado na presunção de que dinheiro público é o que não falta.
Ganham força as agendas próprias, multiplicam-se as missões inadiáveis e os investimentos grandiosos e voluntaristas, com custo a ser debitado ao contribuinte.


Disseminou-se a ideia de que não há projeto, por mais dispendioso e injustificável que pareça, que não possa ser financiado pelo BNDES.
E os que podem, ao banco, acorrem.


O que chama a atenção no caso Pão de Açúcar são a extensão e o vigor da resistência da opinião pública ao envolvimento do BNDES na operação.
Foi muito mais que reação da mídia.

É impressionante que até mesmo formadores de opinião que não perdem oportunidade de tecer elogios ao governo tenham manifestado estranheza com o despropósito da operação.


O caso parece ter sido a última palha diante do crescente desconforto com o destino pouco defensável que recursos públicos vêm tendo no BNDES. Os jornais de quarta-feira, 29, já não deixavam dúvidas sobre a extensão da indignação.

Mas o governo levou algum tempo para notar que o caldo tinha entornado. No dia 30, o BNDES ainda tentou enrolar-se na Bandeira Nacional para defender a operação.


Só no dia 1º, quando o alarme soou no Planalto, a instituição se viu afinal compelida a tentar desfazer a trapalhada e conter danos.

O episódio pode vir a ser um divisor de águas.
Salta aos olhos que chegou o momento de acionar os freios no BNDES. Já corre no Senado a proposta de que a Lei de Diretrizes Orçamentárias exija que futuras transferências ao BNDES sejam incluídas no Orçamento.

Mas só isso é pouco.
O ideal seria simplesmente fechar de vez a ligação clandestina do BNDES ao Tesouro.


A nota dissonante - quem diria - veio do Banco Central. O Relatório de Inflação, publicado pela instituição em 29/6, inclui estimativas dos impulsos fiscais a que vem sendo submetida a economia brasileira, feitas de acordo com três metodologias distintas. Todas elas baseadas no resultado primário do governo.

Tendo em conta as três medidas, o BC concluiu que a política fiscal foi neutra em 2010! Como os R$107,5 bilhões transferidos do Tesouro ao BNDES foram omitidos da estatística oficial de resultado primário, o BC simplesmente não conseguiu detectar a farra fiscal de 2010.

Quem deve estar eufórico é o ministro Guido Mantega. Ganhou do Banco Central um atestado de que foi austero em 2010.
Com um BC desses, sim, dá gosto trabalhar, terá comemorado Mantega.

Rogério L. Furquim Werneck O Globo

VELHA NOVELA, NOVOS ATORES.

Há 22 anos, nos estertores do governo Sarney, fazia espetacular sucesso a novela "Vale tudo", de Gilberto Braga, que expressava os sentimentos mais profundos do país naquele momento, com a inflação desenfreada, a fraude do Plano Cruzado, a moratória humilhante, o desastre administrativo, a corrupção generalizada e impune. Maria de Fátima e Odete Roitman eram odiadas como símbolos nacionais da arrogância, da mentira, do cinismo e da maldade.

Reprisada no canal Viva, a novela repetiu o sucesso. As vilanias, as covardias, os roubos, os deboches - e a impunidade - continuam atuais. A diferença é que a festa pobre que Cazuza cantava na abertura de "Vale tudo" agora é rica, nouveau riche, deslumbrada, movida a jatinhos e resorts, com empresários e sindicalistas confraternizando alegremente, julgadores e julgados dividindo mesas e viagens, controladores e controlados sem qualquer controle.

Os políticos são os mesmos, só mudam de nome e de partido, mas agora são botoxados e trocaram o acaju dos cabelos pelo negro graúna. Os empresários só mudaram de cara e de ramo, agora são todos progressistas, preocupados com a comunidade e a sustentabilidade, e o seu objetivo principal é gerar empregos e impedir que os estrangeiros invadam nosso mercado (rs).

Diante da fúria e da revolta que me despertam a ladroeira e o cinismo dessa gentalha, faço um exame de consciência:
será que, depois de 22 anos como um liberal radical e independente, fui dominado pela ira indignada e regredi a um moralismo pequeno burguês udenista?


O engraçado é que na época de "Vale tudo", quando era oposição e o seu denuncismo implacável revelava falcatruas e maracutaias, o PT foi apelidado de "UDN de macacão". Bons tempos, bom humor. Hoje a palavra de ordem é defender o companheiro a qualquer custo, e depois levá-lo num canto e dizer que ele estava errado.

A surpresa é ver o governo Dilma patinando na administração, logo onde se esperava dinamismo e eficiência
(...)

Nelson Motta O Globo

NUNCA ANTES NA HISTÓRIA DESTE PAÍS : REPÚBLICA DE SÚCIAS E CANALHAS .

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQSZzoMPtNi0ACjnmYgMA2VR8iKZQ2BuNKuB1IYyTFKehaddoRaqAEl3CmmPtWvFalLVVj4eQx-6n6CzqNxKd1XbfaZ34I6fC9LMxNLutznHhS48emURKHuN168xwzfY48QlkTKx34Ams/s400/balaio+de+gatos%5B1%5D.jpg

Depois de perder o comando do Ministério dos Transportes sob acusações de corrupção, o PR manda ao governo seu recado:
não quer pagar sozinho pelas denúncias que abalaram a pasta e já faz ameaças a petistas que estão na estrutura do órgão.

Afastado após ser envolvido nas acusações que derrubaram o ex-ministro Alfredo Nascimento, o diretor-geral do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), LUIZ ANTONIO PAGOT deu prévia ontem de como será seu primeiro depoimento sobre o caso, terça-feira, no Congresso.

O Dnit é um colegiado. O Hideraldo manda tanto quanto o Pagot”, disse, em referência ao petista Hideraldo Caron, diretor de Infraestrutura Rodoviária do Dnit, e listando, em seguida, todo o colegiado do órgão.

Caron, filiado ao PT do Rio Grande do Sul desde 1985, é apontado por políticos como uma espécie de “espião” de Dilma Rousseff no Dnit.

Segundo Pagot, ele era responsável por 90% das obras, já que cuidava da diretoria de Infraestrutura do órgão.

“No Dnit só se aprova por unanimidade. É claro que cada um é responsável por sua área. A responsabilidade pelas obras é do Hideraldo.
Como ele é diretor de Infraestrutura Rodoviária, é óbvio que tem um volume maior concentrado”, disse Pagot, ressalvando que “não é Hideraldo que toma as decisões”.

A pedido do senador Blairo Maggi (PR-MT), seu padrinho político, Pagot dará explicações públicas na Câmara e no Senado.


Ele foi escalado para defender publicamente o PR.
Só depois, a sigla pretende encaminhar ao Planalto seus indicados para o ministério. Além de compartilhar a responsabilidade com o colegiado, Pagot afirma que só executa obras.

Cumprimos. Não inventamos orçamento.
O Dnit não faz política pública, é um executor de obras e prestador de serviços em algumas áreas.
É fácil ficar acusando quando não se sabe como as coisas funcionam.”

Para integrantes do PR, o recado de Pagot tinha também outro destinatário: o ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo (PT), hoje nas Comunicações.


Segundo senadores do PR, Pagot deve afirmar, em depoimento, que cumpria ordens e citar de onde partiam. Incomodados, comandantes do PR disseram ainda que a atual ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, mulher de Paulo Bernardo, era quem acompanhava a execução das obras no Paraná.

Em nota, Paulo Bernardo disse que “obras previstas no Orçamento Geral da União passam pelo Planejamento sem que isso implique qualquer envolvimento do titular na execução dos projetos"

Catia Seabra/Folha: