Também foram afastados o chefe de gabinete do ministro, Mauro Barbosa da Silva; o assessor do gabinete, Luís Tito Bonvini; e o diretor-presidente da Valec, José Francisco das Neves.
A decisão foi tomada após reportagem da "Veja", que aponta suposta cobrança de propina por integrantes do PR para liberar aditivos de contratos e viciar licitações.
Em 24 de junho, segundo a revista, a presidente Dilma Rousseff teve encontro com a cúpula da Pasta, na qual criticou o aumento do orçamento de obras viárias.
Pagot, cujo padrinho político é o ex-governador e senador Blairo Maggi (PR-MT), nega qualquer irregularidade no Dnit e afirma que as obras executadas pela autarquia têm orçamento aprovado pelo ministério e pelo Congresso, além de passar pelo pente-fino feito dos órgãos de controle, como o Tribunal de Contas da União.
"Executamos só aquilo que é aprovado, não inventamos orçamento. É um absurdo. Não estou apenas indignado, estou furioso com essa situação", disse.
As acusações também são negadas pelo presidente da Valec, José Francisco das Neves (PR-GO), também conhecido como Juquinha. "Não existe nenhuma prova, porque não há nada de errado. Agora, vamos aguardar a sindicância", disse Neves, que soube de seu afastamento por telefone.
Questionado sobre as razões que teriam motivado as denúncias, Neves admitiu que a situação pode ser resultado de conflitos internos no PR.
"Isso pode ser briga do próprio partido. Os cargos ficaram muito fortes, geram interesse grande. Isso mexe com muita gente", afirmou, sem dar mais detalhes.
Apesar de a crise ter colocado em xeque a permanência de Nascimento, sua saída não estava confirmada até a noite de ontem.
Ainda assim, o nome do ex-ministro e atual secretário executivo dos Transportes, Paulo Passos, chegou a ser cogitado para substituí-lo, mas em conversa ontem com o Valor ele negou qualquer negociação. Declarou que soube pela imprensa da instalação de sindicância.
O secretário também disse que não teve contato com Dilma ou Nascimento para tratar do assunto. "Só nesta segunda-feira é que vamos conversar sobre isso", disse.
Procura-se, no governo, um desfecho da crise que não comprometa o equilíbrio da base parlamentar de Dilma. O PR é um dos partidos mais fiéis da ampla base governista. Detém a sexta bancada na Câmara com 41 deputados e lidera um bloco parlamentar que soma 64 deputados.
(...)Segundo a ONG Contas Abertas, até 16 de junho o valor empenhado pela Pasta foi de R$ 8 bilhões e o valor pago, até a mesma data, foi de R$ 6,7 bilhões, incluindo R$ 4,7 bilhões de restos a pagar quitados.
A dotação autorizada para este ano é de R$ 24,9 bilhões. O ministério ainda tem R$ 6,1 bilhões de restos a pagar de anos anteriores a serem quitados.
A execução, excluindo os restos a pagar, não é das maiores do governo. O ministério pagou aproximadamente 25% do total empenhado este ano.
O Ministério da Justiça, por exemplo, empenhou R$ 3,5 bilhões e já pagou R$ 2,8 bilhões.
O das Comunicações empenhou R$ 577 milhões e já pagou R$ 440 milhões.
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