"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

abril 20, 2012

CPI DA "SOBRIEDADE E FOCO" (CACHOEIRA) : LISTA DOS 117 DEPUTADOS E 9 SENADORES QUE NÃO ASSINARAM PEDIDO DE ABERTURA.

Depois de conferir as assinaturas dos senadores para requerer a CPI que vai investigar as relações de Carlinhos Cachoeira com parlamentares e empresários, o Congresso divulgou a lista dos deputados que não assinaram o pedido de abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito.

De acordo com a lista fechada nesta sexta-feira, 120 parlamentares não apoiaram a CPI, entre eles, Jaqueline Roriz (PSD-DF), Zeca Dirceu (PT-PR), filho do ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu e outros nomes envolvidos no escândalo do mensalão.

Confira a lista completa abaixo:

(Atualizada em 117 deputados - LISTA DE PARTIDOS)

1-Acelino Popó (PRB-BA)

2-Adrian (PMDB-RJ)

3-Aelton Freitas (PR-MG)

4-Alex Canziani (PTB-PR)

5-Anderson Ferreira (PR-PE)

6-Andre Zacharow (PMDB-PR)

7-Aníbal Gomes (PMDB-CE)

8-Antonia Lucia (PSC-AC)

9-Antonio Brito (PTB-BA)

10- Antonio Roberto (PV-MG)

11-Aracely de Paula (PR-MG)

12-Arlindo Chinaglia (PT-SP)

13-Arnon Bezerra (PTB-CE)

14-Aureo (PRTB-RJ)

15-Beto Mansur (PP-SP)

16-Bruna Furlan (PSDB-SP)

17-Carlos Magno (PP-RO)

18-Celia Rocha (PTB-AL)

19-Cida Borghetti (PP-PR)

20-Cleber Verde (PRB-MA)

21-Damião Feliciano (PDT-PB)

22-Davi Alves Silva Junior (PR-MA)

23-Dimas Fabiano (PP-MG)

24-Dr, Adilson Soares (PR-RJ)

25-Edivaldo Holanda Junior (PTC-MA)

26-Eduardo Azeredo (PSDB-MG)

27-Elcione Barbalho (PMDB- PA)

28-Eliene Lima (PSD-MT)

29-Eros Biondini (PTB-MG)

30-Eudes Xavier (PT-CE)

31-Fábio Faria (PSD-RN)

32-Felipe Bornier (PSD-RJ)

33-Francisco Floriano (PR-RJ)

34-Francisco Praciano (PT-AM)

35-Giacobo (PR-PR)

36-Gladson Cameli (PP-AC)

37-Guilherme Mussi (PSD-SP)

38-Heleno Silva (PRB-SE)

39-Hermes Parcianello (PMDB-PA)

40-Hugo Napoleão (PSD-PI)

41-Inocêncio Oliveira (PR-PE)

42-Janete Capiperibe (PSB-AP)

43-Jaqueline Roriz (PMN-DF)

44-Jefferson Campos (PSD-SP)

45-João Carlos Bacelar (PR-BA)

46-João Leão (PP-BA)

47-João Lyra (PSD-AL)

48-João Pizzolatti (PP_SC)

49-Joaquim Beltrão (PMDB-AL

50-Jorge Boeira (PSD-SC)

51-Jorge Corte Real (PTB-PE)

52-José Carlos Araujo (PSD-BA)

53-José Chaves (PTB-PE)

54-José Linhares (PP-CE)

55-José Otávio Germano (PP-RS)

56-José Priante (PMDB-PA)

57-José Rocha (PR-BA)

58-José Stédile (PSB-RS)

59-Josué Bengston (PT-PA)

60-Julio Cesar (PSD-PI)

61-Junji Abe (PSD-SP)

62-Lael Varella (DEM-MG)

63-Laercio Oliveira (PR-SE)

64-Lauriete (PSCÉS)

65-Luciano Castro (PR-RR)

66-Lucio Vale (PR-PA)

67-Luis Tibé (PTdoB-MG)

68-Luiz Carlos (PSDB-AP)

69-Luiz Nishimori (PSDB-PA)

70-Magda Mofatto (PTB-GO)

71-Mandetta (DEM-MS)

72-Manoel Junior (PMDB-PB)

73-Manoel Salviano (PSD-CE)

74-Marçal Filho (PMDB-MS)

75-Marcelo Aguiar (PSD-SP)

76-Marcio Reinaldo (PP-MG)

77-Marco Maia (PT-SP)

78-Mario de Oliveira (PSC-MG)

79-Mauro Benevides (PMMDB-CE)

80-Mauro Mariani (PMDB-SC)

81-Natan Donadon (PMDB-RO)

82-Nelson Marquezelli (PTB-SP)

83-Nelson Meurer (PP-PR)

84-Nice Lobão (PSD-MA)

85-Nilton Capixaba (PTB-RO)

86-Otoniel Lima (PTB-SP)

87-Paes Ladim (PTB-PI)

88-Paulo Magalhães (PSD-BA)

89-Paulo Maluf (PP-SP)

90-Pedro Henry (PP-MT)

91-Penna (PV-SP)

92-Rebecca Garcia (PP-AM)

93-Roberto Balestra (PP-GO)

94-Roberto Britto (PP_BA)

95-Rogério Peninha Mendonça (PMDB-SC)

96-Ronaldo Nogueira (PTB-RS)

97-Rosinha da Adefal (PTdoB-AL)

98-Sandro Alex (PPS-PR)

99-Saraiva Felipe (PMDB-MG)

100-Sebastião Bala Rocha (PDT-AP)

101-Sergio Moraes (PTB-RS)

102-Silas Câmara (PD-AM)

103-Simão Sessim (PP-RJ)

104- Taumaturgo Lima (PT-AC)

105- Toninho Pinheiro (PP-MG)

106-Valdemar Costa Neto (PR-SP)

107-Vicente Arruda (PR-CE)

108-Vilson Covatti (PP-RS)

109-Vinicius Gurgel (PR-AP)

110- Vitor Paulo (PRB-RJ)

111-Walter Tosta (PD-MG)

112 -Wellington Fagunes (PR-MT)

113-Wladimir Costa (PMDB-PA)

114-Zé Silva (PDT-MG)

115-Zé Vieira (PR-MA)

116-Zeca Dirceu (PT-PA)

117-Zequinha Marinho (PSC-PA)

Veja a lista de quantos deputados por partidos não assinaram o pedido de CPI:

PP-19

PR - 18

PSD-17

PMDB-15

PTB-14

PT- 6

PRB- 5

PSC-4

PSDB- 4

PDT- 3

PV -2

DEM - 2

PTdoB - 2

PSB- 2

PMN - 1

PPS- 1

PTC-1

PRTB- 1

Confira também a lista por partidos dos deputados que assinaram a lista:

PT- 79

PMDB- 63

PSDB- 49

PSD - 30

DEM - 25

PSB- 26

PDT - 23

PP - 20

PR -18

PCdoB -13

PSC -13

PPS -10

PV -8

PTB -6

PRB -5

PSOL - 3

PTdoB -1

PMN - 1

PHS -1

PRP - 1

PSL -1

A assessoria do deputado federal Felipe Bournier (PSD-RJ) entrou em contato com a redação do O GLOBO e questionou a ausência de seu nome na lista dos que assinaram o pedido pela CPI.


A lista oficial com os nomes dos parlamentarem que pediram pela criação da CPI foi divulgada pela secretaria da Mesa do Senado no início da tarde desta sexta-feira. Como antecipou o site do GLOBO, não assinaram o requerimento os seguintes senadores:

Benedito de Lyra (PP-AL),

Clésio Andrade (PMDB-MG),

Clóvis Fecury (DEM-MA),

Demóstenes Torres (sem partido-GO),

Eunício Oliveira (PMDB-CE),

Garibaldi Alves (PMDB-RN),

José Sarney (PMDB-AP),

Lobão Filho (PMDB-MA),

e Sérgio Petecão (PSD-AC).


O Globo

EM REPÚBLICA DE TORPES ? APURAR, INVESTIGAR E PUNIR? NA CPI DA "SOBRIEDADE E FOCO" ? TOMARA !


Agora não tem volta.
A CPI do Cachoeira foi criada ontem pelo Congresso e contará com todo o apoio e o empenho da oposição para esquadrinhar as reais ligações entre o submundo do crime e a banda podre da política.

O lema doravante deve ser:
investigar, apurar e punir quem lesa os cofres públicos.


Nunca antes na história, uma comissão parlamentar de inquérito obteve tantas assinaturas de apoio. Na última parcial divulgada ontem à noite pela Secretaria Geral do Senado, 385 deputados e 72 senadores haviam firmado o requerimento de instalação.

Deve-se manter a pressão para que a CPI vá a fundo, doa em quem doer.


A oposição já deixou claro que não teme as investigações e, por isso, aderiu maciçamente: 50 dos 53 deputados tucanos assinaram o requerimento e, no DEM, todos os 27, de acordo com O Globo.
Partidos da base, entretanto, emprestaram menos apoio à investigação:
no PMDB, apenas 60 dos 79 deputados apoiaram.


Também na composição da CPI, o ímpeto é divergente.
A oposição já começou a escalar um time parlamentar de primeira linha, auxiliado por assessores tarimbados em investigação, como policiais federais - entre eles alguns que ajudaram na prisão de traficantes como Fernandinho Beira-Mar e Juan Carlos Abadia - e auditores da Receita Federal.


Em contrapartida, o time governista - que ocupará quase 80% das vagas da CPI - terá gente como o ex-presidente Fernando Collor de Mello e o senador Romero Jucá (PMDB).

Indicado pelo PTB, Collor responde na Justiça por corrupção ativa e passiva.
Já o ex-líder governista, tem nas costas acusação de crimes contra a administração pública, entre outros.


O governismo não estará representado apenas por gente da estirpe de Collor e Jucá na CPI. Na defesa do bicheiro Carlos Cachoeira, estará Marcio Thomaz Bastos, ex-ministro da Justiça de Lula. Ele foi contratado pelo contraventor pela bagatela de R$ 15 milhões.

O advogado explica-se:
"Minha profissão é minha prioridade". Sei...


A investigação que logo se iniciará tem tudo para voltar a percorrer os meandros que a CPI dos Correios trilhou em 2005. São evidentes as semelhanças entre o valerioduto que irrigou o mensalão e as conexões agora conhecidas entre empresas beneficiadas pelo PAC - a Construtora Delta é apenas a mais saliente delas - e campanhas eleitorais.

Com uma diferença relevante:
é muito maior a proporção entre o que pode ter sido surrupiado dos cofres públicos no presente a partir dos bilionários contratos do PAC e o que foi desviado lá atrás pelas empresinhas de Marcos Valério.


A constatação é triste: na origem desta teia de corrupção, está um modelo de financiamento da política que incita o relacionamento promíscuo entre interesses privados e a coisa pública. Com o mensalão, o PT levou isso ao paroxismo, e não há bravata que consiga transformar o maior esquema de desvio de dinheiro público da história em "farsa", como quer Rui Falcão.

Em breve, o STF cuidará de dar a sentença final sobre o crime.


É sintomático que, no mesmo momento em que a sociedade cobra mais rigor no trato público, maior combate ao fisiologismo, maior intolerância ante a corrupção, o governo petista, mais uma vez, atua para afrouxar a fiscalização e o controle sobre a contratação de obras públicas e a aplicação do dinheiro dos cidadãos.

Segundo O Estado de S.Paulo, o governo Dilma Rousseff trabalha para estender o Regime Diferenciado de Contratação a todas as licitações do PAC. O chamado RDC - questionado na Justiça pela oposição e pela Procuradoria-Geral da República - aplica-se a obras da Copa e da Olimpíada. Mas o governo tentará emplacar um liberou geral.

A CPI do Cachoeira está em perfeita sintonia com o que quer a sociedade brasileira, e em conflito com o espírito permissionário que marca as ações e posturas do petismo.

O Congresso tem diante de si uma excelente oportunidade de limpar toda a sujeira que tem sido jogada para debaixo do tapete pela leniência do PT. A hora é de investigar, apurar e punir.


Fonte: Instituto Teotônio Vilela
Investigar, apurar e punir.

IGNÓBIL...SUPREMA CORTE? NÃO! SUPREMA EXCRESCÊNCIA. HONRADEZ E COMPUSTURA FORAM SOLAPADAS.


Dois dias depois de ser chamado de inseguro e dono de "temperamento difícil" pelo ministro Cezar Peluso, o ministro do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa respondeu em tom duro.

Em entrevista ao GLOBO, Barbosa chamou o agora ex-presidente do STF de "ridículo",
"brega",
"caipira",
"corporativo",
"desleal",
"tirano" e "pequeno".

Acusou Peluso de manipular resultados de julgamentos de acordo com seus interesses, e de praticar "supreme bullying" contra ele por conta dos problemas de saúde que o levaram a se afastar para tratamento.

Barbosa é relator do mensalão e assumirá em sete meses a presidência do STF, sucedendo a Ayres Britto, empossado ontem. Para Barbosa, Peluso não deixa legado ao STF:
"As pessoas guardarão a imagem de um presidente conservador e tirânico, que não hesitava em violar as normas quando se tratava de impor à força a sua vontade."


Pedaços da briga de "lavadeiras"

JOAQUIM BARBOSA:
Para mim, assumir a presidência do STF é uma obrigação. Tenho feito o possível e o impossível para me recuperar consistentemente e chegar bem em dezembro para assumir a presidência da Corte.
Mas, para ser sincero, devo dizer que os obstáculos que tive até agora na busca desse objetivo, lamentavelmente, foram quase todos criados pelo senhor... Cezar Peluso.

Foi ele quem, em 2010, quando me afastei por dois meses para tratamento intensivo em São Paulo, questionou a minha licença médica e, veja que ridículo, aventou a possibilidade de eu ser aposentado compulsoriamente.

Foi ele quem, no segundo semestre do ano passado, após eu me submeter a uma cirurgia dificílima (de quadril), que me deixou vários meses sem poder andar, ignorava o fato e insistia em colocar processos meus na pauta de julgamento para forçar a minha ida ao plenário, pouco importando se a minha condição o permitia ou não.


BARBOSA:
Um dia eu peguei os laudos descritivos dos meus problemas de saúde, assinados pelos médicos que então me assistiam, Dr. Lin Tse e Dr. Roberto Dantas, ambos de São Paulo, e os entreguei ao Peluso, abrindo mão assim do direito que tenho à confidencialidade no que diz respeito à questão de saúde.

Desde então, aquilo que eu qualifiquei jocosamente com os meus assessores como "supreme bullying" vinha cessando. As fofocas sobre a minha condição de saúde desapareceram dos jornais.


BARBOSA:
Eis que no penúltimo dia da sua desastrosa presidência, o senhor Peluso, numa demonstração de "désinvolture" brega, caipira, volta a expor a jornalistas detalhes constrangedores do meu problema de saúde, ainda por cima envolvendo o nome de médico de largo reconhecimento no campo da neurocirurgia que, infelizmente, não faz parte da equipe de médicos que me assistem.

Meu Deus! Isto lá é postura de um presidente do Supremo Tribunal Federal?


BARBOSA:
Peluso está equivocado.
Ele não apaziguou o tribunal.
Ao contrário, ele incendiou o Judiciário inteiro com a sua obsessão corporativista.


BARBOSA:
Nenhum legado positivo. As pessoas guardarão na lembrança a imagem de um presidente do STF conservador, imperial, tirânico, que não hesitava em violar as normas quando se tratava de impor à força a sua vontade.

Dou exemplos:
Peluso inúmeras vezes manipulou ou tentou manipular resultados de julgamentos, criando falsas questões processuais simplesmente para tumultuar e não proclamar o resultado que era contrário ao seu pensamento.

Lembre-se do impasse nos primeiros julgamentos da Ficha Limpa, que levou o tribunal a horas de discussões inúteis; não hesitou em votar duas vezes num mesmo caso, o que é absolutamente inconstitucional, ilegal, inaceitável (o ministro se refere ao julgamento que livrou Jader Barbalho da Lei da Ficha Limpa e garantiu a volta dele ao Senado, no qual o duplo voto de Peluso, garantido no Regimento Interno do STF, foi decisivo).

Joaquim discorda desse instrumento; cometeu a barbaridade e a deslealdade de, numa curta viagem que fiz aos Estados Unidos para consulta médica, "invadir" a minha seara (eu era relator do caso), surrupiar-me o processo para poder ceder facilmente a pressões...


Quando o senhor assumir a presidência, pretende conduzir o tribunal de que forma? O senhor acha que terá problemas para lidar com a magistratura e com advogados?

BARBOSA:
Nenhum problema.
Tratarei todos com urbanidade, com equidade, sem preferências para A, B ou C.


O ministro Peluso também chamou o senhor de inseguro, e disse que, por conta disso, se ofenderia com qualquer coisa. Afirmou, inclusive, que o senhor tem reações violentas. O senhor concorda com essa avaliação?

BARBOSA:
Ao dizer que sou inseguro, o ministro Peluso se esqueceu de notar algo muito importante. Pertencemos a mundos diferentes. O que às vezes ele pensa ser insegurança minha, na verdade é simplesmente ausência ou inapetência para conversar, por falta de assunto.

Basta comparar nossos currículos, percursos de vida pessoal e profissional. Eu aposto o seguinte:
Peluso nunca curtiu nem ouviu falar de The Ink Spots (grupo norte-americano de rock e blues da década de 1930/40)!
Isso aí já diz tudo do mundo que existe a nos separar...


BARBOSA:
Alguns brasileiros não negros se acham no direito de tomar certas liberdades com negros. Você já percebeu que eu não permito isso, né? Foi o que aconteceu naquela ocasião.


BARBOSA:
Ao chegar ao STF, eu tinha uma escolaridade jurídica que pouquíssimos na história do tribunal tiveram o privilégio de ter. As pessoas racistas, em geral, fazem questão de esquecer esse detalhezinho do meu currículo. Insistem a todo momento na cor da minha pele.

Peluso não seria uma exceção, não é mesmo? Aliás, permita-me relatar um episódio recente, que é bem ilustrativo da pequenez do Peluso:
uma universidade francesa me convidou a participar de uma banca de doutorado em que se defenderia uma excelente tese sobre o Supremo Tribunal Federal e o seu papel na democracia brasileira.

Peluso vetou que me fossem pagas diárias durante os três dias de afastamento, ao passo que me parecia evidente o interesse da Corte em se projetar internacionalmente, pois, afinal, era a sua obra que estava em discussão. Inseguro, eu?


BARBOSA:
Tire as suas próprias conclusões.
Tenho quase 40 anos de vida pública. Em todos os lugares em que trabalhei sempre houve um ou outro engraçadinho a tomar certas liberdades comigo, achando que a cor da minha pele o autorizava a tanto.

Sempre a minha resposta veio na hora, dura. Mas isso não me impediu de ter centenas de amigos nos quatro cantos do mundo.

O Globo

O ENGODO DO "JURO BAIXO" no brasil maravilha : BUFÃO - ESTAMOS NO CAMINHO CERTO . POVO BURRO DE CARGA : Juro pode dobrar valor a ser pago

Apesar da redução de juros anunciada pelos bancos públicos e privados, o cliente que não obtiver a taxa mais vantajosa oferecida pela instituição ainda pagará caro para tomar crédito.

É o que mostra uma simulação feita, a pedido do GLOBO, pela Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac), tomando como base as taxas mínimas e máximas divulgadas, em várias modalidades de empréstimos, como Crédito Direto ao Consumidor (CDC) e financiamento de veículos.

As diferenças são impressionantes.
Quem comprar um carro no valor à vista de R$ 60 mil, em 48 parcelas, por exemplo, pagando juro 4,23% ao mês (a taxa máxima oferecida pelo Bradesco), desembolsará R$ 141.144,20 pelo bem.
O mesmo carro sai por R$ 75.333,39, se o cliente obtiver a taxa mínima do próprio banco, de 0,97%. A diferença é de mais de R$ 65 mil no preço final, ou 87% a mais.


Na comparação entre diferentes instituições, a diferença também chama atenção. Os juros de um financiamento de R$ 5 mil pelo CDC, com 36 meses, variam de 1,04% (Santander) e 1,6% (Banco do Brasil) a 2,48% (HSBC) e 2,97% ao mês (Bradesco), considerando apenas as taxas mínimas.
No primeiro caso, a operação vai custar R$ 6.019 ao correntista, contra R$ 8.207 se fechar com a taxa mais elevada - uma economia de R$ 2.188.

Segundo o vice-presidente da Anefac, Miguel Ribeiro de Oliveira, para justificar tanta diferença entre a taxa mínima e a máxima, os bancos alegam que precisam avaliar o comprometimento da renda do cliente, que indica o potencial de inadimplência, o histórico com a instituição, e o próprio produto oferecido.

Num empréstimo consignado, por exemplo, o risco para o banco de levar um calote é muito menor que no rotativo do cartão. Isso porque a parcela do empréstimo é descontada diretamente na conta do cliente.

- Na prática, se quiser obter uma taxa de juro mais vantajosa, o cliente terá que fazer esses cálculos com as taxas oferecidas por seu banco e as de outras instituições e depois negociar com seu gerente. Ou seja, terá que provocar esse movimento - diz Oliveira.

No caso do cheque especial, se utilizar R$ 1.000 por 30 dias no HSBC, o cliente com a melhor taxa oferecida pelo banco (2,27% ao mês) vai desembolsar R$ 22,70 no período.
O cliente que usa o mesmo valor, também por um mês, mas paga a taxa de juro máxima de 14,69%, terá um gasto de R$ 146,90 só em juros pelo empréstimo.

Ontem, um dia após o anúncio da redução de taxas feita pelos grandes bancos privados de varejo, clientes do Itaú Unibanco e do Bradesco não conseguiam saber que benefícios poderão obter. No caso do Itaú Unibanco, quem entrou em contato com as agências descobriu que a adoção das novas taxas era desconhecida dos gerentes.

- É algo que passou na televisão? - perguntou, surpresa, uma gerente.

Informados das medidas, todos diziam não ter recebido qualquer orientação sobre a aplicação da redução. Mesmo assim, um dos gerentes afirmou que dificilmente um cliente "comum" será beneficiado com as taxas mínimas anunciadas, como a do cheque especial, de 1,95%.

- Essa é uma tarifa que nem os funcionários (do banco) conseguem. Certamente, só o (cliente) private é que vai ter tarifa tão pequena - disse o gerente de uma agência na Zona Sul de São Paulo.

Mantega: estamos no caminho certo

- Nós estamos no bom caminho, com a reação positiva do setor financeiro a esta demanda que foi feita pela redução dos spreads e aumento do crédito - disse o ministro, após reunião do Brics no FMI.

O ministro disse ainda que, com a Selic a 9%, "não há necessidade de mudar a regra da poupança".

João Sorima Neto, Ronaldo D"Ercole, Gabriela Valente e Flávia Barbosa
O Globo

Malfeitos, mal feitos e bem feitos


Ao contrário de Lula, a oratória não está entre as qualidades da presidente Dilma, suas dificuldades de expressão prejudicam a comunicação de suas ideias, planos e ações ao público.

Não que a oratória seja uma qualidade em si, grandes canalhas e farsantes, como políticos palanqueiros e advogados safados, são os que melhor a usam com os piores objetivos.

É como dizia o grande psicanalista e poeta mineiro Hélio Pellegrino (1924-1988), um dos fundadores do PT:
a inteligência voltada para o mal é pior do que a burrice. Mas a avassaladora popularidade da presidente comprova que os brasileiros estão aprendendo a entender o intrincado dilmês.

Não se sabe se foi por falta de melhor expressão, se por imprecisão vocabular, ou se foi uma escolha consciente e bem pensada da presidente e do marqueteiro João Santana, mas a palavra "malfeito" se tornou uma marca de sucesso do governo Dilma.

Mais leve, flexível e genérica do que corrupção, ladroeira, gatunagem, banditismo, falcatrua, rapinagem, maracutaia, que poderiam ser associadas ao governo anterior, onde se originaram muitos malfeitos ora condenados, serve na medida para a presidente designar qualquer coisa entre a incompetência,
a lambança,
o erro técnico,
o tráfico de influência,
a fraude,
o suborno e o roubo de dinheiro público.

Projetos mal feitos não ficam de pé, mas não são necessariamente corruptos, embora com boas chances de sê-lo, se feitos em algum órgão público.
O mensalão é um malfeito ou foi apenas mal feito, porque foi descoberto?
E os aloprados, foram pilhados porque fizeram mal um malfeito?
E os malfeitos de Durval Barbosa, não foram bem feitos?
Arruda e Cachoeira foram para a cadeia?
Bem feito! Receber por palestras que não foram dadas é um malfeito ou só um não feito?

Saudada por Hillary Clinton como exemplo global de luta pela transparência e contra a corrupção, Dilma respondeu que "quanto maior a transparência e os canais de interação, mais justa e forte a democracia", enquanto ecoava na memória nacional o histórico aforismo de seu correligionário Delúbio Soares:
"Transparência demais é burrice."

Nelson Motta