"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

fevereiro 10, 2012

E NO brasil maravilha da mamulenga e agora também "Rainha dos Canteiros de Obras Paradas"(RA) : Inflação oficial acelera em janeiro


A inflação começou o ano de 2012 em alta. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) aumentou 0,56% em janeiro, taxa superior à variação de 0,50% de dezembro, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira.

Nos últimos 12 meses até janeiro, o índice acumula alta de 6,22%, ante 6,50% registrados em dezembro.


O IPCA tinha aumentado 0,83% em janeiro de 2011.

Essa foi a primeira divulgação do IPCA com a nova estrutura de pesos, que incorpora os resultados dos gastos de consumo da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2008-2009.

A mudança foi feita para refletir melhor o novo perfil de gastos do consumidor brasileiro.

Saiu do cálculo da inflação a máquina de costura, o chuchu e o chope, por exemplo.


Em seus lugares, entraram itens como o salmão e o pacote combo de TV e internet.

A atualização é feita por todos os países, e a recomendação da ONU é que ocorra de cinco em cinco anos, já que os hábitos não mudam rapidamente. A atual estrutura reflete o aumento do poder aquisitivo da população afirmou a coordenadora da pesquisa, Eulina Nunes dos Santos.

A principal contribuição para a inflação em janeiro veio dos grupos alimentação e bebidas, que subiram 0,86%, e do grupo transportes (alta de 0,69%), com 0,34 ponto percentual de contribuição desses dois grupos para a taxa de 0,56%.
Assim, os dois grupamentos foram responsáveis por 61% do IPCA.

A alta de alimentos e bebidas foi menor do que a registrada em dezembro (1,23%).
A carne, que vinha de uma alta de 4,11% em dezembro, caiu 0,64% em janeiro.

Também tiveram quedas o açúcar refinado (de -1,26% para -0,75%),

leite longa vida (de -1,41% para -1,13%),
pão francês (0,91% para -0,30%)
e frango em pedaços (de 1,65% para -0,13%).

Por outro lado, houve alta nos preços de feijão carioca (8,84% para 15,06%), cenoura (de -4,95% para 11,29%),
tomate (de 1,04% para 8,09%),
batata-inglesa (de -4,46% para 8,01%),
feijão preto (de 0,55% para 5,42%)
e hortaliças (de -1,46% para 4,56%).


De acordo com os pecuaristas, o consumo de carne em janeiro é menor do que em dezembro, quando há o período de festas, e a seca obrigou a aumentar o volume de abate, o que se refletiu no preço explicou Eulina.

No grupo de transportes, o maior impacto veio das tarifas dos ônibus urbanos, na maior influência individual do mês, com 2,54% de aumento. O reajuste de 10% nas tarifas de ônibus do Rio foi o que mais impactou.

Também houve aumento em Belo Horizonte (7,75%) e em Recife (1,61%).


Os reajustes dos ônibus urbanos costumam acontecer logo no começo do ano, e devem ter ainda resíduos no resultado de fevereiro. Já as passagens aéreas, hotéis e excursões sofreram ainda um "efeito férias".


O Globo

E NO brasil maravilha... A POLÍTICA "DA OU NA" PETROBRAS : Sobrecarga derruba Petrobras

A Petrobras sentiu o peso da sobrecarga que o governo vem lhe impondo.

A maior companhia do país apresentou ganhos decepcionantes em 2011. Seu desempenho foi afetado, principalmente, por decisões que têm se mostrado muito mais políticas do que empresariais.


O lucro líquido da Petrobras caiu à metade no último trimestre do ano passado. Foram R$ 5,6 bilhões a menos em caixa no período, no pior resultado desde o início de 2007, segundo levantamento feito pela consultoria Economatica.
No ano, a queda do lucro foi menor: 5,5%.


A empresa paga o preço por políticas equivocadas que tem tido de perseguir por determinação do Planalto. Entre as mais danosas estão a participação obrigatória na exploração do pré-sal, a necessidade de respeitar conteúdos nacionais mínimos em suas encomendas e o subsídio para manter baixos os preços dos combustíveis no mercado interno. O câmbio também pesou.

Com o consumo em alta e as capacidades de produção e de refino estacionadas, a Petrobras tem tido de apelar para petróleo bruto e derivados vindos de fora. Só a importação de gasolina cresceu 400% no ano passado.

Como o valor que pratica internamente é menor do que paga no exterior, a companhia só embolsa prejuízo.

Em 2011, deixou de arrecadar R$ 7,9 bilhões com a diferença dos preços do diesel e da gasolina nos mercados internacional e doméstico, estima o Centro Brasileiro de Infraestrutura. Nos últimos oito anos, o rombo chega a R$ 12 bilhões.


A empresa também se vê às voltas com encomendas que lhe saem muito mais caras do que se pudessem ser compradas com liberdade no mercado global. É o caso das sondas para perfuração de águas ultraprofundas do pré-sal.

Por terem de ser construídas no país, como parte de uma política de valorização de conteúdo local, apresentam preços muito acima do mercado: o afretamento de cada unidade custa em torno de meio milhão de dólares por dia.


Já as obrigações impostas à companhia para exploração do pré-sal tendem a lhe causar transtornos crescentes. Pelas regras fixadas, todo consórcio deve ter pelo menos 30% de participação estatal.

O que poderia parecer uma dádiva resulta, na realidade, em elevado risco incorrido, como pôde ser conferido já no ano passado: só com a perfuração mal sucedida de poços secos, a Petrobras dispendeu R$ 717 milhões no último trimestre.


"Ao dar asas à ideia de dar à Petrobras sólido controle da exploração do pré-sal e, ao mesmo tempo, transformá-la num poderoso cartório de distribuição de benesses a produtores de equipamentos, o governo estava fascinado com os enormes benefícios políticos que poderia extrair desse arranjo", avaliou Rogério Furquim Werneck em artigo n'O Globo no início do mês.

A Petrobras tem um ambicioso plano de investimentos pela frente, pelo qual deverá aplicar US$ 224,7 bilhões até 2015. Mas também neste quesito não tem conseguido atingir suas metas: no ano passado, o resultado ficou em R$ 73 bilhões, bem abaixo dos R$ 84,7 bilhões previstos.

A produção da empresa em 2011 também foi fraca, com avanço de mero 0,9%. Mais uma vez, a meta não foi atingida. No ritmo atual, a Petrobras chegará ao fim da década produzindo 30% menos que o previsto, segundo relatório do banco Credit Suisse citado recentemente pela revista Veja.

Para completar o quadro, a Petrobras foi a segunda companhia que mais perdeu valor de mercado em todo o mundo em 2011, abaixo apenas do Bank of America.

Evaporaram US$ 72,4 bilhões, conforme levantamento feito pela Bloomberg News junto a mais de 5 mil corporações globais.
(A reação de suas ações neste início de ano permitiu-lhe recuperar parte da perda.)


Ontem, a companhia mudou seu comando. Graça Foster substituiu Sergio Gabrielli na presidência e mais dois diretores foram trocados. Não está muito claro se a ascensão da técnica de carreira, em oposição ao político militante que durante sete anos e sete meses esteve à frente da empresa, vai alterar os rumos ziguezagueantes da Petrobras.

O que se mostra cristalino é que a maior companhia do país mostra-se hoje vergada pelo sobrepeso que o governo do PT lhe impôs.

A Petrobras deve, sim, apoiar políticas públicas, mas a condição para isto é que sobreviva como empresa lucrativa.

Canibalizada como ela está, o poço pode secar rapidamente.


Fonte: Instituto Teotônio Vilela
Sobrecarga derruba Petrobras

Inadimplência sobe puxada por cartões no "brasil maravilha".


Atraso no pagamento de dívidas aumenta 2,91% em janeiro, aponta levantamento da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas, motivado por calote no dinheiro de plástico

As facilidades oferecidas pelos cartões de crédito, que incluem parcelamentos de 12 a 24 meses, estão levando os consumidores a perder o controle das compras, engrossando os índices de inadimplência.

O atraso no pagamento das dívidas em geral pelo brasileiro aumentou 2,91% no primeiro mês de 2012, em comparação com o mesmo mês do ano passado, conforme levantamento da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).

A elevação foi impulsionada pelo calote nas faturas do cartão de crédito, afirmou o presidente da instituição, Roque Pellizzaro.


Dados do Banco Central apontam que a inadimplência no segmento já atinge 26,74% das operações, três vezes maior que a média do mercado de crédito brasileiro, que está em 7,3%.

O total devido pelos brasileiros nos cartões de crédito cresceu em ritmo de epidemia na última década. As concessões de crédito rotativo (conhecido como pagamento mínimo) chegaram ao maior nível da história em dezembro de 2011, R$ 22,2 bilhões — avanço de 825% em dez anos.


Um dos motivos são os juros astronômicos cobrados de quem não paga toda a fatura no dia do vencimento, na casa dos 10% e 11% ao mês, 214% a 250% ao ano.

Quando isso acontece, fica mais difícil a cada mês regularizar os débitos, que sobem em ritmo acelerado, só por conta desses encargos.

Mesmo para quem opta pelo parcelamento oferecido pela administradora, os juros ficam na casa dos 5% e 6% ao mês ou entre 80% e 100% ao ano, o que pesa no orçamento.

A taxa Selic está em 10,5% ao ano.


"O consumidor que entra no cadastro do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) nessas condições dificilmente consegue sair devido aos juros elevados", observou Roque Pellizzaro.

"O problema é a falta de educação financeira de muitos consumidores, que leva à inadimplência justamente na linha que possui os juros mais altos", observou o educador financeiro Reinaldo Domingos.


Redução
Dados da consultoria de crédito e risco Serasa Experian também mostram inadimplência do cartão de crédito em ritmo de alta — houve crescimento de 3,5% em janeiro, frente a dezembro passado.

O valor médio dessas dívidas não pagas, em decorrência dos juros e do alto endividamento do brasileiro, também se expandiu, passou de R$ 396,77 em janeiro de 2011 para R$ 657,92 em igual mês deste ano — um incremento de 65,8%.


Diante do atoleiro em que o brasileiro se enfiou com o cartão de crédito, a presidente Dilma Rousseff passou a cobrar do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, medidas para reduzir os juros do cartão de crédito.

A presidente está preocupada com o endividamento das famílias que ingressaram recentemente no sistema bancário, a nova classe C.

Para o governo, a maior parte dela, que já representa mais da metade da população do país, ainda está aprendendo a usar produtos financeiros mais sofisticados, como o cartão, e tem caído nas armadilhas das facilidades oferecidas.


"O problema não é o cartão em si, mas como ele é usado. O brasileiro transforma o pagamento mínimo da fatura em hábito mensal quando ele deveria ser usado em casos de extrema emergência. A mesma coisa ocorre com o cheque especial, que se transformou em parte da renda do consumidor", alertou Carlos Henrique de Almeida, assessor econômico da Serasa Experian.

Para ele, já começam a surgir os primeiros sinais de uma reversão no quadro de dívidas não pagas. Mas o pior período para a inadimplência ainda está por vir, segundo especialistas.

Março, dizem, será um mês difícil devido o pagamento de impostos como IPVA e IPTU, o que habitualmente deixa as famílias com orçamento mais apertado, gerando mais dívidas e inadimplência.


Atoleiro (Em R$ bilhões)
Concessão mensal do crédito rotativo do cartão cresce 825% em 10 anos

Meses - Liberação de recursos

Dez/02 - 2,4
Dez/03 - 2,9
Dez/04 - 3,8
Dez/05 - 7,1
Dez/06 - 7,5
Dez/07 - 8,7
Dez/08 -12,4
Dez/09 -15,0
Dez/10 -17,9
Dez/11 -22,2

VICTOR MARTINS Correio Braziliense

No 4º trimestre de 2011, lucro da Petrobras cai 52,38%


Em 2011, último ano da Petrobras sob o comando de José Sergio Gabrielli, a estatal apresentou lucro líquido de R$ 33,313 bilhões


A Petrobras reportou lucro líquido de R$ 5,049 bilhões no quarto trimestre de 2011, uma queda de 52,38% em relação ao mesmo período de 2010.

A receita líquida da companhia entre outubro e dezembro alcançou R$ 65,257 bilhões, alta de 20,34% em igual comparação, ocasionada principalmente pelo efeito do câmbio nas exportações e pelo reajuste de 10% no preço da gasolina e de 2% no valor do diesel, em vigor desde 1º de novembro.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortizações) trimestral somou R$ 14,054 bilhões, com retração de 2% na mesma base comparativa.

O resultado financeiro líquido foi positivo em R$ 400 milhões, ante R$ 1,880 bilhão positivo no mesmo período de 2010.

Em 2011, último ano da Petrobras sob o comando de José Sergio Gabrielli, a estatal apresentou lucro líquido de R$ 33,313 bilhões, retração de 5,3% em relação ao ano anterior.

A receita líquida anual foi de R$ 244,176 bilhões, alta de 15,26% na mesma base comparativa. O Ebitda no ano passado atingiu R$ 62,246 bilhões, com alta de 4,81% em relação a 2010.

Gabrielli será substituído a partir do próximo dia 13 por Maria das Graças Foster, ex-diretora da área de Gás e Energia. Ela assume a presidência da Petrobras com o desafio de intensificar o ritmo de produção da companhia.

No ano passado, a estatal fracassou pelo segundo ano consecutivo na tentativa de alcançar a marca de 2,1 milhões de barris de petróleo produzidos em território nacional.

A produção em 2011 atingiu 2,021 milhões de barris diários, novo recorde da empresa mas ainda aquém do esperado pela diretoria da Petrobras.

Para acelerar o ritmo da produção da companhia, Graça Foster, como é chamada a futura presidente da estatal do petróleo, terá à disposição um plano de negócios que prevê investimentos de US$ 224,7 bilhões entre 2011 e 2015.

Petrobras levará até dois anos para fornecer gás

O atual presidente da empresa, José Sergio Gabrielli, será substituído a partir do próximo dia 13 por Maria das Graças Foster, ex-diretora da área de Gás e Energia. Ela assume a presidência da Petrobras com o desafio de intensificar o ritmo de produção da companhia.

AE - (com Reuters)