"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

maio 16, 2011

BASE ALIADA : CRESCE PRESSÃO POR CARGOS E OS "SEM EMPREGO".

http://2.bp.blogspot.com/_I5Ezm3xNF5k/Sqe9yV6b2SI/AAAAAAAAAuA/ggtuodhzLNc/s400/PREFEITURA...POL%C3%8DTICO...SEM...MANDATO....jpg
Com o argumento de que é um governo de continuidade e que os partidos da base são os mesmos, a presidente Dilma Rousseff tem levado os dirigentes partidários de sua aliança à loucura ao resistir em fazer nomeações para cargos federais.

Depois de quase seis meses de mandato, os aliados, cada um com uma lista interminável de cargos na mão, alegam que não há mais desculpa para não atender às demandas por milhares de cargos de segundo, terceiro e até quarto escalões em aberto nos estados.
A lista mais conhecida, já nas mãos da presidente, é a do próprio PT, com mais de 120 cargos que os petistas pretendem ocupar.

Os partidos, de fato, são os mesmos, mas, com a eleição do ano passado, houve mudanças na correlação de forças de líderes regionais. Os que ascenderam não se conformam em não poder nomear os seus. E os fortes que ficaram sem mandato também querem manter seus apadrinhados e garantir espaço para eles próprios.

Mas Dilma anda resistindo e avisou que não vai aceitar ser pressionada.
Pretende dar um freio no apetite dos aliados. Em frente ao Palácio do Planalto, nos salões e plenários do Congresso Nacional, o recado também já foi dado:
a situação da base governista no Congresso não anda muito satisfatória para a presidente continuar freando as nomeações e desagradando aos aliados.

Mau resultado no 1o - teste de Dilma

O resultado catastrófico do primeiro grande teste de Dilma em uma votação importante, ado polêmico Código Florestal, foi uma prova disso. Há ameaças até mesmo do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), de desobedecer a orientação do governo e incluir na pauta do Congresso a votação do veto do ex-presidente Lula àdistribuição dos royalties do
petróleo entre todos os estados.

Sarney, entre outras insatisfações, teria ficado inconformado com o rebaixamento de José Antonio Muniz, deslocado da presidência da Eletrobras para uma diretoria da estatal.

Parlamentares da base passaram a ser avisados pelo ministro da Casa Civil, Antonio Palocci , de que não adianta ficar cobrando a nomeação para cargos, porque as demandas já estão apresentadas e agora é preciso esperar o tempo da presidente.

Dilma não gostou nada da afirmação pública do novo presidente do PT, Rui Falcão, de que o partido entregou uma lista com 120 cargos. Segundo ministros, ela não esperava esse tipo de pressão pública do próprio PT.

Isso porque reabre a disputa entre aliados e aumenta as insatisfações. Ela nem recebeu o novo presidente do PT até agora. Quando passou ocargo de presidente da sigla para Falcão, José Eduardo Dutra lhe repassou uma lista com pedidos de nomeação para secretarias, delegacias esuperintendências de estatais e dos ministérios nos estados.

No PMDB, pleitos de quem não se elegeu

Depois do PT, as maiores reclamações são dos peemedebistas. Ainda durante a transição, os negociadores do PMDB, entre eles o vice-presidente Michel Temer, repassaram a lista de pleitos a Palocci e Dilma. No PMDB, há uma infinidade de pleitos. Há os reprovados nas urnas ano passado.


Ainda na transição, foi entregue ao governo uma lista com os pleitos do partido. Da parte do PMDB, muito pouca coisa aconteceu — confirma o ex-deputado Elizeu Padilha, um dos assessores especiais de Temer.

Outro peemedebista do Congresso desabafa:


Dilma não gosta de discutir isso, quer manter a composição antiga para não fazer barulho. E Palocci é muito lento. Há descontentamento também nos partidos menores, como o PC-doB.
Os comunistas reclamam até hoje da dificuldade de arrumar alguma vaga no governo para o ex-deputado Flávio Dino, que foi sacrificado no Maranhão por causa do apoio de Dilma e Lula à reeleição da governadora Roseana Sarney.


Qual a dificuldade de acomodar uma pessoa com a competência de Flávio Dino no governo?
Por que o Sarney não quer?
Como assim?
O Palocci mantém uma linha de espatifar a base e cuidar de fortalecer o nicho dele, que é o PT —afirma a deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC), resumindo o clima de insatisfação no histórico aliado do PT.

OS SEM "EMPREGO"

ANA JÚLIA CAREPA (PT)
Ex-governadora do Pará, perdeu a disputa pela reeleição para o tucano Simão Jatene

IRIS REZENDE (PMDB)
Ex-prefeito de Goiânia, perdeu a eleição para o governo de Goiás para o tucano Marconi Perillo

JOSÉ MARANHÃO (PMDB)
Ex-governador da Paraíba, não conseguiu se reeleger . Perdeu para Ricardo Coutinho (PSB)

PATRUS ANANIAS (PT)
Ex-ministro do Desenvolvimento Social, perdeu em Minas como vice na chapa de Hélio Costa

HÉLIO COSTA (PMDB)
Ex-ministro das Comunicações, perdeu o governo de Minas para o tucano Antônio Anastasia

FLÁVIO DINO (PCdoB)
Ex-deputado federal, perdeu a eleição para o governo do Maranhão para Roseana Sarney

FÁTIMA CLEIDE (PT)
Ex-senadora por Rondônia, não conseguiu se reeleger nas eleições de 2010

Maria Lima e Gerson Camarotti O Globo

ENERGIA EÓLICA VAI PRODUZIR MAIS QUE BELO MONTE.


No momento em que são cada vez mais questionadas as construções de usinas hidrelétricas e nucleares, devido a seus impactos socioambientais e custos elevados, as fontes renováveis de energia, como eólica, biomassa e solar, começam a ganhar espaço no Brasil.

Dados da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), por exemplo, revelam que, até 2013, serão investidos no país R$ 25 bilhões em 141 projetos do setor, espalhados pelos estados de Ceará, Rio Grande do Norte, Sergipe, Bahia e Rio Grande do Sul.

O presidente da Empresa
de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, informou que, dentro de dois anos, o país produzirá 5.272 megawatts (MW) de energia eólica, um grande avanço se for considerado que, em 2005, o Brasil gerava apenas 29 MW.

O volume total de energia que será gerada apartir dos ventos — os novos projetos proporcionarão um incremento de 4.343 MW — é superior aos cerca de 4.500 MW previstos para a polêmica Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu, no Pará.
Além disso, chega perto do total a ser produzido pelas hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau, no Rio Madeira, em Rondônia: 6.300 MW.


Estrangeiros investem em fontes renováveis no Brasil

Atualmente, a capacidade de geração de energia eólica no Brasil é de 928,9 MW. Segundo opresidente da EPE, estatal federal, as fontes renováveis de energia representam, hoje, aproximadamente 8% da eletricidade produzida no país. Em dez anos, devem chegar a 14%.

Somente a CPFL Energias Renováveis está investindo R$ 5,8 bilhões no setor. Já a Renova Energia planeja aplicar R$ 1,2 bilhão em vários projetos, principalmente parques eólicos.


A energia eólica vai reduzir aoperação das usinas térmicas a gás natural que são acionadas de forma complementar às hidrelétricas—destacou Tolmasquim.

O presidente da Abeeólica, Ricardo Simões, disse que a energia produzida a partir dos ventos corresponde hoje a 0,7% do total de eletricidade do país, mas, em 2013, esse percentual passará para 4,3%.

Segundo ele, diversos fabricantes estrangeiros de equipamentos começam a se instalar no Brasil, o que permitirá uma redução gradual dos custos do setor.


É uma energia limpa, que não depende do petróleo. Por isso defendemos que o governo realize um leilão só para a oferta de projetos de energia eólica. A tendência é de os preços caírem cada vez mais— afirmou Simões


Norte Fluminense deverá ganhar parque eólico

Um dos maiores complexos eólicos em construção no país é o da Renova Energia na Bahia, que totalizará 457 MW.
Em breve, o Estado do Rio também vai ganhar um grande projeto
do setor, que será desenvolvido pela CPFL Energia, companhia que gera edistribui eletricidade em São Paulo.
(...)
Fontes informaram que um dos locais estudados pela CPFL é odistrito de Gargaú, no município de São Francisco do Itabapoana, no Norte Fluminense. A empresa opera na região, desde 2009, um parque eólico com capacidade de 29 MW.

Vamos executar esse projeto para apoiar os grandes eventos que oRio vai receber nos próximos anos (Copa do Mundo e Olimpíadas), investiremos cerca de R$ 600 milhões — informou Ferreira.

Ramona Ordoñez O Globo

GAMBÁ CHEIRA OUTRO.

O vice-presidente da República, Michel Temer, saiu ontem em defesa do ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, após denúncia de que ele teria multiplicado seu patrimônio por 20 em quatro anos.
"O PMDB confia plenamente na lisura do procedimento de Palocci e estará ao lado dele", afirmou, descartando "perturbação" no governo ou risco ao cargo do ministro.

Em viagem oficial à Rússia, Temer manifestou-se em tom semelhante ao da presidente Dilma Rousseff, que, segundo assessores, não foi surpreendida pelas informações publicadas ontem pelo jornal Folha de S. Paulo. Auxiliares da presidente informaram que ela está "tranquila", pois sabia desde dezembro que Palocci tinha uma empresa.

Segundo a reportagem, a Projeto, da qual o ministro tinha 99,9% do capital, comprou um apartamento de R$ 6,6 milhões em novembro e já era dona de um escritório de R$ 882 mil, ambos na região da Avenida Paulista, em São Paulo. Em 2006, Palocci declarou à Justiça Eleitoral patrimônio de R$ 375 mil.

Os dados da Projeto, inclusive o faturamento, foram submetidos à Receita Federal e à Comissão de Ética Pública da Presidência antes da posse, segundo nota da Casa Civil. O texto diz que "as atividades da empresa e as medidas tomadas para prevenir conflito de interesses foram registradas junto à Comissão de Ética da Presidência".

Palocci informou que a Projeto, aberta em 2006, prestou consultoria econômico-financeira até 2010, quando "as atividades foram encerradas por força da função ministerial".

Origem.

Líderes peemedebistas e de outros partidos aliados arriscam um palpite: a denúncia faria parte da disputa entre grupos do PT dentro e fora do governo. "Não é possível que seja fogo amigo.

É pesado demais", contesta o líder petista no Senado, Humberto Costa, que também defendeu Palocci. "Ele é uma pessoa extremamente digna, séria."

Os aliados alegam não ter interesse em enfraquecer Palocci, que faz a interlocução com a base. Apesar do descontentamento com o ritmo de nomeações de cargos, ele goza da confiança dos principais líderes no Congresso.

Christiane Samarco e Karla Mendes O Estado de S. Paulo

"FUNDOS ABUTRES" E O COMÉRCIO DE CRÉDITO PODRE


A Jive Investments Holdings Ltda., uma misteriosa empresa baseada nas Ilhas Virgens Britânicas, foi a compradora do último ativo no Brasil do Lehman Brothers, que quebrou em setembro de 2008.

Por R$ 27 milhões, a Jive comprou do Lehman, no final do ano passado, a Libro Companhia Securitizadora de Créditos Financeiros, que tinha empréstimos, notas e também créditos em atraso, os chamados créditos podres.

Os ativos haviam sido adquiridos anteriormente do ABN AMRO, hoje Santander, e do mineiro BMG. Procurados, os executivos da Jive e da Neointelligence, que assessorou a transação, preferiram não comentar.

O negócio, cujos detalhes não foram divulgados no Brasil, é parte integrante do discreto e crescente mercado brasileiro de compra de créditos podres. Com a explosão do estoque de crédito do sistema financeiro nacional, que passou de R$ 200 bilhões em 2001 para R$ 1,15 trilhão em março deste ano, é natural que os empréstimos em atraso cresçam, embora não necessariamente na mesma proporção.

Em um mundo com juros reais apertados, rendimentos que podem chegar a 20% ou 30% ao ano chamam a atenção. O segredo é comprar barato e recuperar parte da dívida em atraso.

Atraídos por esse tipo de ativo de alto risco e alta rentabilidade novos "fundos abutres" como a Jive estão sobrevoando o país. Alguns dos novos fundos, bancos e empresas de assessoria entrantes são Orey Capital, Brasil Distressed, Deutsche Bank, Gávea Jus, Arion (cujo investidor mais conhecido é o espanhol Enrique Bañuelos), Vision, Banco Fator, Banco Pine - em parceria com a Global Emerging Markets (Gem) -, Roots, Cultinvest, Ícone e Eton Park Capital Management.

Esses investidores vêm disputar os ativos com os mais tradicionais compradores, como a empresa de gestão RCB, os fundos PineBridge e Polo Capital, e os bancos Bank of America Merrill Lynch e Goldman Sachs.

Com Alexandre Camara, o BTG Pactual vem tendo uma atuação cada vez mais ativa nesse mercado, comprando crédito podre de consumo e muito empréstimo consignado, segundo executivos da área.

O Eton Park, um fundo de hedge no exterior fundado pelo ex-Goldman Sachs Eric Mindich, está entre os mais ativos fundos a financiar compradores.

Alguns são especializados em crédito podre de empresas do setor público e precatórios, como o Gávea Jus, uma parceria dos brasileiros da Jus com o Gávea, fundo de Armínio Fraga comprado pelo J.P. Morgan.

Outros focam apenas no crédito de atacado, como o Brasil Distressed, do ex-diretor do Unibanco e do Bank of America Carlos Catraio e do ex-diretor do Bradesco José Guilherme Lembi de Faria.

Outros preferem as pequenas e médias empresas e o crédito de varejo, como o RCB. Comprar participações de capital em empresas quebradas é o que fazem Orey Capital, Arion e o fundo do Banco Pine em conjunto com a GEM, que está sob os cuidados de Gabriel Andrade, executivo tirado da Arsenal Investimentos.

Mas há um empecilho ao desenvolvimento desse mercado: os maiores bancos brasileiros, como o Bradesco, Itaú e Banco do Brasil, até por falta de tradição, não vendem suas carteiras inadimplentes para os investidores. Alguns bancos médios também não.

Principalmente no crédito de varejo, há bancos e investidores que veem alta de preços exagerada nos leilões, uma espécie de bolha de crédito podre no Brasil, o que poderia ser fatal para os investidores. Nem todos concordam.

"Essa conversa de alta de preços do crédito inadimplente é dos compradores que não querem ver novos entrantes disputando esse mercado", diz Salvatore Milanese, sócio responsável pela área de reestruturação da KPMG, que organiza a venda de créditos podres para empresas e bancos.

Um dos grande entusiastas desse mercado do qual depende o seu ganha pão, Milanese estima que o total de crédito podre com atraso de 90 a 360 dias chegue a R$ 150 bilhões. Cerca de 40% disso é crédito ao consumidor.

Ele estima que no ano passado o mercado secundário de crédito em atraso girou R$ 20 bilhões em valor de face e acredita que neste ano o mesmo irá se repetir, considerando-se inclusive o crédito vendido por empresas.

O desconto sobre o valor de face depende da qualidade do crédito, mas costuma superar 50%. Como a maior parte das negociações são feitas entre duas partes - o vendedor e o comprador, com a assessoria de advogados e empresas especializadas -, ninguém sabe ao certo seu tamanho.

"Muita gente conseguiu ganhos de mais de 50% ao ano com crédito inadimplente de varejo após a crise de 2008", diz André Suguita, responsável pela área de "trading" de crédito do Bank of America Merrill Lynch.

"Há investidores entrando agora atraídos por esses ganhos, mas os preços estão ficando elevados demais, inclusive porque a inadimplência está ainda baixa", avalia. "Estão assumindo um risco tremendo", diz.

Os bancos que vendem carteira de crédito inadimplente de varejo, como Santander, Citi e HSBC, geralmente organizam leilões entre vários participantes. "Realmente temos percebido lta de preços nesses leilões", confirma Nuno Correia, responsável pela área de mercado de capitais e soluções de tesouraria do Deutsche.

Ele diz que no fim de 2009, quando o Deustche criou um time com foco no mercado de crédito, passou a comprar também os empréstimos que estavam em atraso.

"Compramos mais crédito de varejo inadimplente, como empréstimos ao consumidor em geral, em toda a América Latina", diz. Ele acredita que, apesar dos preços "um pouco mais elevados", o mercado ainda é bastante "promissor" e há espaço para todos.

"Os casos de inadimplência da última crise de crédito, aquela de 2008, estão ficando maduros agora e os bancos e empresas credoras têm mais disposição para vender", afirma Carlos Catraio, diretor-gerente e sócio da Brasil Distressed, criada no início deste ano. No crédito podre de atacado, seu foco de atuação, Catraio não vê bolha de preços.

A empresa compra créditos de R$ 1 milhão a R$ 2 milhões, na média, podendo chegar a R$ 500 mil. O Goldman Sachs, o BTG Pactual e o Bank of America também compram dívida corporativa inadimplente, mas geralmente em valores maiores, de total de mais de US$ 10 milhões.

Outro novo fundo a entrar no mercado é o Roots, de Rafael Fritsch, filho do ex-secretário de política econômica do ministério da Fazenda Winston Fritsch. Luiz Fernando Rezende, ex-Santander, é sócio do Cultinvest, e Patrick Gontier, ex- Bradesco BBI e ex-Quest, está abrindo a Ícone Investimentos.

Cristiane Perini Lucchesi | Valor Econômico

ENCASTELADOS E POLÍTICOS PROFISSIONAIS. XÔ ! MAIS UMA BOA INICIATIVA. MAS, E A SOCIEDADE? VAI PRESSIONAR?


Proposta de iniciativa popular quer limitar a dois mandatos o tempo de permanência de parlamentares no Congresso.
Se a regra valesse hoje, 35% dos deputados estariam fora da Legislatura


Cansados de esperar por uma reforma política que nunca chega, representantes dos movimentos sociais elaboram projeto de iniciativa popular propondo alterações nas regras eleitorais.
A ideia é encaminhar o texto da reforma política nascido no berço da sociedade civil ao Congresso, a exemplo da Lei da Ficha Limpa.

Uma das principais alterações pleiteada pelos movimentos sociais é o fim da política como profissão, limitando a dois mandatos o tempo máximo de permanência de um político no Congresso.

A proposta é capitaneada pelo ativista social Chico Whitaker, organizador do Fórum Social Mundial e do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), e tem o apoio da Comissão Brasileira de Justiça e Paz, que faz parte da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).


O “movimento por no máximo dois mandatos” é uma tentativa de mobilizar a sociedade a pressionar os políticos a aceitarem a regra “voluntariamente”, como forma de assumir compromisso de seriedade perante os eleitores.

E os parlamentares que aceitassem o compromisso do “no máximo duas” estariam mostrando que não “veem a função política como meio de enriquecimento pessoal e poder, além de um emprego garantido”, resume o manifesto do ativista.


Os movimentos sociais argumentam que a perpetuação do poder representativo é uma das distorções no sistema representativo do país. Na pauta da reforma política proposta pela sociedade, as discussões sobre financiamento público de campanha, coligações partidárias e lista fechada estão diretamente ligadas à criação de regra que vetasse o tempo infinito de permanência no Poder Legislativo.

“A desqualificação do Legislativo assim eleito abre então espaço para o mecanismo da ‘compra’ de parlamentares para constituir as ditas maiorias, o que torna os parlamentos um lugar extremamente atrativo para pessoas com nenhuma outra intenção senão a de ‘vender’, o mais caro que puderem, seu poder de votar leis e fiscalizar o Executivo”, pondera Whitaker.


Encastelados

Se a regra do “no máximo duas” estivesse valendo, 181 deputados, 35% do total, estariam fora da legislatura. Levantamento do número de mandatos dos parlamentares em exercício realizado pelo Correio mostra que a repetição infinita do poder é regra na Câmara.

O deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) está na mesma cadeira há mais de 40 anos e renovou o mandato de quatro anos 11 vezes. Doze colegas do peemedebista estão na Casa desde o período de redemocratização e 54 superaram os 20 anos de mandato.
No Senado, Casa em que mandatos duram oito anos, existe maior rotatividade.

Da atual legislatura, seis parlamentares — ou 7,4% dos 81 senadores — têm mais de dois mandatos.
Os mais “antigos” do Senado são Eduardo Suplicy (PT-SP), Antônio Carlos Valadares (PSB-SE),
Garibaldi Alves (PMDB-RN),
com três mandatos, José Agripino (DEM-RN) e Pedro Simon (PMDB-RS),
com quatro, e o recordista, José Sarney (PMDB-AP), que registra cinco mandatos.


O secretário executivo da Comissão Brasileira Justiça e Paz, Pedro Gontijo, explica que além da proposta de colocar fim na prática da política como profissão, os movimentos sociais também pretendem formar uma “assembléia constituinte” permanente, que funcionaria como órgão de representação popular para atuar paralelamente ao Congresso, recolhendo pleitos e manifestações da sociedade quando o povo não se sentisse representado pelo parlamento.

“A ideia é criar uma assembleia constituinte popular, pois o Congresso não tem se mostrado representativo. A assembleia teria mais facilidade de articulação para organizar os projetos de iniciativa popular, como a proposta de limitação de mandato que tem como perspectiva garantir maior rotatividade.
A função de representação se transformou em profissão de algumas figuras, pessoas encasteladas ali, como se fosse uma representação para a vida toda”, critica Gontijo.

Josie Jeronimo Correio Braziliense

MEQUI NUM VAI RECOLER LIVRU QUE ASEITA ERRU DE PURTUGUEIS.

Professores condenam distribuição da obra:
‘Mais uma vez, no lugar de ensinar , vão rebaixar tudo à ignorância’


O Ministério da Educação informou que não se envolverá na polêmica sobreo livro com erros gramaticais distribuído pelo Programa Nacional do Livro Didático, do próprio MEC, a 485 mil estudantes jovens e adultos.

O livro “Por uma vida melhor”, da professora Heloísa Ramos, defende uma suposta supremacia da linguagem oral sobre a linguagem escrita, admitindo a troca dos conceitos “certo e errado” por “adequado ou inadequado”.


A partir daí, frases com erros de português como “nós pega o peixe” poderiam ser consideradas corretas em certos contextos.
— Não somos o Ministério da Verdade. O ministro não faz análise dos livros didáticos, não interfere no conteúdo. Já pensou se tivéssemos que dizer o que écerto ou errado?
Aí, sim, o ministro seria um tirano — afirmou ontem um auxiliar do ministro Fernando Haddad, pedindo para não ser identificado.

Escritores e educadores criticaram ontem adecisão de distribuir olivro, tomada pelos responsáveis pelo Programa Nacional do LivroDidático. Para Mírian Paura, professora do Programa de Pós-Graduação em Educação da Uerj, as obras distribuídas pelo MEC deveriam conter a norma culta:

—Não tem que se fazer livros com erros. O professor pode falar na sala de aula que temos outra linguagem, a popular,não erudita, como se fosse um dialeto. Os livros servem para os alunos aprenderem o conhecimento erudito. Na obra “Por uma vida melhor”, da coleção “Viver ,aprender”, a autora afirma num trecho: “Posso falar ‘os livro?’ Claro que pode, mas, dependendo da situação, a pessoa pode ser vítima de preconceito linguístico.”

Em outro, cita como válidas asfrases:
“nós pega o peixe” e “os menino pega o peixe”. Autor de dezenas de livros infantis e sobreMachado de Assis, o escritor Luiz Antônio Aguiar também é contra a novidade:
— Está valendo tudo. Mais uma vez, no lugar de ensinar, vão rebaixar tudo à ignorância. Estão jogando a toalha. Isso demonstra falta de competência para ensinar.

Segundo ele, o que estabelece as regras é a gramática.
— Imagina um jogo de futebol sem as linhas do campo. Como vão jogar futebol sem saber se a bola vai sair ou não? O que determina as regras é a gramática. Faltam critérios. É um decréscimo da capacidade de comunicação — observou Aguiar , também professor do curso “Formação de leitores e jovens leitores”, da Secretaria municipal de Educação do Rio.


Cássio Bruno O Globo

REFLEXÃO : NINGUÉM É SUBSTITUÍVEL

Momento de refletir
Em um e-mail recebido de uma leitora, havia uma mensagem com o título 'Ninguém é substituível', que me chamou a atenção por ser exatamente o oposto do que sempre ouvimos ou dizemos.

Em uma reunião de diretoria de uma empresa o presidente havia dito, em tom ameaçador, o tradicional -ninguém é insubstituível-, causando pânico em todos os dirigentes presentes, mas um deles se levantou e, pedindo a palavra, perguntou:
e Beethoven? Quem o substituiu?


Continuando, aquele diretor disse:
As grandes empresas como a nossa sempre falam em descobrir e reter talentos mas no fundo continuam tratando seus profissionais como peças dentro da organização, que quando uma sai, quebra ou falha, é só substituí-la para que toda a engrenagem continue funcionando normalmente, e muitas vezes até melhor, por agora contar com peças novas.


Dando ainda mais exemplos, perguntou quem substituíra Ayrton Senna, Frank Sinatra, Elvis Presley, Gandhi, Santos Dumont, Thomas Edson, Tom Jobim, Picasso, Einstein..., e após uma pausa disse que todos os citados haviam brilhado fazendo o que gostavam e sabiam fazer bem, marcando com isso seu nome na história e, portanto, eram sim insubstituíveis.

Lembrou ainda que ninguém se preocupava, ou mesmo se importava, em saber se Beethoven era surdo, Picasso era instável, Caymmi preguiçoso, Kennedy egocêntrico ou Elvis paranóico , mas sim de poder apreciar o resultado de suas obras talentosas, fossem sinfonias, obras de arte, discursos memoráveis ou melodias inesquecíveis.

"Sou um só, mas ainda assim sou um. Não posso fazer tudo..., mas posso fazer alguma coisa. Por não poder fazer tudo, não me recusarei a fazer o pouco que posso. Algumas pessoas me amarão, e outras me odiarão pelo que sou, mas assim é a vida", disse o jovem, sugerindo que todos deveríamos nos acostumar a isso.

Todo esse comentário foi feito para, discordando do presidente da empresa, mostrar a ele que cada um dos presentes podia sim ter seus defeitos, mas também possuía qualidades e que estas eram as que deveriam ser melhor aproveitadas pela empresa.

Hoje, já bem diferente do jovem que pensava tudo saber, reconheço ser uma pessoa com infinitos defeitos, milhares que já descobri e outros milhares que ainda não consigo ver, mas que provavelmente outros enxergam, e algum dia também enxergarei.

A vida vai nos mostrando que sempre poderemos aprender algo mais, que sabemos sempre pouco, e vai nos dando também a humildade necessária para, compreendendo isso, buscarmos um crescimento dentro da engrenagem geral.

Essa engrenagem não se movimenta só, precisa da partida, e depois desse início, cada um vira um pouco e com sua rotação gira o vizinho, que também ajudará na virada de outro e assim por diante.
Dessa forma o homem inventou a lâmpada e chegou ao que hoje possuímos, em menos de 150 anos.


Para isso foi necessária a existência de milhares de homens capazes de criar, desde cabos elétricos, automóveis, aviões, poesias, computadores, vacinas, equipamentos médicos de última geração, mas também daqueles responsáveis pela limpeza das fábricas e das salas cirúrgicas, cada um fazendo o que sabia, e o que podia fazer.

Devemos ter consciência de nossas qualidades e importância, nos orgulhar de fazer parte da engrenagem que permite aos criadores criar, para depois usufruirmos dessa criação e com leituras, observações e escritos, divulgá-la para que se alastre e se perpetue.

João Bosco Leal/Via email

www.joaoboscoleal.com.br