"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

fevereiro 06, 2013

Pior do que está fica

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjX_DFCnC9e3vdND8Tn5wwc0KWyNtRuWbtboBKIsv_i_DUxK62LBWuRrBdGVx1iaN1yubuegNz4M6o7l4ssyqlmtUNJuXIW8LbqlKZv8kIH2WTHf9gDZ9jf2ktB3vgTwzIbNqWkfsJ1uLk8/s400/lula_petrobras.jpg
Há tempos vem se dizendo que a Petrobras chegou ao fundo do poço. 
Engano: 
infelizmente, parece que a outrora maior companhia brasileira ainda tem muito a mergulhar. Depois de dez anos submetida a gestões temerárias, práticas administrativas nefastas e encargos indevidos, a estatal encontra-se num beco sem saída.

Parece evidente que a Petrobras não tem para onde correr. Depende de reajustes que seu controlador, o governo federal, não topa dar, com medo de perder as rédeas da inflação. A despeito de investir como nunca, não consegue expandir sua produção. 

Quanto mais vende, mais perde, porque paga pelo combustível mais do que cobra de seus consumidores. 
E não gera caixa suficiente para custear seu plano de negócios.

Tão cedo a estatal não deverá conseguir levantar mais dinheiro com a venda dos combustíveis que produz. Os preços da gasolina e do diesel acabaram de subir e não devem aumentar mais até dezembro - o reajuste anunciado há uma semana já foi maior que os 5% que o Banco Central previra para este ano. 

Em 2014, com eleições presidenciais e risco de a inflação escapar do controle, as chances de novo reajuste são ínfimas.

Para sair da sinuca, a Petrobras terá que buscar outras saídas, como maior endividamento ou uma nova capitalização, à qual nenhum investidor sensato deverá aderir. Se contrair mais dívidas, ultrapassará os limites que o mercado classifica como prudentes. 
Com isso, tende a perder o chamado grau de investimento e, consequentemente, a confiança dos investidores, além de ter que pagar muito mais caro por empréstimos e financiamentos.

Constrangida pelas regras impostas pelo governo petista ao setor de petróleo, a Petrobras também depende de fornecedores locais que não conseguem lhe atender, paga preços mais altos para cumprir cláusulas de conteúdo nacional e, assim, perde ainda mais competitividade. 
Seu plano de negócios não produz resultados à altura, na forma de aumento de produção.

Nos últimos quatro anos, a companhia investiu US$ 165 bilhões, sem, contudo, conseguir aumentar a quantidade de petróleo que extrai e refina. Se tudo correr como Maria das Graças Foster anunciou ontem, a gestão Dilma Rousseff conseguirá a façanha de registrar duas baixas seguidas na produção de petróleo. 

Nunca, em seis décadas de existência da Petrobrás, isso aconteceu. 
Para 2013, a previsão é de nova baixa de 2%.

A Petrobras purga hoje uma espécie de antítese do lema de Tiririca:
 pior do que está fica. 
Até sua presidente admite: 
"2013 vai ser muito mais difícil ainda", disse Foster, ao analisar o resultado do ano passado, quando a companhia lucrou 36% menos, teve o pior resultado em oito anos e, pela décima vez em dez anos, não atingiu suas metas de produção.

"A situação da companhia não parece estar sob controle. Longe disso. O governo errou ao definir um modelo de exploração do pré-sal que sobrecarrega a petroleira, por obrigá-la a participar de todos os campos. Continua em erro ao represar preços de combustíveis", analisa a Folha de S.Paulo hoje em editorial.

É voz corrente que a atual administração da Petrobras paga o preço dos desvarios da gestão que a antecedeu. É verdade. Mas não se deve perder de vista que quem comandou o conselho de administração da estatal por longos sete anos, de 2003 a março de 2010, foi Dilma Rousseff. 
Assim como Lula, a hoje presidente da República também é responsável direta pelo descalabro na companhia.

Foi naquele período que a empresa meteu-se em uma penca de negócios furados - como o que fez em Pasadena, nos EUA, cujos valores estão sendo investigados pelo TCU - e em projetos que não param de pé. 

Apenas para ficar em alguns exemplos: 
a caríssima refinaria Abreu e Lima, feita para agradar Hugo Chávez, e os poços do pré-sal que não produzem - e devem lhe render mais R$ 6 bilhões de prejuízo neste ano, ou 17% mais do que já drenaram em 2012.

A saga da Petrobras sob a gestão do PT é um capítulo especial de outro fracasso ainda mais retumbante: o da propalada autossuficiência brasileira em petróleo. Anunciada com fanfarra e cara propaganda por Lula em 2006, já como parte da sua plataforma reeleitoral, mostrou-se uma mentira deslavada. 

Hoje importamos gasolina, óleo diesel e até etanol como nunca antes na história deste país.

Em 2012, a alta na importação de gasolina foi de 102% - com isso, o déficit da balança comercial da Petrobras praticamente dobrou no ano (alta de 96%). A estimativa da empresa é de que as compras de gasolina voltem a crescer neste ano, aumentando de 90 mil para 110 mil barris diários (nova alta de 22%). 

Mais: 
estima-se que, até 2017, o volume de gasolina trazido do exterior praticamente dobrará em relação a 2012.
A Petrobras é o retrato mais pronto e acabado do que uma gestão malconduzida pode acarretar a um patrimônio nacional. 
 
É o exemplo mais acachapante de como o uso de uma empresa pública por interesses populistas, demagógicos e politiqueiros pode levar para o buraco, num curto espaço de tempo, o que até ontem revelava-se uma oportunidade única de redenção para o país.

Fonte: Instituto Teotônio Vilela
Pior do que está fica

E NO brasil maravilha DA FALSÁRIA(QUEBRA 1,99)... Calote consome R$ 52 bi de bancos

Os bancos tiveram de ultrapassar uma série de obstáculos ao longo de 2012 até alcançar dezembro. Nenhum, porém, pareceu tão intransponível quanto os calotes dados por empresas e pessoas físicas. Perto disso, a rápida queda da taxa básica de juros, a Selic, e a pressão do governo pela redução do custo dos empréstimos bancários são vistos agora pelos banqueiros como os menores desafios encontrados pelo caminho.

Em 2012, os três maiores bancos privados do país - Itaú Unibanco, Bradesco e Santander - registraram juntos um lucro líquido de R$ 27,7 bilhões, valor 5,3% menor do que o ganho de 2011. Do grupo, só o Bradesco conseguiu registrar uma expansão do resultado em relação ao ano anterior. Lucrou R$ 11,4 bilhões, cifra 3,1% maior do que em 2011, amparada pela atividade de seguro.

A inadimplência dos tomadores de crédito gerou R$ 52,6 bilhões em despesas com provisões para devedores duvidosos, fator que mais consumiu o lucro dos três bancos. O volume foi 20,8% superior àquele registrado em 2011.

O peso dos calotes sobre o resultado, porém, não parou por aí. "A inadimplência atrapalhou o lucro do bancos de duas formas. Além da despesa com provisão, mexeu no apetite por crédito. Isso também afetou o resultado", diz Carlos Macedo, analista do Goldman Sachs.

Com receio da inadimplência, os bancos foram mais seletivos na hora de conceder um empréstimo. Tamanha cautela se refletiu na expansão da carteira de crédito. Juntos, Itaú Unibanco, Bradesco e Santander alcançaram um estoque de empréstimos de R$ 869,1 bilhões em dezembro, volume apenas 7,12% maior do que um ano antes. Puxada pelos bancos públicos, a média do sistema financeiro ficou em 16,2%.

Enquanto lidavam com os calotes, os bancos ainda tiveram de enfrentar a forte redução da Selic, que começou o ano em 11% e fechou dezembro em 7,25%. "Em cerca de cinco trimestres, a queda da Selic foi de 40%. É um impacto que jamais vi na minha vida profissional. Poderia ter tido um impacto muito negativo na indústria financeira, mas foi bem absorvido", afirmou Marcial Portela, presidente do Santander Brasil, durante entrevista a jornalistas na semana passada.

Não bastasse isso, pouco antes do meio do ano, o governo começou a pressionar as instituições a reduzir os spreads, com impacto direto nas margens financeiras. "O problema é que todos os desafios apareceram ao mesmo tempo [em 2012]", diz Carlos Daltozo, analista do BB Investimentos.

Para vencer o ano, os bancos foram buscar soluções fora do crédito. Tesouras em mãos, por exemplo, permitiram aos banqueiros amenizar parte dos problemas trazidos pelos calotes. Os gastos administrativos e com pessoal dos três bancos somaram R$ 78 bilhões em 2012, com um crescimento de 6,37% em 12 meses. O valor foi um pouco maior do que a inflação medida pelo IPCA, que alcançou 5,84%.

O controle dos gastos ficou evidente no Itaú, onde as despesas avançaram apenas 1,81% ao longo do ano passado. Parte dessa contenção se deu pelo lado da mão de obra. Em um ano, o número de funcionários do banco foi reduzido em 7.565 pessoas, para 96.977 empregados.

No Santander, ajustes de pessoal também tiveram lugar no último trimestre do ano. O banco reduziu a quantidade de empregados em 1.128 pessoas, para um total de 53.992. O Bradesco, apesar de também estar em busca de melhorias na eficiência, nega que venha a fazer cortes de funcionários.

A busca por ganhos com tarifas também se intensificou. Em 2012, a receita com prestação de serviço dos três bancos subiu 11,42%, chegando a R$ 48,1 bilhões. O maior salto veio do Bradesco, cujo faturamento avançou 11,3%.

Carolina Mandl e Karin Sato | De São Paulo 
Valor Econômico 

ELES GASTAM E VOCÊ PAGA ! EM REPÚBLICA DE TORPES AS DESPESAS SÃO "SECRETAS" - Governo gasta R$ 59,6 mi com cartão corporativo em 2012

 
As despesas com cartões de crédito corporativos – através dos quais servidores federais podem fazer pagamentos ou saques sem precisar de autorização prévia da União – somaram 59,6 milhões de reais em 2012. 

O valor é maior do que o registrado no ano anterior, de 58,7 milhões de reais. Os dados integram um levantamento da ONG Contas Abertas divulgado nesta quarta-feira. 

Em dez anos, o governo federal destinou 476 milhões de reais para pagamento dos cartões, que, por regra, só deveriam ser usados para custear despesas excepcionais ou de pequeno vulto. 

Desde que os cartões foram criados, em agosto de 2001, o maior gasto com o meio de pagamento se deu em 2010, ultimo ano de mandado do ex-presidente Lula: 80 milhões de reais

Em 2012, a Presidência liderou de longe os gastos com o cartão. Ao todo, foram 17,7 milhões de reais – destes, 17,1 milhões destinados a despesas secretas. A prática de não discriminar os gastos é comum. 
Dos 59,6 milhões de reais gastos no ano passado, cerca de 28 milhões de reais foram desembolsados de forma secreta. O total representa 47% dos pagamentos realizados por meio dos cartões de corporativos.

Depois da Presidência, o Ministério da Justiça foi o segundo órgão que mais fez uso dos cartões corporativos. Ao todo, cerca de 11 milhões de reais foram gastos pela pasta - 96,4%, ou 10,6 milhões de reais, de maneira sigilosa. 
Na sequência estão o Ministério da Educação, com 5,9 milhões de reais, e o Ministério do Planejamento, que gastou 5,1 milhões de reais com os cartões em 2012.

Continua...

O pré-sal poderá demorar ! O "BILHETE PREMIADO" DO CACHACEIRO PARLAPATÃO OU : "Pré-sal patrimônio da União, riqueza do povo e futuro do Brasil".

Fernand Braudel, célebre historiador, residiu no Brasil de 1935 a 1937, dando aulas na Universidade de São Paulo (USP). Ele desenvolveu a intuição daquilo que seria chamado Terceiro Mundo.
 
O instituto que recebeu o seu nome, em recentes estudos divulgados, adverte sobre os desafios do pré-sal. Conforme alerta a entidade, a exploração das riquezas da nova fronteira petrolífera brasileira pode atrasar muito, pelo menos de cinco a dez anos.  

Faltam, em consonância com as aludidas avaliações, mão de obra especializada, disponibilidade financeira e, acima de tudo, o pré-sal sofre a influência da visão estatizante do governo, que obstácula as demais iniciativas do setor de infraestrutura, entre elas as ferrovias, energia elétrica, produção de etanol, rodovias e aeroportos.

Para os estudiosos, o desafio de obter petróleo em águas profundas do mar é abissal. Há, inclusive, assertivas de que nenhuma nação produtora do petróleo conseguiu, até agora, triplicar a sua extração do óleo de 2 milhões de barris diários para 6 milhões, em tão curto espaço de tempo e em profundidades marítimas tão grandes, de 7 mil metros ou mais, bem como a 300km da costa.

Outros afirmam que não é inexequível, não obstante o parlamento nacional preocupar-se, até agora, mais com o resultado financeiro e a distribuição da receita (royalties) da extração do petróleo.

Não se tem notícia da existência de estudos acurados e imparciais dos obstáculos, que exigirão um esforço hercúleo de superação. Ademais, a nossa principal estatal será compelida à operação de 30% de todos os campos já identificados do pré-sal.

Daí, a observação do Instituto Fernand Braudel:
"Nenhuma petroleira no mundo, por mais ágil e competente que fosse, teria condições de operar tudo sozinha". É muita coisa para uma empresa só, acentua Leonardo Maugeri, pesquisador de Harvard. Para ele, a Petrobras não pode fazer tudo sozinha e num curto prazo.

A indústria nacional de equipamentos pouco tem participado do fornecimento sofisticado dos equipamentos básicos do pré-sal, como sondas, estaleiros e navios.
 
Outra avaliação pressupõe que o pré-sal tão só estará em plena produção nos anos de 2025-2030, diante da superficialidade do tratamento que vem recebendo, e sem um plano completo e consequente para alcançar as decantadas metas.

A Petrobras corre contra o tempo, a fim de multiplicar por 10 (dos atuais 200 mil barris/diários) a produção da área do pré-sal até 2020.

Diante dessa realidade, as importações do petróleo crescem exponencialmente e levam a balança comercial brasileira a registrar, no início de 2013, o maior deficit dos últimos 15 anos.

Outras acentuadas importações estão sucedendo nos derivados do petróleo, devido à crescente demanda interna. As nossas refinarias já não conseguem abastecer o mercado e a Petrobras traz do exterior tais combustíveis com preços internacionais, colocando-os internamente a valores administrados pelo governo.

Dessa forma, ademais, inviabiliza o maior uso do etanol, energético limpo e renovável, fabricado com tecnologia e equipamentos brasileiros, gerando milhares de empregos no campo e nas indústrias.

Consoante as estimativas, em 2017, o volume da gasolina trazido do exterior praticamente dobrará em relação a 2012, chegando a 7 bilhões de litros. Deixamos, dessa forma, de ser autossuficientes, como era proclamado desde 2006. Há quatro anos, foram suspensos os leilões dos novos campos do petróleo e, sem as licitações, a produção não avançará.

 
Inquestionavelmente, a nova riqueza do pré-sal reabre o velho debate sobre o papel apropriado do Estado no aproveitamento dos recursos energéticos brasileiros.

Políticos influentes continuam propondo a concessão do monopólio pleno da região do pré-sal à Petrobras. Certas áreas promissoras seriam totalmente vedadas aos capitais de fora.


Em 2009, foi intensamente veiculado o slogan governamental:
"Pré-sal patrimônio da União, riqueza do povo e futuro do Brasil".

 
LUIZ GONZAGA BERTELLI Vice-presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), conselheiro e diretor da Fiesp-Ciesp 

O pré-sal poderá demorar

"SOLIDARIEDADE" ! O QUERIDINHO DOS VELHACOS, AQUELE QUE LÊ HOJE O JORNAL DE 2015, TAMBÉM SEGUE "MUDANDO" : Eike cai em ranking e agora é o 4º maior bilionário do país


https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjgmrQZYOE84n36dtMG9rXSjOhzkXQAFCOyOnRtmvQ2xYfhvARl28HIodYY1w1JUIg6lc0gCYm_01GLnKNauAScb-P7kvZX8qvtAu8j_Fd1EQ8Wx3RwD6OZav3itYSg0Mai_ZcTlKtNy3pb/s1600/bubles.jpg
O empresário Eike Batista caiu uma posição e agora é o quarto brasileiro mais rico do mundo, de acordo com ranking divulgado pela agência Bloomberg. Ele foi ultrapassado pelo banqueiro Joseph Safra, que tem um patrimônio estimado em US$ 12 bilhões e que ocupa a 86ª posição. 

Eike aparece no 93º lugar no ranking, com uma fortuna de US$ 11,3 bilhões.

O dono do grupo EBX tinha encerrado o ano de 2012 com perda de US$ 10,1 bilhões, sendo o 75º homem mais rico do mundo.

Eike ainda permanece atrás de Jorge Paulo Lemann, um dos donos da Anheuser-Busch InBev, primeiro brasileiro a aparecer na lista dos bilionários, com uma fortuna avaliada em US$ 19,1 bilhões e de Dirce Navarro de Camargo, uma das controladoras do grupo Camargo Correa, que está na 64ª posição e tem um patrimônio estimado em US$ 14,1 bilhões.

O posto de homem mais rico do planeta continua com Carlos Slim, magnata das telecomunicações que controla mexicana América Móvil. A fortuna dele é avaliada em US$ 78,4 bilhões. Em segundo lugar aparece o nome de William Henry Gates III, ou Bill Gates, com um patrimônio de US$ 65,8 bilhões.

O brasil maravilha da "QUEBRA 1,99" SEGUE MUDANDO : Em janeiro, US$ 2,38 bilhões deixaram o país, aponta Banco Central . Registrada nas transações comerciais, de importação e exportação

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUJuiYFP4jgB7WyxcfMerR_ozlJjQ9hClNyqQ-_RwJJF764drZokx17r82fvDf0mT2lwzmN9KXkmR0CnB4b4asOr2OtJ9gdMDBSiA1x9VPgOBPCCXbelpk83YuvWCs5t7QDfIZNEV1Jvie/s400/ParaBrasilSeguirMudando.jpg
O primeiro mês do ano começou com mais dólares deixando o pais do que ingressando. Segundo dados divulgados pelo Banco Central (BC) nesta quarta-feira, o fluxo cambial ficou negativo em US$ 2,38 bilhões em janeiro. 

No mesmo mês do ano passado, o cenário do movimento de câmbio era bem diferente, com saldo positivo de US$ 7,28 bilhões.

A saída de moeda estrangeira aconteceu pelo lado das transações comerciais, de importação e exportação. Por essa conta, US$ 4,75 bilhões deixaram o país em janeiro, com exportações de US$ 14,8 bilhões e importações de US$ 19,6 bilhões.

No lado das transações financeiras, como compra e venda de moeda, o saldo em janeiro ficou positivo em US$ 2,37 bilhões, com a compra de US$ 31,2 bilhões e venda de US$ 28,8 bilhões.

No mês passado, os bancos fecharam o mês com posição vendida de US$ 8,5 bilhões, o que significa que apostam em uma queda na cotação do dólar.

E NA REPÚBLICA DOS TORPES DE UM brasil marvilha de falsários... GERENTONA FALSÁRIA(QUEBRA 1,99) sem maiores explicações, muda dados sobre os extremamente pobres, OU : A miséria dos números que ninguém entende

http://4.bp.blogspot.com/_q3gj_kh4tRQ/TJH-gYq_XBI/AAAAAAAAB40/dJ0uGujbg6s/s1600/charge_mendigo_pobre_humor_miseria_brasil_lula_dilma_rir.jpg
A promessa da presidente Dilma Rousseff de erradicar a miséria até 2014 continua de pé, mas o tamanho do desafio mudou — sem maiores explicações por parte do governo. Quando lançou o programa Brasil sem Miséria, em junho de 2011, Dilma dizia que era preciso resgatar 16,2 milhões de brasileiros da pobreza extrema.

O número tinha origem no censo do IBGE, de 2010.
Nas últimas semanas, porém, ela tem afirmado que os programas sociais já retiraram da miséria 19,5 milhões de pessoas nos últimos dois anos.

Ou seja, 3,3 milhões a mais do que o número informado por ela mesma.

Isso não significa que a pobreza extrema tenha acabado: desde dezembro, Dilma passou a dizer que ainda falta atender, pelo menos, outros 2,5 milhões de miseráveis. O que elevaria para 22 milhões de pessoas o universo de extremamente pobres na mira do governo, no atual mandato. 

Portanto, 5,8 milhões a mais do que os 16,2 milhões de miseráveis identificados pelo Censo de 2010.

De acordo com o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, os números usados por Dilma têm origem no Cadastro Único (CadÚnico), lista oficial da população de baixa renda produzida pelas prefeituras, que são encarregadas de coletar os dados. 
Diferentemente do IBGE, que obtém informações para fins estatísticos, o CadÚnico é a porta de acesso ao Bolsa Família.

Os dados do CadÚnico são chamados de registros administrativos e devem ser atualizados a cada dois anos. De novo, pelas 5,5 mil prefeituras.

O ministério diz que o cadastro foi modernizado ao longo de 2011, e constitui atualmente uma fonte mais apropriada para medir a “pobreza longitudinal” no país. Assim, quando Dilma afirma que 19,5 milhões de pessoas saíram da miséria, passando a viver com renda familiar per capita superior a R$ 70, está se referindo aos registros do CadÚnico.

Segundo o ministério, antes do lançamento do Brasil sem Miséria, em 2011, havia 22,1 milhões de extremamente pobres, conforme o CadÚnico. Na ocasião, porém, o governo optou por utilizar os números do IBGE, que indicavam 16,2 milhões nessa situação.

O conceito de miséria adotado pelo governo é exclusivamente monetário: famílias com renda por pessoa de até R$ 70 mensais são classificadas como extremamente pobres. 
É o caso de Rosângela Maria das Neves, de 30 anos, moradora de uma favela no bairro do Pina, em Recife. Analfabeta, com quatro filhos para criar, ela nunca teve emprego formal, e seu último trabalho lhe rendia R$ 50 por semana. 

Foi despedida desde que engravidou e agora, com um bebê de apenas oito dias, só tem uma fonte de renda: 
os R$198 que recebe do Bolsa Família.

Sua vida só não é pior porque não paga aluguel. Quando a mãe morreu, deixou uma casa de dois cômodos para a filha. O chão é de terra batida, falta água encanada e banheiro, mas antes do aterro a situação era pior.

A cada chuva, as panelas ficavam boiando ao redor da cama e a água batia na canela lembra.
Ela diz que o dinheiro que recebe do governo mal dá para comer e que, muitas vezes, recorre ao irmão, pescador, para alimentar a família.

Em meio à dança de números, Dilma prometeu anteontem que o universo remanescente de 2,5 milhões de miseráveis deixará a pobreza extrema até março. Ela não explicou como isso será feito. 

Para produzir tamanho resultado em menos de dois meses, só há um caminho: criar uma nova modalidade de repasse do Bolsa Família ou de seu congênere, o Brasil Carinhoso, que dá benefícios adicionais ao público do Bolsa Família.

Ex-economista sênior do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), Flávio Comin, atualmente professor na Universidade de Cambridge, no Reino Unido, diz que os dados sobre miseráveis no Brasil são dissonantes: 
há divergência até mesmo entre o Censo e a Pnad do IBGE. 

Ele critica o conceito de miséria adotado pelo governo:
Todas essas estimativas compartilham o mesmo entendimento de que os pobres são aqueles que sofrem de insuficiência de renda. Esquecem, assim, que pessoas que estão acima da linha da pobreza oficial, mas que não dispõem de acesso à saúde ou educação dignas, também deveriam ser considerados pobres diz Comin, por e-mail.
Demétrio Weber/O Globo
(colaborou Letícia Lins)