"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

agosto 09, 2013

SEM SURPRESA ! Crescimento econômico do Brasil: fomos enganados


Hoje li a nova carta do IBRE (Não será mais possível crescer sem melhorar a produtividade – clique aqui) e terminei muito assustado. O IBRE-FGV nos últimos anos, nas suas carta, sempre destacava que, apesar dos nossos tradicionais problemas, parte deles era passível de solução no curto-prazo.

Por exemplo, se fala muito, eu inclusive, que a baixa poupança seria um problema ao crescimento do Brasil. Meus amigos do IBRE sempre me alertavam para duas coisas: 
(i) o problema era muito mais a baixa taxa de investimento; 
e (ii) o resto do mundo poderia nos financiar – poderíamos nos aproximar um pouco do modelo australiano.

Há pouco mais de dois anos nós economistas achávamos que crescer 4% ao ano ao longo dos próximos dez anos com taxa de investimento de 22% do PIB e déficit em conta corrente na casa de 3-4% do PIB era um cenário possível. Há dois anos atrás esse era o cenário do Banco Itaú e, quem esteve na ANPEC, em dezembro de 2011, escutou muito economista bom falar desse cenário.
Em dezembro de 2011, escrevi aqui neste blog que fiquei para lá de espantado com otimismo que vi de alguns dos meus colegas mais liberais na ANPEC 2011 e até fiz um post com o título “parabéns aos heterodoxos” que se mostravam muito mais preocupados e pessimistas (clique aqui).

Bom, tudo isso mudou para PIOR. A nova carta do IBRE mostra que o crescimento potencial do Brasil despencou. Se olharmos apenas para o efeito demográfico, ele nos garantiu um crescimento mínimo (sem ganhos de produtividade) de 2% ao ano de 1992-2012. De 2002 a 2012 crescemos mais rápido (3,5% ao ano) porque, além do efeito demográfico, tivemos crescimento da produtividade.

Esse mundo que ainda era róseo para nós economistas na ANPEC de 2011 (já não era tão róseo para mim) mudou completamente e a carta do IBRE parece nos deixar em um beco sem saída para os próximos anos.

Do lado demográfico, acabou o bônus demográfico (forca de trabalho cresce a uma taxa acima do crescimento da população) e, assim, a nossa possibilidade de crescer sem produtividade foi reduzida de 2% de 1992-2012 para 1% aa entre 2012 e 2022. Para agravar essa situação, a carta do IBRE fala em “limite para a taxa de investimento subir acima de 20% ao ano dada a nossa baixa taxa de poupança”.

Assim, a nossa única tábua de salvação seria o crescimento da Produtividade Total dos Fatores (PTF). Mas para a PTF crescer é preciso uma série de reformas (simplificação tributária, racionalização do processo produtivo, absorção de tecnologia, etc.) e melhoria na qualidade do capital humano (melhoria educação) cujos efeitos não são imediatos.

Assim, o cenário que sai da carta do IBRE (a mais pessimista que já li desde 2004) é que teremos a década de 2012-2022 de baixo crescimento – chuto que nesse cenário 2% ao ano já seria um “grande sucesso”- sem muita coisa que um próximo governo possa fazer a não ser reformas (cujo impacto não é imediato) para “setting the stage” para um crescimento mais vigoroso para o final da década em diante.

Não será uma década literalmente perdida como foi a década de 1980, mas será um década de crescimento medíocre com o PIB per capita crescendo perto de 1% ao ano. O que vou apostar aqui é que meus amigos do IBRE estão excessivamente pessimistas e olhando meio de lado para o cenário externo. Quem sabe se a China crescer um pouco mais e a Índia fizer lá as reformas que não conseguimos fazer aqui cresceremos um pouquinho mais?


O que pode nos deixar um pouco mais otimista é que economistas (eu inclusive) erramos muito – por isso que a grande maioria de nós não é rico. Repito, o fim do bônus demográfico não é um fator novo, mas há dois anos a grande maioria dos economistas apostavam em crescimento de 3,5% a 4% ao ano até 2020 – maldita ANPEC, 2011!
Em resumo, muitos economista parecem agora convergir para “tempestade perfeita” que vai trazer o crescimento do Brasil para os próximos dez anos para baixo e só nos resta atuar sobre os fatores que afetam a PTF – que não traz impacto imediato. Eu confesso que ainda não estou tão pessimista, mas vou passar um final de semana preocupado com o que li na carta do IBRE e hoje vou tomar um bom whisky.
 
Do blog :

A NADA E COISA NENHUMA PREPOSTA 1,99 DA REPÚBLICA DOS FARSANTES E... Uma gestão que não existiu

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Dilma Rousseff disse ontem que, a partir de agora, seu negócio é fazer política. Segundo a presidente, ela já teria se concentrado demais em "cuidar da gestão” do país. 
Só pode ser piada. 
Se está mesmo falando sério e considera que fez tudo o que era necessário fazer para garantir um bom governo, estamos fritos.

A presidente dedicou os últimos dias a gestos de aproximação e a manifestações de apreço e humildade em relação a congressistas. 
Puro instinto de sobrevivência. 
Os relatos de presentes dão conta de que Dilma mais ouviu do que falou. Mas, pelo que se soube que ela disse, a petista continuou a manifestar alheamento da realidade, baixíssima capacidade de compreensão e menor ainda de ação.

Se Dilma se dá por satisfeita com as iniciativas que tomou e com os resultados que produziu nestes 31 meses de gestão, uma conclusão se impõe: ela não tem mínimas condições de continuar sendo a presidente do Brasil. O país não merece um governante tão medíocre.
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O mix produzido pela gestão Dilma é indigesto: 
um país que cresce pouco; que tem uma inflação que só não é mais alta porque muitas tarifas estão praticamente congeladas; em que boa parte das promessas oficiais nunca saem do papel; e onde as decisões de governo são tomadas ao sabor do marketing e não costumam durar mais do que o tempo de leitura de um jornal.

Na pajelança com senadores do PT ontem, a presidente afirmou que o PIB brasileiro vai crescer neste ano "duas ou três vezes mais” que em 2012. Crescer mais do que o quase nada do ano passado (0,9%) é fácil. O difícil é crescer, pelo menos, no mesmo ritmo de países como o nosso. Isso Dilma não consegue.

Nos seus dois primeiros anos de governo, a média de crescimento do PIB brasileiro foi de apenas 1,8%, enquanto a América Latina cresceu quase três vezes mais no período:
 4,6%. 
Neste ano, vamos ganhar apenas da Venezuela e de El Salvador no continente. Pelo que afirmou ontem, isso é o máximo aonde Dilma é capaz de nos levar.

A presidente também afirmou, passados dois anos e meio do governo dela e dez anos e meio de gestão petista, que agora "é hora de executar programas lançados”. Se só agora a administração vai cuidar do que interessa, ou seja, produzir resultados para a população, o que, diabos, foi feito até hoje? Apenas o mesmo que Dilma diz que fará doravante: política.

O rol de promessas não cumpridas pelos petistas é imenso: melhorias na saúde e na educação que não acontecem, empreendimentos de infraestrutura inexistentes, desperdícios de recursos públicos em inabalável ascensão. Tornamo-nos um país em que as obras nunca terminam, em que tudo está em construção e já é ruína.

Se a "gestão” a que Dilma fala que se dedicou fosse para valer, estaríamos assistindo neste momento, por exemplo, a uma arrancada sem precedentes em empreendimentos de logística e infraestrutura tocados pela iniciativa privada.

Mas o programa de privatizações de rodovias e ferrovias, lançado há um ano, não produziu um único leilão até hoje. 
"O propósito [era] chegar em junho com todas as licitações já realizadas. [Mas] Da modelagem inicial praticamente nada vingou”, escreve Claudia Safatle na edição de hoje do Valor Econômico.

Quando 2013 começou, a presidente e seus auxiliares diziam que este finalmente seria o ano dos investimentos no país. 
Mas o que aconteceu? 
Até junho, os dispêndios desta natureza simplesmente caíram em relação ao primeiro semestre do ano passado: 
já descontada a inflação, a queda foi de 5%, para R$ 33,5 bilhões, também segundo o Valor.

As respostas que o governo da presidente produziu aos protestos de junho também foram todas parar no lixo da história, com a vida efêmera que propostas embebidas no éter da propaganda oficial tendem a ter.

Se Dilma Rousseff considera que fez tudo o que poderia fazer pelo Brasil, é lícito concluir que sua gestão não existiu. 
Nenhuma novidade nisso. 
Afinal, há apenas alguns dias a presidente afirmou, com todas as letras, que Lula "nunca saiu” do cargo que ocupou por oito anos. 
E ela nunca entrou.

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Este e outros textos analíticos sobre a conjuntura política e econômica
estão disponíveis na página do Instituto Teotônio Vilela

SOB "CONTROLE" IV ! Preços livres sobem 7,9% até julho, mas controle sobre as tarifas segura inflação

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Os preços administrados, como tarifas de energia elétrica e transporte, subiram apenas 1,3% nos doze meses encerrados em julho. No mesmo período, os preços livres, definidos pelo mercado e que representam 75% da composição do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), aumentaram bem mais, 7,9%.

 Essa diferença, de acordo com cálculos do Goldman Sachs, alcançou 6,6 pontos em julho, o maior nível desde 2012, pelo menos. Em dezembro do ano passado, essa distância era bem menor, de 2,9 pontos. 

Para economistas, ao segurar o reajuste de tarifas de transporte público, controlar os preços de combustíveis e subsidiar a queda da conta de luz, os governos federal, estaduais e municipais estão, de certa forma, "congelando" preços, mas em algum momento esses itens precisarão voltar a subir. Por isso, apesar da desaceleração do IPCA acumulado em 12 meses de 6,70% para 6,27% entre junho e julho, os especialistas avaliam que a pressão da demanda, evidenciada pela alta dos preços de bens e serviços, continua elevada e exigirá resposta contínua do Banco Central.

Para Alberto Ramos, diretor do grupo de pesquisas econômicas para América Latina do Goldman Sachs, os preços administrados, que correspondem a 25% do IPCA, estão em nível bastante baixo por causa de choques de oferta positivos. Já os preços livres mostram inflação "alta e generalizada", com pressão forte de serviços. 

Monica Baumgarten de Bolle, sócia-diretora da Galanto Consultoria, calcula que, caso os preços administrados estivessem subindo de acordo com a tendência observada entre 2004 e 2012, o avanço do IPCA no acumulado em 12 meses estaria em 7,2%, e não nos atuais 6,2%. "A contabilidade criativa não é só no campo fiscal. Dizer que a inflação está sob controle é empulhação". A economista critica o que chama de "congelamento" de parte do IPCA por meio de medidas com custo-benefício duvidoso, como é o caso da emissão de dívida por parte do governo para subsidiar a redução da conta de luz.

Cristiano Oliveira, economista-chefe do Banco Fibra, afirma que embora os preços regulados tenham ajudado neste ano, será difícil conseguir mantê-los no atual nível, já que parte dos efeitos positivos foram decorrentes de medidas pontuais. Por isso, o economista, que projeta IPCA de 5,7% neste ano, estima que a inflação vai acelerar em 2014 para 6,2%. 

O que vai acontecer, em sua avaliação, é uma mudança de composição do índice, com inflação de serviços menor por causa da expectativa de alta do desemprego, enquanto preços administrados, desvalorização do câmbio e política fiscal e creditícia expansionista continuarão a manter o índice perto do teto da meta.

Alberto Ramos, do Goldman Sachs, avalia que em algum momento o hiato entre os preços regulados e livres terá que diminuir, mas afirma que as autoridades têm os instrumentos necessários (políticas fiscal e monetária mais austeras), para lidar com essa correção e também com a desvalorização do câmbio e, assim, garantir que os ganhos de competitividade em termos nominais também ocorram em termos reais.

Monica acredita que até é possível prosseguir com a política de contenção de preços administrados ao longo do ano que vem, mas isso tornará "mais doloroso o ajuste necessário em 2015".

 Valor Econômico

SOB "CONTROLE III ! PETEBRAS : Alta do dólar pressiona combustíveis

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A disparada do dólar frente o real fará um estrago cada vez maior no caixa da Petrobras. Apesar de a moeda norte-americana já estar rodando na casa de R$ 2,30, com possibilidade de caminhar até os R$ 2,40 nos próximos meses, o governo decidiu segurar, o quanto puder, o reajuste dos preços dos combustíveis para não pressionar a inflação.

Com o consumo interno de gasolina em alta e sem capacidade de ampliar a produção na velocidade necessária, a estatal vem importando, mês a mês, volumes recordes de combustíveis por valores muito superiores aos que vende no Brasil. Segundo projeções do mercado, a Petrobras estaria arcando com prejuízo de R$ 0,89 por litro de gasolina vendido nos postos.

Se os preços fossem ajustados de acordo com o mercado internacional, o consumidor pagaria, hoje, R$ 3,88 por litro ante os atuais R$ 2,99. Encher um tanque de um carro popular subiria de R$ 120 para R$155,20.

Diante da promessa da presidente Dilma Rousseff de manter a inflação até o limite máximo de 6,5% neste ano, pois teme perder ainda mais popularidade, já que a disparada de preços mina a confiança de empresários e consumidores, a Petrobras terá de operar milagres para tocar o seu ambicioso programa de investimentos até 2016, de US$ 236,5 bilhões.

"A inflação vem caindo há três meses, chegando a 0,03% em julho. Mas ainda estamos longe de respirar aliviados. Em 12 meses, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) acumula alta de 6,27%. É muito. Então, não podemos mexer nos combustíveis agora, porque o impacto na inflação é grande", disse um especialista do Ministério da Fazenda.

Pelas contas de integrantes da equipe econômica, se o governo zerasse toda a defasagem dos preços dos combustíveis, o IPCA fecharia 2013 entre 6,6% e 6,8% — acima do teto da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) — e não abaixo dos 5,84% de 2012, conforme promessa do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini.

"Quando a gasolina e o diesel ficam mais caros, o frete de alimentos sobe, assim como outros itens que sofrem influência do derivado do petróleo. Os aumentos são sempre repassados ao consumidor", ressaltou o mesmo especialista da Fazenda, lembrando que, nem com a Cide, o imposto sobre combustíveis, o governo pode contar mais, já que foi zerado para compensar reajustes anteriores.

Desastre
Nos cálculos de André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos, se a Petrobras corrigisse a gasolina e a equiparasse aos preços internacionais, "seria um desastre para o IPCA". "Supondo que mais nada subisse em agosto e o combustível fosse reajustado em 30%, a inflação do mês seria de 1,23%", ponderou.

"Por isso não há a menor chance de o governo corrigir isso agora. A Petrobras vai continuar no prejuízo", sentenciou.

Na semana passada, em reunião de analistas com o secretário de Política Econômica da Fazenda, Márcio Holland, da qual Perfeito participou, uma das cobranças feitas ao governo foi a correção dos valores dos combustíveis.

Mansueto Almeida, economista do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), explicou que a gasolina vendida no Brasil está 30% mais barata que no exterior. No caso do diesel, a defasagem chega a 28%. Ele destacou que a Petrobras está perdendo duas vezes. Além de vender a produção por um valor inferior ao que poderia ser obtido no mercado externo, tem prejuízo na importação de gasolina.

"Tudo isso pode atrapalhar os investimentos no pré-sal. A Petrobras está obrigada a arcar com 30% deles", disse Almeida. "Isso significa que a Petrobras bancará essa bondade (preço de gasolina mais baixo) com prejuízo na distribuição", emendou.

De janeiro a julho deste ano, a importação de petróleo e derivados chegou US$ 21,3 bilhões — valor já descontado os US$ 4,5 bilhões de compras feitas em 2012 e registradas apenas neste ano.

Um técnico da petroleira afirmou que o dólar tem deixado a companhia em estado de alerta. A empresa, de acordo com ele, trabalhava com um dólar máximo de R$ 2,25 para o ano.

"O problema é que a moeda já bateu em R$ 2,30 e estourou esse nosso limite", disse. Não à toa, o mercado espera que a Petrobras divulgue hoje lucro líquido entre R$ 3 bilhões e R$ 5 bilhões no segundo trimestre, inferior aos ganhos de R$ 7,7 bilhões entre janeiro e março.

Poderia ser pior.
Se não tivesse mudado as regras para o seu balanço, diluindo o impacto do dólar ao longo de sete anos, a estatal teria prejuízos de abril a junho, como ocorreu em igual período de 2012.

Ontem, o BC interveio no mercado de câmbio para segurar o dólar, vendendo US$ 630,9 milhões. Ajudada pelas boas notícias vindas da China, a autoridade monetária conseguiu garantir queda de 1,17%, com a moeda norte-americana cotada a R$ 2,286 para venda.

"A tendência, no entanto, continua sendo de alta do dólar, esse movimento de recuo é pontual", constatou Sidnei Nehme, diretor executivo da NGO Corretora.


Correio Braziliense

SOB "CONTROLE" II ! Alta do dólar já eleva preços de computadores e celulares

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A subida do dólar para um patamar em torno de R$ 2,30 está forçando setores com insumos atrelados à moeda americana a elevar preços. É o caso dos moinhos de trigo, que produzem a farinha usada em massas e pães, e da indústria de eletroeletrônicos. Dependente de componentes importados, os fabricantes de celulares e computadores já reajustam os preços de seus equipamentos. No mês passado, quando o dólar acumulou alta de 10%, as empresas repassaram ao varejo reajustes de até 3%.

— Se continuar a desvalorização do real, é natural que outros reajustes sejam necessários nos próximos meses — disse Humberto Barbato, presidente da Abinee, a associação da indústria de eletroeletrônicos.

Os reajustes só não foram maiores, observou Barbato, porque as empresas mantêm estoques por mais de 60 dias. Além do ritmo fraco do consumo, as empresas enfrentam forte competição, o que as obriga a absorver parte dos aumentos de custos decorrentes do câmbio.

O mesmo acontece com o setor de trigo, que importa a maior parte do grão usado na produção de farinha no país. Para os moinhos, o fantasma da alta de custos é ainda maior. Além do câmbio, essas empresas carregam uma alta de 30% nos preços da commodity desde o início do ano — decorrente entre outros fatores de quebra de safras em países como Argentina e Rússia.

A Argentina, maior exportadora de trigo para o Brasil, suspendeu sumariamente — por decreto do governo Cristina Kirchner —as exportações de todo o trigo produzido no país até dezembro.

Apesar disso, os repasses dos moinhos para os preços da farinha de trigo têm variado entre 3% e 4% ao mês desde junho, segundo Christian Saigh, presidente do Sindicato da Indústria de Trigo de São Paulo (Sindustrigo).


— A pressão de custos é muito forte e, apesar do esforço para reduzir esse impacto, o viés é de repasse dessa alta — afirmou Saigh.


"O mínimo necessário"
Segundo o executivo, que também é diretor da Associação Brasileira da Indústria de Trigo (Abitrigo), os reajustes que vêm sendo feitos são o "mínimo necessário" o que não impede que alguns moinhos operem no vermelho.
— Este é um momento ingrato, porque há também uma queda no consumo de trigo no país — disse Saigh, referindo-se à retração na demanda de farinha no país ao longo do primeiro semestre do ano.

A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) confirma essa retração de demanda. O índice de Volume de Vendas da Abras, que avalia o consumo de 130 categorias de produtos vendidas nos supermercados de todo o país apresentou queda de 1,6% no primeiro semestre, em relação ao mesmo período de 2012.
— O que se tem que avaliar é que o mercado não está mais tão aquecido, e muitos varejistas já falam em absorver custos para não subir os preços ao consumidor — diz Flávio Tayra, gerente do Departamento de Economia e Pesquisas da Abras.
Ronado D"Ercole Lino Rodrigues O Globo

SOB "CONTROLE" ! IPC-S inicia agosto em alta nas sete capitais pesquisadas pela FGV


O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) apresentou avanço nas sete capitais pesquisadas pela Fundação Getulio Vargas (FGV) entre a última semana de julho e a primeira de agosto. Mesmo com o avanço, quatro cidades registraram deflação (queda de preços) no início de agosto.

O Rio de Janeiro, por exemplo, registrou o maior avanço da taxa entre as duas semanas (0,23 ponto percentual), mas a inflação continuou em queda. A deflação da capital fluminense passou de 0,28% para 0,05%. São Paulo registrou o segundo maior aumento de taxa (0,19 ponto percentual) e a deflação passou de 0,27% para 0,08%.

As demais cidades que registraram deflação são Belo Horizonte, com avanço de 0,16 ponto percentual (de -0,35% para -0,19%) e Salvador, com avanço de 0,05 ponto percentual (de -0,25% para -0,2%).

Porto Alegre, que havia fechado julho com deflação de 0,01%, começou agosto com inflação de 0,16%. 
Brasília e Recife, que haviam registrado inflação na última semana de julho, aumentaram as taxas em agosto. 
A taxa em Recife subiu de 0,06% para 0,13% (0,07 ponto percentual). Já o índice da capital federal subiu 0,01 ponto percentual, ao passar de 0,16% para 0,17%.

A média nacional do IPC-S, divulgada ontem (8), mostrou que deflação caiu de 0,11% na última semana de julho para 0,02% em agosto.


Vitor Abdala
Edição: Denise Griesinger
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