"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

maio 11, 2012

Um espectro ronda o Brasil: a condenação de José Dirceu!


Um espectro ronda o Brasil caso o chefe de quadrilha (segundo a Procuradoria Geral da República) José Dirceu seja condenado pelo STF. Segundo ele anda espalhando por aí, pode haver graves reações de inconformismo. Abaixo, algumas das ameaças que ameaçam tirar o nosso sossego:

- Evo Morales pode invadir o Brasil e tomar, desta vez, a sede da Petrobras — duas refinarias nossas, ele já tomou. Uma semana antes de roubá-las, com armas na mão, reuniu-se com o Zé…;

- Cristina Kirchner pode liderar os fascistoides do grupo La Cámpora, dar um beiço na nossa Constituição e empastelar jornais e revistas que não apoiam o Zé;
- Hugo Chávez pode usar alguns parlamentares de sua base no Congresso, em Brasília, e fazer votar uma lei que obrigue os poderosos a se tratar de câncer em Cuba;

- Mahmoud Ahmadinejad vai determinar que as mulheres só frequentem as praias e as piscinas com o corpo devidamente coberto para que pobres tarados não caiam vítimas de seus ardis;

- Rafael Correa dará um basta na farra da imprensa burguesa e vai exilar alguns proprietários dos meios de comunicação que não reconhecem a força do “povo popular”;

- Daniel Ortega imporá uma lei estabelecendo o tamanho mínimo das orelhas para que alguém possa governar o Brasil: nunca menor do que as de um jumento e nunca maior do que as suas.

- Raúl Castro vai determinar o fim da produção de papel higiênico no país. A exemplo dos cubanos, os brasileiros também serão obrigados a usar as páginas do jornal Granma, do Partido Comunista Cubano. Afinal, para ler e refletir, já existe na rede o Granma.cu!!!

E você, leitor?
O que acha que pode acontecer caso se consuma essa terrível injustiça?


Original :
Reinaldo Azevedo

É NOSSO DIREITO SABER :


* Até que ponto a Delta, essa fantástica empresa que em seis anos se tornou uma das grandes empreiteiras deste imenso país, se enfronhou em nossa vida?

* Onde está o presidente da Delta, Fernando Cavendish?

* Por que uma empresa que ganhava rios de dinheiro com obras que qualquer empreiteira sonha em conseguir, abriu mão do que fazia?

* Por que a Delta vai ser vendida a um frigorífico que tem como acionista o BNDES?

* Por que essa negociação está sendo tão rápida, quando aqui a burocracia é de tal ordem, que todos os negócios para abrir ou fechar levam o dobro de tempo que levariam em qualquer outro lugar do mundo?

* Até quando a água dos cariocas vai ficar nas mãos da Delta? Que ganhou esse contrato sem licitação?

* Por que querem nos convencer que a Grande Imprensa quer derrubar o governo?

* Por que insistem em nos fazer crer que dona Dilma não sabe bem o que faz, que demite ministros apenas porque leu na VEJA?

* Será que essas criaturas, senadores e deputados, não percebem que os vazamentos farão muito mais mal que a verdade?

* Ou será que nossos netos e bisnetos vão ter que lutar por outra Comissão da Verdade, dentro de 50 anos, para saber dos crimes que estão sendo cometidos agora?

Íntegra/Blog do Ricardo Noblat :
O Sigilo e a Verdade - Ou quando o PT gostava da VEJA

QUEDA DE JUROS : O PORCO E O TOUCINHO E O "MARQUETINGUE" DA PALADINA DA ENGANAÇÃO

Começam a surgir indícios de que a queda de juros propalada pelo governo tem fôlego mais curto do que o prometido. Há muita pirotecnia nas ações anunciadas, mas até agora elas só se mostraram boas para poucos.

Com as evidentes limitações da economia brasileira, a inflação também ameaça.


Desde o 1° de maio, quando lançou sua ofensiva contra a "lógica perversa" dos juros, Dilma Rousseff indicou que as instituições privadas deveriam fazer o dever de casa e seguir os bancos oficiais, baixando agressivamente as taxas.

Deveria ter olhado antes para o próprio umbigo e percebido que não tinha lições a dar.


O discurso oficial não resiste ao cotejo da realidade. Levantamento divulgado anteontem pelo Banco Central mostra que Banco do Brasil e Caixa não estão entre os que cobram menos para emprestar a seus clientes.

Em alguns casos, pelo contrário, estão entre os mais usurários - mesmo com os cortes recentes.


Numa das linhas divulgadas pelo BC, a de conta garantida, o BB aparece como dono da nona taxa mais alta num ranking com 38 instituições, informou a agência Reuters. Na concessão de linhas de crédito pessoal, Caixa e BB apresentaram apenas a 13ª e a 32ª melhores taxas, respectivamente, de um total de 91 instituições consultadas.

Ou seja, em banco de ferreiro, o juro é de pau.


Ontem, em nova rodada de foguetório, o Banco do Brasil anunciou a redução de suas taxas de administração. É ótimo que isso aconteça e teria sido melhor ainda se o governo tivesse cortado os encargos antes de ter tungado a poupança dos brasileiros.

Mas se é para cortar, a conversa tem que ser para valer, ser boa pra todos.


O que o BB fez, porém, foi mero malabarismo. Os oito fundos cujas taxas foram reduzidas cobravam até 3,5% para administrar o investimento de seus clientes. Isto é quase metade do rendimento projetado.

Agora, os encargos caíram para entre 1,5% e 2,6% - portanto, ainda altíssimos.


Para não apanhar das cadernetas de poupança, os fundos de renda fixa que o governo diz estar oferecendo baratinho para a clientela só poderiam cobrar taxa de administração de, no máximo, 0,64%, calcula o professor Marcelo Moura.

O BB não apenas cobra muito mais, como também obriga seus correntistas a aderir a um programa pelo qual espetam até R$ 54 de mensalidade na carteira do cliente.


Outro aspecto da estratégia voluntarista do governo é o efeito das ações sobre a contabilidade dos bancos oficiais e, em última instância, sobre o bolso dos contribuintes.

Ontem, a Caixa anunciou que, em função de sua agressiva concessão de empréstimos, precisará de aporte "urgente" da União:
estima-se algo como R$ 10 bilhões, segundo a
Folha de S.Paulo.

Não é apenas o marketing em torno da redução dos juros que se mostra distante da realidade cotidiana. Limitações de ordem econômica geral começam a indicar que a inflação não será amansada apenas no gogó, restringindo o espaço e as possibilidades de cortes mais incisivos na taxa básica de juros.

Em abril, os preços subiram num ritmo três vezes maior do que no mês anterior. O IPCA passou de comportado 0,21% para um ousado 0,64%. A alta não foi só do cigarro, como disse ontem Guido Mantega, mas disseminada por 2/3 dos preços.

Neste mês de maio, os índices virão pressionados também por aumentos de tarifas de energia elétrica, água e esgoto.


Para piorar, o índice que mede exclusivamente o comportamento dos preços dos serviços disparou: de janeiro a março, tinha subido 2,86% e em abril escalou a 3,62%, mostrou ontem O Estado de S.Paulo.

Nesta dinâmica, a subida do dólar - com alta de 7% nos últimos 30 dias - não ajuda.

A redução dos juros é muito bem-vinda.
Mas é preciso muito mais do que ações cosméticas, voltadas a produzir mais fagulha do que luz.

O governo deveria ocupar-se de medidas que gerassem efeitos benéficos duradouros sobre o ambiente econômico.
Da forma atabalhoada como age, pode acabar atiçando mesmo é fogo.


Fonte: Instituto Teotônio Vilela
Bom para poucos

E NA CPI DA "SOBRIEDADE E FOCO" ....


A turma do deixa disso entrou em ação, ontem de manhã, na CPI. O senador Humberto Costa (PT-PE) foi contido depois de partir para cima do deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS).

Tudo começou quando Onyx disse:
"Isso aqui pode virar um circo".

Costa respondeu:
"Já virou".

Onyx perguntou:
"Como é que é?".

Costa retrucou:

"Já virou e o senhor é o palhaço".

Onyx devolveu:
"Sanguessuga!”, referindo-se ao escândalo pelo qual Costa deixou o Ministério da Saúde.

Costa, absolvido pela Justiça, reage indignado:
"Como? Por que você está me chamando disso?".

Onyx ainda devolveu:
"Ué, só falei a palavra. Se a carapuça serviu...".

"PARA O BRASIL SEGUIR MUDANDO" COM PALADINA DA ENGANAÇÃO : INFLAÇÃO - SINAIS DE DESARRUMAÇÃO.

Não dá mais, por exemplo, para continuar afirmando que a inflação não é problema.

O avanço do IPCA de abril, de nada menos que 0,64% (foi de 0,21% em março), e, mais do que isso, o nível de difusão dessa alta (63%) mostram que ela não pode ser atribuída apenas à estocada dos preços dos cigarros - como sugeriu ontem o ministro da Fazenda, Guido Mantega.


A primeira prévia do IGP-M de maio também apontou uma guinada forte dos preços no atacado (de 1,15%). E, como o atacado de hoje tende a ser o varejo de amanhã, em consequência desse fator alguma inflação adicional está encomendada.

A força das remarcações no atacado, por sua vez, reflete em alguma medida a escalada das cotações do dólar no câmbio interno, de 6,5% nas últimas cinco semanas, induzidas por ação do Banco Central.

A ânsia por puxar pela desvalorização do real parece ter impedido o governo Dilma de entender que, nos dois últimos anos, a indústria ficou muito mais dependente das importações.

Para enfrentar custos crescentes dos fatores de produção, sobretudo da mão de obra, o setor industrial recorreu mais pesadamente às importações de matérias-primas, insumos, peças e conjuntos.


A alta do dólar no câmbio interno criou um custo adicional de produção que está sendo repassado quase automaticamente para os preços finais.

Essa nova alta de preços vai sendo desenhada num ambiente em que o consumo cresce entre 5% e 6% ao ano sem contrapartida da atividade econômica, que vai ficando para trás.

Por falar nisso, a presidente Dilma enfrenta agora a perspectiva de não poder entregar, pelo segundo ano consecutivo, o crescimento econômico anual prometido, desta vez entre 4,0% e 4,5%.

O discurso oficial ainda conta com essas projeções.
Mas o mercado, consultado semanalmente pelo Banco Central por meio de sua Pesquisa Focus (que atinge cerca de 100 instituições), já trabalha com crescimento do PIB para 2012 de só 3,2%.

Mas um punhado de analistas passou a projetar números inferiores a 3,0%. O mau desempenho da indústria, reafirmado por um punhado de estatísticas de origens diversas, parece confirmar essa percepção.

Em outras palavras, o comportamento insatisfatório do setor produtivo vai mostrando os limites da atual política econômica voluntarista da presidente Dilma, construída com sucessão de puxadinhos e expedientes improvisados. Parece mais difícil agora esticar a alta do dólar e derrubar os juros para elevar a competitividade da indústria.

Essa desarrumação foi ontem enfaticamente desmentida pelo ministro Guido Mantega. Mas está cada vez mais difícil confiar nas declarações dele, ultimamente contrariadas pelos fatos. O último objeto dos reiterados desmentidos do ministro foram as mudanças nas cadernetas.

Mantega argumentava que não havia o que alterar nas regras das cadernetas, porque não detectara migração significativa de aplicações dos fundos de renda fixa para elas. Agora, insiste em que a alta do dólar no câmbio interno não provoca inflação relevante.

Tomara que o ministro esteja certo e que, no final deste ano, possa comemorar um crescimento do PIB de ao menos 4,5%.

Celso Ming O Estado de S. Paulo

E NA REPÚBLICA TORPE DAS NEGOCIATAS : INSEPULTO ! Preocupação com Pagot

O Palácio do Planalto dá sinais de preocupação com o depoimento que o ex-diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) Luiz Antonio Pagot poderá prestar à CPI do Cachoeira.

Ontem, lideranças do PR, partido ao qual Pagot era filiado até cerca de um mês atrás, estiveram no Planalto para discutir o assunto. Durante a conversa, ministros palacianos foram avisados de que Pagot será convocado à comissão para prestar esclarecimentos sobre denúncias que fez em entrevistas contra dir igentes do PR.

A ideia é fazer com que Pagot recue das acusações de que Valdemar da Costa Neto (PR -SP), um dos chefes da legenda, teria atuado para beneficiar a Delta.

O temor do Planalto é que Pagot envolva o governo federal no furacão.

Segundo interlocutores, Pagot teria informações sobre arrecadação para campanhas de pessoas-chave do governo e estaria disposto a revelar à CPI como funcionavam esquemas no Dnit. A cúpula do PR se comprometeu a tentar acalmar o ex-diretor do Dnit, mas avisa que será cobrada uma fatura.

A legenda já avisou que a indicação da presidente para que o ex-senador Cesar Borges (PR-BA) substitua Ricardo Oliveira na vice-presidência de Governo do Banco do Brasil não contempla o partido. O pleito do PR continua sendo retomar o controle do Ministério dos Transportes.

JÚNIA GAMA Correio Braziliense

O brasil maravilha da PALADINA DA ENGANAÇÃO... Ao sabor do voluntarismo.

A política macroeconômica voltou a ser pautada pelo voluntarismo. O governo parece convencido de que basta a força de sua vontade para que as mazelas da economia sejam rapidamente corrigidas, uma a uma.

O câmbio pode ser tão depreciado quanto se queira, as taxas de juros, reduzidas à vontade e o crescimento do PIB, acelerado ao sabor das conveniências políticas. Já era tempo de o país ter aprendido que as coisas não são tão simples.

E que experiências voluntaristas desse tipo não passam de surtos coletivos de autoilusão, fadados a enfrentar uma conta salgada no final, quando a inexorável coerência entre as variáveis macroeconômicas se restabelece de forma socialmente perversa.

Mas a verdade é que, entre nós, tal aprendizado se tem mostrado bem mais difícil do que se esperava.


O quadro de dificuldades que vêm marcando a economia brasileira é bem conhecido: um regime fiscal que requer elevação sem fim da carga tributária, taxa básica de juros excepcionalmente alta, spreads gigantescos nas operações de crédito, taxa de câmbio com tendência à apreciação, poupança interna baixa, investimento público atrofiado, perda de competitividade da indústria, crescimento econômico medíocre e inflação bem acima da meta.

Inconformado com a perspectiva de mais um ano de crescimento do PIB abaixo de 3%, com desempenho pífio da indústria de transformação, o governo decidiu sair em campo para acertar as coisas a seu modo.

Já há algum tempo, o regime de câmbio flutuante havia sido convertido num arranjo de câmbio fixo, no qual o governo tentava impedir que a taxa caísse abaixo de R$ 1,60.

Nos últimos meses, contudo, o governo tem recorrido a todo tipo de intervenção para, a qualquer custo, manter o câmbio acima de R$ 1,90.

Do lado das taxas de juros, o Planalto parece convicto de que agora tem condições de dar solução definitiva ao problema.

Não só prolongou - já não se sabe até quando - o vigoroso movimento de redução da Selic que teve início em agosto, como desencadeou cruzada nacional pela redução de spreads bancários, com palavras de ordem em discurso de 1 de maio, determinações férreas a bancos públicos e admoestações a bancos privados.


A preocupação com a agenda de redução de taxa de juros e dos spreads bancários é mais do que louvável. O que é lamentável é a ideia de que os desafios envolvidos nessa agenda complexa possam ser enfrentados no grito, a golpes de voluntarismo.

Salta aos olhos que a rápida depreciação do câmbio e a redução imprudente da taxa básica de juros, com efeitos amplificados pela substancial diminuição concomitante de spreads cobrados por bancos públicos - compelidos a expandir crédito e municiados de novas transferências diretas de recursos do Tesouro -, configuram ambiente propício a agravamento do quadro inflacionário em 2013.

Quando isso acontecer, o que fará o governo?

O que vem sendo mencionado em Brasília é que, mesmo que os estímulos à demanda se mostrem excessivos, a taxa básica de juros não voltará a ser elevada. Se necessário, o governo recorrerá a medidas macroprudenciais.

A menos, claro, que simplesmente assuma de vez sua já indisfarçável disposição de tolerar, num prazo mais longo, uma taxa de inflação bem mais alta que a meta atual.


O curioso é que, enquanto sobra voluntarismo na condução da política macroeconômica, falta determinação na gestão de outras áreas cruciais. O PAC continua entravado. Na esteira da sucessão de escândalos do ano passado, boa parte das cadeias de comando que acionam o investimento público teve de ser desmantelada.

E, justo agora, quando, a duras penas, estava tentando remontá-las, o governo se viu às voltas com novas dificuldades, decorrentes da instalação da CPI do caso Cachoeira-Delta.

Como a Delta é a maior empreiteira do PAC e tem obras em nada menos que 25 estados, foi preciso montar às pressas uma deprimente operação de contenção de danos. Que, tudo indica, não será capaz de impedir que, mais uma vez, os programas de investimento sejam seriamente afetados.


Rogério Furquim Werneck O Globo

MODUS OPERANDI EM REPÚBLICA DE TORPES : MP DIZ QUE A VENDA DA DELTA É ILEGAL E IMORAL, E ABRE INQUÉRITO.("com urgência".)

O Ministério Público Federal do Rio de Janeiro pediu abertura de inquérito civil público para apurar possível irregularidades na venda da Delta Construções, investigada por fraudes e alvo da CPI do Cachoeira, ao grupo J&F Holding.

Para o procurador regional da República Nívio de Freitas Silva Filho, a participação de 31,4% do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) na JBS S.A., principal empresa controleda pela holding, motivo para que o caso seja apurado "com urgência".


- Caso se concretize esse negócio, por força de sua participação acionária no grupo JBS, o BNDES, em evidente afronta aos princípios da legalidade e moralidade, irá inexoravelmente participar de empresa sobre a qual recaem notícias da prática de graves ilicitudes e que se sujeita a ser declarada inidônea para contratar com o poder público - diz Silva Filho.

Segundo Nivio de Freitas, é necessário garantir que os dirigentes da "Delta não fujam da responsabilidade patrimonial da empresa pelos eventuais danos causados, transferindo-os ao credor", ou seja, a administração pública, e evitar que o BNDES continue a fazer empréstimos a uma empresa que "sujeita-se a ser declarada inidônea para contratar com o poder público", como afirma no ofício solicitando a investigação, a que O GLOBO teve acesso.

A Delta afirmou que as perguntas deveriam ser endereçadas à J&F, que está assumindo a empresa. A J&F não se pronunciou sobre a investigação.


- Queremos garantir que o BNDES não venha a aportar, por vias transversas, recursos que sejam usados para a compra da Delta - afirma Silva Filho. O procurador que assumir o caso poderá pedir, em caráter liminar, a suspensão da negociação, fazer uma recomendação ao banco para que não sejam realizadas novas operações, bem como pedir a indisponibilidade dos bens dos investigados - explica.

Procurador questiona Delta

A motivação da Delta para abandonar os consórcios responsáveis pelas obras do estádio do Maracanã - que está sendo preparado para receber jogos da Copa de 2014 - e da Transcarioca - corredor exclusivo de ônibus que ligará a Zona Norte à Zona Oeste da capital - também é colocada sob suspeita pelo procurador regional.

- É inusitado que a Delta, atuando de forma completamente atípica, tenha vindo a se retirar do consórcio responsável pelas obras da Transcarioca e do Maracanã, abrindo mão de expressivas receitas, ao passo que construtoras do mesmo porte buscam acumular contratos públicos - afirma ele, que no documento ressalta que a atuação da Delta vinha sendo exatamente oposta, ou seja, de buscar mais contratos, o que aponta para uma decisão tomada fora da diretoria da construtora, por "poderosos elementos exógenos".

A Delta tinha 30% de participação no consórcio que cuida da reforma do Maracanã, junto com Odebrecht Infraestrutura (49%) e a Andrade Gutierrez (21%). As obras estão orçadas em R$ 859 milhões. Na Transcarioca, a Delta detinha 42% de participação, junto com a Andrade Gutierrez (58%), em contrato no valor de R$ 798,4 milhões.

O procedimento será instaurado no Rio, onde está instalada a sede da Delta, e será levado adiante pela área de Patrimônio - a mesma responsável por suspender no ano passado um outro inquérito civil público para investigar a compra de R$ 3,5 bilhões em debêntures (título emitido por empresas em troca de empréstimos) da JBS pelo BNDES, que acabou sendo arquivado.

O procurador da área, Carlos Alberto Bermond Natal, informou que o arquivamento está sendo avaliado pelo MPF em Brasília.

- A operação realizada pelo BNDES estava de acordo com a Política de Desenvolvimento Produtivo estabelecida pelo Governo Federal, da qual o BNDES é uma das agências estatais coordenadoras, e que a situação financeira da JBS e quando da subscrição pela BNDESPAR não era falimentar como constou da representação - diz o procurador.

A Delta não quis se pronunciar sobre as investigações.
A direção da J&F Holding , por sua vez, não quis comentar a apuração. A direção da J&F Holding deve anunciar hoje o nome do novo presidente da Delta Construções.

A holding informou que, mesmo com a mudança na direção, a Delta Construções continuará a disputar, em respeito à legislação vigente, licitações públicas.


Depois de caírem 4,53% na terça-feira, quando foi anunciada a compra da Delta, as ações ON da JBS, principal empresa do grupo J&F na holding, fecharam a quinta-feira em alta de 0,56% na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), cotadas a R$ 7,14.
Agência o globo:Marcio Beck