"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

junho 29, 2012

VERSO /REVERSO SEM "MARQUETINGUE" : AVALIAÇÃO DO "governo" DA NADA E COISA NENHUMA NAS POLÍTICAS DE EDUCAÇÃO/SAÚDE/IMPOSTOS PIORARAM.

A avaliação positiva das políticas de juros do governo Dilma Rousseff chegou a 49% em junho, 16 pontos percentuais acima do registrado em março, quando setor teve 33% de aprovação, de acordo com pesquisa CNI/Ibope divulgada nesta sexta-feira.

Segundo o levantamento, o desempenho é decorrente da redução da taxa básica de juros pelo governo. Pela primeira vez desde o início da gestão Dilma, a avaliação positiva do quesito é superior à negativa. A desaprovação nesse quesito caiu de 55%, em março, para 41%, em junho.

Os pesquisados também apontaram a melhora nos segmentos de impostos e combate à inflação. A aprovação da política relacionada à inflação passou de 42%, em março, para 46%, em junho.

Ainda assim, a desaprovação desse quesito ainda é superior à avaliação positiva: 47%.

Já a política de impostos recebeu avaliação negativa de 61% dos entrevistados contra a aprovação de 31%.

Por outro lado, a avaliação das políticas de educação do governo Dilma Rousseff piorou em junho, segundo a pesquisa. Os dados apontam que a desaprovação desse setor passou de 47%, em março, para 54%, em junho um aumento de (7) sete pontos percentuais.

O segmento de saúde continua sendo aquele com maior taxa de desaprovação entre os entrevistados pela pesquisa:
63% desaprovaram a área de saúde em março ante 66% em junho.


(Daniela Martins / Valor)

Pela primeira vez desde a criação, poupança terá rendimento menor que 0,50% ao mês


Pela primeira vez desde que foi criada, em 1861, a caderneta de poupança terá rendimento menor que 0,50% ao mês, em razão da mudança na regra de remuneração. Os depósitos feitos a partir de 4 de maio, quando a nova fórmula passou a valer, vão render 0,48% nas poupanças com vencimento em 1º de julho, enquanto as poupanças antigas terão rentabilidade de 0,50% no mesmo período. Apesar da redução, a aplicação ainda é competitiva frente a fundos de investimento.

Os fundos DI (pós-fixados) renderam 0,55% em junho, segundo dados da Associação Nacional das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) até o dia 26, enquanto os fundos de renda fixa (prefixados) renderam 0,54%. O valor desconta a taxa de administração, mas não a alíquota de Imposto de Renda. No ano, o rendimento foi de 4,67% e 5,45%, respectivamente.

É a primeira vez que as novas poupanças rendem menos que 0,5%, mas mesmo com a remuneração menor a aplicação continua competitiva em relação a fundos de investimento afirma o administrador de investimentos Fabio Colombo.

Com a redução da taxa Selic para 8,5% ao ano em 30 de maio, passou a valer a nova remuneração da poupança, que corresponde a 70% da Selic. Se a taxa básica de juros ficar acima de 8,5%, volta a vigorar a regra antiga (0,5% mais TR).

A nova poupança não provocou nenhuma ruptura no modelo de alocação dos investimentos para a sociedade. Não teve nenhum movimento de fuga de depósitos para outras aplicações financeiras destaca o professor de Finanças do Ibmec Rio Gilberto Braga.

Em junho, a melhor aplicação financeira foi o fundo FGTS-Vale, que rendeu 5,89%. Apesar do bom desempenho no mês, no entanto, o ganho no ano ainda é baixo: de 2,87%. Já os trabalhadores que destinaram parte dos recursos do FGTS para ações da Petrobras amargam perda expressiva no mês (6,37%) e no ano (17,93%), também segundo a Anbima. As ações da estatal continuam sofrendo pela diferença entre o preço do petróleo no mercado internacional e o do combustível no mercado doméstico, apesar do reajuste anunciado na semana passada.

O otimismo do mercado ontem com o anúncio do acordo dos líderes da zona do euro ajudou a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) a praticamente zerar as perdas no mês, fechando com queda de apenas 0,25%. Ainda assim, especialistas são cautelosos com a expectativa para o mercado em julho.

Hoje (ontem) saiu o acordo da Europa e o mercado se animou, mas é preciso ver se isso vai ter fôlego. A gente vem de meses fracos, então qualquer coisa pode animar, mas é necessário ver como será a reação nos próximos dias diz Colombo.

O Globo

junho 28, 2012

CRISE EMPACOTADA = PASTEL DE VENTO

O governo federal lançou mais um de seus pacotes de estímulo à economia. A medida foi recebida com unânime ceticismo:
será incapaz de alterar a trajetória descendente do PIB neste ano; é fragmentada como as anteriores; e servirá, novamente, para ajudar o mesmo setor de sempre, o de veículos.

O Brasil está dançando à beira do precipício.


Importa pouco se pacote de ontem é oitavo desde a crise de 2009 ou o sétimo desde o fim do ano passado. Batizado de PAC (mais um!) Equipamentos, o que ele de fato escancara é a forma errática como tem agido a gestão Dilma Rousseff para fazer frente à crise econômica.

Passamos, rapidamente, da postura confiante de algumas semanas atrás para o semipânico atual, sem que Brasília demonstrasse qualquer sinal de que sabe o que está fazendo.


Pelo pacote, o governo Dilma prevê aumentar as compras governamentais em R$ 8,4 bilhões neste ano. Do valor, R$ 6,6 bilhões são recursos novos, que não estavam anteriormente previstos no Orçamento da União. Serão pulverizados na aquisição de itens tão díspares quanto carteiras escolares, armamentos, retroescavadeiras e medicamentos.

Que coerência há nisso?


O traço comum com os pacotes anteriores é que, mais uma vez, a indústria de transportes será a maior beneficiada pelas medidas. O carrinho de compras de Dilma inclui a aquisição de 8 mil caminhões,
3 mil patrulhas agrícolas,
3.591 retroescavadeiras,
1.330 motoniveladoras,
2.125 ambulâncias, além de ônibus e motocicletas.

É o Brasil motorizado que não para...


Na melhor das hipóteses, o efeito da antecipação das compras governamentais no PIB deste ano será de 0,2%. Na mais provável, beira a nulidade:
licitações demoram a ser feitas - a menos que o governo pretenda engolfá-las no vale-tudo do Regime Diferenciado de Contratações aprovado ontem no Senado - e o calendário eleitoral impede que novos contratos sejam firmados de julho a outubro.

Tudo considerado, o pacote é de vento.


"Iniciativas desse tipo cumprem mais a função de mostrar que o governo está fazendo alguma coisa do que de garantir eficácia para sua política", comenta Celso Ming no Estadão. "Todas [as medidas] juntas mostram que o governo não tem visão estratégica. É uma política econômica hiperativa e sem resultados", afiança Miriam Leitão n'O Globo.

Ontem também foi anunciada a redução da TJLP, praticada nos empréstimos do BNDES. Agora em 5,5% ao ano, equivale a uma taxa real próxima de zero. Parece um sonho, mas possivelmente não servirá para ressuscitar o "espírito animal" dos empresários brasileiros.

Hoje, dado o desânimo reinante, eles não investem em razão da incerteza que paira no horizonte e não por falta de crédito barato.


A gestão petista apela para tanta pirotecnia porque não consegue fazer o óbvio: bem gerir. É mais fácil lançar um monte de medidas ao vento, semana após semana, do que tornar as ações de governo um todo coerente, bem organizado e, sobretudo, eficiente. Isso não parece ser cogitado no Planalto.

Basta verificar aquele que ainda é o melhor termômetro para aferir o desempenho governamental: a execução orçamentária.
Dos R$ 80 bilhões aprovados no Orçamento para investimento em 2012, apenas R$ 16,7 bilhões foram executados até agora, segundo a Tendências Consultoria.

Ou seja, chegamos à metade do ano com somente um quinto dos recursos aplicados - no Dnit, por exemplo, os desembolsos estão 42% menores em relação ao primeiro semestre de 2011.


Pior: a imensa maioria dos investimentos refere-se a restos a pagar dos anos anteriores. Vale questionar: afinal, que rumo tem um governo que sequer consegue gastar o Orçamento a que se propôs e limita-se a executar obras herdadas de seu antecessor?

Recorde-se que, em sua avaliação sobre as contas do primeiro ano da gestão Dilma, o TCU considerou que só houve execução satisfatória de 54% das ações classificadas como prioritárias no OGU.


A situação brasileira tende a se agravar, e não apenas porque a Europa não sai do buraco. A arrecadação tributária está diminuindo, os gastos continuam crescendo ainda mais que no passado, os superávits fiscais estão ficando mais difíceis de serem alcançados e as perspectivas de crescimento desceram ladeira abaixo.

Já é certo que o PIB per capita brasileiro cairá neste ano.
É um quadro que não apenas preocupa, como também amedronta.


Fonte: Instituto Teotônio Vilela
Crise empacotada

"PARA O BRASIL SEGUIR MUDANDO" : Reservas do País caíram US$ 97 milhões na quarta-feira


As reservas internacionais caíram US$ 97 milhões na quarta-feira informou o Banco Central. Com a diminuição, o montante passou de US$ 373,113 bilhões para US$ 373,016 bilhões no conceito de liquidez internacional.

A retração reflete, entre outros aspectos, a oscilação do valor de mercado dos ativos que compõem as reservas, como os títulos da dívida dos Estados Unidos e outros países.

FERNANDO NAKAGAWA/ESTADO

O "X" DA QUESTÃO E O INFERNO ASTRAL : MESMO APÓS DISCURSO , Valor de mercado das empresas de Eike tem nova queda bilionária


Os esforços do bilionário Eike Batista para acalmar os nervos dos investidores de suas empresas parece não ter funcionado. A petroleira OGX, maior companhia do empresário, volta a registrar fortes perdas no mercado nesta quinta-feira. O papel tomba 17,28%, cotado a R$ 5,17, a poucos minutos do fechamento.

O valor de mercado das sete companhias X letra com a qual o empresário batiza seus negócios perdem R$ 4,3 bilhões de valor de mercado. Ontem, o tombo foi de R$ 8,47 bilhões, também liderado pela OGX Petróleo, no maior revés de Eike Batista no mercado financeiro.

A perda das ações torna mais distante o sonho do empresário brasileiro, nascido em Governador Valadares, em Minas Gerais, de se tornar o homem mais rico do mundo. Eike, que chegou a ser o 10º homem mais rico pelo ranking da Bloomberg News, lançado em março deste ano, ocupa agora a 21ª posição da lista, com uma fortuna de US$ 21,1 bilhões.

No ranking dos bilionários da Bloomberg, Eike foi ultrapassado por nomes como o sócio da Christian Dior Bernard Arnault (US$ 22,4 bilhões), o especulador George Soros (US$ 21,9 bilhões), a sócia da L'Oreal Liliane Bettencourt (US$ 21,7 bilhões) e o industrial de chocolates Michele Ferrero (US$ 21,3 bilhões).

Ontem, as ações ordinárias (ON, com voto) da OGX Petróleo chegaram a recuar 30%, antes de fechar num tombo de 25,32%, a R$ 6,25. A nova queda das ações contamina outras empresas do grupo nesta quinta-feira, como LLX Logística (-8,07%), CCX Carvão (-6,65%) e MMX Mineração (-10,61%).

O gatilho das perdas foi a redução das estimativas de produção da OGX Petróleo, a maior companhia do empresário, para 5 mil barris de óleo diários em cada um dos dois poços do campo de Tubarão Azul (Waimea), na Bacia de Campos. O número é um terço do originalmente previsto pela companhia, de 15 mil a 20 mil barris por dia. Os investidores manifestaram desapontamento e incertezas sobre o futuro da empresa.

No fim da tarde de ontem, Eike tentou acalmar os investidores durante uma teleconferência. Ele afirmou que o Grupo EBX, sua holding, tem US$ 9 bilhões em caixa e, portanto, capacidade para financiar os empreendimentos de suas controladas. Ele chegou a afirmar a investidores que o risco da OGX quebrar é zero.

O Globo

DESCAMUFLANDO O brasil maravilha DO PARLAPATÃO CACHACEIRO E A NADA E COISA NENHUMA ?: Petrobras sob chuva de críticas em NY


A reunião foi, em sua primeira parte, que durou 90 minutos, um road show tradicional, com Graça e os executivos se revezando na apresentação do plano de negócios.

Quando a sessão foi aberta a perguntas dos cerca de 60 investidores presentes a um salão de hotel em Manhattan, o clima saiu do torpor para uma sucessão de perguntas duras, muitas vezes com direito a réplica e tréplica, que se estendeu por mais de uma hora.


O reajuste dos preços da gasolina (7,83%) e do diesel (3,94%), que entrou em vigor na segunda-feira, decepcionou o mercado. Os investidores se mostram preocupados não apenas com a defasagem dos preços, que é de 7,5% no caso da gasolina e de 18,6% para o diesel, mas com a regulamentação que impõe a produção de plataformas e navios no Brasil e com outros pontos que veem como intervenção do governo. E quiseram saber até o que tira sono dos diretores da Petrobras.

- O corte de custo - respondeu Graça.

Douglas Thomas, da Jet Investment Research, disse que "uma parte significativa do plano de negócios" parecia estar fora do controle da diretoria. Ele perguntou que garantias poderiam ser dadas aos minoritários. Graça respondeu que o plano foi aprovado pelo conselho, presidido pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, e que acredita que não haverá problema para cumpri-lo:

- Amadurecemos muito desde o primeiro plano feito após a descoberta do pré-sal, em 2006.

Conteúdo local e defasagem de preços estão entre principais questionamentos

Douglas Thomas elogiou a disposição da diretoria da empresa para fazer um mea-culpa, mas não ficou satisfeito com as respostas.

- Há muitas perguntas sem resposta também em relação ao conteúdo local, não sabemos quantos desses atrasos são causados pelas regras de conteúdo local. Os investidores perderam a confiança na capacidade da empresa de dar retorno significativo para seus acionistas - disse Thomas, em entrevista ao fim da sessão.

Pedro Medeiros, representante do Citigroup, questionou sobre a paridade de preços. Barbassa disse que a empresa não vai botar em risco o grau de investimento, obtido junto às agências de classificação de risco. Nesse momento, Graça interveio, como fez diversas vezes durante a reunião, passando orientações em português aos diretores ou complementando suas respostas.

- A paridade de preços é importante, é uma das condições básicas do plano de negócios, mas não é uma variável isolada que deve ser avaliada por si mesma - disse Graça.

O especialista em petróleo Christopher Garman, da consultoria Eurasia, de Washington, disse que há uma percepção clara do papel da Petrobras para as políticas do governo, por meio das regras de conteúdo local, que aumentaria os custos, e também de sua utilização para a política anticíclica, como em 2008 e 2009.

- A trajetória da Petrobras é preocupante, a empresa está sendo esticada de uma forma que reduz o retorno dos investimentos - disse ele.

Na Bolsa de Nova York, os American Depositary Receipts (ADRs), espécie de recibos de ações da estatal, estão caindo desde segunda-feira. Ontem, os recibos das preferenciais (PN, sem direito a voto) recuaram 2% e das ordinárias (ON, com voto), 1,67%.

As três coisas que os investidores esperavam eram uma projeção de produção de petróleo mais realista do que a apresentada no fim da gestão de José Sergio Gabrielli, o relaxamento da exigência de conteúdo local e um reajuste maior para gasolina e diesel. Das três, apenas a primeira foi concedida, e Graça usou dezenas de vezes a palavra "realista" para enfatizar este ponto.

- A nova diretoria entregou uma projeção de produção mais realista, mais crível, sem redução do volume de programação de investimentos. O governo está preocupado com a redução dos investimentos públicos e privados, então não acredito que o governo vá ceder neste ponto.

Fernanda Godoy O Globo

Inadimplência das empresas sobe 17,5% no ano

O Indicador de Inadimplência das Empresas, divulgado ontem pela Serasa Experian, registrou alta de 9,4% em maio em comparação com o mês anterior. Em relação a maio de 2011, o aumento foi de 13,2%. De janeiro a maio, o aumento acumulado já chega a 17,5% em relação ao mesmo período do ano passado.

Os economistas da empresa especializada em crédito atribuem a evolução da inadimplência em maio à sazonalidade do mês, mas desta vez a alta teria sido "potencializada" por uma série de entraves econômicos, como atividade econômica fraca, o baixo nível de crédito externo, a forte inadimplência dos consumidores e a queda nas exportações provocada pela crise global.

O indicador é nacional e considera as variações no número de cheques sem fundos, títulos protestados e dívidas vencidas com instituições bancárias e não bancárias. Para a Serasa Experian, a forte expansão mensal dos protestos de títulos (19,4%) antecipa um provável aumento do número de requerimentos de falências.

Em relação a abril, a inadimplência das empresas subiu 0,5% nas dívidas não bancárias, 2,5% nas dívidas com bancos e 20,2% nos cheques.

Nos cinco primeiros meses de 2012, as dívidas não bancárias (cartões de crédito, financeiras, lojas em geral e prestadoras de serviços como telefonia e fornecimento de energia elétrica e água) tiveram um valor médio de R$ 775,74, o que representou um crescimento de 4% em comparação a igual período de 2011.

O valor médio das dívidas com bancos subiu 4,3% e chegou a R$ 5.269,13 em média. Em relação aos títulos protestados, o valor médio ficou em R$ 1.914,33 (alta de 11,1%). Já os cheques sem fundos ficaram com o valor médio de R$ 2.191,88, o que significou aumento de 6,5% na comparação o acumulado de janeiro a maio de 2011.

Informações do O Estado de S. Paulo

TOP SECRET " CUMPANHÊRUS" ?

Dois bancos se recusam a responder questionamento feito pelo Ministério Público Federal – que quer saber por que estão demorando a quebrar os sigilos bancário e fiscal de investigados em operações de combate à corrupção.

O STJ abriu inquérito, que corre em segredo de Justiça.

Alô, CVM

Conhecido banco "vendeu quilos" de ações da OGX, de Eike Batista, no mercado futuro, no último mês. Sabia ele algo que o mercado desconhecia?

As ações da holding do empresário derreteram ontem.

Sonia Racy O Estado de S. Paulo

O FILHO... do brasil/MALUF/INTERPOL

Todo o mundo sabe que o Paulo Maluf é procurado pela Interpol. O que pouca gente sabe é que o codinome dele na Interpol é Sombra, devido à dificuldade da organização em sequer localizá-lo.

O escritório da Interpol no Brasil tem agentes dedicados exclusivamente a procurar o Maluf, cujos atos de corrupção internacional são notórios e comprovados. Ainda não conseguiram achá-lo, mas, recentemente, chegaram perto.

Esta coluna teve acesso a memorandos internos na Interpol que descrevem o episódio.


Um relatório de um dos agentes encarregados de procurar o Sombra revela a existência de rumores nos meios políticos segundo os quais o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva irá se encontrar com o Maluf, em lugar não especificado, para tratar de assuntos também desconhecidos.

Em resposta ao relatório, o chefe da Interpol pede cautela, em memorando que publicamos na íntegra, só omitindo o nome do agente e do seu chefe para proteger nossas fontes.

"De XXX para X. Confidencial.
Assunto: "Encontro com Sombra."
Recomendo extrema cautela. Os rumores de um encontro de Lula com Sombra são obviamente destinados a desmoralizar o ex-presidente e seu partido, o PT. Como já lembrei em outras ocasiões, não devemos nos envolver na política do país. Desconsidere os rumores."

O agente responde em outro memorando:

"De X para XXX. Confidencial.
Assunto: Lula e Sombra.
Os rumores parecem estar confirmados. Haverá sim um encontro do Sombra com o ex-presidente, que, sabe-se agora, irá pedir seu apoio para o candidato do PT nas próximas eleições municipais. Peço autorização para iniciar uma operação."

A resposta do chefe:

"De XXX para X. Confidencial.
Assunto: sua insistência.
A possibilidade de um encontro de Lula e Sombra é tão inverossímil, levando-se em conta o histórico do PT e as opiniões do Lula sobre o Sombra, que não merece consideração, quanto mais uma operação. Desista, X."

Volta o agente:

"De X para XXX. Confidencial.
Assunto: chance única.
Chefe, desculpe a insistência. Mas descobrimos que o encontro Lula/Sombra será na casa do Sombra. Se seguirmos o Lula até o local, não só encontraremos o Sombra como descobriremos onde ele mora. Posso colocar agentes disfarçados de arbustos para flagrar o encontro. É uma chance que não se repetirá!"

Como resposta, XXX ordena que o agente X abandone seu plano, informe-se melhor sobre a história política do Brasil e da próxima vez use o bom-senso, em vez de acreditar em boatos delirantes.
E a Interpol continua procurando o Maluf
.

Verissimo O Estado de S. Paulo
Lula e Sombra

PÃO&CIRCO R$1,99 DA GERENTONA/FRENÉTICA/EXTRAORDINÁRIA E O "ISTIMULU" À ECONOMIA : "Nenhum impacto este ano"


As medidas de estímulo à economia anunciadas ontem pelo governo se resumem a políticas de curto prazo, incapazes de produzir impacto na economia este ano.

A avaliação é de Sérgio Vale, economista-chefe da MB Associados, que deve revisar de novo para baixo a sua projeção para expansão do PIB em 2012, atualmente de 2%.


O GLOBO:
Como o senhor avalia o pacote de compras governamentais anunciado ontem?


SÉRGIO VALE:
Ajuda o setor automobilístico, como tem ocorrido na maior parte das vezes. O governo deve acreditar que este setor tem impacto gigantesco na economia brasileira. Mas não é verdade. Como consequência, não deve trazer praticamente nenhum impacto no crescimento deste ano.


Isso muda as projeções de crescimento para 2012?

VALE:
Nossa projeção, na MB, é de 2%, mas devemos revisar para baixo.


Em que medida os R$ 8,5 bilhões de gastos em setores específicos vão ter impacto na economia?

VALE:
Esse valor é de 0,2% do PIB.
Se fosse integralmente gasto e tivesse um efeito multiplicador de 2, poderíamos ter um impacto de 0,4% no crescimento. Mas, como estamos falando de um PIB entre 1% e 1,5%, continua sendo verdade que o PIB vai crescer abaixo de 2%. Mais ainda, compras feitas neste ano não se repetem em 2013, então vamos ver números baixos nesses setores ano que vem. Ou seja, política de curto prazo não funciona.


Que medidas poderiam pôr o país de novo na trajetória de crescimento?

VALE:
Tudo o que não está sendo feito hoje e que Colômbia, Chile e Peru estão fazendo. Enquanto seguirmos a linha keynesiana fajuta de Argentina, Venezuela, Equador e Bolívia vamos ter crescimento medíocre como esses países.

Paulo Justus sérgio vale O Globo

Moody's rebaixa nota de oito bancos brasileiros

A agência de classificação Moody's rebaixou nesta quarta-feira a nota de crédito de longo prazo de oito instituições financeiras brasileiras em até três níveis.

Em uma ação de revisão global de notas,
os bancos Bradesco,
Itaú Unibanco
e o banco de investimentos do Banco Itaú BBA foram rebaixados em um grau acima do rating soberano1, caindo três posições (da nota A1 para o rating Baa1), mas continuam em perspectiva positiva.


Já as instituições Banco do Brasil (BB),
Safra,
Santander
e HSBC Bank Brasil -
Banco Múltiplo foram realocadas ao nível do rating de crédito soberano do Brasil, ou seja, o grau de investimento Baa2, refletindo a opinião da agência de que a capacidade de crédito dessas instituições, em última análise, não pode ser completamente desvinculada da força de crédito do governo.


Os bancos Santander e HSBC
foram da nota A3 para Baa2, registrando uma queda de dois níveis, mas em perspectiva positiva.
O BB, que era classificado em A2, caiu três classificações,
e o Safra, de rating Baa1, foi rebaixado em apenas um nível, ficando também previsão positiva.


O caso mais grave foi o do Banco Votorantim, que foi rebaixado em um grau abaixo do nível do rating da dívida soberana brasileira, de Baa2 para Baa3. Segundo a agência, a reclassificação refletiu o mau desempenho financeiro da instituição, incluindo a fraca qualidade e rentabilidade dos ativos e as perspectivas negativas para a sua solidez financeira. Apesar da reclassificação, as previsões são estáveis para o banco.

A agência justificou a decisão de revisão das notas com o argumento principal de que as instituições brasileiras estariam suscetíveis a uma possível crise da dívida do governo, já que estão ligados diretamente a oscilações de títulos da dívida soberana brasileira.

"Nossa revisão indica que há poucas razões para acreditar que esses bancos estariam desvinculados de uma crise da dívida do governo", afirma a Moody's. "Mais precisamente, notamos uma exposição direta significativa desses bancos aos títulos do governo brasileiro, equivalente a 167% do capital de nível 1, em média, com base nos últimos dados consolidados disponíveis", diz o comunicado da agência.

O Globo

junho 27, 2012

Depois de queda nas ações da OGX, Eike perde sete posições em ranking dos mais ricos do mundo


O empresário Eike Batista caiu da 14ª posição para a 21ª posição no ranking da Bloomberg News das pessoas mais ricas do mundo. Segundo o levantamento divulgado há pouco, o empresário perdeu US$ 2,4 bilhões nos mercados nesta quarta-feira, encolhendo sua fortuna para US$ 21,1 bilhões.

Um dia antes, na terça-feira, o empresário já tinha recuado da 13ª posição para a 14ª posição do ranking, liderado atualmente pelo mexicano Carlos Slim (US$ 70,5 bilhões), seguido pelos americanos Bill Gates (US$ 61,1 bilhões) e Warren Buffett (US$ 45,8 bilhões).

Somadas, as empresas do conglomerado EBX listadas na Bovespa perderam R$ 8,37 bilhões de valor de mercado somente no pregão desta quarta-feira, de R$ 45,812 bilhões para R$ 37,443 bilhões.

Já na última lista anual dos mais ricos do mundo da revista americana “Forbes”, divulgada no início de março, o empresário Eike Batista avançou uma posição no ranking. O mineiro de Governador Valadares passou à sétima posição, com uma fortuna calculada em US$ 30 bilhões.

De acordo com nota divulgada pela assessoria, o Grupo EBX afirmou seguir firme no seu plano de investimentos da ordem de US$ 15,7 bilhões em dois anos.

"As companhias do Grupo estão capitalizadas, com recursos suficientes para garantir a execução dos projetos estruturantes desenvolvidos no país. Todas as empresas do Grupo EBX vêm cumprindo seus planos de negócios e geram 20 mil postos de trabalho nos empreendimentos em operação e construção".


O Globo

Mudança na aposentadoria pode acabar com tempo de contribuição

Para acabar com o fator previdenciário e aplicar, em substituição, a fórmula 85/95 para os atuais trabalhadores da iniciativa privada (INSS), o governo quer fazer mudanças substanciais para os novos trabalhadores (os que vão entrar no mercado de trabalho após a aprovação da mudança): acabar com a aposentadoria por tempo de contribuição - hoje 30 para mulheres e 35 para homens - e estabelecer apenas a aposentadoria por idade, que, nos dias de hoje, seria 60 anos para mulheres e 65 para homens.

Nas discussões desta quarta-feira no Ministério da Fazenda, chegou-se a discutir em idade mínima de 65 para mulheres e 75 para homens, mas os próprios ministros, além dos líderes, consideraram impossível de ser aprovada.

A proposta de substituição do fator previdenciário foi acordada nesta terça-feira, em reunião entre o ministro da Fazenda, Guido Mantega, o ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves, e os líderes da base aliada no Congresso. Pelo que foi firmado, prevalecerá a fórmula proposta pelo então deputado Pepe Vargas (PT-RS), agora ministro do Desenvolvimento Agrário:
o fator não existirá quando a soma da idade e do tempo de contribuição resulte em 85 anos para as mulheres e 95 para os homens, com idade mínima de 50 anos para mulher, e para homens, de 60 anos.

Depois da reunião o líder do governo na Câmara , Arlindo Chinaglia (PT-SP), deixou claro para o Executivo que o destino do fator previdenciário - que é usado como parâmetro para o cálculo do valor das aposentadorias - será votado no Congresso em, no máximo, dois meses. Ele aceitou novo encontro no próximo dia 10, tendo em vista que a equipe econômica ainda não tem dados definitivos para negociar a melhor saída para substituir o mecanismo.

Faremos uma nova reunião no dia 10, depois do governo ter levantado o número e as implicações, mas com o compromisso que em até dois meses nos votaremos. É claro que é mais fácil falar do que fazer mas era meu papel e dos líderes mostrar para o governo que este é um tema que está pautado e vai ser votado. Então é preciso ter os elementos disponíveis para negociar disse ao deixar o ministério.

O fator previdenciário é uma fórmula que relaciona a idade da aposentadoria com a expectativa de vida do beneficiário. Quanto menor for a idade em que a pessoa se aposenta, menor será o benefício recebido, uma vez que há a expectativa de que esta pessoa passe mais tempo recebendo recursos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

O Globo


O mensalão e seus filhotes

Agora é oficial:
o mensalão começa a ser julgado no próximo dia 2 de agosto. Será a chance de passar a limpo o maior escândalo da história política do país, marcado pela compra de apoio parlamentar pelo governo do PT. Também poderá servir para inibir a proliferação de esquemas de corrupção, uma ninhada de filhotes que o mensalão gerou.

O último passo para que a data do julgamento fosse fixada foi dadoontemcom a conclusão do relatório do ministro revisor do caso, Ricardo Lewandowski. Funcionou, portanto, o empenho da sociedade para que a revisão fosse finalizada dentro do cronograma aprovado no início do mês pelo plenário do Supremo Tribunal Federal (STF).

A data permite a apreciação do mensalão com a Corte completa e sem atropelos. Será possível ao ministro Cezar Peluso, que se aposenta compulsoriamente em setembro, votar, bem como ao atual presidente do STF, Carlos Ayres Britto, que se retira em novembro.

Não se conhece, ainda, o teor do voto do revisor. Mas, nos jornais de hoje, especula-se que Lewandowski possa ter assumido postura mais favorável aos réus do processo.
n'O Globo, Merval Pereira arrisca:
"O voto do revisor (...) caminha no sentido de indicar que, na sua opinião, o Supremo Tribunal Federal deve optar por penas mais brandas para os réus".

Por penas mais brandas, entenda-se a prescrição de crimes como formação de quadrilha, pelo qual respondem 22 dos 38 réus, entre eles José Dirceu. O prazo de prescrição varia de acordo com a condenação a que são submetidos:
pode se dar em quatro ou em oito anos. Como a denúncia foi recebida pelo Supremo em 2007, a hipótese existe.

O Estado de S.Paulo também reforça a suspeita de que, no voto concluído ontem, Lewandowski tenha tendido a beneficiar os réus. O ministro levou seis meses no trabalho de revisão e, se dependesse estritamente de sua vontade, consumiria mais uns tantos, empurrando o julgamento do mensalão para depois das eleições municipais de outubro.

"O cronograma adotado por Lewandowski indica que ele desceu ao mérito das questões. Nos bastidores, a avaliação é de que o ministro construiu um voto que faz reparos ao voto do relator, ministro Joaquim Barbosa",especulao jornal.

Não custa lembrar que Lewandowski foi o mesmo flagrado pelaFolha de S.Pauloalguns anos atrás num telefonema indiscreto. Teria dito, em conversa ouvida pela repórter Vera Magalhães, que o STF votara o acolhimento da denúncia do mensalão, em agosto de 2007, "com a faca no pescoço" e a tendência dos ministros era "amaciar para [José] Dirceu".

Também por estas razões, o julgamento do mensalão servirá para dissipar todas as suspeitas, punir culpados e, se for o caso, inocentar quem nada deve. O que não cabe é os atos da "sofisticada organização criminosa" denunciada pela Procuradoria-Geral da República continuarem sem ser apreciados pelo Supremo. Quanto antes, melhor.

O julgamento do esquema de compra de apoio parlamentar montado pelo governo Lula para garantir sua perpetuação no poder também terá o condão de coibir a proliferação de malfeitos similares país afora. Depois que tentou reduzir o mensalão a um crime eleitoral "que todo o mundo faz" e, posteriormente, transformá-lo em "farsa", o PT deu a senha para que seus seguidores exorbitassem nos ilícitos.

Basta ver como os casos de corrupção envolvendo petistas se sucederam desde então. Há o escândalo dos aloprados, agora denunciados pelo Ministério Público no Mato Grosso; o esquema de desvio de dinheiro público recém-descoberto no Banco do Nordeste, e que envolve a mesma turma celebrizada pelos dólares na cueca; o submundo da arapongagem usado na campanha presidencial de 2010 contra o candidato da oposição... A lista é extensa.

Com a marcação do início do julgamento, o STF também mostrou reação adequada à tentativa de Lula de interferir no processo, postergando-o. A imprudência do ex-presidente acabou por precipitar os trâmites, ou seja, mostrou-se um favor a quem deseja ver o caso julgado mais celeremente.

Resta agora esperar que os ministros do Supremo deem aos integrantes da quadrilha do mensalão o destino que lhes cabe na História:
bem longe da vida pública, quitando suas dívidas com a Justiça.

Fonte: Instituto Teotônio Vilela
O mensalão e seus filhotes

O "VENDEDOR DO brasil" ENTREGA O QUE PROMETE? OGX decepciona e tomba quase 30% no dia e Bovespa cai, dólar sobe


Os investidores se decepcionaram com a nova capacidade de produção dos poços de petróleo da OGX, petrolífera do bilionário Eike Batista. A empresa vai extrair um terço do óleo que chegou a prever anteriormente.

Isso fez as ações ordinárias (ON, com direito a voto) da companhia derreterem quase 30% na manhã desta quarta-feira, quando tombaram 29,39%, a R$ 5,91. O papel tem o quinto maior peso (3,80%) no Ibovespa principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa).

Por isso, o tombo da OGX era o principal motivo de queda do índice, que recuava 0,69%, aos 53.469 pontos, por volta de 14h50m. No mercado de câmbio, o dólar comercial subia 0,82%, a R$ 2,087 e R$ 2,089 para venda.

Segundo analistas, a petrolífera é enxergada como o projeto com maior potencial de lucros de Eike. Ações da mineradora MMX e da empresa de logística LLX, que também pertencem ao bilionário, sofrem forte queda e contribuem para puxar o Ibovespa para baixo.

As empresas do Eike são projetos ainda. Então, se uma cai, traz desconfiança. Com tanta volatilidade no mercado, a queda da OGX está contaminando toda a nossa bolsa diz Pedro Galdi, analista-chefe da SLW corretora.

Por volta de 14h50, o papel da OGX recuava 26,04%, a R$ 6,19. O motivo de tanta frustração dos investidores foi a divulgação de um comunicado na noite de ontem, após o fechamento dos mercado. No documento oficial, a companhia informou que, após testes por cinco meses no campo de Tubarão Azul, na Bacia de Campos, foi constatado que idealmente os dois poços em produção na área devem extrair 5 mil barris de óleo equivalente por dia.

Em março, a empresa estimava uma produção de 10 a 13 mil barris por dia em cada um. Em janeiro, a empresa falava de uma produção de 10 mil a 20 mil barris diários.

Foi uma reversão de expectativas. Para poços que estão começando a produção, é um resultado fraco. Se começa a diminuir a produção prevista em todos os campos, atrasa a geração de caixa para a empresa como um todo diz Luiz Otávio Broad, analista da Ágora corretora.

A ação preferencial da Petrobras (PN, sem direito a voto) caía 1,22%, a R$ 17,77, enquanto Petrobras ON recuava 0,91%, a R$ 18,38.

Vale PN caía 0,23%, a R$ 38,84, apesar de a mineradora ter informado que obteve licença prévia (LP) ambiental para produzir minério de ferro em Carajás, no Pará, em uma mina com capacidade estimada de 90 milhões de toneladas métricas anuais e início de operação previsto para o segundo semestre de 2016.

Em relatório a clientes, o Bank of America Merrill Lynch reduziu a recomendação para as ações da OGX, de neutra para underperform (expectativa de retorno abaixo da média do mercado). Isso significa na prática que o banco americano passou a recomendar a venda do papel.
O preço-alvo, que projeta quanto a ação pode estar cotada no fim do ano, caiu de R$ 19,50 para R$ 7,30.

Embora ainda seja um bom nível, ficou abaixo dos patamares mais baixos que haviam sido projetados pela administração. Nós vemos o fato como um grande desapontamento, que provavelmente terá um efeito de longo prazo na valorização da OGX, diz o relatório do Bank of America Merrill Lynch.

O Globo

Memória :

Camuflados

ENQUANTO ISSO NA REPÚBLICA TORPE... CHANTAGEM OU CONLUIO ? Responsáveis pela liberação de emendas entram em greve hoje



Os analistas de convênios dos ministérios, responsáveis pela análise e liberação das emendas aprovadas pelo Congresso no Orçamento da União, vão aderir ao movimento grevista por reajuste salarial. Senadores e deputados apontam que o potencial de prejuízo nas eleições municipais será grande.

Os parlamentares estão preocupados porque o prazo para empenho (promessa de pagamento) de emendas ao orçamento deste ano vai até 7 de julho, noventa dias antes do pleito, por exigência da legislação eleitoral. A execução (pagamento) de restos a pagar de 2010 e de anos anteriores já empenhados também fica comprometida:
de acordo com decreto editado no ano passado, eles terão validade até o dia 30 de junho. Depois disso, aqueles que não tenham ao menos a primeira parcela quitada, são cancelados.

Se essa greve vier a prejudicar a análise e o empenho de emendas, causa um prejuízo muito grande em vários municípios. E quando falamos em municípios, nos referimos a indivíduos. Isso ainda vai causar um rebuliço muito grande entre os deputados, afirma o líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP).

A queixa dos parlamentares, que se avoluma desde o início do governo Dilma Rousseff, deve-se ao baixo índice de empenho e pagamento de emendas. De acordo com levantamento feito pela liderança do DEM, este ano apenas R$ 826 milhões de um total de R$ 20 bilhões previstos no orçamento para emendas foram empenhados, o equivalente a 3,97%.

Há até quem desconfie da greve, ainda que de brincadeira.


Essa greve tem cara de jogo combinado com o governo. São os prefeitos que mais vão sentir esse corte. Eles nos cobram mais verbas perto das eleições, porque precisam concluir as obras nos municípios diz o líder do PR, Lincoln Portela (MG).

A baixa execução dos restos a pagar de anos anteriores também é motivo de reclamação entre os parlamentares. Ainda segundo o levantamento feito pelo DEM, dos R$ 4 bilhões de 2011 inscritos para serem pagos em 2012, apenas R$ 516 milhões (12,8%) foram pagos até agora.

Dos R$ 5 bilhões de 2010, R$ 615 milhões (12,3%); e dos R$ 2,6 bilhões de 2009, apenas R$ 382 milhões (14%).


Somente em novembro, após as eleições municipais, e já com restos a pagar de 2010 e de anos anteriores cancelados, os parlamentares poderão voltar a empenhar emendas parlamentares inseridas no Orçamento para atender suas bases eleitorais.

Aí matou tudo. É o pretexto para matar as emendas. Se não for agora, só em novembro. Atrasa tudo, os projetos ficam parados, as prefeituras ficam na não. É uma via crucis arrancar verba do governo para fazer obras para os pequenos municípios reclama o senador Benedito de Lira (PP-AL).

O Globo

GATO GORDO - Com salário de R$ 23 mil, garagista da Câmara está há 6 anos fora da garagem


Símbolo da discrepância de remunerações na Casa, Alexandre Pereira é, na verdade, assessor parlamentar do vereador Juscelino Gadelha

Um garagista da Câmara Municipal de São Paulo não trabalha na garagem há pelo menos seis anos. Alexandre Camargo Pereira, de 37 anos, é, na verdade, assessor parlamentar do vereador Juscelino Gadelha (PSB). Segundo o site da Casa, seu salário bruto é de R$ 23.206,96 - mais que o dobro do que ganha o presidente José Police Neto (R$ 9,3 mil).

Veja também:
Kassab brinca que quer ser garagista da Câmara
Câmara reajusta em R$ 18 mil verba de gabinete dos deputados

O salário dos garagistas, maior também que o dos 55 vereadores, de R$ 7,2 mil mensais, chamou atenção até do prefeito Gilberto Kassab (PSD). Um dia após a divulgação dos salários do Legislativo - a Câmara de São Paulo foi o primeiro órgão desse poder a abrir os vencimentos dos seus funcionários -, o prefeito brincou e disse que gostaria de ser garagista da Casa.

Até a revista inglesa The Economist falou sobre os holerites dos servidores paulistanos, a quem apelidou de "gatos gordos".

Pereira nunca prestou concurso para trabalhar no Legislativo. Foi nomeado assessor parlamentar de Gadelha, que vai trabalhar com carro próprio e não usa motorista da Casa, em janeiro de 2005. Filho de Joaquim Nabuco Pereira, que recebeu em maio - em valores brutos - R$ 17 mil para coordenar os motoristas, ele hoje é um "faz-tudo" no gabinete de Gadelha.

Ajuda tanto a descarregar caixas que chegam ao gabinete quanto na elaboração de ofícios que são enviados a secretarias municipais. "Quem trabalha na garagem é meu pai, o supervisor dos motoristas.

Eu já fui motorista do Zé Eduardo (José Eduardo Martins Cardoso, atual ministro da Justiça, vereador até 2003), já fiz esse trabalho, mas agora estou no gabinete do Juscelino", confirmou Pereira nesta terça-feira, 26, ao Estado.

Segundo o vereador, Pereira foi colocado "em função errada" e seu salário real é de cerca de R$ 7 mil - ele teria recebido o salário errado de R$ 23 mil por "dois ou três meses". Gadelha diz ainda que o valor recebido a mais será devolvido aos cofres públicos, "mesmo que ele tenha de tirar a diferença "do próprio bolso".

Nesta terça, o holerite de Pereira, publicado no site da Câmara, ainda mostrava os vencimentos de maio, com salário bruto que chega a R$ 23 mil. Procurado, ele afirmou que a reportagem deveria pedir mais explicações ao chefe de gabinete de Gadelha, Edson Dominguez.

"O que sei é que foi um erro do vereador. Ele não trabalha na garagem, o Juscelino nem usa motorista", admitiu Dominguez. A presidência da Casa informou que "no próximo mês haverá a atualização de dados, com o novo salário".

Diego Zanchetta e Rodrigo Burgarelli O Estado de S. Paulo

VERSO E REVERSO SEM "MARQUETINGUE" : Economia fraca derruba arrecadação

O governo federal arrecadou R$ 77,971 bilhões em impostos e contribuições em maio, valor recorde para o mês. O número representa uma alta real, acima da inflação, de 3,82% sobre o mesmo mês do ano passado, quando o valor foi de R$ 71,534 bilhões. Em comparação com abril, no entanto, a arrecadação teve uma queda de 16,3%.

O resultado se deve, sobretudo, à redução do ritmo do setor produtivo, que já aparece no recolhimento dos tributos. Em maio, o pagamento do Imposto de Renda Pessoa Jurídica caiu pela metade em relação ao mês anterior. A Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), por sua vez, caiu 44,5%, sinais da desaceleração da atividade econômica.

- O que a gente percebe é que há uma queda na lucratividade das empresas, que está atingindo todos os segmentos - disse Zayda Manatta, secretária adjunta da Receita Federal.

Menos lucratividade reduz impostos de empresas

A secretária observa que, na comparação com maio do ano passado, o recolhimento desses impostos caiu 22,39%. Houve uma retração no pagamento até mesmo por parte do setor financeiro. Para Zayda, uma explicação é o balanço que as empresas fazem nesta época do ano, caso percebam que as estimativas feitas para o ano estão acima do lucro que efetivamente será obtido.

- Se, no acumulado do ano, considerarem que pagaram o imposto previsto para o ano, podem suspender ou reduzir o recolhimento - explicou.

Mesmo com a queda na lucratividade, as instituições financeiras continuam puxando a arrecadação no resultado dos cinco primeiros meses. Os bancos foram responsáveis por 70,9% do crescimento da receita de janeiro a maio.
Em seguida destacam-se os setores varejista; responsável por 20,2% do crescimento; e o de comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas, com 11,4%.

Na lista dos dez segmentos que mais puxaram a arrecadação, há apenas um representante da indústria:
o de fabricantes de bebidas, o que mostra que o setor continua patinando apesar dos pacotes anunciados pelo governo.


No acumulado dos cinco primeiros meses, entraram R$ 427,448 bilhões nos cofres públicos, ante os R$ 382,883 bilhões do mesmo período do ano passado. Isso significa que, a cada dia, incluindo sábados, domingos e feriados, os brasileiros jogaram R$ 2,8 bilhões nas contas do governo.

Zayda afirmou que a arrecadação deverá crescer entre 4% e 4,5% este ano., mas ainda sobre parâmetros econômicos não revisados.

Cristiane Bonfanti O Globo

DESMISTIFICAÇÃO E HIGIENIZAÇÃO ? A Petebrás sem O FILHO...do brasil, O PARLAPATÃO CACHACEIRO.

O toque de realismo, a melhor parte do novo plano de negócios da Petrobrás, pode ter mais que um significado econômico.

Se for levado a sério pelo próprio governo, mostrará o caminho para uma gestão mais séria, mais comprometida com o longo prazo e menos propensa ao ilusionismo e à mistificação da Era Lula.

Soou como promessa de novos tempos a insistência do diretor financeiro, Almir Barbassa, em relação à paridade dos preços internos com os internacionais. A presidente da estatal, Graça Foster, reforçou essa mensagem.

A revisão dos cronogramas e metas, o reconhecimento dos problemas de produção e a avaliação crítica do projeto da Refinaria Abreu e Lima serão mais um marco importante na história da empresa, se os próximos passos forem compatíveis com esse discurso.


A presidente Graça Foster ainda manifestou a esperança de ver realizada a associação com a PDVSA naquela refinaria, mas essa ressalva pode ter sido apenas diplomática. O custo do projeto foi revisto de US$ 13,4 bilhões para US$ 17 bilhões. Sua primeira unidade só deverá entrar em operação em 2014, com um ano de atraso em relação à última previsão.

A participação venezuelana, até agora, foi nula.


O caso da Abreu e Lima é um claro exemplo de como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva misturou objetivos ideológicos, partidários, pessoais e econômicos em seus oito anos de exercício direto do poder. O adjetivo "direto" é justificável.

Lula deixou o Palácio do Planalto, mas impôs vários ministros a sua sucessora e nunca renunciou de fato à interferência na administração federal.


A maior parte daqueles ministros caiu de podre, no meio de escândalos indisfarçáveis, mas nem isso eliminou a influência do ex-presidente. Apesar disso, a presidente Dilma Rousseff demonstra, talvez contra a própria inclinação, crescente dificuldade para realizar sua tarefa sem abandonar a incômoda herança deixada por seu antecessor e mentor.

Parte desse legado é a aliança com o presidente Hugo Chávez para a construção de uma refinaria em Pernambuco. Esse compromisso resultou daquela mistura de objetivos. A associação deveria servir às ambições - jamais concretizadas - de influência regional do presidente brasileiro.

Em pouco tempo ficou evidente o risco de só a Petrobrás custear o projeto, porque nem o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aceitou as garantias oferecidas pela PDVSA. Mas Brasília insistiu na aventura.

A mudança no plano de negócios da Petrobrás e os comentários da presidente Graça Foster evidenciam um limite: tornou-se impossível insistir, sem graves consequências, num estilo de gestão irrealista, moldado segundo as concepções e ambições do presidente Lula.

A crítica, no entanto, só avançou até certo ponto. A presidente Graça Foster ainda se arriscou na defesa da política de conteúdo nacional mínimo.


Essa política, no entanto, é apenas uma das manifestações de um padrão desastroso de governo. Pesquisar, extrair, refinar petróleo e distribuir derivados já são tarefas imensamente complexas. Essas tarefas se tornam ainda mais difíceis quando se inclui na agenda a exploração de reservas profundas como as do pré-sal.

Apesar disso, o presidente Lula decidiu converter a Petrobrás em instrumento de política industrial, impondo mais um peso à sua administração e mais custos aos projetos desenvolvidos pelo grupo - além, é claro, de continuar subordinando a gestão dos preços de combustíveis à política de controle da inflação.

Ninguém deve surpreender-se quando a multiplicação de funções e de alvos prejudica o negócio central de uma empresa.


Ao impor seus objetivos à Petrobrás, o presidente Lula combinou sua vocação autoritária (revelada também nas tentativas de comandar a Vale e a Embraer) com a tendência à busca dos caminhos mais fáceis. É muito mais simples criar reservas de mercado, índices mínimos de nacionalização e barreiras comerciais do que imaginar e executar uma política de produtividade e competitividade.

Além disso, uma política sadia é incompatível com uma administração aparelhada, com o desperdício de recursos públicos e com a irracionalidade tributária.

A presidente Dilma Rousseff continua fiel à maior parte dessa herança, como comprovam sua política protecionista e sua insistência em maquiar com o financiamento habitacional os balanços do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Mas a revisão da estratégia da Petrobrás pode ser um início de mudança.


Há poucos dias, a presidente previu uma visita do Inexorável da Silveira à zona do euro e a consequente adoção de políticas mais eficientes de ajuste e de crescimento. Talvez o sr. Silveira tenha dado uma rápida passada por Brasília.

Rolf Kuntz O Estado de S. Paulo

junho 26, 2012

O brasil maravilha 300% "PREPARADO" : BC muda o tom e está mais pessimista sobre inadimplência

O Banco Central mudou um pouco de tom ao tratar das perspectivas para a inadimplência na pessoa física.

Se até o mês passado a previsão era de que o problema iria se acomodar e começar a cair durante o 2º semestre, agora a instituição já fala que o problema só começará a se reverter no fim do ano. A espera parece ter sido postergada.


"A expectativa é que haja acomodação e retração até o final do ano na (inadimplência da) pessoa física", disse o chefe do departamento econômico do Banco Central, Túlio Maciel.

No mês passado, a afirmação foi um pouco diferente.
"Estamos atentos, principalmente nesse patamar ainda alto, mas a expectativa é que, com o crescimento e a geração de emprego e renda, ela venha a se acomodar e reverter lá na frente", disse Túlio um mês atrás, quando divulgou dados de abril.

Mesmo com esse aparente adiamento para a solução dos calotes, Maciel mantém o discurso otimista. Para isso, citou como argumento os dados de atrasos - falta de pagamento entre 15 e 90 dias.

Esse problema diminuiu em maio, de 7% para 6,7% dos financiamentos às famílias. O técnico do BC argumenta que isso pode indicar melhora futura da inadimplência - falta de pagamento de mais de 90 dias.


Em maio, segundo a instituição, os atrasos diminuíram em todas as linhas para pessoas físicas. Maciel destacou em especial a melhora nos financiamentos para compra de veículos, cujo porcentual de atraso caiu de 8,6% para 8,5%, a primeira queda desde dezembro do ano passado.

A expectativa de uma reversão do quadro prevalece mesmo com a inadimplência recorde, mercado de trabalho com menos fôlego e os alertas do Banco de Compensações Internacionais (BIS na sigla em inglês) sobre um patamar supostamente elevado de endividamento no País.

O calote no cartão de crédito aumentou com força no mês passado e atingiu o patamar recorde de 29,5%, maior marca da série histórica iniciada em 2000. Conforme dados divulgados pelo Banco Central nesta terça-feira, a marca anterior era de abril, quando alcançou 28,7%.

O nível de inadimplência quer dizer que, em maio, quase um terço dos recursos acumulados no crédito rotativo, financiamentos com juros e saques está sem pagamento há pelo menos 90 dias. Em cifras, os bancos esperam R$ 10,835 bilhões em pagamentos no cartão de crédito há mais de três meses.

Fernando Nakagawa e Eduardo Cucolo, da Agência Estado