"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

junho 28, 2012

Moody's rebaixa nota de oito bancos brasileiros

A agência de classificação Moody's rebaixou nesta quarta-feira a nota de crédito de longo prazo de oito instituições financeiras brasileiras em até três níveis.

Em uma ação de revisão global de notas,
os bancos Bradesco,
Itaú Unibanco
e o banco de investimentos do Banco Itaú BBA foram rebaixados em um grau acima do rating soberano1, caindo três posições (da nota A1 para o rating Baa1), mas continuam em perspectiva positiva.


Já as instituições Banco do Brasil (BB),
Safra,
Santander
e HSBC Bank Brasil -
Banco Múltiplo foram realocadas ao nível do rating de crédito soberano do Brasil, ou seja, o grau de investimento Baa2, refletindo a opinião da agência de que a capacidade de crédito dessas instituições, em última análise, não pode ser completamente desvinculada da força de crédito do governo.


Os bancos Santander e HSBC
foram da nota A3 para Baa2, registrando uma queda de dois níveis, mas em perspectiva positiva.
O BB, que era classificado em A2, caiu três classificações,
e o Safra, de rating Baa1, foi rebaixado em apenas um nível, ficando também previsão positiva.


O caso mais grave foi o do Banco Votorantim, que foi rebaixado em um grau abaixo do nível do rating da dívida soberana brasileira, de Baa2 para Baa3. Segundo a agência, a reclassificação refletiu o mau desempenho financeiro da instituição, incluindo a fraca qualidade e rentabilidade dos ativos e as perspectivas negativas para a sua solidez financeira. Apesar da reclassificação, as previsões são estáveis para o banco.

A agência justificou a decisão de revisão das notas com o argumento principal de que as instituições brasileiras estariam suscetíveis a uma possível crise da dívida do governo, já que estão ligados diretamente a oscilações de títulos da dívida soberana brasileira.

"Nossa revisão indica que há poucas razões para acreditar que esses bancos estariam desvinculados de uma crise da dívida do governo", afirma a Moody's. "Mais precisamente, notamos uma exposição direta significativa desses bancos aos títulos do governo brasileiro, equivalente a 167% do capital de nível 1, em média, com base nos últimos dados consolidados disponíveis", diz o comunicado da agência.

O Globo

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