"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

junho 12, 2012

BRASIL REAL SEM "MARQUETINGUE" II : NO brasil maravilha da "carinhosa", tem 3,4 milhões de menores trabalhando, aponta OIT

Um estudo feito a partir dos dados do Censo de 2010 aponta que 3,4 milhões de crianças e adolescentes trabalham no Brasil. O número aponta queda maior que 10% em relação aos mais de 3,9 milhões de menores de idade que trabalhavam em 2000.

O estudo, elaborado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) e pelo Fórum Nacional para a Prevenção e Eliminação do Trabalho Infantil (FNPeti) e divulgado nesta terça-feira, aponta, porém, que há regiões do país onde houve forte crescimento do trabalho infantil nessa década, como Roraima, Amapá, Amazonas e Distrito Federal.

Apesar da queda geral do número de menores trabalhadores no Brasil, piorou o indicador referente àquelas crianças entre 10 e 13 anos que estão fazendo algum tipo de trabalho. Eram 700 mil em 2000 e subiram a 710 mil na última medição.

As regiões que mais passaram a empregar essas crianças foram Norte e Centro-Oeste, mas também a região Sudeste viu o número de crianças de até 13 anos que estão trabalhando crescer 15%, de 2000 a 2010, com maior alta em São Paulo e Rio de Janeiro.

"Isso é preocupante, já que essa faixa etária corresponde aos anos anteriores à conclusão do ensino fundamental e seu impacto sobre a aprendizagem, conclusão escolar ou abandono escolar ou não ingresso no ensino médio, é imediato", segundo nota divulgada pelo FNPeti nesta terça-feira, no dia mundial pela eliminação do trabalho infantil.

Em evento no Ministério da Justiça, FNPeti, OIT, Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e 79 entidades representativas dos empregadores, trabalhadores, governo federal, operadores do Direito e organizações não governamentais e outras entidades lançaram hoje a campanha

"Vamos acabar com o trabalho infantil. Em defesa dos direitos humanos e da justiça social".

BRASIL REAL SEM "MARQUETINGUE" : Banco Mundial reduz previsão de crescimento para o Brasil e para grupo dos emergentes

O Banco Mundial (Bird) reduziu sua estimativa de crescimento para o Brasil este ano de 3,4% para 2,9%, alertando para um longo período de volatilidade nos mercados financeiros e expansão mais fraca para os países em desenvolvimento como um todo, com aumento das tensões sobre uma piora da crise da dívida na zona do euro.

O avanço dos emergentes deve desacelerar para 5,3% em 2012, depois de ter registrado alta de 6,1% no ano passado.


De acordo com o relatório “Perspectivas da Economia Mundial”, divulgado nesta terça-feira, a economia do Brasil deve operar abaixo do potencial este ano, crescendo 2,9%, antes de seguir rumo a uma alta de 4,2% em 2013.

Segundo as previsões, o país deve continuar crescendo menos do que a região da América Latina e o do Caribe que, afirmou o estudo, opera de acordo com sua capacidade e deve registrar expansão de 3,5% em 2012, ante 4,3% em 2011. O Brasil só crescerá mais que a região em 2013, e apenas 0,1 ponto percentual.


Alertando para uma possível piora na situação da Europa, o Banco Mundial avaliou no relatório que nações em desenvolvimento devem reduzir suas dívidas de curto prazo, cortando déficits orçamentários e seguindo rumo a uma posição monetária mais neutra, para que as políticas possam ser abandonadas rapidamente se necessário.

Apesar do aumento das tensões financeiras globais, cerca de 60% dos países em desenvolvimento estão operando em linha com seu potencial ou acima, acrescentou o Banco Mundial.

O mercado de capitais global e o sentimento do investidor devem permanecer voláteis no médio prazo, tornando a definição de políticas econômicas difícil afirmou o diretor de perspectivas de desenvolvimento do Bird, Hans Timmer.

Ele disse que autoridades dos países em desenvolvimento devem se distanciar do combate a incêndios para fortalecer o potencial de crescimento, ao focar em reformas e investimento em infraestrutura em vez de reagir aos acontecimentos diários na economia global

As previsões sofreram poucas modificações em relação às anunciadas em janeiro. Quanto à economia global, que avançou 2,7% em 2011, o Bird afirmou que ela deve se expandir 2,5% neste ano, acelerando para 3% em 2013 e 3,3% em 2014 sem alterações frente à perspectiva de janeiro.

Para Bird, desaceleração da China será positiva para o país

Timmer advertiu que uma grave crise financeira ainda é possível, mesmo com um cenário de confusão sendo mais provável. Os mercados financeiros já estão no limite, com investidores migrando para a segurança de títulos da dívida dos governos alemão e americano, com temores de que as eleições gregas no domingo possam abrir as portas para que Atenas deixe a zona do euro.

Timmer afirmou que a resolução dos problemas da Europa é um desafio de longo prazo.


Não há bala de prata. Não dá para resolver problemas em um fim de semana. Existem mudanças estruturais necessárias para recuperar o potencial de crescimento na Europa e em outros países de alta renda completou.

As previsões atualizadas do Bird projetam que a economia da zona do euro se contrairá em 0,3% este ano, antes de retomar um crescimento de 0,7% em 2013 e 1,4% em 2014. O avanço foi de 1,6% no ano passado.

A instituição prevê também que o crescimento chinês atingirá uma taxa mais sustentável de 8,2% neste ano, depois de registrar 9,2% em 2011, antes de se recuperar para 8,6% em 2013.

Em nossa visão, essa desaceleração é algo que leva a China a um ritmo muito mais sustentável avaliou Timmer. A China é um dos países que se pode argumentar que havia atingido restrições à capacidade.

O Globo