"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

setembro 03, 2013

COM O JEITO DE "GUVERNÁ" DOS FARSANTES : País perde oito posições no ranking de competitividade


O Brasil perdeu oito posições no ranking de competitividade, segundo o Relatório Global de Competitividade do Fórum Econômico Mundial. Ele saiu da já vergonhosa 48ª posição, e passou para a 56ª posição, entre 148 nações. Até a África do Sul e Portugal nos passaram na lista:

De acordo com o documento, o Brasil precisa melhorar a qualidade das instituições, quesito em que está em 80º lugar, uma posição atrás do resultado do ano passado. Entre os principais desafios do Brasil nessa área, o relatório cita a queda na eficiência do governo, cujo indicador caiu da 111ª para a 124ª posição, o combate à corrupção (114ª posição) e a baixa confiança nos políticos, que passou do 121º para o 136º lugar de um ano para outro.

Além do ambiente institucional, o Brasil precisa avançar nos principais gargalos econômicos. O documento cita a baixa qualidade da infraestrutura, em cujo ranking o país caiu da 107ª para a 114ª posição, e da educação, que passou do 116º para o 121º lugar. O relatório também considera o país fechado à competição estrangeira, atribuindo a 144ª posição na abertura de mercado ao exterior.

Em relação ao ambiente macroeconômico, o Brasil caiu da 62ª para a 75ª posição. Entre os fatores que puxaram o indicador para baixo, o relatório cita o aumento do déficit nominal de 2,6% para 2,8% do Produto Interno Bruto (PIB), o que fez o país descer do 64º para o 72º lugar nesse quesito. O déficit nominal representa o rombo nas contas do governo após o pagamento dos juros da dívida pública e aumentou, de um ano para outro, porque o Executivo reduziu o superávit primário.

O estudo também menciona a queda na taxa nacional de poupança, de 18,4% para 15,4% do PIB. Nesse item, o país caiu da 78ª para a 93ª posição. Apesar de a inflação oficial ter caído de 6,5% em 2011 para 5,4% em 2012, o país caiu uma posição nesse quesito, de 97º para 98º lugar.

Na América Latina, os resultados mostram uma estagnação geral no desempenho da competitividade. O Chile (34ª) continua na liderança do ranking regional à frente do Panamá (40ª), Costa Rica (54ª) e México (55ª) – esses países permaneceram relativamente estáveis em relação à edição de 2012. A Argentina foi o país do hemisfério sul que teve a maior queda, 10 posições, ocupando a 104ª colocação; a Venezuela caiu para a posição 134.

Esse é o resultado concreto de anos de incompetência do governo, que vem insistindo em um modelo equivocado. Seguimos com péssima infraestrutura e o governo foi incapaz de realizar leilões de concessão para atrair o capital privado ao setor.

A fotografia macroeconômica mudou completamente, e hoje temos um quadro preocupante, com a queda do superávit fiscal primário, a elevada inflação e os “malabarismos contábeis” tentando esconder a realidade. Nenhuma reforma estrutural foi feita pelo governo! Não tivemos, como resultado, ganho algum de eficiência na economia. Ao contrário: como podemos ver, tivemos decréscimo em nossa competitividade vis-à-vis os pares internacionais.


Se o Brasil insistir nessa toada, o destino da Argentina será também o nosso. Ou mudamos o rumo da economia e da política, ou veremos o país perder cada vez mais espaço no mundo globalizado e competitivo. O PT e sua péssima gestão econômica têm custado muito caro ao país. Eis o resultado concreto do acúmulo de erros. Até quando seremos apenas o “país do futuro”?
 
Rodrigo Constantino

PARA REGISTRO(VÍDEO) EXCELENTE . UMA AULA ! Entrevista do economista Samuel Pessoa (FGV-IBRE)

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Sempre que assistir alguma entrevista interessante, vou passar a indicar aqui. Confesso que, apesar de conversar com ele com frequência, não sabia dessa entrevista do economista Samuel Pessoa à jornalista Mônica Teixeira ao programa Complicações da UNIVESP TV. Não a conheço, mas ela faz boas perguntas e deixa o entrevistado à vontade para desenvolver os argumentos. Já havia indicado aqui neste blog uma entrevista que ela fez com o economista Edmar Bacha.

Nessa entrevista com o Samuel, em fevereiro deste ano, ele faz um bom diagnóstico da transição demográfica no Brasil, o efeito das reformas no crescimento econômico, como o excesso de intervenção do Estado na economia atrapalha o crescimento e ainda o por que da nossa elevada carga tributária. E ao longo da entrevista Samuel fala coisas interessantes como, por exemplo, o fato de os EUA terem se tornado uma economia rica por cresceram por vários anos de forma consistente e não porque tiveram um período de “milagre econômico” ou vários milagres. 

Sobre esse assunto, vale a pena comparar os gráficos abaixo – a renda per capita real dos EUA cresce quase continuamente desde a década de 1960, a renda per capita do Brasil passa duas décadas (décadas de 1980 e de 1990) oscilando entre US$ 6.000 e US$ 7.000, volta a crescer de forma consistente no sec. XXI, mas apenas recentemente (a partir de 2005) consegue aumentar novamente em relação à renda per capita dos EUA. Essa relação já foi perto de 30% e, em 2010, havia recuado para 21%.
PIB per capita dos EUA – 1960-2012 – US$ 1.000
FRED01
PIB per capita dos Brasil – 1950-2010 – US$ 1.000
FRED02
Relação entre PIB per capita do Brasil e PIB per capita dos EUA – 1950-2010
FRED03
De quem foi a culpa do nosso baixo crescimento entre 1980 e 2000? De nós mesmos. Como lembra Samuel, enquanto 7 de cada 10 crianças estavam nas ruas e sem acesso à educação estávamos construindo Brasília. O ruim de decisões erradas que afetam o crescimento do longo prazo é justamente isso, a conta, muitas vezes, chega muito depois.

A decisão de crescer a qualquer custo, abertura da conta capital com controle do comércio, e ainda proteger nossa indústria na década de 1970 nos levou a duas décadas de baixo crescimento. Vamos ver se agora não repetimos o mesmo erro lá de trás. Tenho medo quando Samuel começa a fazer comparações do Brasil de hoje com aquele da década de 1970. Assistam a entrevista do Samuel porque é uma boa aula de economia brasileira e, mesmo que você não concorde com o diagnóstico dele, é um bom “food for thought”.

SEM "MARQUETINGUE" BUFÃO/GERENTONA 1,99/"FINANCIADOS" E CRÉDULO ÚTEIS. BRASIL REAL : Queda de 2% na produção industrial em julho joga água fria no esforço DOS FARSANTES para parecer otimista

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A produção industrial brasileira registrou queda de 2% em julho na comparação ao mês anterior, informou nesta terça-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado praticamente elimina a expansão de 2,1% registrada em junho. Em relação ao mesmo período do ano passado, porém, houve alta de 2% – o quarto resultado positivo nessa base de comparação.

No acumulado do ano, o setor industrial também avançou 2% frente a igual período do ano anterior. Já a taxa anualizada, que contabiliza o acumulado dos últimos doze meses, avançou 0,6% em julho. Segundo o IBGE, a redução no ritmo da atividade industrial em julho se deu de forma generalizada – em quinze dos 27 ramos analisados.

A queda foi puxada principalmente pelo segmento de veículos automotores, que apresentou retração de 5,4% na comparação com junho, quando subiu 1,8%. Em segundo lugar entre os destaques de queda na produção aparece o setor farmacêutico, com retração de 10,7%, ante alta de 10% em junho. O setor de refino de petróleo e álcool foi o que apresentou maior alta entre os onze indicadores que registraram produção industrial maior – 3,3% ante queda de 4,1% em junho. Em seguida, o setor de bebidas teve alta de 2,3%.


Crescimento

O recuo da indústria em julho é mais um indicativo que de o Produto Interno Bruto (PIB) deve desacelerar no terceiro trimestre. A indústria de bens de capital, especialmente a produção de caminhões, foi um dos itens que alavancou o crescimento no primeiro e no segundo trimestre deste ano. De acordo com o dado divulgado na última sexta-feira pelo IBGE, a indústria cresceu 2% e foi a segunda maior contribuição para o PIB entre os três setores produtivos, atrás apenas da agricultura, que registrou expansão de 3,9% no período. 

A indústria tem reduzido sua participação na composição do PIB. Estudo recente mostra que a participação da indústria de transformação foi de 13,3% em 2012, retrocedendo ao nível que o setor tinha na economia em 1955, antes da implantação do Plano de Metas de Juscelino K
ubitschek. O estudo indica ainda que, se forem mantidas as condições atuais de crescimento, essa participação deverá cair para 9,3% em 2029.


VEJA.com

Oportunidade para se redimir


A Câmara dos Deputados ganhou ontem de presente uma oportunidade para se redimir de um dos piores momentos da sua história: a votação que livrou o deputado-presidiário Natan Donadon da cassação. Como cavalo arreado não passa duas vezes, nosso Parlamento não pode se dar ao luxo de continuar errando tantas vezes.

A oportunidade nasceu de iniciativa capitaneada pelo líder do PSDB na Câmara, deputado Carlos Sampaio (SP). Na semana passada, ele protocolou mandado de segurança junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo a anulação da vergonhosa sessão que manteve o detento Donadon no cargo.

Ontem, o ministro Luiz Roberto Barroso, do STF, não apenas deferiu a liminar, como também manifestou que a Mesa Diretora da Câmara deveria ter simplesmente declarado a perda imediata do mandato do deputado-presidiário.

Isto porque o tempo mínimo que Donadon tem a cumprir atrás das grades (26 meses) supera o que ele ainda tem de mandato (17 meses). Nestas condições, entende Barroso, o Congresso tem poder de encerrar automaticamente o mandato do parlamentar condenado em definitivo, sem consulta ao plenário.

Há dois meses, Natan Donadon está encarcerado no presídio da Papuda em Brasília, onde cumpre pena de 13 anos de prisão pelos crimes de formação de quadrilha e peculato. É o primeiro parlamentar da história nestas condições. Ele e um irmão desviaram R$ 8,4 milhões da Assembleia de Rondônia nos anos 90.

Na quarta-feira passada, a cassação de Donadon foi à votação em plenário e obteve apenas 233 dos 257 votos necessários para aprovação. Dos 405 deputados presentes, 131 foram contra cassá-lo e 41 simplesmente se abstiveram. Não dá, porém, para saber quem são eles e elas, pois o voto neste tipo de votação continua secreto no Parlamento. Mas isso está prestes a mudar.

Além do presente que ganhou com a aprovação da liminar movida pelo líder tucano, o Congresso terá nos próximos dias mais duas oportunidades para desentortar suas práticas. Há duas propostas de emenda constitucional (PEC) tramitando no Parlamento que podem servir para dar um basta a episódios deploráveis como o que ocorreu na semana passada.

Na Câmara está em discussão a PEC 196/2012, de autoria do senador tucano Alvaro Dias (PR), que acaba com o voto secreto em sessões que decidem perda de mandato de deputados. A proposta tramita em comissão especial e hoje será debatida com a presença de ministros do STF, a pedido do relator, o deputado Vanderlei Macris, também do PSDB de São Paulo.

Já o Senado discute a PEC 18/2013, de autoria do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE). A proposta determina a perda imediata do mandato de congressistas condenados em definitivo por improbidade administrativa ou crime contra a administração pública.

Tanto uma quanto a outra devem estar prontas para votação nas próximas três semanas, constituindo-se numa real "pauta positiva” que deputados e senadores podem aprovar em consonância com os valores que a sociedade brasileira exige. Não será, porém, tão fácil e tão natural quanto pode parecer à primeira vista para os cidadãos de bem.

Ontem mesmo, o PT – que, junto com partidos da base, já havia dado uma forcinha para livrar Donadon na semana passada – demonstrou desconforto e protestou contra a decisão do ministro Barroso. Ao contrário do PSDB, que defende a perda imediata do mandato do deputado-presidiário, os petistas querem que a Câmara ainda espere o STF julgar o mérito da matéria.

Com um olho no peixe, outro no gato, os petistas visam mesmo é uma maneira de mudar o destino de seus deputados mensaleiros, condenados pelo STF a gramar alguns anos na cadeia. Mas não se pode aceitar que o PT e sua base de apoio continuem a conspirar para tragar ainda mais a imagem do Parlamento para um poço que, sem iniciativas como as de Carlos Sampaio, Alvaro Dias e Jarbas Vasconcelos, parece sem fundo.

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Este e outros textos analíticos sobre a conjuntura política e econômica
estão disponíveis na página do Instituto Teotônio Vilela