"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

julho 19, 2013

ENQUANTO ISSO NO brasil maravilha DA MAIS PREPARADA 1,99 ... ARRECADAÇÃO CAI E GOVERNO ESTUDA REDUZIR SUPERAVIT

A péssima arrecadação registrada em junho, quando os tributos administrados pela Receita Federal ficaram cerca de R$ 5 bilhões abaixo do que consta no decreto de contingenciamento, fez o governo repensar a necessidade de um superávit primário do setor público de 2,3% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano.

Embora ainda não haja decisão da presidente Dilma Rousseff - uma última reunião ainda será realizada hoje -, um dos cenários é o governo se comprometer com um superávit primário de 1,8% do PIB.
De acordo com os defensores da proposta, esse resultado estaria mais ajustado ao atual ciclo da economia brasileira. Alternativa que contempla resultado ainda menor também foi discutida.

No relatório de avaliação de receitas e despesas do 3º bimestre, que será enviado ao Congresso na próxima segunda-feira, o governo terá de mostrar como vai compensar a queda da receita em junho.
Os dividendos das estatais, principalmente dos bancos públicos, ajudaram a equilibrar as contas no mês passado.

Mas a frustração nas receitas colocou o governa situação de que novos cortes nas despesas compensariam apenas as receitas mais baixas, como manda a Lei de Responsabilidade Fiscal.
Até então, a redução no gasto federal era apresentada para contrapor-se a uma meta fiscal de Estados e municípios abaixo do esperado.

A arrecadação tributária em julho também não foi boa, segundo informações de técnicos da área econômica. Além de refletir um ritmo mais lento da atividade, ela também foi prejudicada pelas manifestações de rua em todo o país, que afetaram a economia.

Os técnicos dos ministérios do Planejamento, Casa Civil e Fazenda debatem se faz sentido realizar cortes de gastos em um momento em que a receita está em trajetória descendente e a economia em ritmo mais fraco do que se imaginava.

Perseguir a meta de 2,3% do PIB com cortes que afetariam inevitavelmente os investimentos apenas ajudaria a deprimir mais ainda a economia, acreditam as fontes consultadas.
 
Valor Econômico

POBRE COITADA ! NADA E COISA NENHUMA 1,99 E SEU MUNDO DE FAZ DE CONTA : BC contraria Dilma e prevê inflação alta . Ata do Comitê de Política Monetária contraria o discurso da presidente(?) da República

Apenas um dia após a presidente Dilma Rousseff ter afirmado a empresários que "a inflação Vem caindo de maneira consistente nos últimos meses", o Banco Central (BC) rebateu o discurso oficial do Palácio do Planalto e recomendou prudência com a escalada dos preços.

Nas palavras dos diretores que assinam a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), realizada na semana passada, mas divulgada ontem, "o nível elevado" do custo de vida e a "dispersão de aumentos de preços" contribuem para que a carestia no país ainda mostre "resistência".

O comunicado, que tem como objetivo explicar o porquê de o BC ter elevado os juros básicos de 8% para 8,5% ao ano, foi elogiado pelo mercado, que viu uma mudança importante na postura da instituição, até então apontada como leniente em relação à carestia que atormenta as famílias.


Dilma havia feito um discurso acalorado, em que, além de atacar o que chamou de pessimismo dos que criticam o governo, defendeu veementemente os resultados de sua equipe econômica, entre os quais o controle da inflação e o maior rigor fiscal. Para o Copom, em vez de prudência com os gastos públicos, "iniciativas recentes apontam o balanço do setor público em posição expansionista".

Trocando em miúdos:
o governo está gastando demais quando, na verdade, deveria poupar recursos para deixar de pressionar o custo de vida.

Para o BC, é importante que o Ministério da Fazenda ponha freio ao excesso de despesas, e justifica o alerta ao mencionar que "a geração de superavits primários, além de contribuir para arrefecer o descompasso entre as taxas de crescimento da demanda e da oferta, solidifica a tendência de redução da dívida pública e a percepção positiva sobre o ambiente macroeconômico no médio e no longo prazo"

Muito do pessimismo que o Planalto critica vem dos truques fiscais que encobriram a má qualidade dos gastos públicos.

Com isso, o BC disse que o aumento de juros iniciado em abril não será suficiente para domar o dragão da inflação se a Fazenda não fizer a sua parte e estancar a gastança e cumprir plenamente a meta de economizar 2,3% do Produto Interno Bruto (PIB) para saldar juros da dívida. O Copom alega que já tem problemas demais diante da disparada dos preços do dólar, valorização que pode ser repassada aos consumidores.

A subida e a volatilidade do dólar, no entender da autoridade monetária, constituem "fonte de pressão inflacionária em prazos mais curtos" e os efeitos prolongados desses movimentos "podem e devem ser limitados pela adequada condução da política monetária"


Ou seja, mais juros.
A previsão dos especialistas é de que a Selic suba mais 0,5 ponto percentual no fim de agosto, para 9%. Diante da fragilidade da atividade, há um grupo, ainda pequeno, vendo nesse patamar o fim do ciclo do aperto monetário. Os mais radicais acreditam que a taxa pode ir a 10%, por causa da resistência da inflação em se manter próxima ao teto da meta, de 6,5%.

O tom duro do comunicado mostra que, apesar da euforia presidencial com números recentes que apontam a desaceleração da inflação a curto prazo, o comportamento dos preços ainda enseja cuidados. Neste ano, mesmo com todos os esforços do governo para reduzir impostos sobre a conta de luz e alimentos e segurar os reajustes dos transportes públicos, o índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve acumular alta de 6%, segundo o BC.


Para 2014, quando Dilma tentará a reeleição pelo PT, o mercado projeta uma taxa de 5,90%.

Chamou a atenção dos economistas o fato de o BC ter retirado da ata do Copom a menção que fazia ao que chamava de "taxa neutra" de juros, o patamar de juros natural de uma economia.
Para Ilan Gol-dfajn e Caio Megale, do Itaú Unibanco, isso pode revelar que a autoridade monetária já acredita que o tempo de juros baixos no Brasil ficou para trás.

"Ao fazer isso, o Copom pode estar sinalizando que os juros devem se acomodar em níveis mais altos para frente", mencionaram, em análise a clientes. 

DECO BANCILLON Correio Braziliense