"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

agosto 05, 2014

brasil maravilha : PETEBRAS interrompe fornecimento de óleo a térmicas da Eletrobras no Norte

A decisão da Petrobras de suspender o fornecimento de óleo combustível para o Sistema Eletrobras por uma dívida de R$ 850 milhões afetou o funcionamento de pelo menos duas térmicas no fim de semana.

O fornecimento de óleo está suspenso desde sexta-feira (1º), depois de a Petrobras ter avisado que, a partir daquele dia, só venderia óleo às térmicas da Eletrobras à vista, devido ao débito. 
O boletim do ONS (Operador Nacional de Sistema Elétrico), porém, não relata interrupção no fornecimento.

Segundo a Eletrobras, a suspensão no fornecimento de óleo não trouxe prejuízos ao fornecimento de energia elétrica da região, uma vez que a carga não gerada foi compensada por outras usinas e por energia vinda de outras regiões do país, às quais o Norte está sendo gradualmente conectado.

De acordo com o ONS, a térmica Mauá, da Amazonas Energia, deveria ter gerado 194 MW, mas gerou 168 MW, em metade do dia no sábado e durante todo o domingo, "devido à menor disponibilidade de combustível".

Já a térmica Termonorte 2, da Eletrobras Rondônia, previa gerar 320 MW mas gerou 130 MW no sábado e no domingo, "por solicitação do ONS, devido a problemas no abastecimento de combustível para a usina". O ONS não comentou.

CALOTE INVOLUNTÁRIO 
De acordo com a Eletrobras, a falta de pagamento à Petrobras se deve à suspensão dos repasses, pelo Tesouro, de recursos da chamada Conta de Consumo de Combustível. Essa conta é abastecida por todos os consumidores brasileiros via conta de luz.

Os recursos da conta pagam o óleo combustível usado em usinas térmicas em regiões não atendidas pelo SIN (Sistema Interligado Nacional), conjunto de linhas que permite a migração de energia no país. Como o Norte não é ainda totalmente interligado, depende de usinas térmicas a óleo para o abastecimento da região. 

A Petrobras enviou, na quinta-feira (31), uma carta avisando que só forneceria óleo à Eletrobras, a partir de 1º de agosto, mediante pagamento à vista. Foi o terceiro aviso. 

Eletrobras e Petrobras estão negociando o pagamento da dívida. 
Segundo a Eletrobras, serão usados R$ 450 milhões dos R$ 6,5 bilhões obtidos em julho por meio de um financiamento com a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil para resolver parcialmente a questão. O resto está sendo negociado entre as estatais.

Procurada, a BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras, informou que "não comenta questões comerciais".
Folha
Petrobras interrompe fornecimento de óleo a térmicas da Eletrobras no Norte

Atualização : 
A Eletrobras informou nesta terça-feira (5) que o fornecimento de óleo pela Petrobras às usinas termelétricas do Norte do país já foi normalizado.
A Petrobras afirmou que restabeleceu o fornecimento nesta segunda (4).

A região Norte ainda é dependente do funcionamento de usinas térmicas para gerar energia elétrica, porque ainda não está completamente integrada ao Sistema Interligado Nacional (SIN), conjunto de linhas que permitem o intercâmbio de energia entre todo o país.

Se a suspensão de óleo perdurasse por muito tempo, o fornecimento de energia aos consumidores do Norte poderia ter sido afetado. Duas térmicas –a Termonorte 2, em Porto Velho, e a Mauá, em Manaus– vinham, desde sábado, gerando menos energia do que o previsto por restrição de combustível, segundo os boletins diários do ONS.

De acordo com a Eletrobras, não houve corte de luz devido à falta de óleo porque a energia gerada a menos nas térmicas a óleo foi compensada por outras usinas.

NEGOCIAÇÃO
As empresas haviam entrado em negociação para tentar normalizar o abastecimento. O plano da Eletrobras era usar R$ 450 milhões de um financiamento de R$ 6,5 bilhões obtido junto a bancos estatais em julho para pagar parte da dívida, e estava negociando os outros R$ 400 milhões com a Petrobras.

A Eletrobras ainda não informou quanto desembolsou e o que negociou para retomar o fornecimento pela BR Distribuidora.
O atraso no pagamento se deve ao não repasse, pelo Tesouro, de recursos da Conta de Consumo de Combustível, abastecida com recursos recolhidos nas contas de energia elétrica de todos os consumidores brasileiros.
Essa conta paga o uso de combustível das térmicas a óleo em todo o país.
A BR não comentou o caso.

NO brasil maravilha DA GERENTONA EMBUSTEIRA DESAVERGONHADA E DO MARQUETINGUE VELHACO : BRASIL REAL - "Documento interno da Aneel indica que o aumento da conta de energia será maior do que a agência reguladora tem afirmado publicamente. "

Documento interno da Aneel indica que o aumento da conta de energia provocado pelos empréstimos às distribuidoras será maior do que a agência reguladora tem afirmado publicamente.

Segundo o documento, de 2013, assinado pelo então diretor Edvaldo Santana, a cada R$ 1 bilhão devido pelo setor, as tarifas de energia crescem 0,8 ponto percentual. Como os empréstimos totalizam R$ 17,7 bilhões, o impacto na tarifa será de exatos 14,16%.

A lógica foi confirmada pela área técnica da Aneel.

"Entretanto, vale lembrar que o repasse se dá durante dois ciclos tarifários, que ocorrem a partir de 2015", afirmou a agência, em nota.

Na terça-feira da semana passada (29), o diretor-geral da Aneel, Romeu Rufino, afirmou que o impacto na tarifa seria de apenas 8%, divididos em dois anos. "O reajuste [das tarifas] nunca é exclusivamente ligado ao valor do empréstimo", disse.

Algumas estimativas do setor sugerem que os reajustes possam chegar a 25% no próximo ano. A TR Soluções, por outro lado, indica reajuste de 13,42% em 2015, em uma visão otimista.

Na quarta (30), o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia (MME), Márcio Zimmermann, apresentou uma outra conta.

Segundo ele, o impacto seria escalonado em três anos, com aumentos de 2,6% nas tarifas em 2015, de 5% em 2016 e de 1,4% em 2017.

EXPECTATIVA

O governo corre para fechar a segunda parcela do empréstimo, de R$ 6,5 bilhões, que será feito às distribuidoras. Segundo o Ministério da Fazenda, a operação deve ser apresentada até sexta-feira (15).

As distribuidoras precisam dos recursos para cobrir a chamada "exposição involuntária", situação criada pelo término de contratos entre distribuidoras e geradoras em 2013 e que não foram repostos nos leilões organizados pelo governo.

As distribuidoras estão sendo obrigadas a recorrer ao mercado de curto prazo, no qual o valor da energia, definido pelo Preço de Liquidação das Diferenças (PLD), está mais alto por causa das poucas chuvas.

Os outros R$ 11,2 bilhões, já emprestados, foram consumidos pelas liquidações entre os meses de fevereiro e abril do mercado de curto prazo.

O governo, porém, enfrenta dificuldades para fechar a operação. Bancos privados ainda tentam obter uma remuneração mais alta do que a que foi oferecida pelo Ministério da Fazenda.

No primeiro acordo, o retorno foi fixado em 1,9% de juros mais a variação do CDI (Certificado de Depósito Interfinanceiro), que somam 12,1% em 12 meses.

O governo deverá elevar as taxas de juros oferecidas aos bancos privados para reduzir a participação das instituições públicas no negócio, principalmente da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil.

MACHADO DA COSTA DE SÃO PAULO
Folha